Deveria ter participado, segunda-feira, dia 27 de outubro, da blogagem coletiva ABRE ASPAS II, proposta pela Lunna, cujo link está aí ao lado, logo no início da lista "gosto de visitar", por razões técnicas, alheias á minha vontade. Desta forma, mesmo com atraso, apresento um poeta gaúcho de mão-cheia, que provavelmente alguns não conhecem ainda.
Trata-se de Jaime Vaz Brasil, que além de poeta é médico psiquiatra e psicoterapeuta.
Tem vários artigos e ensaios publicados em antologias, revistas e jornais, além de mais de centenas de músicas já gravadas.
Recebeu o Premio Açorianos, na categoria Música especialmente composta para Teatro-Dança, em 1997, indicação para o mesmo prêmio, no mesmo ano para a categoria Literatura por seu livro os Olhos de Borges.
Em 1988 recebeu o Premio Nacional Paulo Sergio Gusmão, no gênero Poesia, com o LIVRO DOS AMORES, do qual fazem parte os dois poemas que estáo aqui, nesta blogagem , que deveria fazer parte da blogagem coletiva.
Falar de amor: em segredo,
em textos lidos e escritos,
silêncios, cartas, bilhetes...
Falar de paixão: aos gritos.
Ele: o silêncio dos séculos,
a constãncia dos metais.
Ela: arco-íris, cometa,
terremoto e vendavais.
Mas os cadernos do tempo
ditam o fôlego e o prazo:
ele corre maratona.
Ela, cem metros rasos.
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Quando a saudade bater
digam que não estou.
Que murchei
que tenho lepra câncer virose grave
escarlatina lombriga
digam qualquer coisa.
Digam que sumi.
Que troquei de nome.
Que morri de fome.
Que roubaram
o que era meu.
Quando a saudade bater
troquem as fechaduras
coloquem grades na porta.
Mudem o número
do casulo. Não moro mais lá.
Agora é um número qualquer.
Um número assim: #$%#*&.
Uma rua qualquer,
uma chave perdida
no bolso da distância.
A saudade que escolha
o endereço.
Aqui não.
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