quinta-feira, maio 15, 2008

EDIFÍCIO MAGNÓLIA

Magnólia é o blog de quem eu recebi este prémio. É para mim o blog mais viciante da blogosfera. Para quem ainda não o conhece, digo que, se nos blogs encontramos uma espécie de crónicas, neste blog encontram um romance de espaço, um edifício com 6 andares e cada post é um episódio passado num deles. Dirá o seu narrador que as paredes são de vidro, pois eu digo que o narrador não se limita a filmar o que se passa, é um narrador omnisciente que nos relata também o que vai na cabeça e na alma de cada personagem. Não quero prolongar-me em críticas, aliás gostaria de sintetizar o que se passou já em tantas histórias da forma mais nua e crua possível, mas não consegui, no entanto, gostaria que encarassem qualquer comentário meu apenas como uma opinião, pois com certeza que cada leitor opinará sobre o que ler duma forma diferente. Para quem ainda não entrou em Magnólia e que não tenha coragem de ler tantos textos e que ache que, se não o fizer ,não encontrará o fio à meada, aqui tem um resumo para o ajudar a compreender o que for surgindo e, olhem, que os posts caiem quase à velocidade da luz.

Rés-do-chão - ESPAÇO MAGNÓLIA - café requintado que serve uns pequenos almoços e uns lanches de comer e chorar por mais, aliás o narrador deve ser um esmerado cozinheiro, pois como quem não quer a coisa, de vez em quando, apresenta-nos umas receitas deliciosas, como “Chocolate salpicado com laranja e amêndoas laminadas”, a serem comidas, por vezes, em cima de corpos… Bem, voltemos ao café frequentado pelos inquilinos do edifício. Tem como empregados o Vasco e a Clarisse, digamos que não se limitam a servir os pedidos comuns dum estabelecimento, também chegam a servir os clientes do edifício doutra forma. É ver a Clarisse na cozinha com o inquilino do 1º Esq ou com a inquilina do 3º Dto. Ou o Vasco com a vizinha do 3º Dtº e um cliente.

1º Esquerdo – Helena e Rodrigo, aparentemente um casal comum, com dois filhos, empresários, mas, comum ou não, ambos têm os seus amantes. Estranha-se o facto de se mostrarem perante os amantes, pessoas tão quentes, tão dadas a loucura e um com outro parecerem tão softs. Amam-se, mas a carne é fraca, é fraquinha mesmo, pois Rodrigo chega a foder com a namorada do filho que, numa das loucuras, perde as cuecas no quarto do casal e estas cuecas ainda vão dar que falar. Helena, que não se fica atrás, é o amante, o Alberto, que a come enquanto cozinha o jantar para a família, são os dois mecânicos do elevador ao mesmo tempo, papa até um amigo do filho. O leitor está sempre à espera que um apanhe o outro, por vezes, é por uma fracção de segundos que isso não acontece. Agora, cada um já desconfia do outro, mas como ambos têm telhados de vidro…

1º Direito - Maria José, professora universitária que se divorcia e aluga o apartamento ao cunhado, viúvo. Liberta do casamento, liberta do homem que não a satisfazia, começa por satisfazer os seus desejos, papando alunos/explicandos, papando alunas também, dormindo com o cunhado, amante, amigo, ombro de confissões… Acaba por se fascinar pelo carteiro, o Paulo, um jovem que se derrete perante a maturidade desta mulher fogosa. Já sei que estão a pensar que o “Carteiro toca sempre 2 vezes”, pois mas este toca 3, toca 4…, toca as que aguentar.

2º Direito - Laura tem uma filha dum casamento que não conhecemos , mas que não importa, pois já acabou e um namorado, o Afonso. Amam-se, confiam um no outro e adoram sexo, insaciáveis, começaram pelo menage à 3, mas acabaram por se tornarem swingers. O seu recente casal, com quem trocam, com quem se misturam, com quem viajam, enfim, com quem fodem como loucos são a Sofia e o Diogo. Nestes últimos episódios surgiu, pelo meio, uma nova personagem, um antigo namorado de Sofia, gay, o Gustavo.

2º Esquerdo - Tânia e Lúcia, a primeira trabalha, a segunda estuda. Tânia tem um namorado, o Filipe, um bocado bronco, mas uma boa queca. Durante muitos episódios fodeu Tânia (o narrador não lhe coloca o acento circunflexo) com garra, emitindo os dois gritos de prazer e de dor para a colega com quem partilha o apartamento. Pois é, Lúcia é bissexual, mas a dar para o homo e apaixonou-se por Tânia. Lúcia, durante algumas noites, entreteve-se sozinha, em sexo virtual ou com Joana, amiga colorida. Mas, como diz o povo, água mole em pedra dura… e Tânia, que tanto rejeitava cenas lésbicas, já foi ao castigo, primeiro devagar, mas agora não quer outra coisa, ou não queria. Mas as personagens deste edifício evoluem e a Joana fez uma coisa xiiiiiii, nem vou contar o que se passou, só vos digo que foi terrível.

