26/05/07

lágrima



As lágrimas são a água que a vida nos deu para lavarmos a alma e...
renascer.

foto de olhares.com

24/05/07

gostar


gosto quando sorris,
gosto quando falas,
e gosto, mesmo quando te calas.
foto de mão amiga

21/05/07

serenidade...


Deixa que meus braços sejam a almofada onde repousas a cabeça....
foto: olhares.com

15/05/07

liberdade...2


Apetecia-me ser andorinha e voar até ti, em teu ombro pousar
e fazer o ninho no meu beiral?
Sim
para contigo, para sempre ficar
para darmos as mãos e voar
correr, saltar
como as crianças...
livres como os pardais que fazem ninhos nos beirais
percorrer os morangos, as alfaces e os nabais
rir
perguntar
interrogar
pensar
e partir
partir à descoberta
da vida
aprender, mostrar, dizer
dizer a todas as crianças
que podemos ser
ser felizes, diferentes, livres
para crescer
construir um mundo melhor
diferente
onde todos sejam livres como os pardais
e voarem
com as andorinhas...
então anda, vamos
vamos descobrir
dá-me a tua mão!
foto de mão amiga

08/05/07

partidas...


Partiste com a maré sem avisares
e eu
Olhando o mar
Ali fiquei, esperando...
foto de mão amiga

06/05/07

Presidência Rotativa Europeia


É a bola que rebola seguindo a trajectória,
mas é o cérebro que comanda a mão que a arremessa.
O público apenas assiste...
Mudemos as regras do jogo.
tornemos o público parte activa!
imagem de Kaos

01/05/07

águas paradas...


Subjugada ao peso dos seus oitenta anos e ao saco que carregava na cabeça, descansava nos degraus do centro de convívio, por onde também a minha rota passava.
─ Bom dia, senhora C.
─ Bom dia menina, estás boa?
─ Sim, obrigada! E a senhora?
─ Ah menina, não fora estes joelhos... estes joelhos é que me matam. Atraiçoam-me e não querem andar. Tenho este pauzinho ao qual me seguro, mas deixo-o ali escondido para não ir para o centro com ele que as pessoas fazem pouco de mim.
─ E porque haveriam de fazer? Afinal é uma coisa que pode chegar a qualquer um!
─ Ai menina que se vê mesmo que és uma pessoa diferente. As pessaos fazem pouco de quem já é pouco e velho... quem me dera a juventude. Antigamente é que era bom. Já não há juventude como antigamente... agora as mulheres deixam os homens, a juventude anda por aí, não quer trabalhar... é só vergonhas...acho que faz cá falta é um Salazar.
─ A senhora acha mesmo isso? Já pensou um bocadinho? Outro Salazar para quê? Para o povo passar fome e miséria, embora dissessem que os cofres do Estado estavam cheios de ouro? E a juventude? A senhora já pensou bem? A juventude não ia para a escola, as raparigas já estavam fadadas a ficar em casa a trabalhar. Apenas os rapazes tinham direito a ir à escola, os que iam. E as mulheres quando se casavam que passavam a ser criadas dos maridos. Algumas apanhavam e tinham que estar sempre de boa disposição para qaundo lhes apetecesse exercer as obrigações de marido. E elas nem se podiam queixar. A elas era imposta a obrigação de tratar da casa, do marido, dos filhos, sem terem ordenado e ainda lhes diziam que não faziam nada, o homem é que trabalhava?!
─ Ai pois era menina, tens razão. Eu levei tanta porrada do meu marido! Ele era tão ambicioso, tudo o que ganhava era para comprar terras e pinhais e nunca deu um tostão para criar os 5 filhos que tive dele. E eu nem podia abrir a boca. Ia longe vender coisas que semeava, carregava à cabeça e lá ia eu, para ganhar uns tostões para dar comida aos meus filhos. Ai tanta porrada que eu levei...Naquele tempo não havia dinheiro. Era uma miséria...
─ Então, e a senhora queria voltar a esse tempo? Sabe, é que aqueles tempos só eram bons para a senhora agora lembrar, porque a senhora era jovem. Tinha a sua juventude.
─ Tens razão menina, afinal nunca tinha pensado nisso assim.
Eu sorri, ela levantou-se seguindo ambas as suas vidas...Durante o resto do dia as suas palavras ecoavam-me na cabeça. Como é possível que as pessoas não reflitam nas coisas?!

