20 de out. de 2009

(ESCRE)VER-ME

Lavinia Fontana
.


nunca escrevi
sou
apenas o tradutor de silêncios

.

a vida
tatuou-me nos olhos
janelas
em que me transcrevo e apago

.

sou
um soldado
que se apaixona
pelo inimigo que vai matar

.

Mia Couto

.

4 comentários:

angela disse...

duro manter sentimentos quando o ato é tão cru.
beijos

Dalva M. Ferreira disse...

Super! Invejinha... quisera tê-lo escrito.

Conceição Xavier disse...

É sempre bom passar por aqui.
As palavras, a poesia e as imagens sempre escolhidas com sentimento.
Ainda bem que voltou com muita inspiração.
Que tudo continue a correr bem!

disse...

Oi Leonor!
Andei sumida da blogosfera e com saudades. Ler teu blog é como respirar novos ares, abrir os olhos para o que é belo e inteligente. Preciso voltar mais vezes sempre que puder, com certeza. Esse poema em questão diz muito em poucas palavras,aliás, por proferi-las em demasia e também por escrevê-las igualmente, tenho a impressão que o conciso costuma ser mais expressivo que o prolixo, então, atraio-me pelo que é oposto, talvez seja mais disso que eu precise, não é?rs. Bjins e até!