A conclusão não é nova, mas a força com que a compreendo por estes dias é.
Porque é que é nas alturas em que a alma anda mais atormentada, que nos sentimos mais compelidos a escrever, traduzindo esses tormentos e procurando de alguma forma aliviar as angústias? Se calhar é por isso mesmo: a procura de um alívio, de um escape, de alguma paz.
Estou angustiada por antecipação. A ansiedade é algo com que nunca soube lidar muito bem e isso atormenta-me. A preocupação e a sensação de impotência perante a realidade a que sou obrigada deixam-me triste, cinzenta e com a sensação de estar a apodrecer por dentro.
Mas o eterno optimismo ainda anda por aqui (umas vezes mais escondido que outras) e quero acreditar que as coisas vão melhorar e que vou voltar a sentir a paz que tanto gosto.
E desta forma descobri que afinal também tenho pena das florbelas, das sophias e dos camilos deste mundo. Porque além do talento, que tanto admiro, percebi que muitas das palavras que escreveram foram, também elas, formas de escape a grandes tormentos…