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11 de dezembro de 2012

Besouro, o filme.







Besouro foi o maior capoeirista de todos os tempos. Um menino que -- ao se identificar com o inseto que ao voar desafia as leis da física -- desafia ele mesmo as leis do preconceito e da opressão. Passado no Recôncavo dos anos 20, Besouro é um filme de aventura, paixão, misticismo e coragem. Uma história imortalizada por gerações, que chega aos cinemas com ação e poesia no cenário deslumbrante do Recôncavo Baiano.

Quando Manoel Henrique Pereira nasceu, não havia nem dez anos que o Brasil tinha sido o último país do mundo a libertar seus escravos.

Naqueles tempos pós-abolição nossos negros continuavam tão alijados da sociedade que muitos deles ainda se questionavam se a liberdade tinha sido, de fato, um bom negócio. Afinal, antes de 1888 eles não eram cidadãos, mas tinham comida e casa para morar. Após a abolição, criou-se um imenso contingente de brasileiros livres, porém desempregados e sem-teto. A maioria sem preparo para trabalhar em outros serviços além daqueles mesmos que já realizavam na época da escravatura. E quase todos ainda sem a plena consciência de sua cidadania. O resultado desse quadro, principalmente nas regiões rurais, onde estavam os engenhos de açúcar e plantações de café, foi o surgimento de um grande contingente de negros libertos que continuavam, mesmo anos após a abolição, submetendo-se aos abusos e desmandos perpetrados por fazendeiros e senhores de engenho.

Assim era sociedade rural brasileira de 1897, ano em que Manoel Henrique Pereira, filho dos ex-escravos João Grosso e Maria Haifa, nasceu na cidade de Santo Amaro da Purificação, no Recôncavo Baiano.

Vinte anos depois, Manoel já era muito mais conhecido na cidade como Besouro Mangangá - ou Besouro Cordão de Ouro -, um jovem forte e corajoso, que não sabia ler nem escrever, mas que jogava capoeira como ninguém e não levava desaforo para casa. Como quase todos os negros de Santo Amaro na época, vivia em função das fazendas da região, trabalhando na roça de cana dos engenhos. Mas, ao contrário da maioria, ele não tinha medo dos patrões. E foram justamente os atritos com seus empregadores - e posteriormente com a polícia - que deixaram Besouro conhecido e começaram a escrever a sua imortalidade na cultura negra brasileira.

Há poucos registros oficiais sobre sua trajetória, mas é de se supor que a postura pouco subserviente do capoeirista tenha sido interpretada pelas autoridades da época como uma verdadeira subversão. Não por acaso, constam nas histórias sobre ele episódios de brigas grandiosas com a polícia, nas quais ele sempre se saía melhor, mesmo quando enfrentava as balas de peito aberto. Relatos de fugas espetaculares, muitas vezes inexplicáveis, deram origem a seu principal apelido: Mangangá é uma denominação regional para um tipo de besouro que produz uma dolorosa ferroada. O capoeirista era, portanto, "aquele que batia e depois sumia". E sumia como? Voando, diziam as pessoas...

Histórias como essas, verdadeiras ou não, foram aos poucos construindo a fama de Besouro. Que se tornou um mito - e um símbolo da luta pelo reconhecimento da cultura negra no Brasil - nos anos que se sucederam à sua morte.

Morte que ocorreu, também, num episódio cercado de controvérsias. Sabe-se que ele foi esfaqueado, após uma briga com empregados de uma fazenda. Registros policiais de Santo Amaro indicam que ele foi vítima de uma emboscada preparada pelo filho de um fazendeiro, de quem era desafeto. Já a lenda reza que Besouro só morreu porque foi atingido por uma faca de ticum, madeira nobre e dura, tida no universo das religiões afro-brasileiras como a única capaz de matar um homem de "corpo fechado".

E Besouro, o mito, certamente era um desses.

Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=q-t5cL-Pdfw

5 de dezembro de 2012

Tá rindo de quê?


SÓ TENHO A DIZER O SEGUINTE: ASSISTAM!!!






TÁ RINDO DE QUÊ?

