terça-feira, 29 de janeiro de 2008

ADIVINHA



O! nb-qUALQUER SEMELHANÇA COM A FOTO PUBLICADA NÃO É MAIS QUE COINCIDÊNCIA.

o poema é daautoria de BOCAGE
Ah, grande Bocage!!


Baixa, de olhos ruins, amarelenta,
Usando só de raiva e de impostura,
Triste de facha, o mesmo de figura,
Um mar de fel, malvada e quezilenta;

Arzinho confrangido que atormenta,
Sempre infeliz e de má catadura,
Mui perto de perder a compostura,
É cruel, mentirosa e rabugenta.

Rosto fechado, o gesto de fuinha,
Voz de lamento e ar de coitadinha,
Com pinta de raposa assustadinha,
É só veneno, a ditadorazinha.

Se não sabes quem é, dou-te uma pista:
Prepotente, mui gélida e sinistra,
Amarga, matreira e intriguista,
Abusa do poder... e é MINISTRA.


QUEM É?
















O grande poeta Bocage mais actual que nunca!
Ah, grande Bocage!!


Baixa, de olhos ruins, amarelenta,
Usando só de raiva e de impostura,
Triste de facha, o mesmo de figura,
Um mar de fel, malvada e quezilenta;

Arzinho confrangido que atormenta,
Sempre infeliz e de má catadura,
Mui perto de perder a compostura,
É cruel, mentirosa e rabugenta.

Rosto fechado, o gesto de fuinha,
Voz de lamento e ar de coitadinha,
Com pinta de raposa assustadinha,
É só veneno, a ditadorazinha.

Se não sabes quem é, dou-te uma pista:
Prepotente, mui gélida e sinistra,
Amarga, matreira e intriguista,
Abusa do poder... e é MINISTRA.


QUEM É?

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008


De: Bernardino
Data: 25-01-2008 18:24:47
Cc: nunoman@gmail.com
Assunto: FW: O PROBLEMA DO SELO...



Assunto: O PROBLEMA DO SELO...



Sócrates queria um selo com a sua foto para deixar para a posteridade o seu mandato no Governo deste país que está de tanga. Os selos são criados, impressos e vendidos. O nosso PM fica radiante! Mas em poucos dias ele fica furioso ao ouvir reclamações de que o selo não adere aos envelopes.
O Primeiro-ministro convoca os responsáveis e ordena que investiguem o assunto. Eles pesquisam as agências dos Correios de todo o país e relatam o problema.
O relatório diz: "Não há nada de errado com a qualidade dos selos. O problema é que o povo está a cuspir no lado errado."
NB-TENDO VISTO ISTO O pm MANDOU SUBSTITUIR A SUA FOTO PELA DA MINISTRA DA EDUCAÇÃO...








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Visualização dos anexos:


