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domingo, 4 de maio de 2014

A arte de se inventar



Toda vez que você se transforma você se inventa, não reinventa-se. Uma invenção é você ter matérias em estado, bruto, primitivo, simplificado, e transformar em algo novo.

O mesmo acontece com seres humanos, ao mudarmos, nos transformarmos utilizamos todo o nosso contexto, tudo que já vivemos e  colocamos em uma nova condição, Em outras palavras, utilizamos tudo o que vivemos como aprendizado e  criamos uma nova esfera de sobrevivência, de forma de vida.

Diferentemente de se redescobrir. Uma vez que já nos conhecemos, e a cada dia, a cada nova conquista, a cada nova derrota, nos descobrirmos. Já que descobrirmos nossa capacidade de enfrentamento das diferentes situações que vivemos, nossa capacidade de adaptação à novas realidades.

Nesse sentido cabe enfatizar que não conseguimos nos inventar se não conseguirmos nos descobrir, se não entendemos  como reagimos às diversas situações, nossas circunstâncias, nossos limites e condições de mudança.

Sem isso, impossível delimitar novos horizontes, saber qual matéria bruta temos para transformar, tão pouco sabermos quais opções temos de resultado final.

O difícil, então, não é se inventar, mas se descobrir. Uma vez que se descobrir é encarar todos os defeitos, vulnerabilidades, fraquezas, e assumir isto e ter de tomar iniciativa para mexer neles é realmente uma tarefa que dá medo. Mas é necessário, caso contrário corre-se o risco de viver no comodismo, na estática, na inércia e não se inventar nunca.



sábado, 18 de junho de 2011

Pintura em spray

Hoje apresentarei a vocês mais um trabalho artístico de Paraty. Trata-se do artista plástico Alan (se eu troquei o nome me perdoe).

Ele pinta pelas ruas de Paraty, para ser precisa, na rua cultural, onde todo tipo de cultura acontece a noite. A rua do comércio é uma espécie de palco artistico.

E numa das noites eis que eu fiquei por longos minutos sentada pelas pedras da cidade apreciando o trabalho que vocês podem ver ai na foto.

Alan utiliza apenas tela de papelão, folhas de papel e spray ( utilizados em pixação). Não utiliza pincel, ou qualquer outro objeto que não seja os anteriormente citados. eis ai o local de trabalho dele. E a arte... que acabei ganhando de um amigo que fiz em Paraty (Salut Henri).

domingo, 12 de junho de 2011

Filigranar

Esse anel ai da foto ao lado é feito através da arte de filigrana. A arte de entrelaçar fios de metais sem o uso de solda. Surgido na China e extremo oriente em meados do século VIII, ganhou notoriedade na Espanha e Portugal posteriormente, e sendo trazida para a América por colonizadores.

A técnica é intrinsecamente manual, e artesanal. Embora atualmente já usem maçarico para fixar as peças, o que não remonta a verdadeira técnica.

O artesão que fez essa peça (exclusivamente para mim) conhecido em Paraty como “Canela” e seu atelier é sob à luz da lua e estrelas. Enquanto não manipula as peças – geralmente feitas na hora para a pessoa que ele aborda aleatoriamente (talvez nem tão aleatoriamente considerando a complexidade da nossa mente com todas as suas intuições).

Senta-se nas portas das casas históricas, toca sua flauta ( feita artesanalmente de madeira) á sua frente fica um pedaço de pano com seu instrumental de trabalho.

Como bom e sábio artista enquanto produz peças fala sobre a arte, sobre a vida, sobre o cosmos... FASCINANTE!!!

Ele não coloca preço em suas peças, deixa livre para que a pessoa escolhida, contribuir com o que queira... ou não contribuir, o que é difícil acontecer, diante de tamanha beleza das peças.

Canela não utiliza ouro ou prata, devido ao custo e ao tratamento que os mesmos tendem ter. Utiliza então o cobre, que além de dar um efeito diferente das bijuterias que conhecemos, também tem algumas propriedades terapêuticas e místicas.