O Riso dos Outros discute limites do humor; leia entrevista com o diretor do documentário
Fonte: revista Trip.com.br
Acesse: http://revistatrip.uol.com.br/so-no-site/entrevistas/ta-rindo-de-que.html



O documentário O Riso dos Outros, exibido nesta semana pela TV Câmara, vem fazendo um enorme sucesso nas redes sociais. Trazendo entrevistas com comediantes, humoristas, quadrinistas, acadêmicos e especialistas, o filme chegou para reacender o debate sobre os limites do humor.
O diretor Pedro Arantes tem consciência de que está mexendo em um vespeiro. Para o documentário ele falou com pessoas tão diferente como a blogueira feminista Lola Aronovich e o bad boy da vez, Rafinha Bastos, passando pelos quadrinistas Laerte, André Dahmer e Arnaldo Branco, o apresentador e comediante Danilo Gentilli, o deputado Jean Wyllis, o escritor Antonio Prata e muitos outros.
Aos 28 anos, Arantes ganhou espaço na TV nacional produzindo as séries As Olivias (Multishow), Vida de Estagiário (Canal Brasil) e uma série de quadros humorísticos na TV Cultura. Agora, analisa com outros olhos o novo cenário da comédia nacional, colocando sob os holofotes os protagonistas dessa nova safra.
Batemos um papo com Arantes sobre a repercussão do novo filme, os rumos do humor e a culpa por trás das risadas.
Como surgiu a ideia de fazer o documentário?
O filme foi financiado por um edital da TV Câmara para três filmes. E um dos eixos temáticos que eles propuseram foi ética, que em contexto com o humor sempre foi uma discussão constante aqui na produtora [Massa Real Filmes]. Já estávamos há tempos discutindo sobre esse tipo de humor e o politicamente correto, se existem ou não limites para o humor, essas coisas. Então inscrevemos o projeto com esse tema e felizmente fomos contemplados.
Como foi a escolha dos personagens?
Esse edital tinha um problema, que era o prazo: foram só quatro meses para produzir o filme. Conseguimos uma prorrogação, mas ainda assim foi bem pouco tempo. Vimos que com esse tempo não poderíamos explorar todos os tipos de humor. Então começamos a restringir esse universo. Decidimos falar sobre stand up, com um contraponto dos cartunistas, já que esses caras a gente sabia que poderiam falar bem sobre o assunto. Um terceiro lado foi a presença de gente como o Jean Wyllys e aLola Aronovich, que são mais ativistas mesmo, porque eles estão bem no meio da discussão e até já tiveram entreveros com esses comediantes. Fomos atrás de quem estava discutindo esse assunto, mas o nosso recorte foi o stand up, por serem essas pessoas as que mais movimentam o cenário humorístico hoje no Brasil.
Como diretor, qual o seu tipo de humor favorito?
É difícil falar sobre tipos de humor. É tanta coisa diferente que é impossível comparar. Tem o humor mais pastelão que o Buster Keaton fez com maestria e que é genial. Existe um humor mais de texto como o do Woody Allen, que também é genial. Tem até o humor que não é de dar risada, como o do Wes Anderson [risos]. Então é difícil dizer. Cada um desses sempre funciona quando é bem feito. Eu particularmente gosto de um humor de texto que trabalhe um pouco com o absurdo. Todo mundo que trabalha com humor fala isso, mas o que eu mais gosto é o Monthy Phyton, que tem esse texto genial mas que eles sempre levaram cada vez mais para o absurdo. Mas a princípio eu não descartaria nenhum tipo de humor.
"Muitas vezes o humor te pega de calça curta. A surpresa também é o riso. Às vezes você vai rir de alguma coisa e depois vai pensar que não deveria ter feito isso."
Você também trabalha com humor. Do que você procura se afastar quando está dirigindo comédias?
Cara, fazer comédia é um negócio meio sério [gargalhadas]. Eu percebo a contradição: comédia é para fazer as pessoas rirem. Mas tem que ter um pouco de tato. Um humorista precisa testar as piadas com diferentes tipos de público. Você pode sim trabalhar com temas que são delicados. Eu acho que não existe nenhum tema proibido no humor. Agora, você tem que se cercar de cuidados para poder trabalhar com determinados temas. Eu procuro primeiro fugir do óbvio. A piada óbvia é sempre a primeira a vir na cabeça. Você pode partir do óbvio, nunca chegar nele. Procuro também fugir ao máximo dos estereótipos que já estão muito cristalizados e que às vezes estão reproduzindo visões de mundo com as quais eu não concordo.
Então o importante não é o que se diz, mas como se diz...
Exato. O humor tem esse trabalho - que não é nem um pouco engraçado - que é ficar dissecando piadas para ver onde elas estão chegando. Quando você coloca uma piada em um filme ou uma série, esse trabalho não aparece. Mas atrás de cada piada tem que haver esse trabalho de ver, rever, refazer e reescrever até chegar em uma coisa engraçada, que não é óbvia e que quebra alguma noção de estereótipo.