3eaf7751.jpg
A Educação, a bateria e a especialização
Ao contrário da Economia, da Justiça ou da Saúde, em que são habitualmente
chamados a pronunciar-se os profissionais da área respectiva, na
Educação todos se sentem habilitados a dar palpites sobre o sector e sobre as
reformas que são ou não necessárias. Cada vez mais, o estatuto da Educação
se assemelha ao do futebol: como toda gente deu pontapés na bola na infância
e na adolescência, acha que domina a arte de colocar a bola no fundo da baliza.
Na Educação, também todos passámos pelos bancos da escola e/ou somos
pais e, por isso, nos sentimos habilitados a dar palpites sobre Educação e a
fazer os mais definitivos diagnósticos sobre o sector.
Basta ligar a televisão ou um qualquer jornal, para vermos políticos,
economistas, psicólogos, psiquiatras, advogados, jornalistas ou fabricantes de
garrafas a pronunciarem-se de cátedra sobre o assunto. E aqui reside o principal
erro que se comete em Portugal em matéria de Educação. Há a ideia generalizada
de que este não é uma matéria que exija especialização. Contudo,
qualquer professor consciente sabe que, pelo contrário, é um sector que exige
uma enorme especialização e experiência.
Há muitos anos atrás, quando um grupo de adolescentes queria formar
uma banda de garagem, quem ficava a tocar bateria era quem não sabia tocar
nenhum outro instrumento. Hoje a bateria é motivo de teses de mestrado, mas
numa época de pouco conhecimento considerava-se que qualquer pessoa
era capaz de dar umas batidas nos pratos. Na política portuguesa também é
assim: para ministro da Justiça escolhe-se um advogado ou um juiz, para a
pasta da Economia escolhe-se um economista, para a pasta da Saúde vai um
médico ou professor de Saúde Pública. Para a Educação, vai qualquer um. Não
é necessário nem especialização nem o conhecimento do sector. Extraordinário!
Ninguém se lembraria de escolher um veterinário para ministro das
Finanças, mas toda a gente achou natural que a economista Manuela Ferreira
Leite ascendesse à pasta da Educação. Também toda a gente achou normal
que os engenheiros mecânicos Couto dos Santos e Marçal Grilo (este com
algum contacto com o sector) passassem a inquilinos do prédio da 5 de Outubro.
Ou que David Justino, autarca e professor do ensino superior, ocupasse as
mesmas funções.
Nada mais pacífico, por isso, que Santana Lopes tivesse convidado uma
especialista de telecomunicações para o cargo, com os resultados trágicos que
se conhecem. Posto isto, quem se admiraria ao ver José Sócrates convidar
uma professora de Sociologia, sem qualquer currículo conhecido na área do
ensino básico ou secundário para o cargo? Aliás, parece que todas as profissões
dão excelentes currículos para ministro da Educação, excepto uma: a de
professor dos ciclos de ensino respectivos!
Quando foi conhecido o nome de Maria de Lurdes Rodrigues para a pasta
da Educação, todos se interrogaram quem seria a nova titular, uma vez que
ninguém a conhecia. Além de algumas obras publicadas, que nada tinham a
ver com o ensino secundário, sabia-se que era presidente do Observatório das
Ciências em Portugal. Contudo, logo os jornalistas descobriram uma "qualidade"
na nova ministra que a qualificava para o cargo: era conhecido o seu mau
feitio. Não demorou muito a que os portugueses demorassem a descobrir que
o critério "mau feitio" era extensivo aos seus secretários de Estado. Um critério,
no mínimo estranho, numa pasta que envolve milhões de pessoas e em
que a capacidade de comunicação deveria ser prioritária.
Existem quase 150 mil professores em Portugal a trabalhar no ensino
básico e secundário, mas, ao que parece, nenhum sabe suficientemente de
educação para desempenhar o cargo. É caso para perguntar o que fazem estes
milhares de professores durante dias, meses, anos ou décadas de profissão. Se
dia após dia, não se estão a especializar em Educação, então o que estão a
fazer?
Aprender a fazer horários, conciliando uma complexidade de factores,
não é especialização? Dirigir uma escola não é especialização? Gerir uma turma
de alunos desestruturados não é especialização? Contudo, parece que em
Portugal, todo este conhecimento fundamental não habilita nenhum dos profissionais
de Educação a dirigir o ministério respectivo. Extraordinário!
Ao invés, parece que o que habilita alguém para o cargo é nunca ter
dado uma aula na vida no sector que vai dirigir! Ou que não faça a mínima
ideia do que sejam as dinâmicas dentro de uma sala de aula. Não será esta
sistemática ostracização dos professores, afinal, uma falta de consideração da
classe política para com os profissionais de Educação deste País?
Como se pode conceber que conhecer o sistema por dentro nada valha
para a classe política? Como se admite que, se não me falha a memória, nem
um único professor tenha sido convidado para ocupar o cargo de ministro ou
de secretário de Estado neste País nas últimas décadas? Será que aos professores
do ensino básico e secundário está reservado o estatuto de menoridade
mental e profissional, apesar das provas de bom senso que revelam todos os
dias?
Com o devido respeito, enquanto cidadão, considero que os professores têm
cumprido incomparavelmente melhor as suas funções do que a classe política.
Se alguma dúvida houvesse, bastaria ver o estado em que encontra este País.
Por outro lado, convém lembrar que a responsabilidade das políticas educativas
erráticas e inconsequentes é da classe política, não dos docentes, que
apenas as executam
As estatísticas e o sucesso educativo
Os portugueses têm assistido, com alguma perplexidade, às queixas da senhora
ministra da Educação sobre as taxas de insucesso e abandono escolar. Afinal,
a um ministro da República não se pede que se queixe, mas que resolva
os problemas. Para isso tem, primeiro, de conhecer a realidade. Contudo, os
argumentos que a senhora ministra e os seus secretários de Estado têm trazido
para a comunicação social mais não revelam que um profundo desconhecimento
do trabalho produzido nas escolas.
As questões são simples e quem está no terreno conhece as soluções há
muitos anos. O entendimento entre os professores não é difícil e, regra geral
há consenso sobre a forma de resolver os problemas. Aliás, os profissionais,
seja qual for o ramo de actividade, conhecem sempre muito bem os problemas
da sua área de actuação e, por isso, as soluções também são geralmente consensuais.
As dificuldades surgem quando aparecem políticos, que não conhecem
a verdadeira dimensão dos problemas, a Governar sectores que não
dominam. O resultado traduz-se invariavelmente em contestação dos profissionais
em causa e medidas avulsas e inconsequentes.
Há anos que os professores deitam as mãos à cabeça com as medidas
apresentadas pelos sucessivos governos, cada uma pior que a outra. Com a
sua proverbial paciência, professores e conselhos executivos tentam implementar
o que, muitas vezes, não tem qualquer viabilidade ou aderência à realidade.
Se a autonomia das escolas lhes permitisse rejeitar muitas das directivas
absurdas que lhes chegam anualmente, por certo, muito dinheiro pouparia
o País e muita eficácia ganhariam as escolas.
Mas vamos às queixas da senhora ministra. Para responder a estes
questões, não precisamos de comissões de sábios ou de espertos (tradução
livre do Inglês), qualquer professor esclarecido conhece as soluções. Porque é
que os alunos não completam o 12º ano? A resposta é curta e simples: o elevado
grau de abstracção dos actuais programas do 12º ano não é compatível
com o perfil de uma parte significativa da população escolar.
O problema não está nos alunos nem nos professores nem nos pais nem
sequer no sistema de ensino, mas nos programas, que foram criados com a
função de preencher anos pré-universitários. Ora, quem não tem perfil universitário
- e são muitos - também não tem perfil para frequentar o actual 12º
ano. Se o País quer que a generalidade dos alunos completem o 12º ano tem
de lhes propor outras competências, de menor abstracção e complexidade,
seja através de cursos profissionais ou outros. E ponto final.
Volto à questão da necessidade de especialização da escola. O Ministério
da Educação olha para a população escolar como uma massa uniforme e, por