3º Esquerdo – Rafael Neves, instrutor de equitação, grande filho da puta, monta em mais mulheres que em cavalos e fá-lo tipo “bola ao cesto”, mas elas adoram, sabe-se lá porquê. Mulheres de registo que já foram espreitadas pelos cuscos do edifício foram a Cristina, que casou no meio desta novela, mas que mesmo casada continua a ir aos treinos; a sua sobrinha, a Matilde, aceite por Neves a pedido da tia e a vizinha do lado (3º Dtº). Ai quando souberem de que fibra é esta vizinha… Hão-de ver que duas personalidades tão fortes não podem ter um fim normal, mas isto sou eu a fazer futurologia.

3º Direito - Ana, acompanhante ou puta, chamem-lhe o que quiserem, não se limita a dar prazer, tem-no também e é isso que a torna diferente das outras mulheres que vendem o corpo. Ana recebe dinheiro por sexo, mas recebe prazer também, aliás a opção de vida que tem não se prende com o dinheiro, mas somente com o prazer. Se fosse o dinheiro que a movesse já tinha aceitado pedidos de casamento de gajos muito, muito ricos. De dia é uma mulher comum, de noite veste a máscara da sedutora e satisfaz os caprichos dos clientes. Não encontramos neste apartamento meras descrições de sexo entre uma puta e um cliente, mas obras de grande criatividade, pois Ana estuda quem vai servir e por isso se veste de gueixa ou prepara um jantar exótico, um banho erótico… o seu prazer não é só com pessoas do sexo oposto, também o tem com mulheres, se bem que a estas nada cobre. Não cobra mas já recebeu pagamento duma jornalista que percebendo o seu modo de vida, antes de sair lhe deixou sobre a mesa-de-cabeceira uma nota grande. Mas é sempre ela que define as regras do jogo e, se for preciso, põe os gajos na rua que é um mimo. Neste último post não foi o sexo que vingou, mas isso vocês logo verão.
Jacuzzi, no alto do edifício, se já perceberam o que é espreitar pelas janelas dos seus andares, é melhor que nem espreitem pelo buraco da fechadura deste espaço, estreado recentemente.
E, por fim, o elevador que também conta grandes histórias. O terraço menos.


Beijos desta vizinha cusca.

sexta-feira, maio 09, 2008

VOANDO SOBRE UM NINHO DE CUCOS II

UM ANO DEPOIS

(Antes de mais agradeço a preocupação de alguns blogistas, verdade seja dita que estive doente, estive sem computados, sem paciência…)

Estamos em Maio de 2009, os Ministros de 2008 ainda se encontram fechados no manicómio.
Os portugueses acharam que para mudarem as moscas seria preferível escolherem gente de outra nacionalidade, neste caso, gente de outro planeta e, por isso, mal se viram livre dos eleitos e dos nomeados, sentaram na Assembleia da República os ETs que já conhecem da história anterior.
Pois passado um ano, este é o estado desses Ministros, a quem achei, por razões lógicas, melhor de denominar de MinETs. Houve mudanças também no nome dos cargos, é claro.

O PresidET da República: Vendeu a ilha da Madeira em troca das ilhas selvagens. Não sabe como construir lá uma casa, mas fica inchado a dizer: Oh! E tal, tenho umas ilhas só minhas…”

MinET das Obras Públicas e Privadas: Adjudicação dum novo aeroporto numa ilha artificial no meio do Tejo, com duas pontes de acesso Norte/Sul, exploradas pela Lusoponte, como já era obrigatório em 2008, em troca de 50% de acções da empresa.

MinETa da Certificação e RVCC (Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências): Atribuiu, em pouco tempo, certificados de 9º ano a analfabetos, diplomas de 12º a quem sabia ler e Licenciaturas a quem sabia escrever. Finalmente, alguém terminou com os analfabetos. Acabou também com donos de empresas de poucos estudos; agora só temos licenciados a gerir. Claro que recebe uma percentagem dos lucros de cada uma, mas a Comunicação Social já não pode dizer que são geridas por analfabrutos.

MinET de Estado e dos Impostos: acabou com a trabalheira dos IRS, IRCs, IVAs e outras merdas que pagamos, agora a dedução é toda feita na fonte: 50% do ordenado, 50% nos produtos que adquirimos; também acabou com os funcionários públicos que tratavam destes assuntos e vendeu, em proveito próprio, os edifícios obsoletos das finanças.

MinETa da Doença: Um Hospital por cada Província, um centro de Saúde por cada cidade, proliferação de entidades privadas de Saúde. Venda, ao desbarato, de edifícios ligados a este ministério a construtores que, em troca, lhe oferecem um apartamento.
MinET da Economia, da Inovação e das Novas Tecnologias: quem não tiver computador é obrigado a dar ao Estado 8 horas de trabalho semanais, não em serviços, mas monetariamente.

MinET da Justiça: Ilibou os pedófilos, políticos e outros ricos mais, alvos de processos, dando algum descanso aos juízes que lhe agradeceram e premiaram de forma choruda.

MinET do Ambiente: Vive hoje num condomínio fechado em edifício de 22 quartos, no ex- pinhal do Meco (não esquecer que estamos em 2009), acabando de vez com propriedades protegidas e não só, pois privatizou também a praia. Não pode apanhar sol, porque a sua pele fica esverderdeada, arroxeada e outras –adas mais, mas gaba-se constantemente do privilégio de não ter quem o incomode nos seus momentos de lazer em que se deita na areia a coçar a barriga.

Já chega de MinETs, se ainda tivessem mais um “e”.

BeijETs da Lua embruxada.

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