sábado, fevereiro 10, 2018
Deusa Sideral
Deusa Sideral
Com a alma fustigada, não coube lampejo
Recordação soturna, assaz, me comprimia
E incontrolável báratro, inda me dizia:
— Sim, vai-te, e no vergel, viaja no rio de beijos! ...
Na luz de pitonisas, flutuaram desejos
Então, num só ímpeto, ávido! — Ah, obedecia!
Incansável, onírico, a audição sentia
na bela raia, e níveis de airosos arpejos!
Livres no plenilúnio rumo ao infinito
Regozijei-me, não me contive no grito
— Ah!... — Da inimaginável vez do frenesi! ...
No silêncio da voz da deliciosa boca
E na suave carícia... — Trajetória louca
Em êxtase, embriagado; em transe, adormeci!
Machado de Carlos
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