29/04/07

ciclos...


Apenas damos valor aos outros
quando atingimos
um estádio de desenvolvimento humano
que nos permite entender o outro como a nós...
Nessa altura
o mundo será diferente
e
nós seremos puros
como quando nascemos...
foto recebida por e-mail desconheço autor

20/04/07

voar...


ver o azul
a sorte do nosso azul
sem que nos importe o norte ou o sul...
a minha direcção és tu
a minha rosa dos ventos está nos teus cabelos
e nela estão os tempos e os momentos
e os acontecimentos...
vou por aí
voar
ao encontro de ti
e do nosso mar...
mas
aqui voltarei de novo
para me/vos encontrar
foto da net
Entretanto saibam que vai acontecer:
Alma Gémea de Carlos Martins
Uma história de amor eterno de duas almas gémeas que se reencontram
«Alma Gémea» relata o encontro de duas almas gémeas que se encontram e se reencontram, porque o nosso corpo funciona meramente como um veículo para nós, enquanto cá estamos.
A nossa alma e o nosso espírito é que duram para sempre.
dia 24 de Abril, pelas 18 horas, na Escola Superior de Leira
na sala do Conselho Científico, a apresentação do livro que será feita pelo Professor Eduardo Fonseca
Entrada Livre

08/04/07

mutações...


Caminhamos pela Primavera onde desabrocham os sorrisos
rumo ao melhor de cada um...
firmes a caminho de um nós, feito verdade
da vida
aceitando-nos
com nossos erros e virtudes
aceitando-nos
frágeis ou fortes
subindo cada patamar
até ao alto da montanha
que é a vida
passo a passo
e de lá,
ver mais claramente o horizonte
procurando evitar o Outono que virá
e consigo levará as pétalas
que vão murchando
apesar
de ver
na natureza
um constante renovar...
foto de mão amiga

22/03/07

o teu sorriso


gosto do teu sorriso aberto
que tudo diz
quando não falamos sorrimos
eu sorrio também para ti
e assim ficamos enlaçados neste sorriso
encantados
como o passarinho pela serpente...
neste aconchego meigo e tranquilo
num minuto que é eternamente...
não vás embora assim
fica apenas mais um bocadinho
pertinho de mim
fala-me dos teus segredos
dos teus sonhos
e eu te falarei dos meus
e assim
falando baixinho, quase em murmúrio
seremos unos
beijaremos as estrelas
e sonharemos…
para sempre.

15/03/07

brisa do mar


Meu corpo escuta o teu. Num complemento... num completar.
Se és mar, sou sol... se és céu sou teu luar...
Agradeço a R.

13/03/07

08/03/07

Dias...


Entrelaçados
Mulheres e Homens
de mãos dadas,
caminhando par a par
construindo
dia a dia
hora a hora
o futuro
com um sorriso nos lábios
esperança
num porvir
onde não haja dias da Mulher...


foto de Olhares.com

04/03/07

olhares... 4


... porque a verdadeira riqueza é a beleza das coisas que sentimos...
foto gentilmente cedida por mão amiga

01/03/07

entrelaço...


Semeamos sementes de verde, vermelho, de amarelo...
fazendo florir esperança, emoção, coração, amarelo sol...
levando alegria ao local mais frio...
devolvendo a cor ao que até então era sombrio...
foto gentilmente cedida por mão amiga, a qual agradeço.

19/02/07

arco-iris...