norma, propõe soluções universais para problemas bem distintos. Erro crasso.
Já dizia, Descartes que os problemas complexos se devem decompor em problemas
simples, para que se possam resolver.
Ora, com a democratização do ensino, toda a população jovem passou a ter
acesso à escola. E com ela chegaram novos problemas às escolas que exigiriam
soluções diferenciadas. Contudo, o Ministério da Educação continua a
comportar-se como se a população escolar tivesse a mesma homogeneidade
de há 30 anos. Não tem. A população escolar de hoje é altamente heterogénea,
uma consequência da universalidade do ensino.
Os três nós górdios do ensino secundário
1) O atraso mental ligeiro
Numa linguagem simplificada, eu diria que há três tipos de novos utentes
que acederam à escola nas últimas duas ou três décadas e que têm sido
ignorados pela classe política. Uma dessas classes, de que nunca se fala, é a
população escolar menos favorecida intelectualmente. Não há que ter pudor ou
vergonha em falar no assunto, eles existem, há que assumir essa realidade.
Há 30 anos, não passavam do 1º ciclo, hoje frequentam o terceiro ciclo e pretende-
se que cumpram no futuro 12 anos de escolaridade.
A população escolar não deve ser dividida numa grande maioria, inteligente,
e numa pequena minoria, deficiente. Não. Há uma fatia intermédia da
população escolar que, não sendo considerada deficiente, possui, no entanto, o
que definiria, ainda que sem rigor científico, como grau de atraso mental ligeiro.
Todavia, não é politicamente correcto admitir que existem alunos intelectualmente
limitados, todos preferem assobiar para o lado e fingir que o problema
não existe.
Por certo, até hoje nenhum ministro da Educação se lembrou de pedir o
perfil da população escolar em termos de Quociente de Inteligência (QI). Seria
um exercício interessante confrontar esses resultados com as exigências dos
programas escolares. Ora, o Ministério da Educação continua a exigir a estes
jovens menos dotados intelectualmente aquilo a que eles não conseguem corresponder.
Numa estimativa meramente empírica, baseado na minha própria
experiência de professor, diria que esta população não andará longe dos 10%,
o que, concordemos, é um número muito significativo.
Na minha opinião, há que olhar para este problema de forma integrada
pois os cursos profissionais apenas o resolverá em parte. Não esqueçamos
que, num mundo globalizado, cada vez se exige mais dos profissionais, seja
qual for a área. E hoje, exige-se muito a um electricista, um jardineiro ou um
mecânico, bem mais do que estes alunos poderão eventualmente dar.
Por isso, mesmo depois de formados, dificilmente estes jovens poderão
competir de igual para igual no mercado de trabalho. As limitações intelectuais
não desaparecem só porque frequentaram cursos de formação e, por isso,
seria importante que o Governo criasse bolsas de trabalho protegidas, quer no
Estado quer no sector privado, através de protocolos com as empresas.
Não entendo, por exemplo, porque é que pessoas com QI médio ocupam
postos de trabalho no sector da limpeza, quando este, por ser menos exigente,
deveria ser um sector de mercado de trabalho protegido dirigido para
pessoas de QI baixo, que dificilmente conseguirão emprego estável noutras
áreas. O que a sociedade não pode é marginalizar estes jovens nem deixar de
lhes oferecer uma colocação profissional compatível com as suas limitações
intelectuais. E ao ignorar as suas limitações, o Estado está a empurrar involuntariamente
estes jovens para a marginalidade social.
2- a) O mundo das famílias desestruturadas
O segundo tipo de utente que tem acedido à escola nas últimas décadas
é o das chamadas famílias desestruturadas. Antes de 25 de Abril de 1974,
estes jovens eram perseguidos e marginalizados pelos próprios professores,
seguindo as directrizes e as práticas do Ministério da Educação. Se não eram
expulsos, eram tão maltratados que acabavam por abandonar as escolas na
primeira oportunidade.
Contudo, hoje fazem parte da população escolar e, reconheça-se, de
pleno direito. No entanto, mais uma vez, o Ministério da Educação não os
reconhece como segmento de população escolar diferenciado e remete a solução
dos problemas que causam no normal desenrolar da vida escolar para as
escolas, sem os correspondentes meios.
Aqui, as soluções para a resolução deste problema dividem-se. A Alemanha
decidiu criar escolas de nível regular, médio e máximo e dar aos pais a
opção de escolherem a escola dos seus filhos. A formação dos professores, ao
que me informaram, também é diferenciada: os das escolas regulares têm
competências reforçadas ao nível do comportamento e integração social e os
das outras escolas ao nível científico. Confesso que me inclino, cada vez mais,
para esta opção porque é a que mais atenção dá aos diversos públicos-alvo.
A outra opção passa por manter a actual heterogeneidade das turmas. Contudo,
também aqui há limites inultrapassáveis, como o número de alunos problemáticos
a nível de comportamento por turma. Por norma, um professor
consegue gerir satisfatoriamente uma turma com um ou dois alunos problemáticos,
mas jamais conseguirá gerir com sucesso turmas com 10 ou 15 alunos
problemáticos. Neste caso, o rendimento escolar fica irremediavelmente comprometido.
Bem pode o professor "fazer o pino", pois em Educação não há
milagres.
Ora, hoje em dia o Ministério da Educação impõe que as turmas só possam
ser desdobradas se tiverem mais de 30 alunos, exceptuando se tiverem
alunos com algum tipo de deficiência. Ora, os alunos desestruturados não são
deficientes e, por isso, hoje há turmas com 10 ou 15 alunos problemáticos
integrados em turmas de 30 alunos. O resultado só pode ser trágico, quer para
os alunos problemáticos, que não têm a atenção que lhes é devida, quer para
os restantes, que não conseguem aprender o que deviam. Obviamente, a culpa
aqui não é dos professores, mas das regras absurdas impostas pelo Ministério
da Educação.
Ainda nesta opção, é absolutamente indispensável que a indisciplina
orgânica não se torne norma na aula. A sala de aula é um local de trabalho,
não o prolongamento do recreio. Contudo, cada vez é mais difícil distinguir o
recreio da sala de aula. Ou é o auscultador que o aluno coloca mais ou menos
discretamente no ouvido, ou é o telemóvel, ou o caderno e o livro que não são
trazidos para a aula, ou a conversa irreverente com o parceiro do lado enquanto
o professor tenta explicar a matéria, tudo isto perturba enormemente uma
aula e reduz drasticamente a aprendizagem.
Ora, esta indisciplina orgânica deve ser muito mais penalizadora para o
aluno do que é actualmente. A solução, do meu ponto de vista, passa por criar
um núcleo disciplinar dentro de cada escola. Se um aluno desrespeita sistematicamente
as regras de comportamento na sala de aula, deve ser obrigado a
sair, mas não para regressar 10 ou 15 minutos depois à aula seguinte, continuando
a ter o mesmo comportamento. Alguém que é expulso de uma aula
por mau comportamento deveria ficar até ao final do horário escolar numa sala
disciplinar, acompanhado por dois professores, com o perfil adequado para o
efeito. Isto já é feito, com êxito, em escolas americanas.
Outra medida poderia passar pela mudança compulsiva de turma ou até, de
estabelecimento de ensino, bastando para tal uma avaliação negativa do comportamento
do aluno, devidamente fundamentada, por parte do conselho de
turma. Só assim, o combate à indisciplina será suficientemente dissuasor. O
actual modelo do processo disciplinar, burocrático, interminável e permissivo,
não tem qualquer eficácia e deveria ser reservado apenas a casos de violência,
física ou verbal. Muitas vezes, quando chega ao fim o processo disciplinar, já
acabou o ano lectivo. E, na maior parte das vezes, a pena é tão simbólica que
põe o sistema a ridículo.
2-b) A violência na escola
Ainda dentro do capítulo das famílias desestruturadas, é preciso considerar
o caso-limite da violência nas escolas, que afecta, sobretudo, a periferia
das grandes cidades. O Ministério da Educação não pode remeter o problema
para as escolas, lavando daí as suas mãos como Pilatos. Pior ainda quando
