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10.6.10

PORQUE COLAPSAM AS CIVILIZAÇÕES?


Nos meus tempos de estudante de História, não fui capaz de ler na íntegra os famosos livros de Toynbee e de Spengler, aconselhados para a cadeira de "Teoria da História", respectivamente UM ESTUDO DE HISTÓRIA e O DECLÍNIO DO OCIDENTE.
Li resumos, excertos, referências, que me impressionaram profundamente. Para quem estudava a civilização egípcia antiga, esse imenso cadáver histórico de um corpo social que durara milhares de anos, era crucial tentar perceber porque é que morrera.
Ficaram-me resposta parcelares, demonstrações polémicas, hipóteses cuja ousadia eu era incapaz de avaliar. Um dia haveria de voltar a eles, pensava eu. Mas não voltei. Passaram de moda, tornaram-se ítem de bibliografia vasta para especialistas, deixaram de ser reeditados.

Há uns meses, numa conversa de fim de jantar com o meu filho João, que são sempre momentos de intensa partilha de ideias e opiniões, ele falou-me do livro COLAPSO- Ascensão e Queda das Sociedades Humana, de Jared Diamond ( Gradiva, 2008 ; original: "How Societies Choose to Fail or Succed", 2005)
O autor é investigador nas áreas da fisiologia, biologia evolutiva e biogeografia, e é professor de Geografia na Universidade da Califórnia em Los Angeles.
Li de imediato uma parte e fiquei preso. Há que ler o resto. Mas estes livros não são para ler como romance, de enfiada. Podem ser lidos em prestações, aliás o autor incita a isso, na forma como o organizou. Foi natural o salto para as conclusões finais.
Porque colapsam as civilizações? "O que provocou a hecatombe das grandes civilizações do passado e o que podemos aprender com o seu destino trágico? O que leva algumas sociedades a cometerem erros até se autodestruírem? Que escolhas económicas, sociais e políticas devemos fazer para não conhecermos o mesmo fim?" (contra-capa)

São 605 páginas de leitura apaixonante.
Fico a imaginar que numa sociedade do conhecimento este livro seria objecto de intensos debates, tal como o teria sido o profético "Apelo aos Vivos" de Garaudy, há trinta anos atrás, um imenso sinal de alerta que - vemos hoje! - estava cheio de avisos aos vivos, que o ignoraram e se debatem agora com os grandes problemas por ele enunciados.

A que conclusões chega o autor de  "COLAPSO"?
A ver num dos próximos capítulos...