Por amor...
um olhar que abraça...
o amor é a chave de tudo,
é o ingrediente que altera a qualidade das coisas,
é o sabor que faz da vida um gosto comum
é o sabor que se destaca e diferencia tudo o que tocamos
fazemos
pensamos
criamos
é a côr.. que não fazendo parte do arco-iris...
dá sentido ao mundo
faz parte do arco-iris
não é é acessível a todos os olhares...
o arco-iris é um acto de amor
ele próprio
faz a ponte
entre dois lugares
faz a união
faz comunhão
ponte faz o homem que aprendeu com o arco-iris
homem livre de o percorrer
faz o sonho
arco-iris é a paleta
onde o homem molha o dedo...
o que sonha
para pintar o mundo novo que encontra
o que consegue ver o amor
a sua cor
e encanta
e tudo transforma
pela força do coração
pela cor da emoção
pela razão... pela mão
pela alegria de viver, livre
e voando sonhar
em oposição a este mundo de destruição
de mal-amados
de desamores
de liberdades prisioneiras
de solidão
de falsas riquezas
de ideais corruptos
de preversão
de homens vazios
de ilusão vã
de arco-iris de metal
frio e cinza
como pontes que invadem
onde escorre o choro das crianças
nunca como pontes que unem
e se junta num rio
que ao chegar ao mar o faz gemer num lamento
que engrossa o caudal do riso
riso sem siso
sem porquês
sem ópios
sem tabus
sem grades nas janelas...
foto tirada da net

14/02/07

rosa de mim...


Beijo-te minha rosa
pétalas de ti
que se abrem num abraço ao mundo
que se doam
na cor e no perfume que inebria
o teu perfume guia-me quando a visão escurece
a tua cor é luz.. quando o perfume desaparece
tu és o melhor.. que em mim a cada dia acontece
então sou rosa amarela...
és rosa de alegria
de sol
ouço-te
no silêncio do teu jardim...
foto: 1000 imagens

04/02/07

passadiço


Estende-se o tempo.., passadiço altivo...
rumo a um azul, que a cada passo me faz cativo,
deste caminhar livre.. sem medo.. nem pesar...
fazendo de ti,
Mar..
meu único Altar...
agradeço a R.

28/01/07

dúvida...


Aqui, onde o rio tempera o mar.
com os sabores da terra..,
com sentires de paz e guerra..,
cresce a dúvida que me faz meditar...
se o rio é braço de mar que pela terra avança...
ou será o mar, um rio que a terra toda alcança...
Agradeço a R.

21/01/07

dualidade nos contrastes...


O verde frágil revestindo o azul forte...
A natureza ágil recusando a aridez da morte...
A vida subtil que a fria rocha faz fértil.
Num azul céu que da esperança faz véu...
agradeço a gentileza de R.

16/01/07

palavras à solta...5


Palavras que saem a duas vozes...
...colorindo...

Sussurro...
pinta-me de ti
faz-me ter côr

...então eu pego no amarelo e pinto o meu coração
e o teu
de azul os nossos corpos
de vermelho a nossa paixão
eu sou azul céu
tu azul mar
entre nós o amarelo do sol
e salpico de mil cores nossos sentires
aninha-te em mim..
como o sol se aninha no mar
que eu nasço em ti.. como o mais lindo luar
de mil nuances nossos desejos
fico a olhar para o nosso sentir...
e as cores com que o pinto
e fico maravilhada…
reinvento
novas cores
nuances
amores...
beija-me
como o sol beija o mar

beijo-te como a onda beija a areia
espraia-te em mim
estende-te em mim
e desfaço-me em azul
ou branco da espuma que te beija

sou mar que se imola nas rochas...
para que possa ser gota que te beije a face
imolo-me não para morrer
mas sim para nascer

assim sim
para renascer em ti
para renascer em mim

em ti me renovo
e renasço
em ti me descubro e me enlaço
minha tela, meu traço
multicolor
enquanto me abraças
eu te pinto o traço
colorindo de mil cores
brincando...


foto de olhares

09/01/07

ausências...


Hoje deparei com este excerto da Sophia que tanto admiro, que povoa a minha imaginação de criança, o meu mundo tão só meu e que aqui trago hoje para partilhar

“Num deserto sem água
numa noite sem lua
num país sem nome
ou numa terra nua
Por maior que seja o desespero
Nenhuma ausência é mais funda do que a tua”.