decide acusar de incompetência os professores e as escolas em dificuldade,
com o extraordinário argumento de que há escolas que têm êxito em situações
idênticas.
Aliás, nos célebres vídeos da RTP, a estratégia do secretário de Estado
passou (surpresa!) por tentar culpabilizar os professores em causa pela violência
nas aulas, quando se percebe claramente que há naqueles alunos uma
agressividade perfeitamente anormal que exigiria um apoio especializado
acrescido àquelas escolas. Aliás, esta é a estratégia recorrente dos responsáveis
do Ministério da Educação: quando algo não está bem, a culpa é invariavelmente
dos professores. É a visão simplex da Educação.
No caso dos vídeos na RTP, seria previsível que os responsáveis do ME
tomassem medidas para resolver os problemas de violência nas escolas. Todavia,
logo surgiu a notícia de que o Ministério iria tentar acusar a direcção das
escolas de violação do direito de imagem, apesar de ninguém ser identificado
na reportagem. Fantástico!
3- O problema da motivação
Um terceiro grupo problemático é o dos alunos que, devido a problemas de
motivação ou bloqueios emocionais não conseguem ter um rendimento escolar
normal. Muitas vezes, falta de motivação e de resultados não implica mau
comportamento nas aulas. Muitos factores podem estar associados a estes
problemas. Um deles é conhecido como hiperactividade ou défice de atenção.
Segundo o pedopsiquiatra Nuno Lobo Antunes, 7,5% da população escolar tem
este problema. Numa escola de 1300 alunos, 100 alunos sofrerão assim deste
problema. Uma multidão.
E qual é a resposta do Ministério da Educação para este problema, que
exige tratamento médico especializado? A informação que tenho é que a única
consulta do Estado na região, localizada no Hospital de Leiria, tem uma lista de
espera de 7 meses... No sector privado, uma consulta da especialidade pode
chegar aos 100 euros, bem longe do alcance da maioria dos pais.
Diante deste cenário, que razão tem a senhora ministra da Educação
para se queixar dos maus resultados escolares dos alunos? Além destes, existem
muitos outros problemas de saúde que explicam o baixo rendimento dos
alunos, como dislexia, problemas de visão, audição, etc., muito mais frequentes
do que se pode imaginar e que dificilmente os professores conseguem
detectar.
Ainda relativamente à motivação, que soluções propõe o Ministério da
Educação para os inúmeros casos de falta de acompanhamento dos alunos por
parte dos pais? É um erro de palmatória pensar que os professores podem
substituir os pais no acompanhamento parental. Com 5 ou 6 turmas de 25 a
30 alunos e horários rígidos, perfazendo 100 a 150 alunos a seu cargo diariamente,
os professores não têm nem tempo nem vocação para fazer esse
acompanhamento. O resto não passa de fantasias delirantes. Ponto final.
A "solução" do Ministério da Educação de alargar os horários escolares
para permitir o melhor acompanhamento desses alunos dificilmente terá qualquer
eficácia. Primeiro, porque não é em 45 minutos ou mesmo 90 minutos
que se consegue dar o mínimo de acompanhamento parental a grupos de 5, 10
ou 15 alunos. Em segundo lugar, mais horas num horário escolar já sobrecarregado
soa como um castigo extra para os alunos, que, ao fim do dia, já estão
cansados e stressados e só querem ir para casa descansar.
Outra medida inconsequente são as chamadas aulas de substituição. Se
elas são compreensíveis no 1º ou 2º ciclo, dada a tenra idade dos alunos, que
exige uma supervisão apertada, o mesmo não acontece no 3º ciclo e no ensino
secundário, onde os alunos já dispõem de razoável autonomia. O argumento
da senhora ministra de que se os alunos não estiverem na sala de aula andam
pelos cafés a embebedarem-se não colhe.
Em primeiro lugar, se as escolas não estão vedadas, é obrigação do
Ministério da Educação fazê-lo. Os alunos devem permanecer no espaço escolar
durante o tempo do horário escolar. E a esmagadora maioria dos alunos
portugueses não são bêbados nem toxicodependentes, são jovens que precisam
de brincar e de socializar, coisa que sempre fizeram de forma saudável.
Com esta medida, a senhora ministra impede os alunos de o fazer no recreio.
A consequência é que transformam o espaço da sala de aula, que deveria ser
sagrado e reservado ao estudo, no recreio. Os resultados desta medida em
termos de cultura escolar são, obviamente, catastróficos.
As medidas piedosas e populistas do Ministério da Educação, que podem
parecer óptimas para pais e leigos na matéria, traduzem-se afinal em mais
custos para os contribuintes e resultados nulos. Este é mais um exemplo de
que a Educação precisa de especialização e que os especialistas deste sector
não são gestores, sociólogos ou engenheiros mecânicos, mas professores.
E, já agora, qual é a penalização (ou incentivo) para os pais que nem sequer
vão à escola quando são solicitados? Será que o sucesso educativo não passa
pela responsabilização de todos os intervenientes no processo educativo? Muito
francamente, não me parece sério um discurso que só procura responsabilizar
uma das partes e se demite totalmente de responsabilizar os outros intervenientes
no processo. Ou será que o Ministério da Educação optou por afrontar
apenas os professores por serem apenas 150 mil e não tem coragem de responsabilizar
pais e alunos, por estes serem 3 ou 4 milhões?
A avaliação dos professores
a) Os "maus professores"
Em quase 20 anos de ensino, contam-se pelos dedos de uma mão os
comportamentos não responsáveis de professores que observei. Por isso, é
com perplexidade que ouço falar da necessidade de punir os "maus professores".
De que País estamos a falar: da Somália, do Sudão ou do Burkina Faso?!
Com certeza os professores são humanos, terão seguramente personalidades
muito diferentes, qualidades e defeitos, mas, se há classe que me merece confiança,
é a dos professores.
De resto, numa profissão sujeito ao escrutínio de tanta gente, dificilmente
algum professor não cumprirá as suas obrigações. Qualquer aluno,
encarregado de educação ou professor se pode queixar ao conselho executivo
da escola e todas as queixas são tidas em conta, consideradas e dado o devido
encaminhamento. Os casos poderão depois ser passados à inspecção que os
analisa a pente fino e, mesmo assim, raras são as condenações de professores.
Só quem não percebe nada do que são as escolas portuguesas - e muitos
são, incluindo a maioria dos jornalistas - consegue acreditar na fantástica
tese de que o problema do ensino secundário reside na qualidade dos professores.
Lembro que a quase totalidade dos professores são pessoas formadas e,
como já sublinhei, têm de dar diariamente provas de bom senso. Na verdade,
o que falta nas escolas são regras eficazes a todos os níveis e flexibilidade na
gestão.
Por isso, é lamentável que a campanha de difamação dos professores
parta precisamente dos responsáveis do Ministério da Educação. E mais lamentável
ainda é que num dia lancem lama sobre a classe, para logo no dia
seguinte virem dizer que não era bem assim, e que a culpa é do jornalista que
deu a notícia. A senhora ministra acusou os professores de só se preocuparem
com as boas turmas e de as colocarem de manhã para os funcionários da escola
colocarem lá os seus filhos. Ora, isto é uma acusação claríssima de corrupção.
Em quase 20 anos de profissão, nunca observei tal prática e, por isso,
considero que a senhora ministra difamou os professores. Em primeiro lugar,
com a natalidade em queda, não me parece que os professores tenham assim
tantos filhos e menos ainda na escola onde leccionam. Da minha experiência,
cada escola talvez tenha em média dois ou três filhos de professores a estudar
na mesma escola enquanto há 20 ou 30 turmas por escola. Além disso, muitos
são os professores que têm os filhos a estudar noutras escolas, públicas ou
privadas.
Por aqui se vê que essa acusação não tem qualquer base de sustentação.
No entanto, a ser verdade esta prática nalguma escola, a obrigação da
senhora ministra era mandar a Inspecção averiguar, não lançar lama contra
uma classe profissional inteira.
Por outro lado, a comparação dos professores com os médicos é, uma
vez mais, reveladora do desconhecimento que a senhora ministra tem da profissão
