A conclusão não é nova, mas a força com que a compreendo por estes dias é.
Porque é que é nas alturas em que a alma anda mais atormentada, que nos sentimos mais compelidos a escrever, traduzindo esses tormentos e procurando de alguma forma aliviar as angústias? Se calhar é por isso mesmo: a procura de um alívio, de um escape, de alguma paz.
Estou angustiada por antecipação. A ansiedade é algo com que nunca soube lidar muito bem e isso atormenta-me. A preocupação e a sensação de impotência perante a realidade a que sou obrigada deixam-me triste, cinzenta e com a sensação de estar a apodrecer por dentro.
Mas o eterno optimismo ainda anda por aqui (umas vezes mais escondido que outras) e quero acreditar que as coisas vão melhorar e que vou voltar a sentir a paz que tanto gosto.
E desta forma descobri que afinal também tenho pena das florbelas, das sophias e dos camilos deste mundo. Porque além do talento, que tanto admiro, percebi que muitas das palavras que escreveram foram, também elas, formas de escape a grandes tormentos…
quarta-feira, 7 de agosto de 2013
terça-feira, 30 de julho de 2013
De pernas para o ar
Hoje sinto saudades de escrever no blog.
De traduzir em palavras pensamentos dispersos, escritos ao sabor do vento e da vontade de simplesmente os libertar.
E do efeito catártico que cada palavra libertada produz em mim.
Dou por mim a achar que tenho a vida de pernas para o ar. Que estou perdida. Que estou a ser conduzida numa vida que não quero em vez de a conduzir. E que vou inevitavelmente chegar ao fim e achar que não vivi o que queria nem da forma como o queria.
Hoje esbarrei numa futura mamã que está calmamente a preparar a chegada do seu filho. Nos planos que faz, nos preparativos para a chegada do príncipe, no preparar o quarto, arranjar cada cantinho, cada mimo, cada almofadinha. E dei por mim a achar que perdi isso. Que essa parte da minha vida que tanto quis viver, passou por mim sem me dar hipótese de a viver da forma como sempre idealizei.
E isto fez-me pensar. No que sinto, na forma como me sinto atropelada por tudo o que se passa à minha volta e das soluções de compromisso que sou obrigada a fazer. Em nome disto e daquilo. E do que isso me faz abdicar.
Estou a reagir em vez de agir. Estou a ser levada em vez de conduzir. E estou a sentir a vida a passar-me ao lado. Pior: sinto-me incapaz de assumir as rédeas da minha própria vida e não acho que tenha forças para reagir. De lutar pelo que quero para mim e para o que quero que a minha vida seja. De me libertar desta sensação horrível de que tenho de pedir licença para cada passo que dou. De viver.
Ao mesmo tempo apercebo-me de que os anos estão a passar e que eu não serei eterna. Que já são algumas as pessoas que conheci e que não chegaram a completar os meus 38 anos. Que até já há pessoas da minha geração que se cruzaram comigo algures e que hoje já não existem.
Tenho medo. Que tudo isto seja em vão, em nome de um futuro melhor que possa não vir a acontecer.
E que em vez de viver o agora esteja a sobreviver, numa clara aposta num depois que pode nunca vir.
Mas depois coloco a minha máscara, sorrio e mantenho a posse. Faço de conta que não apodreci. Que a minha vida está a ser feita de belas limonadas e que ainda assim consigo ser feliz.
Enfim. Melhores dias virão. Dizem
De traduzir em palavras pensamentos dispersos, escritos ao sabor do vento e da vontade de simplesmente os libertar.
E do efeito catártico que cada palavra libertada produz em mim.
Dou por mim a achar que tenho a vida de pernas para o ar. Que estou perdida. Que estou a ser conduzida numa vida que não quero em vez de a conduzir. E que vou inevitavelmente chegar ao fim e achar que não vivi o que queria nem da forma como o queria.
Hoje esbarrei numa futura mamã que está calmamente a preparar a chegada do seu filho. Nos planos que faz, nos preparativos para a chegada do príncipe, no preparar o quarto, arranjar cada cantinho, cada mimo, cada almofadinha. E dei por mim a achar que perdi isso. Que essa parte da minha vida que tanto quis viver, passou por mim sem me dar hipótese de a viver da forma como sempre idealizei.
E isto fez-me pensar. No que sinto, na forma como me sinto atropelada por tudo o que se passa à minha volta e das soluções de compromisso que sou obrigada a fazer. Em nome disto e daquilo. E do que isso me faz abdicar.
Estou a reagir em vez de agir. Estou a ser levada em vez de conduzir. E estou a sentir a vida a passar-me ao lado. Pior: sinto-me incapaz de assumir as rédeas da minha própria vida e não acho que tenha forças para reagir. De lutar pelo que quero para mim e para o que quero que a minha vida seja. De me libertar desta sensação horrível de que tenho de pedir licença para cada passo que dou. De viver.
Ao mesmo tempo apercebo-me de que os anos estão a passar e que eu não serei eterna. Que já são algumas as pessoas que conheci e que não chegaram a completar os meus 38 anos. Que até já há pessoas da minha geração que se cruzaram comigo algures e que hoje já não existem.
Tenho medo. Que tudo isto seja em vão, em nome de um futuro melhor que possa não vir a acontecer.
E que em vez de viver o agora esteja a sobreviver, numa clara aposta num depois que pode nunca vir.
Mas depois coloco a minha máscara, sorrio e mantenho a posse. Faço de conta que não apodreci. Que a minha vida está a ser feita de belas limonadas e que ainda assim consigo ser feliz.
Enfim. Melhores dias virão. Dizem
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