...e dei por mim a deixar abrir a fenda por onde passam as recordações...
as recordações do nosso amor.
Aquele pleno, onde todas as outras pessoas se diluiam e tu eras o sol absoluto, num firmemento onde só tu brilhavas e todas as outras estrelas eram de segunda grandeza. Onde ficávamos unidos mum abraço profundo, completamente esquecidos do resto do mundo!
Assim esquecidos...assim abraçados...assim saboreando... assim inebriados... assim...Lembras-te? Será que guardas dele alguma recordação?
Será que a Sofia sabia também, o viveu também, o sonhou, o idealizou, pois sobre ele, cantou!?
Será que ela também sabia...?????
foto R.

02/01/07

das crianças...


Cruzo as minhas mãos no teu ventre
confiadamente
sonhando um dia ter nele um fruto nosso
e assim ficamos olhando o horizonte que nos pertence
nos prende
nos seduz
nos surpreende
nos conduz
sonhar beijá-lo no dia a dia
em que cresce
deitar-te junto ao mar
e com a minha mão em concha
o mar à nossa vida levar!
Vamos fazer uma criança feliz!...
é tão fácil fazer uma criança feliz!
mas os pais incutem logo nas crianças a ânsia do ter
e elas depois crescem assim...
infelizes porque não têm.
Esquecem-se de ser
educar um menino é algo de muita responsabilidade
é apenas um acto de amor
e não deixar que a criança que um dia fomos, morra
mas sem ser um chavão
é uma coisa que temos que entender
sentir
uma cumplicidade única
e entender que uma criança é um outro ser
independente de nós
na sua complexidade
na sua diferença saudável
a nossa parte é orientá-la
dar-lhe condicões para...
amá-la e dar-lhe asas para voar
ser terreno fértil
onde ela possa florir
livre...
sempre livre
e feliz
entendendo a vida como é
sabendo que tem em nós um porto seguro..
que protege sem asfixiar
que é amigo que ouve
que entende
que compreende
que escuta
sem preconceito
que ensina
que comunica
por gestos
atitudes
com um simples olhar...
foto: 1000 imagens

28/12/06


Fui trilho, passo, sulco na areia...
Sou caminho, rumo que traço, meta que faço...
Sonho ser destino, em mil passos picotado,
Por infinitas linhas desenhado, pelo azul do mar colorido e,
por ti... vida, ser amado, ser fado, desejado, querido.
Foto de R.

22/12/06

aos amigos...


A cada dia, a cada hora,
a cada um dos amigos que por aqui me têm dado o prazer da sua companhia,
transformada em palavras
ou apenas em silêncios...
deixo o meu mar e a sua luz
num abraço prolongado e alongado
como a onda que enlaça ternamente...
que a todo o tempo, o olhar seduz.
Festas Felizes!

18/12/06

Ser...


Ser boneca de trapos, de mil rabiscos,
de vis farrapos...
Ser homem senhor, do infinito louvor,

da nobre cor...
Antes ser trapo sorriso nas mãos de uma criança...
Que parecer manto seda aos ombros do nada,
Vazio de esperança...

13/12/06

abstrações...


Caminho distraida pela praia...
olhando o chumbo e prata, reflexo de um dia sem sol.....
ouço ao longe o piar das aves....
a espuma das ondas lentamente vem beijar-me os pés,
levando consigo a marca das pegadas...