docente no ensino secundário. A cura da doença dos pacientes só
depende do médico, mas a aprendizagem dos alunos não depende só do professor.
Só por desonestidade intelectual e/ou leviandade se podem comparar
situações tão distintas.
b) A avaliação fantasma dos pais
Os alunos não aprendem por um conjunto variado de factores, que já
atrás referi, e dos quais o Ministério da Educação é o principal responsável. Os
professores fazem o melhor que podem e sabem. De resto, a intenção persecutória
dos responsáveis do Ministério da Educação contra os professores e as
suspeitas públicas quanto ao seu profissionalismo são claras. A última afronta
é a proposta de Estatuto da Carreira Docente.
Com efeito, a proposta de avaliação dos professores por parte dos
encarregados de educação parte da suspeita não confessada de que os professores
não são responsáveis. Assim, os pais (supostamente cidadãos responsáveis)
controlariam os professores (supostamente profissionais irresponsáveis).
A medida, tão populista como perversa, mereceu a reprovação da maior parte
dos partidos, do Bloco de Esquerda ao CDS, e até da generalidade dos comentadores,
sempre tão benevolentes com os actuais responsáveis do 5 de Outubro.
A proposta não sobrevive ao mais rudimentar escrutínio. Primeiro, como
podem os pais avaliar professores, se nem sequer os conhecem? Por outro
lado, se não os conhecem, as informações em que se baseiam são transmitidas
pelos filhos, de 10, 13 ou 16 anos! Ora, que maturidade tem uma criança ou
adolescente para avaliar um professor?
Por outro lado, é preciso não esquecer que entre professor e aluno também
existe uma relação de poder. E deixar na mão de um adolescente o poder
de avaliar o educador é uma total perversão. O poder do educador não pode
ser diminuído pelo receio de uma revanche do aluno. No limite, uma turma de
marginais terá o professor na mão, porque se este os afrontar leva com uma
avaliação negativa e o seu salário será diminuído. Em termos de relação de
poder, é como se um juiz passasse a ser avaliado pelas pessoas que tem de
julgar! Um completo absurdo.
E nem a tentativa da senhora ministra de tentar fugir à questão, dizendo
que este é apenas um acto de avaliação, entre muitos outros, é minimamente
admissível. Não é por ter menos peso que a proposta se torna mais
séria ou aceitável! Além disso, um trabalhador não pode ver o seu desempenho
avaliado por factores subjectivos, de que nunca poderá recorrer, deve ser
avaliado em função de critérios objectivos. A avaliação profissional é uma coisa
séria, não pode ser uma lotaria.
A insinuação de que os professores não querem ser avaliados é outra
peça na campanha contra a classe que circula pelos média. A verdade é que os
professores já eram avaliados até aqui, dependendo a aprovação da frequência
de acções de formação e do cumprimento das tarefas atribuídas. É certo que o
processo de avaliação não era muito exigente, mas a responsabilidade é, naturalmente,
dos responsáveis do Ministério da Educação que aprovaram essa
legislação, não dos professores, que se limitaram a cumprir o estipulado.
c) O mito da falta de assiduidade
Faço aqui um parêntesis para abordar a questão da assiduidade, que
tem sido alvo de uma campanha demagógica contra a classe docente. Em primeiro
lugar, o ensino é uma profissão maioritariamente de mulheres. Ora, tradicionalmente,
quem cuida dos filhos quando estes estão doentes são as
mulheres, sem falar que mulheres engravidam e, por isso, também têm por
vezes de faltar por razões de saúde. Por isso, é natural que a assiduidade seja
menor entre os professores que noutras profissões. Qual é a alternativa? Querem
que as professoras deixem os seus filhos ao abandono?
Por outro lado, a falta de um professor tem uma repercussão social
ampliada. Quando um funcionário falta numa repartição o utente raramente dá
por isso. No caso dos professores, quando um deles falta um único dia, há 150
alunos que dão pela sua falta e que contam a 300 pais. No total, a falta de um
único professor é notada por quase meio milhar de pessoas.
Por outro lado, não entendo porque os professores não podem repor as
aulas em que têm de faltar. Bastaria que, para tal, fosse marcado no horário
escolar uma mancha para esse efeito. Aqui está um mecanismo de gestão que,
incompreensivelmente, não é utilizado e que poderia minorar bastante os efeitos
das ausências pontuais dos professores.
Por outro lado, é preciso entender que os professores têm horários
extremamente rígidos e a um simples atraso de 5 minutos, devido a trânsito
intenso ou outro motivo imprevisto, pode corresponder uma falta de um dia
inteiro, se essa for a única aula do dia, ou, no mínimo, a ¼ de dia de falta.
Quantos profissionais deste País têm penalizações tão gravosas, embora compreensíveis,
por atrasos de 5 minutos?
Além disso, é uma profissão muito exigente em termos de cansaço e desgaste
psíquico. Um dia inteiro a lidar com adolescentes irreverentes é uma tarefa
duríssima, sobretudo, quando se tem de lidar com turmas problemáticas, sem
falar no trabalho que os professores levam para casa. Por isso, por vezes,
quando um professor está "de rastos", nada mais lhe resta que parar um dia,
mesmo perdendo um dia de férias, para recuperar energias ou até a sua sanidade
mental.
Seguramente, não é por causa da assiduidade dos professores que o ensino
está mal. A única excepção sucede quando um professor está de atestado
médico menos de um mês, uma vez que a legislação só permite a substituição
se a ausência for igual ou superior a um mês. O incumprimento do programa
agrava-se ainda mais quando a instabilidade da saúde professor o leva a pôr
sucessivos atestados médicos de curta duração.
São casos raros, mas acontecem e penalizam bastante os alunos. No
entanto, cabe ao Ministério da Educação modificar essa legislação e encontrar
soluções mais criativas para que os alunos não fiquem sem aulas tanto tempo.
d) Avaliação sim, mas objectiva
De qualquer forma, quem não deve não teme e os professores não têm
qualquer problema em ser avaliados, desde que os critérios sejam objectivos e
estejam relacionados directamente com o seu trabalho. Não é aceitável que a
sua avaliação dependa dos resultados dos alunos, pela simples razão de que os
resultados dependem de muitos outros factores, além do trabalho do professor.
Por exemplo, um professor com turmas problemáticas nunca pode ter os
mesmos resultados que um professor com bons alunos. Por outro lado, isso
seria mais um convite ao facilitismo porque, naturalmente, pressionaria os professores
a inflacionar as classificações dos alunos.
Por outro lado, é clara a intenção deste Governo ao fixar numerus clausus
no acesso ao topo da carreira e não querer pagar aos professores, independentemente
do seu mérito ou competência. Ora, como quer o Governo
atrair para a carreira bons profissionais se não lhes paga em consonância? A
proletarização da classe docente é uma realidade típica de países de Terceiro
Mundo, não de países civilizados. E mal vai Portugal se tenciona continuar a
desvalorizar a profissão de professor.
Parafraseando a magnífica frase de Medina Carreira há alguns dias na
RTP, também "eu gosto dos determinados, mas é quando acertam." Como já
aqui demonstrei, a nomeação desta equipa da Educação é um monumental
erro de casting e o País vai pagar caro a política populista e voluntarista que
está a ser seguida neste sector. Em vez de mobilizar energias, Maria de Lurdes
Rodrigues mais não faz do que incendiar o País e comprar guerras inúteis e
despropositadas com os professores.
O descrédito da actual equipa da Educação é total nas escolas portuguesas e,
por mais que isto custe a José Sócrates, tal não se deve a questões salariais,
mas ao facto da sua competência não ser reconhecida. Não se governa um
País com base em estatísticas, sobretudo, quando não se percebe o que está
por detrás desses números. E quanto mais Maria de Lurdes Rodrigues brande
desajeitadamente as estatísticas, mais expõe a sua ignorância e se põe a ridículo
aos olhos dos professores. E muito mal vai uma organização quando os
subordinados não reconhecem a competência do chefe.
Mário Lopes.
in: http://www.tintafresca.net/noticia.aspx?sID=3202&EdicaoUltima=68

