quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

A vaidade ou o mundo precisa de elogios!



Ele é bonito, inteligente, charmoso.
Ela é tímida, mas muito bonita.
A outra é espalhafatosa, mas guarda lá seu charme.
O outro mal abre a boca, mas mesmo sem abrir é uma delicinha.

E assim vamos vivendo.
De elogios em elogios não ditos, e muitas auto críticas dissimuladas.

E aí, alguém chega e diz algo inesperado.
Surpreende a gente com aquilo, exatamente aquilo que queremos ouvir e pronto, fomos fisgados..
Parece que até reparamos mais naquele detalhe especial, parece que a gente até se sente mais sei lá o que.

Um elogio, dito assim sem querer, numa conversa a toa, sem qualquer pretensão que valha, levanta o humor da gente. Aumenta nossa capacidade de se sentir quisto, amado, vivo..
E faz um bem danado.

Por isso não se engane você aí, que está com um poder inutilizado em suas mãos.
Um elogio pode mudar a vida de alguém..acredite!

É preciso verbalizar o quanto fulano é bom naquilo que faz, que ciclana está linda com aquela roupa, que não sei quem emagreceu e está lindo, que aquele outro realmente fica bem com aquela blusa, que não sei quem fala muito bem e coisa e tal.
Precisamos disso!

Sim, somos vaidosos!
Sim, somos muito apegados a imagem!
Mas acho que não é problema nenhum se esbaldar na vaidade, enquanto ainda podemos.

É um jeito de olhar pro outro,  com carinho, e dizer com mais carinho ainda e verdade claro, que ainda somos humanos!


E boa leitura pra você, seu/sua lindo(a).


Ouvindo_Love Illumination_Franz Ferdinand


domingo, 12 de janeiro de 2014

Ontem, eu fui em uma festa


Ontem eu fui em uma festa.
E bebemos e cantamos, e era uma festa de pessoas de 20 e poucos anos.

Ontem, meu telefone ficou na bolsa, e consegui conversar com aquelas mesmas pessoas com quem eu vivo falando pelo celular, nas redes sociais.

Ontem, eu perdi a linha, falei um monte de groselhas, ri de besteiras, e estava entre amigos.
E isso era permitido.

Ontem, exatamente ontem, um mundo de possibilidades se abriu para todos nós porque estávamos em festa. Não havia ninguém pra cortar nosso barato, pra escandalizar, pra julgar.

Não que sejamos superiores, nem que nós não tenhamos nos julgado veladamente, mas estávamos em festa e por isso era e foi permitido um momento, um pequeno momento sem retratação.

E isso, tem ficado raro.
A cada ano que passa, a cada aniversário, a cada festa, a cada emprego que se arruma, as coisas vão ficando mais densas, menos leves, menos fluídas.

Vamos colocando máscaras, nos julgando, colocando travas, permissões, recalques uns nos outros.
Vamos tentando colocar nossa medida nos nossos, e a liberdade de ser quem somos vai ficando cada vez mais diminuta.

Ontem, eu fui em uma festa.
E por um momento pudemos ser quem realmente somos.


Ouvindo_Someday_The Strokes

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

A mesma


Eu sou a mesma, apesar dos cabelos, apesar do dinheiro,
que insiste em faltar.

Eu sou a mesma, inconstante ferida no seu calo,
pisada e cuspida, inflamada.

Eu sou a mesma que canta dirigindo,
e grita assistindo o futebol.
É, eu gosto de futebol.

Eu sou a mesma que você conheceu, embora
diferente, mudada, vivida
sou a mesma que você comeu e não gostou.

Eu sou a mesma, do mesmo jeito,
estabanada, grossa, desbocada.
O mesmo preço, o mesmo tamanho.
Coisa que você viu e não entendeu.

Eu sou a mesma, embora melhorada,
embora em versão quase 3.0
embora cansada do disse me disse,
de jogos de amor.

Eu sou a mesma, meu amor.

Sou e fui, vim e voltei
e você, caro, continua sem sequer saber.

Sou a mesma, e me gosto.
Até acredito que você tenha me ajudado.
Afinal, depois de tanto trapo, me apareceu o tal do amor.
Mas sou a mesma, escrita, esculpida e encarnada.

Sou a mesma figura atrapalhada que não te servia.
Uma mistura de muitos eu, pra tanto menos você!


Ouvindo_Codinome Beija-Flor_Cazuza

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Eu sou milionária


Não, eu não ganhei na loteria.
Não, eu não fiz nenhuma viagem mega super interessante, e nem estou vivendo de renda.

Mas descobri, ontem, enquanto abraçava meu meu marido na cama, que sou muito bem aventurada, rica mesmo, milionária.


Mas deixa eu te contar direito essa história, pra você não achar que eu tô surtando.
Eu passei os últimos dias, vendo as fotos de tantos amigos queridos, longe, em lugares maravilhosos, vivendo experiências fantásticas, perto do mar, na Europa, nos EUA, na França, em Barcelona..
Culpa da minha timeline que é ryca!

E me vi assim, meio com invejinha boa boba de todos os amigos que de alguma forma estavam passando seu fim de ano bem melhores do que eu.
Claro, que a constatação levou dias pra chegar, e não bastavam de chegar fotos e mais fotos desses mega super lugares, pra que eu entrasse fundo nessa perspectiva.

E passei assim, desejando que meu bilhete da mega sena fosse sorteado, que eu tivesse acertado uns números, algo que me desse a esperança que minha vida ia melhorar e que enfim eu iria poder largar tudo, viajar, comprar casa e tudo o mais que tivesse direito.

Então, no desânimo que se abateu, e na obrigação de ter que ficar em família este ano, passei meu réveillon, assim, meia bomba sabe. Meia noite da janela de casa, assistindo a vida acontecer lá fora.

Fui dormir com aquela sensação de vidinha, sabe?
Aquele questionamento de: "O que diabos eu tô fazendo da minha vida?"

E então dormimos.
Bem, eu não dormi assim, tão rápido.

Uma coisa me pegou desprevenida no meio da noite.
Um súbito, um medo, um lampejo..uma epifania.
Um clichê de reveillon, uma nostalgia..

Foi ao abraçar meu marido na cama, e sentir o cheiro da sua pele contra a minha, e ouvir o sussurrar da sua respiração que tudo pareceu fazer um sentido absurdo. Uma constatação real, do aqui e do agora: Eu sou uma grande milionária.

Tenho do meu lado alguém pra compartilhar, tenho amigos a quem chamar de meus, tenho minha casa, e pasme, até um ar condicionado pra ajudar.
Uma fartura de comidas e bebidas pra comer. Uma pancada de momentos deliciosos junto aos meus.
Dezenas de conversas pelo skype, e-mails, mensagens no whatsup.

Tenho minha família, que um pouco torta um pouco manca, está sempre lá.

E daí, se o biquíni ainda não ficou perfeito?
Se minha conta no banco não tá transbordando de dinheiro?
E daí, se eu ainda não viajei ou se não estive na maior badalação do planeta?

O que importa mesmo?
No frigir do ovos, é se estamos com quem desejamos estar.
Afinal, um dia ouvi alguém dizer que casa, é onde o coração está.

Portanto me enriqueci de coragem pra escrever este texto tão tolo, mas de uma constatação surpreendente.
Ryca, phyna, milionária!

Cheia de bafunfa mesmo!
Eu sou mesmo..
felicitadamente milionária!


Ouvindo_Learning to fly_Pink Floyd