Um toque especial no contato com o artista, é a despedida, na qual Canela faz questão de cumprimentar não apertando as mãos, mas saudando com um “bater de mãos”, segundo ele ao bater as mãos, faz-se a energia das pessoas e do universo vibrarem, o que é mais importante do que transferir energias (as vezes desequilibradas) um para o outro.

No meu anel ele modelou um trevo de 4 folhas para dar sorte, e um espiral, pois a vida é um espiral, que simboliza a energia feminina e a dinamicidade da vida, com seus altos e baixo, mas sempre seguindo seu curso.





SANDRO CANELA
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PETER LIMA



Ontem eu conheci um poeta, escritor e filósofo em Paraty. A abordagem não poderia ser mais inusitada. Após eu decidir comer a sobremesa ( um sorvete de chocolate com pistache) antes mesmo da janta, sentei-me em uma das mesas pelas ruas da cidade histórica.,

Um homem vinha ao longe com uma bolsa toda decorada, papéis na mão, e se apresentou como se fizesse uma reverência a reis e rainhas. Não exagero, mas é ótimo em meio à multidão sermos notados, nos sentimos reis e rainhas. E isso aqui em Paraty é comum!

Após uma breve apresentação ele me mostrou o seu trabalho, pedaços de papel xerocados, cortados e grampeados de forma artesanal e vendidos sem preço fixo, de forma livre. Ou seja, “contribua com o que você quiser”.

Tivemos uma breve conversa, mas o tempo suficiente para saber um pouco da sua história, depois relida em um dos contos. Certamente não se trata de uma história de superação, mas de auto-reconhecimento, de busca e espiritualidade.

Quase uma cena filosófica, se não fosse viver filosofia ali, com um poeta, um sorvete e tendo como cenário uma cidade mágica, paradoxal, ou como o próprio Peter definiu: cosmopolita.

Isso é arte! Arte de poesia, a arte de escrever, a arte de fazer da vida uma filosofia! A arte de viver.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Por que brasileiros não são felizes?

Em conversa com o rapaz francês eu perguntei porque ele tinha certa inveja dos brasileiros. Ele disse que se referia as belezas naturais do país, as condições climáticas ao sabor dos alimentos, ao futebol e a forma “graciosa” de dançar.

Ele explicou que o graciosa era no sentido de habilidade (gingado). Mas que infelizmente o dom da dança abre espaço para o exibicionismo. Uma mulher não samba para si, para exercitar o corpo e apresentar uma cultura local. Samba para exibir seu corpo ao outro, o seu conhecimento ao outro, e isso vulgariza a imagem.

No futebol, não há um jogador brasileiro que jogue apenas porque é bom nisso, para apresentar a arte do futebol, a essência ( um esporte, mas um jogo de corpos e habilidades). A maioria joga não para defenderem um time, mas pelo salário, pelo status, pela fama. Na verdade não jogam apenas de exibem. Até certo ponto concordo com ele, até porque ele fala dos grandes times, muito da seleção brasileira. Mas se pensarmos no passado, ou atualmente Rogério Ceni ( ele não conhece muito jogadores antigos apenas Zico e Pelé, também não sabia sobre Rogério Ceni)

Segundo o rapaz (Henri seu nome), não comemos bem para a saúde, mas para manter o corpo em forma para o outro. Nunca ouviu uma brasileira falar que estava gorda e estava preocupada com a pressão arterial, sempre fala que a “saia” não está entrando, ou aperta a barriga.

Foi enfático dizendo que o brasileiro não é feliz porque não faz nada pra si, mas pelo outro, para mostrar o outro, para tentar ser superior. Pelo outro só devemos fazer o que ele precisa, ou nos solicita.

Na discussão sobre saúde pública (essa foi mais fácil, havia tradutor simultâneo) ele disse que é contra o Brasil ou qualquer outro país tentar se basear e imitar programas de saúde estrangeiros, cada realidade é única. E a primeira providência a ser tomada não é na saúde, mas na educação, na responsabilização de cada cidadão – eu já vinha dizendo isto não é?

Diante disso, é interessante cada um de nós realizarmos coisas pensando não por que estamos fazendo isto ou aquilo. Só vale a pena fazer pelo outro quando este solicita, ou você detecta que precisa. No mais faça por você!