E Viva a educação

Esta senhora é a ministra da Educação...
Jurou:
1- Pôr de pantanas todo o sistema educativo português;
2- Fazer de cada professor um inimigo;
3- Tornar Portugal o país com maior sucesso escolar do mundo..( Como.?.é simples...passar os alunos todos..mwesmo que não saibaescrever uma palavra;)

A propósito sabem o que é que essa senhora fazia antes de serMinistra?
Então -..adivinhem.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

pontos de vista

Portugal, o poder de compra caiu de tal modo que>> até a classe média está a sentir na pele essa queda.>>>>>>>> No seu estilo inconfundível, o Bloco de Esquerda>> atacou o Governo com o seguinte argumento:>>>> - Temos a situação tão degradada com os valores>> éticos, sociais e morais a ser postos>> quotidianamente em causa por este Governo, que até>> universitárias estão a começar a prostituir-se.>>>> A resposta de Sócrates não se fez esperar:>>>> - Em primeiro lugar, este Governo não recebe lições>> de ética, nem quaisquer outras, de ninguém; em>> segundo lugar e como é apanágio de V. Ex.ª que já>> nos habituou à distorção sistemática da realidade, o>> que acontece é exactamente o oposto: a situação é>> tão boa que até as prostitutas já são>> universitárias

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

MAS QUE BELA MINISTRA

de Professores é impossível à luz do Decreto Regulamentar publicado.> Por José Matias Alves, Gondomar, Portugal > Professor do Ensino Secundário. Mestre em Administração Escolar.> Investigador. Docente convidado pela UCP. Doutorando em Educação > (políticas educativas e administração educacional).>> Já receava (embora não o desejasse)! A Avaliação de Professores é > impossível à luz do Decreto Regulamentar hoje publicado. > Com efeito, no capítulo dos prazos, o artigo 34º diz que as escolas> (agrupamentos) têm 20 dias úteis - isto é, até 7 de Fevereiro - para > elaborar e aprovar (em Conselho Pedagógico) os instrumentos de registo de> avaliação, tendo em conta as recomendações que forem formuladas pelo > Conselho Científico para a Avaliação de Professores. Ora, o CCAP não está> constítuido e está muito longe de poder estudar, aprovar e formular estas > recomendações que permitam o trabalho prescrito para o Conselho> Pedagógico. >> Segundo, também até 7 de Fevereiro, o CP tem de elaborar e aprovar os > indicadores de medida que permitam verificar até que ponto e de que modo> os avaliados atingem os objectivos a que se propõem. Ora, provavelmente em > muitos casos, isto será manifestamente impossível.>> Terceiro: até 21 de Fevereiro cada professor terá de elaborar os > objectivos da sua acção individual e estes devem ser acordados com os > avaliadores (coordenador de departamento e presidente do conselho> executivo). O enunciado pressupõe que o Projecto Educativo de Escola > esteja em condições de ser uma referência concreta e objectiva para a> acção (na maioria dos casos estima-se que o não seja - o que obriga a um > demorado trabalho de pensar, negociar, acordar, comprometer...- ). Por> outro lado, acordar significa negociar, chegar a acordo. Em muitos casos, > é materialmente impossível.>> Quarto: ainda neste ano lectivo os coordenadores de departamento e o> presidente do CE têm de programar (com a obrigatória implicação de cada > professor) a observação de duas aulas. Para observar as aulas têm de estar> aprovados pelo CP os instrumentos de observação de aulas, que por sua vez > devem obedecer ás orientações do CCAP. E aqui, há três problemas: muitos> coordenadores (talvez a larga maioria) não têm condições objectivas para > negociar, preparar, observar e relatar as duas aulas observadas . Não têm> tempo, não há tempo. Depois, não têm os ditos instrumentos. E finalmente, > a imperativa delegação de competências para a observação de aulas só se> pode fazer após despacho ministerial. Isto é: esta planificação nunca se > poderá concretizar, na melhor das hipóteses, antes do 3º período.> > Resultado: a melhoria dos resultados dos alunos vai passar para segundo > plano. O objectivo central passa a acessório e secundário. Todo o tempo > vai ser usado a fazer de conta que se faz.>> A não ser que prevaleça a posição sensata: as escolas demonstrarem que as> normas decretadas são impossíveis de aplicar nos prazos estabelecidos. E > usarem este tempo para prepararem uma avaliação séria e credível e que> esteja de facto ao serviço de melhores resultados dos alunos e do > desenvolvimento profissional.
-----Inline Attachment Follows--------------- Forwarded message ----------From: Mané Fortunas <manelfortunas@gmail.com>Date: 15/01/2008 23:26 Subject: Avalição impossível!To:

domingo, 20 de janeiro de 2008

QUEM ME EXPLICA?