10/12/06

Conto de Natal


Ela olhava pela vidraça a chuva fustigando a Natureza.
Aquele som familiar fê-la transportar muitos anos atrás quando tudo era mais simples, ou talvez não. A simplicidade estava no facto de que ela era a criança. A noite de todas as magias em que o sono se recusava a vir pela excitação dos presentes. Parcos e pobres resumindo-se a um par de soquetes alvos como a neve que cobria os campos... nos anos melhores acompanhavam-nos uns figos secos e uns rebuçados, luxo a que nem sempre tinham direito, mas a magia... Ah a magia daquela noite especial...
Uma rajada de vento mais forte fê-la voltar à realidade. Olhou de novo a Natureza que se havia já despido das suas maravilhosas folhas verdes, varridas pelos ventos. Algumas árvores conservavam ainda as suas cores avermelhadas ou douradas transformando tudo num festival de colorido e matizes diferentes. Uma festa para o olhar. As primeiras chuvas tinham dado lugar ao frio e tudo começava a vestir-se com um manto branco, qe realçava os contrastes do que ficava à vista. Uma época de recolhimento. Aproximava-se o Natal. Mais um, como tantos outros. E ela tinha um problema para resolver...Sentia-se nua, como as árvores.
No apartamento minúsculo a falta de recursos sentava-se todos os dias à mesa com a sua família.
O Pai Natal vestido de desemprego tinha escolhido o seu lar para fazer a sua visita...
Teria que gerir os escassos recursos, ela a mãe, (porque a ela calhava sempre a árdua tarefa de fazer o “milagre” da mutiplicação do tão pouco quase nada). A sua angústia era como daria uma prenda ao seu filho de dois anos? Não que ela achasse que o natal é isso, mas porque assim foi tranformado e as crianças vivem as prendas com a magia que lhes é tão comum. Ela sabia, oh se sabia...
Ao menino interessava apenas que houvesse uma árvore e prendinhas, pequenos pedaços de papel colorido envoltos em fitinhas de várias cores, o que, transforma o olhar de qualquer criança de dois anos, em estrelinhas brilhantes.
Então teve uma ideia. Iria chamar o menino, explicando-lhe em palavras simples que nesse Natal tinham um problema que queria partilhar com ele.
Se bem o pensou melhor o fez e chamando o menino disse-lhe:
- Filho, acho que este ano está difícil ter dinheiro para as prendinhas
O menino entristeceu por uns momentos mas logo a seguir disse:
- Mas eu só queria prendinhas debaixo da árvore!...
Olha já sei mãe, - continuou o menino com os olhos brilhando – fazemos assim: embrulhamos os carrinhos e fazemos prendinhas que ficam aqui debaixo a enfeitar a árvore. Pode ser mãe? Ajudas-me? Anda vamos os dois.
E lá começaram ambos a embrulhar os carrinhos já usados, uns livrinhos e alguns bonecos, transformando-os em belas e coloridas prendas.
E que lindas ficavam debaixo da árvore onde as luzinhas piscando ainda realçavam mais a sua beleza e cor.
Como o menino gostava de ficar ali sentado a admirar as prendinhas...
E chegou a noite de todas as magias... o menino mal podia esperar que a hora de abrir as prendas chegasse... constantemente perguntava se já eram horas. E ela chegou! O menino abria, ajudado pela mãe, as suas lindas e coloridas prendas, com os olhos a brilhar de surpresa, os pequenos embrulhos, com a alegria da descoberta, como se não soubesse de antemão o que iria encontrar.
A mãe, vendo o menino e a sua alegria, deixou escorrer uma lágrima marcando na sua lembrança que as necessidades são criadas pelos adultos tornando as crianças, quantas vezes, infelizes...


foto mil imagens


Este conto é publicado no âmbito do seguinte desafio:
Hoje, pelas 21 horas de Portugal e 19 do Brasil, terá inicio a 5ª edição dos desafios de criação de Contos, numa iniciativa do Canto de Contos. O mote é o tema de Natal. Podem ver os concorrentes no link do Canto dos Contos.

07/12/06

partilhando...


Falo da terra que penetra no mar
Fecundando-o com sementes do meu sonhar...
Espada, lança de guerra,
Pelas ondas forjada
Ao horizonte apontada...
Caminho que até ao mar se estende...
Fazendo da praia ponto de partida para uma demanda
Que só o sonho entende...


Porque a partilha é o melhor da vida...cá está!

