Eram quase duas horas da tarde e estava atrasada
para a reunião no colégio de meu filho. Sai às pressas do trabalho e ainda
tinha que chegar ao estacionamento para pegar o carro. Olhando para o relógio
enquanto ligava o carro verifiquei que tinha menos de meia hora para chegar o
que seria impossível, mas um pouco atrasada ainda teria tempo de conversar com
os professores.
Resolvi cortar caminho seguindo outro trajeto e
estava tudo tranqüilo até me deparar com um caminhão de carga com um homem
caído no chão e do lado uma caminhonete com as quatro portas abertas.
Fiquei sem entender muito bem e com o pé no freio, pois estava numa subida,
vejo um homem forte com uma arma na mão vindo em minha direção.
Minha boca secou, meus olhos arregalaram, minhas
pernas tremiam... Ele foi chegando com aquele revolver... O carro foi
deslizando e eu vendo tudo em câmara lenta. Olhei pelo retrovisor e vi que havia encostado no carro traseiro. Percebi ser preto e que na direção
estava uma mulher.
Estava em pânico que nem o som de suas vozes eu
ouvia, me sentia no meio de uma cena de filme de bandido no tempo do cinema
mudo.
Foi quando ouvi aquele disparo feito para o alto e em frações
de segundo vejo a mulher sair do carro com uma arma em punho que e caminhar em
passos fortes e largos que faziam estremecer o asfalto com o bater do salto de
seu sapato.
Ela foi ao encontro do bandido e numa rapidez e
agilidade, com passes que mais parecia uma ninja, domina aquela fortaleza
deixando-o caído no chão. Num golpe final e brilhante pisa em seu pulso que
ainda segurava a arma fazendo com que a soltasse. Para finalizar ela apresenta
as suas credenciais de policial e o algema dando ordem de prisão.
Logo em seguida foi chegando à polícia encontrando
o bandido totalmente rendido pela policial que recebe todas as honras pelo
desfecho feliz evitando essa tentativa de assalto. Vieram ao meu encontro onde
me levaram para ser medicada e em poucas horas estava liberada, tendo perdido a
reunião, mas por outro lado agradecia por nada ter me acontecido.
Estive com a policial e já descontraída
agradeci e elogiei dizendo que tinha que ter umas aulas com ela para
aprender a me defender e perder esse medo que me dominava. Ela sorriu e me
abraçando falou que cada um escolhe a sua profissão procurando ser o melhor,
mas que para isso tinha que se gostar e ter dedicação, pois um erro
poderia custar à própria vida e a de outros.
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Esta é minha participação para a 4ª Edição Conto/Crônica