Recebi esta dúvida bastante razoável que acho devo partilhar convosco e colocar-vos o mesmo problema. ** *Alguém que me explique por favor *Expliquem-me uma coisa que eu não entendo até porque não sou perito em economia.Se em 2002 um barril de petróleo custava 70 dólares o que, grosso modo , equivalia a 77 Euros e hoje ele custa 100 dólares o que equivalesensivelmente a 70 Euros como é que se pode dizer que o petróleo subiu de preço?Ou será que o problema está no facto de nós Europeus continuarmos a aceitar o dólar como moeda referência para as transacções internacionais?Mas. como disse, não sou perito em economia, por isso se alguém me conseguir explicar isto eu agradecia.
Ou será que estamos a ser enganados e sustentamos a Guerra do Iraque e o baixo preço que os USA continuam a pagar em relação á Europa pelo enchimento dos seus "popós"

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Sócrates e Menezes... Menezes e Sócrates... parecem diferentes...
Mas..olhe que não..olhe que não...
Eles são o Dupond e o Dupont da política portuguesa.
Fingem que se atacam... mas será que há alguma coisa que os distinga.
Ambos sabem que têm os seus "boys" and "girls"..ambos fazem da democracia uma palavra sem sentido.
Sócrates mandou ás urtigas as suas promessa eleitorais... ( criação de empregos...taxa de inflacção...referendo europeu..etc-..etc)
Destrói o Serviço Nacional de Saúde... achincalha os professores... diminui brutalmente os direitos e salários do funcionalismo público...
Menezes não critica nada disto..apenas ataca Sócrates... por ,segundo ele, não lhe dar os lugares que pretende na comunicação social ..na banca e nos outros organismos onde ambos os partidos dividem os lugares.
Estão de acordo na nova lei eleitoral autárquica..estão de acordo na nova lei eleitoral para a Assembléia da República.
Com intuito de defender a democracia? Claro que não..apenas com o intuito de
diminuir a representação parlamentar dos outros partidos que não entram no seu jogo.
Será que nos vamos lembrar disto quando for a ocasião de votar?
Claro que em 2009..virão algumas benesses... Dupond e Dupont...farão promessas ..muitas promessas..dirão que a crise passou... que vem aí uma vida melhor para os portugueses.
Pobres de nós se acreditarmos nalgum deles.
Uma vez no poleiro..sozinhos ou em bloco central tratar-nos-ão da vida...

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Escola Pública



Por que muda a gestão das escolas? Porque sim!

Santana Castilho - Professor do ensino superior

Público - 08.01.2008

O único critério, o critério oculto, é domar o que resta, depois de vexar os professores com um estatuto indigno.

O que Sócrates disse no último debate parlamentar de 2007 não me surpreendeu. Fazia sentido esse fechar de ciclo de genuflexão dos professores. Para analisar o diploma agora posto à discussão pública, vou socorrer-me de dois excertos do discurso com que Sócrates fez o anúncio ao país. "Chegou agora o momento de avançar com a alteração da lei de autonomia, gestão e administração escolar." Mas Sócrates não explicou porquê. Para suprir a lacuna fui ler o novo diploma, compará-lo com o anterior, e tirei estas conclusões:

1. Os dois diplomas apregoam autonomia mas castram toda e qualquer livre iniciativa das escolas. Nada muda. Apenas se refina o cinismo, na medida em que muito do anteriormente facultativo (o pouco que não estava regulamentado) passa agora a obrigatório. Não há uma só coisa que seja importante na vida da escola que o órgão de gestão possa, autonomamente, decidir. Um e outro são uma ode ao centralismo asfixiante.

2. O novo diploma diminui o peso dos professores da escola nos órgãos de gestão dessa escola. Esclareço a aparente redundância trazida pela insistência no vocábulo "escola" na construção deste parágrafo. É que o novo diploma torna possível que um professor de qualquer escola, mesmo que seja privada, concorra a director de qualquer outra, pública, mediante "um projecto de intervenção na escola". Que estranho conceito de escola daqui emana! Como pode alguém que não viveu numa escola, que não se envolveu com os colegas e com os alunos dessa escola, que não sofreu os seus problemas nem respirou o seu clima, conceber "um projecto de intervenção na escola"? Não é de intervenção que eles falam. É de subjugação! É a filosofia ASAE transposta para as escolas. Não faltarão os comissários, os "boys" e os "laranjas" deste "centralão" imenso em que a oligarquia partidária transformou o país, a apresentar projectos de intervenção "eficazes", puros, esterilizadores de maus hábitos e más memórias. E este é o único critério, o critério oculto que Sócrates não explicitou: domar o que resta, depois de vexar os professores com um estatuto indigno, de os funcionalizar com uma avaliação de desempenho própria de amanuenses, de os empobrecer com cotas e congelamentos, de os dividir em castas de vergonha. Tinha razão o homem: "Chegou agora o momento de avançar com a alteração da lei de autonomia, gestão e administração escolar." "A nossa visão para a gestão das escolas assenta em três objectivos principais. O primeiro é abrir a escola, reforçando a participação das famílias e comunidades na sua direcção estratégica. O segundo objectivo é favorecer a constituição de lideranças fortes nas escolas. O terceiro é reforçar a autonomia das escolas", disse Sócrates na Assembleia da República.

Mas que está por baixo do celofane? A "abertura" é uma falácia. O Conselho Geral, com a participação da comunidade, já existe, com outro nome. Chama-se Assembleia. Porém, os casos em que esta participação teve relevância são raros. E quem está nas escolas sabe que não minto. Ora não é por mudar o nome que mudam os resultados. A participação da comunidade não se decreta. Promove-se. Se as pessoas acreditarem que podem mudar algo, começam a interessar-se. Mas o despotismo insaciável que este Governo trouxe às escolas não favorece qualquer tipo de participação. Para que as pessoas possam participar, há décadas que Maslow deu o tom: têm que ter necessidades básicas resolvidas. Aqui, as necessidades básicas são não terem fome, terem tempo e terem uma cultura mínima.