05/12/06

palavras à solta...4


Do Gostar

Os beijos que damos
Os que gostaríamos de ter dado
tão doces
tão meus
tão nossos
retribuo-os
na partilha doce

e eu guardo-os
na cumplicidade saudável
na liberdade de pensamento
e em cada um... derreto a minha ternura em ti
deixo marca minha marca

indelével
mas que permanece
que resiste
para além do estar
para além do ser
não sofre erosão
não se decompõe
é orgânico
mas não se deteriora
apenas... marca!
marca e fica
assim como tu fizeste em mim
e vinca
marcaste-me e ficaste
permaneceste
vincaste-me
fizeste de mim folha escrita
folha alva
que se abre ao vento como vela de veleiro
com entrelinhas de azul
que esvoaça cruzando os mares
fundindo nas estrelas
brilhando mais do que elas...
abro o meu abraço
a ti minha estrela polar
abro meu abraço
e te enlaço...
e assim de braços abertos
sou vela que cativa o vento
e o transforma em força
sou vela que o ampara
em navegar
sou rocha
sou... espuma, apenas!
e eu sou mar teu
teu jardim, minha flor
teu céu, minha estrela
teu mundo, meu sorriso
lindo tu que vês a beleza
linda tu que a compreendes
que a cantas em palavras de luz e cor
em notas de uma melodia..
dedilhadas nas teclas de um piano...


foto de olhares

30/11/06

e...a magia acontece


Alcochete
O ponto
O encontro
O contentamento...
logo abaixo do lindo tejo
sim, passeio na sua margem e espraio o olhar
vejo do outro lado a cidade grande onde tudo acontece
tao lindo...
caminha comigo ao lado dele
sentes como ele traz o sabor das gentes
das terras por onde passa?
e os cheiros da maresia
dos montes que cruzou?
Adoro-o
e os sons dos pássaros ao entardecer
esse cheiro intenso
mar feito perfume
e o sol despedindo-se
beijando-o as suas águas lentamente...
naquele brilho reflectido na água
adormece assim
em mim
num entardecer
sossegadamente adormecendo
no silêncio do rio.. que chama pelo mar
apreciando as suas marés vazias
gravo a tua expressão serena em mim
os barcos partindo para a faina da pesca,
chegando com o fruto do seu trabalho
num vaivém sem fim...
e neste remanso
neste descanso
neste encantamento
abro os meu braços
num fraterno abraço
e acolho
o círculo do tempo,
e do sentimento
que se espraia
olhar ao vento...


foto do círculo...:)

25/11/06

palavras à solta...3



Da Entrega

Cada quadro que pintamos com as nossas palavras...
tem nossos nomes tatuados
não apenas os nomes
mas o nosso sentir
os sonhos
os sabores
a nossa essência
sim, bonito pelo sentir e pelo sentido
pela côr e pelo sabor
pela liberdade
pela espontaneidade
sim e só assim vale
e só assim é forte
porque só assim faz sentido
sozinhos não somos ninguém
amo o valor da partilha
sozinhos não somos ninguém, é verdade

só escrevo assim, porque estás aí
ou muito pouco somos
porque somos alguém
recuso ser ilha
e cada um de nós tem um valor próprio
e sozinho não consigo construir pontes
podes ser ilha com uma palmeira
nem estradas
nem nada
apenas ideias
a palmeira dá fruto sem que eu possa alterar o seu sabor
não podes, mas podes pensar, sonhar...
a partilha faz o sorriso do outro ter a nossa côr
ter o nosso sabor
sorrir juntos altera a qualidade do sorriso
e faz o sol brilhar mais
num brilho maior que a soma das partes
num carinho de cuidar, do tamanho do mar
do tamanho do a-mar
do infinito olhar
em cada sol que se põe, em cada lua que se ergue...

estou muito feliz por te encontrar
em cada encontro a vida oferece-nos uma prenda
faço um colar de flores
teu
porque não estou sozinho nesta ilha
não estás, estou aqui eu
flores e búzios
terra e mar
nos seus frutos
a natureza da nossa essência
aquilo que somos
acendo uma fogueira
apenas para alumiar a noite
ouves o estalar da madeira
o crepitar do fogo fulvo e rubro
misturado com o susurro do mar
a luz trémula da fogueira, faz dançar o nosso mundo
ao sabor da brisa
tremeluzindo
tudo ao redor dançando
sim
num embalo doce
uma dança estranha, mas tão suave
tao sensual
que embala os sentidos e convida ao adormecimento
peço a tua mão
que entrelaço na minha
e beijo a tua palma
e escutamos em silêncio o ruído do mar e do vento
como que beijando cada caminho teu
um silêncio que fala
um nada que é tanto
um infinito tão mensurável
olhos brilhantes do reflexo da fogueira
lindos
que tanto dizem calados
olhos de luar
olhos de sonho
cabelos teus que se elevam docemente
pela brisa
é o mar.. a querer enlaçar-se em ti
e que deixam espreitar os teus
que sentes com tua mão
querendo entrelaçarem-se neles
que fazes fluir entre teus dedos
bailando, eles também, felizes
colo a minha face à tua
eu também
e assim.. da mesma perspectiva.. ver o horizonte
que se nos abre
pleno
que se revela
magestoso
brilhante
salpicado de pequeninas estrelas
que se estende ao longo do recorte do mar
cintilantes
o meu céu é o teu olhar
e teus olhos.. as únicas estrelas que necessito para me guiar
e o meu olhar é o teu céu
o azul do teu céu.. ama o azul do meu mar
onde nos deleitamos, nos entregamos
e felizes, como duas crianças, brincamos
na areia
areia pura e fina
no mar que numa onda se faz cúmplice da nossa alegria
areia que nos cobre a pele
nos aquece
nos estremece
humedeço a minha mão
nos diverte
e com a pontinha do meu dedo
contorno o teu rosto
se nos cola como pele
numa benção
em que digo: T do mar
eu me encontro em mim
me encontro em ti
abraço-te
susurrando baixinho que sou a tua pele
que me visto de ti
e juntos, nos entregamos ao mar...
nas cores que és.. na protecção que dás
deixamos que o mar nos beije
a ambos como um só
estendo os braços
deitas-te sobres eles
e ficas assim...
embalada pelo mar
e neles encontro consolo
na segurança do meus braços
a tua pele brilha
tão bonita
com sabor a mar
olho-te
olho-te
e na tua serenidade.. encontro o meu bem-estar

e no meu olhar encontras a tua paz
fechas teus olhos
aproximo a minha face da tua
e sondo-te num beijo ternurento
fazendo dos meus lábios os dedos da minha alma

que sabe a maresia e a mel
que reconhecem cada bocadinho de ti
que sabe a algas
beijo-te com a ternura do sol
beijo-te com a ternura do mar
no beijo ao mar quando se põe
com a harmonia do sol quando acorda
sinto na tua boca, o ondular
do mar
o sabor a maresia
e mais não somos do que pedaços de mar e sol
na alegria inebriante do renascer
que se fazem cúmplices
a cada manhã acordar

a minha manhã é candosa
abrir os olhos ao dia e sorrir
se a teu lado.. despertar
porque ambos sabemos como é bom lado a lado caminhar
anda, vamos
anda, vamos! Vamos experimentar!

foto de olhares

23/11/06


Ainda que seja moinho sem vela, pintor sem tela...
mó sem fulgor, pincel sem cor...
Saberei sempre ser braço que do vento faz regaço...
e que do azul do mar faz traço...
Pois se o mar é alma que da inquietude faz calma...
a areia é pó, tristeza desfeita pelo meu coração, minha mó.

22/11/06

desafios e manias


Fui desafiada pelo amigo Kaos e porque nunca viro as costas aos amigos, cá estou!
Sobre o regulamento, para quem o quiser, ele está lá no blog do
kaos, poderá ser facilmente consultado. Aproveitam e visitam o jardim. Vale a pena!
Desafios são os da vida e esses, encaro-os de frente e sem medos,

enfrento-os! Será essa a minha mania?
Acho que sim e por isso aqui te deixo uma das minhas maiores manias. Enfrentar os desafios e deixar de parte as manias, pois que estas são um entrave para o desenvolvimento daqueles.
Como não sou cusca não vou passar a corrente, que ainda choveu pouco e o rio leva pouca água... :)

Beijinhos sem manias nenhumas.

