segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Agradecimento à UK Wolf Conservation Trust


A equipa do Projecto Lobo na Raia e as entidades intervenientes gostariam de agradecer o apoio prestado por esta organização que percebeu o interesse e a necessidade do trabalho que desenvolvemos. O nosso muito obrigado.
Nesta edição da Wolf Print (pag. 7) encontra-se um pequeno artigo de divulgação acerca do enquadramento do nosso projecto e sua importância. http://ukwct.org.uk/wp/issue46.pdf

The Lobo na Raia Project team would like to sincerely thank the UKWCT for all the support.



quinta-feira, 26 de julho de 2012

De volta às noites de Almeida

    Fotografia - http://cervas-aldeia.blogspot.pt/

Foi com muito agrado que participámos na devolução à Natureza de Almeida de 2 mochos-galegos (Athene noctua) - na imagem - e um bufo-real (Bubo bubo) recolhidos por locais e recuperados pelo CERVAS . 
Estas iniciativas são eventos importantes para a conservação das espécies e sensibilização das populações residentes, contribuindo para a sua reaproximação pacífica ao meio que as rodeia.
O nosso agradecimento aos locais que resgataram estes animais e ao CERVAS pelo trabalho desenvolvido com grande dedicação e profissionalismo.

sábado, 21 de julho de 2012

Obstáculos à recolonização lupina II


No seguimento de um post anterior é agora novamente oportuno abordar esta temática. Tivemos conhecimento desta notícia http://www.laopiniondezamora.es/comarcas/2012/07/14/abaten-lobo-cubo-reducir-ataques-ganado/613443.html  que se refere a um abate legal de um lobo a Sul do Rio Douro realizado pelo Serviço Territorial do Meio Ambiente por motivos de "controle" na fronteira das províncias de Zamora e Salamanca. Esta ocorrência motiva-nos a uma reflexão profunda e levanta  questões (mais que muitas):

1 - Não obstante a fragmentação de habitat, limitações de habitat, mortalidade acidental com origem antropogénica (atropelamentos), mortalidade ilegal com origem antropogénica (furtivismo), qual será o sentido, num contexto de estratégia conservacionista de recuperação da conectividade populacional e fluxo genético, de se optar por este tipo de acções?  

2 - Que sentido terão estas acções num contexto ibérico de conservação do lobo?

3- Seria o indivíduo abatido um animal dito "problemático"? Com que grau de certeza? Com que dados?Duvidamos.

4 - Não será esta acção um mero exercício de relações públicas e cedência a lobbies?

5 - Não estará a Administração a contribuir para um aumento do conflito quando transmite o exemplo errado de que os prejuízos causados pelo lobo no sector pecuário só poderão ser resolvidos através de métodos letais?

Apelamos à reflexão sobre estas questões por parte de quem decide, estas acções não se coadunam com uma estratégia ibérica coerente de conservação do lobo a Sul do Rio Douro.

quarta-feira, 4 de julho de 2012

A Ribeira das Cabras


Sendo uma linha de água muito menos mediática do que os rios Côa ou Águeda, a Ribeira das Cabras constitui um reservatório de biodiversidade incontornável por terras da beira raiana. De declives suaves, as suas margens albergam uma imponente mancha contínua de azinhal que constitui uma importante zona de refúgio e alimentação para diversas espécies da fauna local. Sem dúvida um local a conhecer e conservar.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Lobos Alfa ?

                                        
                                                                 http://www.davemech.org/

Este post genérico é apenas um contributo para o esclarecimento do público geral relativamente à dinâmica social e hierárquica do lobo e aos conceitos modernos actualmente aceites no meio científico. Notamos que nos dias que correm utilizam-se com muita frequência termos como "fêmea alfa" e "macho dominante" para descrever o estatuto e posição hierárquica de certos animais pertencentes a uma alcateia de lobos. David Mech, um prestigiado investigador americano com larga experiência na matéria, clarifica neste vídeo o estado actual dos conhecimentos e as designações correctas a utilizar. Num grupo de lobos em ambiente natural/selvagem o casal reprodutor, tal como nas famílias humanas, encontra-se naturalmente no topo da hierarquia familiar, dominando crias e sub-adultos. Por este motivo, tem actualmente mais sentido designar estes "animais alfa" como par reprodutor e respectivamente macho e fêmea reprodutora. A utilização do termo "alfa" fará sentido apenas em alcateias "artificiais" com integração de indivíduos "exteriores" à alcateia ou em grupos selvagens com múltiplas fêmeas reprodutoras. Vale a pena a sua visualização.