"O que eu acho é que tem setores da sociedade que são mais organizados que outros. Então parece que fazer piada de anão é menos ofensivo do que fazer piada com negros. Mas a verdade é que os negros são um grupo muito melhor organizados historicamente do que o grupo dos anões. É só isso."
Essa discussão sobre os limites no humor acaba se resumindo em uma batalha entre as pessoas que acreditam que o humor quebra preconceitos contra as que acreditam que o humor reforça o preconceito. Qual dos dois lados está certo?
O Laerte fala muito bem sobre isso. Ele diz que o humor é uma linguagem como qualquer outra. E a linguagem em si não diz nada. Tudo depende de quem está falando. O que eu acho importante é mostrar que não estamos pregando um tipo de humor. Não estamos falando que o humor tem que quebrar com o preconceito. Eu não acho que o humor tenha que fazer nada. Você que está fazendo a piada é que tem que saber o que você está falando ou deixando de falar. Esse é o ponto. Esse papo recorrente de que existe humor neutro é absurda, porque não existe discurso neutro. E o filme quer mostrar um pouco isso: que as piadas que estão mais naturalizadas não são em si naturais. Tudo isso é uma construção e depende da posição do artista. O importante, ao meu ver, é que o artista se posicione. Não pode também se montar nesse discurso de neutralidade. Isso é a pura ingenuidade.
Você acha que tem algum grupo que é alvo de piadas e que as pessoas protegem mais do que outros?
O que eu acho é que tem setores da sociedade que são mais organizados que outros. Então parece que fazer piada de anão é menos ofensivo do que fazer piada com negros. Mas a verdade é que os negros são um grupo muito melhor organizados historicamente do que o grupo dos anões. É só isso. Mas eu não acho que esses estereótipos não devam ser usados. Eles podem ser usados até de maneira muito positiva, justamente para ridicularizar o preconceito em si. Tem humoristas brilhantes que se utilizam muito de estereótipos como o Bill Hicks ou o Louis CK. Eles são caras que jogam com essas ideias de estereótipos e que invertem totalmente a noção de preconceito. Outra coisa que o Laerte disse na gravação do filme é que sempre vai haver alguém ofendido quando se faz uma piada. A questão é como a gente negocia essa ofensa historicamente.
"Sempre vai haver alguém ofendido quando se faz uma piada. A questão é como a gente negocia essa ofensa historicamente" - Laerte
O que também esbarra na organização social das minorias...Em determinado momento, tal grupo histórico pode estar mais ou menos organizado, o que muda o quanto você pode falar desse grupo. Por exemplo: hoje em dia, fazer piada de judeu é muito complicado. Mas 50 anos atrás era banal fazer piada com judeus por mais pesada que essa piada fosse. Então se construiu uma questão que impediu as pessoas de fazer esse tipo de piada. Mas é tudo uma construção e só depende do tempo.
Você já achou graça em alguma piada que seja preconceituosa e depois se sentiu mal com isso?
Não consigo pensar em nenhum caso específico, mas com certeza já aconteceu [risos]. Tem até aquela situação do riso nervoso, mas já ri sim. Você pode rir de alguma tragédia e de alguma desgraça, tem até um tipo inteiro de humor baseado nisso. Muitas vezes o humor te pega de calça curta. A surpresa também é o riso. Às vezes você vai rir de alguma coisa e depois vai pensar que não deveria ter feito isso.
"A gente ri e isso faz parte da vida. Mas a gente também pensa sobre coisas. A culpa é um sentimento castrador. Não precisa se culpar, basta refletir."
Como curtir humor sem sentir culpa?
Aí é que está: se a gente fica no campo da culpa, talvez a discussão fique um pouco pequena. Você está sempre revendo sua postura diante da vida, ou ao menos deveria [risos]. Então você vai rir de alguma coisa em determinado momento e que depois você não vai achar mais graça. Outras coisas você não achava engraçado antes e agora acha. Esse é até um dos objetivos do filme. Não é pra ninguém ficar sentindo culpa porque riu de alguma coisa. Mais jovem, eu ria muito de piada de gay. Hoje em dia, já tendo pensado sobre isso, eu realmente não acho mais graça. Você faz essa elaboração na sua cabeça e a partir daí você passa a não achar mais engraçado. A ideia do filme é mostrar isso: gente, tudo bem. A gente ri e isso faz parte da vida. Mas a gente também pensa sobre coisas. A culpa é um sentimento castrador. Não precisa se culpar, basta refletir.
Veja o filme na íntegra no player abaixo.