Ora, senhor primeiro-ministro, o senhor que empobreceu os portugueses (tem dois milhões de pobres e outros dois milhões de assistidos), que tem meio milhão no desemprego, está à espera que acorram à sua "abertura"? Sabe quem vai acorrer? Os ricos que o senhor tem inchado? Não! Esses estão-se borrifando para a Escola Pública. São os oportunistas e os caciques, para quem a sua "abertura" é de facto uma nova oportunidade.

O senhor, que tem promovido uma política de escola-asilo, porque as pessoas não têm tempo para estar com os filhos, acredita que as famílias portuguesas, as mais miseráveis da Europa, têm disponibilidade para a sua abertura? Não! Conte com os pais interessados de uma classe média que o senhor tem vindo a destruir e são, por isso, cada vez em menor número, e com os autarcas empenhados a quem o senhor dá cada vez menos dinheiro. De novo, repito, terá os arrivistas. Julga que é com os diplomas de aviário das novas oportunidades que dá competência à comunidade para participar na gestão das escolas? Não! Os que conseguiram isso começaram há um século a investir no conhecimento da comunidade e escolheram outros métodos. Porque, ao contrário do senhor, sabem que gerir uma escola é diferente de gerir um negócio ou uma rede de influências partidárias.

A sua visão de escola ficou para mim caracterizada quando o ouvi dizer que tinha escolhido a veneranda Universidade Independente por uma razão geográfica e me foi dada a ler a sua prova de Inglês Técnico, prestada por fax. O que politicamente invocou a propósito deste diploma, que agora nos impõe, está muito longe de limpar essa péssima imagem que me deixou. A mim e a muitos portugueses, pese embora serem poucos os que têm a oportunidade ou a independência para o dizer em público. Disse impõe, e disse bem. Porque a discussão pública é outra farsa. O senhor quer que alguém acredite nisto? Depois de ver o conceito que o seu governo tem do que é negociar e os processos que a sua ministra da Educação tem usado para lidar com os professores? Em plenas férias escolares (mais uma vez) lança a discussão de um diploma deste cariz e dá para tal um mês? Acha isso sério? Se o senhor estivesse de facto interessado em discutir, era o primeiro a promover e a dinamizar esse debate, através do Ministério da Educação. Mas o que o senhor tem feito tem sido cercear todas as hipóteses de participação dos professores em qualquer coisa que valha a pena: retirando-lhe todas as vias anteriormente instituídas e afogando-os em papéis ridículos e inúteis.

Dizem, ou disse o senhor, vá lá a gente saber, que cursou um MBA. Não lhe ensinaram lá que as mudanças organizacionais sérias estabelecem com clareza as razões para mudar? Cuidam de expor aos implicados essas razões e dar-lhes a oportunidade para as questionar? Devem assentar numa avaliação criteriosa do que existia e se quer substituir? Quando podem originar convulsões antecipáveis, devem ser precedidas de ensaios e simulações prudentes? Já reparou que terá que constituir mais de 10 mil assembleias a 20 elementos cada? Que tal como a lei está, são escassos os que podem ser adjuntos do director? Que fecha a porta a que novos professores participem nas tarefas de gestão? Que exclui, paradoxalmente, um considerável número de professores titulares? Que, goste dela ou não, existe uma Lei de Bases que torna o que propõe inconstitucional e como tal já foi chumbado pelo Tribunal Constitucional?
Lideranças fortes? Deixe-me rir enquanto não proíbe o riso. O senhor que só quer uma liderança forte, a sua, que até o seu partido secou e silenciou, quer lideranças fortes na escolas? É falso o que digo? Prove-o! Surpreenda uma vez e permita que professores independentes discutam publicamente o deserto em que está a transformar a Escola Pública e para que este diploma é o elo que faltava.

domingo, 6 de janeiro de 2008

Finalmente uma boa descrição da actualidade...





" Um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio, fatalista e

sonâmbulo, burro de carga, besta de nora, aguentando pauladas, sacos

de vergonhas, feixes de misérias, sem uma rebelião, um mostrar de

dentes, a energia dum coice, pois que nem já com as orelhas é capaz

de sacudir as moscas; um povo em catalepsia ambulante, não se

lembrando nem donde vem, nem onde está, nem para onde vai; um povo,

enfim, que eu adoro, porque sofre e é bom, e guarda ainda na noite da

sua inconsciência como que um lampejo misterioso da alma nacional, -

reflexo de astro em silêncio escuro de lagoa morta (...)



Uma burguesia, cívica e politicamente corrupta ate à medula, não

descriminando já o bem do mal, sem palavras, sem vergonha, sem

carácter, havendo homens que, honrados (?) na vida intima, descambam

na vida publica em pantomineiros e sevandijas, capazes de toda a

veniaga e toda a infâmia, da mentira a falsificação, da violência ao

roubo, donde provém que na politica portuguesa sucedam, entre a

indiferença geral, escândalos monstruosos, absolutamente inverosímeis

no Limoeiro (...)



Um poder legislativo, esfregão de cozinha do executivo; este

criado de quarto do moderador; e este, finalmente, tornado absoluto

pela abdicação unânime do pais, e exercido ao acaso da herança, pelo

primeiro que sai dum ventre, - como da roda duma lotaria.



A justiça ao arbítrio da Politica, torcendo-lhe a vara ao

ponto de fazer dela saca-rolhas;



Dois partidos (...), sem ideias, sem planos, sem convicções,

incapazes (...) vivendo ambos do mesmo utilitarismo céptico e

pervertido, análogos nas palavras, idênticos nos actos, iguais um ao

outro como duas metades do mesmo zero, e não se amalgando e fundindo,

apesar disso, pela razão que alguém deu no parlamento, - de não

caberem todos duma vez na mesma sala de jantar (...)"



Guerra Junqueiro, in "Pátria", escrito em 1896

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

ANEDOTA ..OU TALVEZ NÃO

O senhor presidente da ASAE foi apanhado a fumar depoisda meia noite num recinto fechado( Casino)
Esta entidade-ASAE- é quedeve fiscalizar a nova lei do tabaco, segundo a qual não se pode fumar em recintos fechados, salvo os espaços devidamente preparados para o efeito.
Somos ou não um país das bamnanas?