20/11/06

A palavra aos autores...



No Sábado, dia 25 de Novembro de 2006, pelas 21.30 horas, terá lugar o lançamento do livro “Ecos”, no Bar Onda Jazz, junto ao Campo das Cebolas, em Lisboa.

A autora, Piedade Araújo Sol, publicou os seus trabalhos nas revistas Encontro, Máxima e em vários jornais, abrangendo poesia, prosa, contos e artigos de opinião. A sua poesia é de índole simplista, mas reflexiva; chegando a ser dramática. Predomina o enternecimento e a tendência para o oculto e para o desconhecido imaginário.

Todos somos poucos para apoiar os escritores portugueses que se destacam na defesa do enriquecimento da nossa língua.

16/11/06

cantiga ao mar


Que força estranha é esta que nos move?
que nos impele
que não é caracterizável
que nos faz sentir tanto
nao está catalogada pelos homens
mas...que me faz sentir tão em ti, tão tua
que me transporta
como eu te sinto em mim
Ah não te quero deixar não
fica comigo assim
esqueçamos tudo o mais
mundo nosso
ai pedacinho de mim
meu poema
meu mar e meu sol
meu encanto e meu sorriso
meu brilho
minha luz que me faz ser côr
onde me abrigo
meu calor
meu ardor de carinho
minha brisa suave
abraço-te
e percorro teu caminho
como eu sou tua...
porque te quero, te desejo, muito
queria ser o teu respirar
queria ser a peça que utilizas para trabalhar
juntinho a mim
queria ser hino
queria ser ar,

luz e movimento
queria ter asas e voar
até ti…
para que de mim fizesses tua

e de ti
fizesse meu…

12/11/06

09/11/06

tranquilidade...



Porque te amo assim...
neste sentir tranquilo...

Como amo o mar, o pássaro a voar, a flor, a vida....
é tão bom este sentir...

é tão bom este nosso partilhar...

foto oferecida

07/11/06

alguém/ninguém


Gosto da palavra alguém,
o seu significado, a sua sabedoria...
Se eu fosse alguém, escrevia
Se eu fosse alguém, fazia
Se eu fosse alguém sabia
Se eu fosse alguém veria

Mas...
Sou ninguém
E como tal,
Apenas brinco...
Retirando do saquinho as letrinhas
Que vou agrupando
Juntando
Unindo
Formando um puzzle
Que vos vou mostrando
A vós
Que tanto estimo
Todos vós
Os que por aqui vão estando
E comigo, também brincando...


imagem da net

04/11/06


Olha nós!
Em harmonia entre os demais!
Sempre alegria, sempre mais...
Cresce a meu lado... sê meu fado...
Entrelaça em mim tuas raizes,

bebe da terra comigo!
Somos felizes!
Segue comigo o sol até ao mar...
Carinho de mim, meu luar...!


foto de mão amiga

01/11/06

palavras à solta...2



palavras que saem a 2 vozes...

DO Mar

como o mar...
que encontra em cada praia
um novo mundo...
amo o mar...
em ondas que abraçam a areia
amo-o tambem...
e em que o nosso olhar se perde
e os sentidos se inebriam
um mar que se faz espuma branca
como um brinde eterno ao nosso olhar

batendo na areia
mar que se imola nas rochas...
ou desfazendo-se como bolinhas efémeres
para que possa ser gota que viaja no vento e no tempo...
de luz e brilho
até à nossa face
salpicando-a de sal
dando sabor à nossa pele
temperando o nosso olhar
o nosso sonhar
sussurrando baixinho
numa voz, serena como a foz

e voando, nas asas do vento
onde a calma do rio alimenta a força do mar
murmurado ao ouvido
e onde nos deixamos levar...

um murmúrio que arrepia de tâo doce
que faz de ambos um só sentir...
que inebria, que percorre um frémito
um só sentido
no caminhar... e no sentir

e no gostar
e no amar
e no ver no teu olhar... o maior mar...


foto de olhares