4 de dezembro de 2012

Cursos e cursos!

E depois de um looongo sono de beleza, eis que estou de volta! 

Bom, graças a uma bela fratura no tornozelo, estou com o pé imobilizado e há um mês, e esperando uma cirurgia. também estou desempregada, e graças a essa conjuntura eu consegui terminar o TCC. Agora pretendo ficar os próximos dois meses terminando o espanhol e o técnico de secretariado, assim eu estarei mais updated prá procurar emprego quando conseguir pisar no chão de novo...

Pitangas à parte, bora usar este blog para aquilo que me propus há tanto tempo atrás. Agora que estou uma desocupada, posso voltar a escrevinhar... e PRECISO! Quero listar uma lista de desejos aqui... de cursos. Pois é, assim que eu terminar esses cursos "de CV", queria muito fazer uns cursos por lazer mesmo... porque eu gosto de tanta coisa, tenho prazer em fazer umas coisas meio nada a ver com meu trabalho, que me fazem muita falta...

1)Dança de salão.

Bom, eu sempre amei dançar... fiz ballet clássico dos 11 aos 16 anos, e só parei porque tinha chegado num estágio meio crítico... aquele em que vc é colocado na parede prá decidir se vai seguir carreira ou não. E eu decidi que não queria isso profissionalmente.

Desde então senti muita falta da dança... e como eu sempre fui péssima em dança a dois e o Gam e eu amamos samba, sempre tivemos vontade de aprender dança de salão. Acho que será o primeiro curso que vou me permitir fazer antes do casamento justamente por causa da festa... o resto vai ficar prá depois que casarmos por causa de grana...

Fazendo palhaçada no aniversário da minha irmã: será que eu tô sentindo falta de dançar?




2)Corte e costura.

Isso mesmo... já comprei até a Singer! Paguei uma nota e ainda não sei nem ligar a bicha. Tenho vontade de fazer por dois motivos: porque acho um ABSURDO pagar 40,00 prá fazer barra em calças. Acho que todo mundo deveria ter em casa uma máquina para pequenos ajustes... ninguém merece deixar os tubos na costureira com coisas tão simples... Segundo porque eu gosto de adaptar minhas roupas, e sempre coloquei minha mãe prá fazer isso. Acho que tá mais que na hora de eu mesma começar a fazer essas coisas...

Abicha costura até 5 camadas de jeans, profissa... mas e daí, se nem sei ligá-la?


3)Desenho

Comecei a desenhar na adolescência. Olha, eu não sou uma desenhista nata, mas AMO desenho artístico. Recentemente voltei a desenhar por conta própria e quando me meti a procurar materiais vi que eu não sei usar muita coisa... Quero fazer um curso por isso mesmo, para aprender as técnicas de todos os materiais... Até chegar na pintura... 

Mamãe Oxum, minha mãe... Meu primeiro desenho em mais de dez anos sem rabiscar 

4)Maquiagem

Prá mim não tem segredo nenhum... eu consigo fazer qualquer maquiagem que der na telha, aprendi na raça, na boa velha técnica de observação e tentativa e erro ... Mas queria fazer um SENAC da vida só prá me atualizar no que tá na crista da onda por aí...

