Flor Bela de Alma da Conceição nasceu em Vila Viçosa a 8 de Dezembro de 1894.
Na Escola Primária adoptou o nome Flor d’Alma da Conceição Espanca. Completou o 11º ano do Curso Complementar de Letras e ingressou na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa.
A sua obra compreende sonetos e outras composições vibrantes, imbuídas de paixão, dor, melancolia, alegria, consoante o seu próprio estado de alma, tantas vezes atormentado pelo luto e pela solidão.
Florbela Espanca deixou-nos um legado literário considerável, de escrita apaixonada que vale a pena conhecer, reler e partilhar.
Minh’alma, de sonhar-te, anda perdida
Meus olhos andam cegos de te ver!
Não és sequer razão do meu viver,
Pois que tu és já toda a minha vida!
E as lágrimas que choro, branca e calma,
Ninguém as vê brotar dentro da alma!
Ninguém as vê cair dentro de mim!
E é amar-te, assim, perdidamente...
É seres alma e sangue e vida em mim
E dizê-lo cantando a toda a gente!
Meu amor, meu Amado, vê... repara:
Pousa os teus lindos olhos de oiro em mim,
- Dos meus beijos de amor Deus fez-me avara
Para nunca os contares ate ao fim.