sábado, 23 de junho de 2012

Os obstáculos à recolonização lupina


                                        http://www.antidoto-portugal.org/portal/PT/53/default.aspx

Dado o Projecto Lobo na Raia estar em pleno desenvolvimento faz todo o sentido revisitar o caso de envenenamento de um lobo-ibérico em Idanha-a-Nova no ano de 2004 e explorar a informação por ele fornecida. 
Este triste acontecimento ocorrido em plena Beira Raiana localizou-se fora da área de distribuição da espécie à época e atingiu muito provavelmente um animal em tentativa de dispersão e estabelecimento de um novo território (infelizmente sem sucesso). A mortalidade de origem antropogénica (atropelamento, furtivismo, envenenamento) pode de facto impedir a ocorrência de processos eto-ecológicos que constituem a base de recuperação da espécie e deve ser minimizada com urgência. A precariedade da população lupina a sul do rio Douro exige que a conectividade entre os diferentes núcleos lupinos seja aumentada a curto-prazo, sendo para tal imprescindível a diminuição da mortalidade de animais dispersantes. 
O facto de este indivíduo ter sido encontrado a uma distância já assinalável das alcateias confirmadas mais próximas leva-nos também a questionar a adequabilidade de habitat nas zonas marginais de distribuição e as causas da sua não fixação nesses locais. Responder a estas questões é um dos objectivos do projecto que desenvolvemos. O seu objectivo principal é contribuir para a recuperação do lobo na região e este último só será atingível se for apoiado por uma forte componente de divulgação e sensibilização.

Não utilize o veneno. O uso de produtos tóxicos é uma ameaça à biodiversidade e pode causar graves desequilíbrios ecológicos. Se conhece casos de envenenamento ou utilização ilegal de venenos denuncie.  http://www.antidoto-portugal.org 

terça-feira, 19 de junho de 2012

Quando os lobos uivam


Aquilino Ribeiro, insigne escritor beirão, descreveu com mestria e humor o carácter e as relações das gentes serranas que o viram nascer. Os seus riquíssimos romances transportam-nos pelo tempo e podemos imaginar como seria a vida de uma aldeia beirã na primeira metade do século passado. Além de ter retratado de forma exímia o seu quotidiano, Aquilino debruçou-se sobre a relação que a população estabelecia com a fauna e com o meio natural de uma forma verdadeiramente naturalista, nunca tendo atribuído poderes sobrenaturais aos animais. Não obstante, o seu fascínio pela Natureza agreste da sua terra natal está patente em diversos livros, tendo os lobos um especial destaque no universo da sua obra. Pela região nos ser tão cara e por termos vivido a mesma experiência nas serranias de Aquilino Ribeiro, foi com muitíssima alegria que encontrámos este post e que apesar de não ser actual resolvemos partilhar convosco. Oxalá esta atitude se multiplique e mais beirões possam sentir orgulho de partilharem as suas terras com o último grande predador ibérico.

quinta-feira, 7 de junho de 2012

A importância ecológica das charcas artificiais

Vara de javalis (Sus scrofa)

Raposa (Vulpes vulpes)

Coelho-bravo (Oryctolagus cuniculus)

Cegonha-preta (Ciconia nigra)

Listado (Javali) (Sus scrofa)

Nos habitats em que a água escasseia nos meses mais quentes, a existência de charcas artificiais (neste caso destinadas a bovinos) providenciam autênticos oásis de vida nas terras secas da Beira raiana.
Estas imagens foram obtidas com recurso à técnica de armadilhagem fotográfica numa zona historicamente associada ao lobo. Infelizmente, apesar da aparente qualidade de habitat e registo recente de inquéritos credíveis, a espécie-alvo não foi ainda detectada.
No entanto, as fotografias captadas através desta metodologia atestam a potencialidade do local enquanto reservatório de biodiversidade, incluindo algumas espécies-presa do lobo.
Importa referir que as grandes quintas de produção pecuária extensiva desempenham um importante papel no ecossistema raiano. Estas explorações albergam um grande número de espécies, algumas das quais com estatuto de protecção elevado, como demonstra este feliz registo de Cegonha-preta (Ciconia nigra).

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Rapinas da Raia


Britango ou Abutre-do-Egipto (Neophron percnopterus)

Adulto e cria de Grifo (Gyps fulvus)


O trabalho de campo desenvolvido na monitorização do lobo por terras raianas dá-nos o privilégio diário de partilhar o espaço natural com uma grande diversidade de aves em locais de uma beleza ímpar. Como a nossa rotina envolve a prospecção de indícios de presença no solo, o que se passa nos céus nem sempre tem a atenção merecida. Por constatarmos esta lacuna, foi com grande interesse e satisfação que frequentámos neste último fim-de-semana o Curso de Introdução ao Estudo das Aves de Rapina excelentemente organizado pelo ICNB/PNDI e Câmara Municipal de Figueira de Castelo Rodrigo. Agradecemos a qualidade da formação e o agradável convívio que encontrámos entre os participantes. 

quinta-feira, 31 de maio de 2012

Documentário "Expedição Lobo"

                                                   
                                                       http://www.rtp.pt/programa/tv/p28954
http://www.bbc.co.uk/pressoffice/pressreleases/stories/2011/07_july/08/intimate_natural_history.shtml#panel7

Tivemos a oportunidade de assistir anteontem a este documentário "up to date" exibido pela RTP que relata vários aspectos interessantes relacionados com o processo de recolonização lupina numa região dos EUA. Além de incluir cenários de grande beleza, este filme revela aspectos fascinantes da bio/ecologia da espécie e da problemática da sua coexistência com as populações rurais. A segunda parte deste documentário será exibida na RTP1 dia 5 de Junho às 22h30. Fica a dica.