Minha última maquiagem antes de arrebentar o tornozelo


5)Decoração e arranjos florais

AMO esse treco de decorar... e muita gente diz que eu tenho dom prá isso e tal, mas e daí? Eu faço tudo por pura intuição, queria ter uma noção mais profissional da coisa. Já inclusive aprendi fazer arranjos florais (na raça também). Adoro decorar festas também, e faço isso com o maior prazer do mundo.

Mesa que fiz para o casamento da minha cunhada


Bom, é isso...Deu prá perceber que meu negócio é com as artes, né? Maior legal tudo isso, espero poder realizar esses sonhos em vida!

Fuuui!

18 de agosto de 2010

Almeida Júnior + Pinacoteca + TDA

Eu prometi a mim mesma que iria postar uma vez por semana, mas tá difícil. A minha ansiedade tá no seu ápice, e minha cabeça um verdadeiro inferno astral.

Eu não tô suportando nem ouvir a voz das pessoas, dá vontade de sair socando todo mundo. É praticamente uma TPM constante...

Hoje estou mais tranquila... tanto que consegui começar (pela milésima vez) a dieta. Esse impulso inicial eu tô tentando ter há meses. Mais tarde vou ver o preço do anseolítico que a endócrino receitou, e no mês que vem tem psiquatra prá ver esse lance de TDA + compulsão alimentar. Provavelmente vou entrar na sibutramina de novo, vamos ver...

Tive que tomar uma decisão drástica prá não me ferrar na facul lá pro fim do semestre. Nesta semana não vou prá aula. Vou prá casa ler os textos que já estão atrasados. É o único jeito de voltar à vibe dos estudos... eu me conheço. E sei que prá me domar, só com pulso firme. E depois de 15 dias enrolando, tomei a decisão.

Bem, entrando logo no assunto do Almeida Júnior... Eu tava lembrando ontem dos saudosos tempos do colégio, onde minha irmã e eu nos divertíamos aos fins-de-semana em museus e teatros. O museu que eu mais gostava era a Pinacoteca. Talvez por ser o primeiro que conheci de fato. E de ser fácil de chegar, rsrs.


Pinacoteca - visão do Parque da Luz.


Tem também uma história muito louca com esse lugar. Na adolescência, eu gostava de desenhar, e sempre gostei muito da pintura realista. Até hoje eu ainda acho a vertente mais legal. Até porque foi o realismo que originou as técnicas de pintura ocidental.

Bom, eu lembro que uma vez, na Praia Grande, tinha um calendário com pinturas lá no apartamento da minha tia, com telas brasileiras. E não sei em qual mês tinha uma tela do Almeida Júnior, chamada Saudade.



Saudade, 1899.

Eu lembro que achei o quadro incrível. Tem uma lágrima que escorre do rosto da moça que parece de verdade... A iluminação do ambiente é tão perfeita, que dá de mil em qualquer filme 3D. É como se estivéssemos sentados em um banquinho dentro deste casebre, olhando prá ela, participando do momento triste. Nas mãos, ela segura um passaporte, o que nos deixa pensando qual o enredo de sua história. Qual trama a fez separar-se de alguém que ama...

Enfim, eu me apaixonei pelo Almeida Júnior. E foi na Pinacoteca que eu pude ver de perto (e tantas vezes) essa tela. E em todas as vezes me emocionava. A tela é imensa, deve ter uns 1,80 de altura. Demais!

O mais legal do Almeida Júnior é que, ao contrário do "mainstream" do realismo adacemicista, que retratava exclusivamente as elites, ele inovou ao retratar cenas do cotidiano do caipira brasileiro. Lembrando que ele mesmo nasceu no interior de São Paulo, na cidade de Itu.

Caipira Picando Fumo, 1893.

O Violeiro, 1899.
Auro-retrato, 1878.

É impressionante... parece foto mesmo. Numa boa, eu entendo que o pós-modernismo, por exemplo, tem uma proposta imensa por trás das telas... mas eu fico olhando uns "rabiscos" pós-modernistas e fico pensando: "será que alguém, hoje em dia, ainda é capaz de pintar como os caras do realismo?"

Para mais informações, acesse: