sábado, 31 de outubro de 2015

É preciso melhor calendarização!...


Os problemas de Vieira


«Perder por 0-3, na Luz, com o Sporting, no primeiro jogo em que o seu ex-treinador, agora ao serviço dos leões, visita a Catedral, não é coisa de somenos. É uma grande pancada! A diferença de produção futebolística foi tão abissal que fica difícil arranjar argumentos 'oficiais', distractivos, pois claro, para justificar tamanho desaire. Não foi coisa do acaso. O Benfica exibiu algumas das suas limitações e fragilidades e acusou - quer queiram quer não - a ausência do 'cérebro', que ainda por cima reforçou o rival histórico, Sporting.

Já se sabia que, a menos que o jogo na Luz acabasse empatado, o tecto iria desabar em cima das cabeças de quem perdesse. Desabou em cima de Luís Filipe Vieira, da 'estrutura' e de Rui Vitória, porque não foi uma derrota qualquer, não foi um desaire mínimo na sequência de um dérbi equilibrado e apertado; foi um inêxito total e incontestável, sob qualquer ponto de vista.

No futebol, é assim para todos: quando se perde, as críticas chovem. A expressiva derrota frente ao Sporting foi tão inesperada - basicamente pela expressão quantitativa e qualitativa - que as críticas tinham de cair como granito no telhado benfiquista. As críticas externas são normais, de diversos quadrantes, as parciais e as mais imparciais, porque o Benfica mereceu-as: jogou nada frente ao Sporting e seu rival de sempre. As internas é que são mais difíceis de digerir e carecem de explicação. Para atalhar, a maior 'doença' do Benfica chama-se protagonismo. E Vieira quer ser protagonista à custa do não protagonismo dos seus 'apoiantes' - algo muito difícil de conquistar. Não esquecer que Vieira já se teve de debater, noutros momentos, com focos de protagonismo interno, como foram os casos de Rui Costa, Rui Gomes da Silva, José Eduardo Moniz, António Carraça (à custa da 'despromoção' de Rui Costa) e outros proclamados 'papagaios'.

Já se percebeu que, no momento, Luís Filipe Vieira e o Benfica têm dois problemas externos: Bruno de Carvalho e Jorge Jesus. O presidente do Sporting, por razões de 'génese antibenfiquista' e porque pretende denunciar, no auge da sua afirmação e num estilo que não rejeita o confronto, alguns benefícios protagonizados alegadamente pelo Benfica; e o treinador do Sporting, por motivos associados ao processo que o fez mudar da Luz para Alvalade.

Vieira tem, todavia, outros dois problemas, estes de natureza interna: Rui Gomes da Silva e Rui Costa. O vice-presidente do Benfica porque, apesar do disfarce, nunca lhe perdoará o facto de o ter 'chicoteado' ('chicotada psicológica', sim) da SAD, achando que o cargo de vice-presidente seria suficiente para o manter controlado e relativamente contido, apenas disponível para 'defender o Benfica' contra os ataques verbalizados pelos adversários. O que já se viu que não é tarefa nada fácil, senão impossível. O administrador, ex-jogador de muitos talentos, porque foi identificado por Jesus como o único elemento da estrutura que percebe alguma coisa de futebol e porque, na sua primeira fase como dirigente do Benfica, chegou a ser mais 'presidente' do que o próprio Vieira - e daí um prolongado ciclo 'na sombra', a troco de um bom ordenado.

Quando o Benfica desistiu de Jorge Jesus, para implementar a fórmula do magistério da 'estrutura', era previsível que, à primeira contrariedade, a dita 'estrutura' fosse colocada em causa. E isso foi feito, ruidosamente, pelo vice-presidente Rui Gomes da Silva, que num registo populista vem há muito preparando a melhor oportunidade para 'assaltar' a presidência do Benfica. Outra vez a sede de protagonismo. E o Benfica a sustentar todos estes egos, os mesmos que não tiveram a humildade de reconhecer que a transformação desportiva começou no balneário, sob uma liderança feia, chata e má, às vezes insuportavelmente arrogante, e que o clube e a SAD só a tinham de saber potenciar como extraordinária valência.

A estrutura de um clube de futebol deve ser o mais invisível possível. Devem ser as formigas que trabalham para dar as melhores condições possíveis ao treinador e à equipa de futebol. Temo que o Benfica não consiga perceber isso e encete um ciclo de 'sportinguização' em que o clube (de Alvalade) pagou com juros as vaidades, os caprichos e a sede de protagonismo de uns tantos. Chegou o tempo de perceber se Luís Filipe Vieira é mesmo um líder ou se é um bluff, no que diz respeito à gestão do futebol.

NOTA - Se fosse presidente de um clube, eu faria os possíveis para ter o melhor treinador junto de mim. E dar-lhe todas as condições para ter êxito. O êxito dele seria o meu. Nunca contrataria um treinador mediano para fazer valer a ideia de que os sucessos são meus e da estrutura.»
(Rui Santos, Pressão Alta, in Record)


Os "três secos no bucho" acabaram por ter o condão de levantar a crosta da ferida, sob a qual se escondia terrível infecção...

A "simultânea" que o Sporting vai jogando em diferentes tabuleiros, só pecará pelo exagero da admissão de tantos opositores! 

É preciso melhor calendarização!...

Leoninamente,
Até à próxima

Está no ar o novo site oficial do glorioso Sporting Clube de Portugal!...



Está no ar, o novo site oficial do glorioso Sporting Clube de Portugal!... 

As primeiras impressões são francamente positivas, pese embora ser ainda um produto inacabado que, muito naturalmente, necessitará de mais tempo até atingir a velocidade de cruzeiro, com todas as múltiplas funcionalidades e opções a carburar em pleno. 

Leoninamente,
Até à próxima

sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Tão óbvio como o dedo em riste!...



Tão óbvio como o dedo em riste!...

Leoninamente,
Até à próxima

Ganda banho!...



Ganda banho!...

Leoninamente,
Até à próxima

Alvalade a caminho da lotação esgotada no próximo sábado!...



Com menos de 10.000 bilhetes disponíveis e ainda com dois dias de vendas pela frente...

Alvalade a caminho da lotação esgotada no próximo sábado!...

Leoninamente,
Até à próxima

O caminho das pedras é o único que poderá conduzir o Sporting à glória!...


Vieira chamado à reacção


«Quase uma semana depois do clássico da Luz, ainda se sentem as réplicas do terramoto resultante da vitória clara do Sporting. Um terramoto que, tudo bem pesado na balança, até nem terá sido tão inesperado quanto isso. Tanto pela consistência que cada uma das equipas vinha apresentando, como pela incomparavelmente maior importância que os leões, através de Bruno de Carvalho, foram dando a todo e qualquer pormenor que colocasse os dois rivais de Lisboa em lados opostos da barricada.

Não professo o conflito de discurso por si só. Considero, como tantos outros, que o futebol português precisa de menos conversa fiada sobre algo que nada tem a ver com o jogo e muito mais sobre o que se passa em campo. No entanto, parece-me que também aqui, como em quase tudo na vida, o equilíbrio é a melhor receita.

Serve isto de introdução para o pesado silêncio que o Benfica manteve ao longo das últimas semanas - Vieira chegou a falar de uma resposta no "sítio certo" mas ficou-se por aí - e para a razão, parte dela pelo menos, que entrego neste parâmetro a Rui Gomes da Silva. Quando o vice-presidente do clube disse que o Benfica se furtou em demasia ao conflito, acertou. Falhou apenas quando deu a entender que deveriam ser outros que não o presidente a dar o peito às balas. Gomes da Silva saberá, como aconteceu no seu clube, que muitas vozes a quererem tempo de antena não dá bom resultado...

Retomando a questão, a imagem de controlo e serenidade que as águias tentaram transmitir resultou numa fotografia final de fragilidade e passividade. Não foi assim que Luís Filipe Vieira reergueu o Benfica. Foi como Bruno de Carvalho tem feito, foi como Pinto da Costa o fez há bastantes anos atrás. Foi disparando a cada oportunidade, reavivando a chama própria de um clube adormecido. Enfim, foi segundo o lema do 'nós contra o mundo'.

Luís Filipe Vieira voltou a falar esta quinta-feira, na homenagem a Armando Jorge Carneiro. Mas não o fez como antigamente. Puxou pela recuperação do Benfica como marca global ao longo dos últimos anos, aplaudiu o minuto 70, promoveu Nuno Gomes e admitiu o risco desportivo que resulta da aposta feita nos jovens da formação. Não foi, como disse, à moda antiga de Luís Filipe Vieira.

Como disse, não defendo o conflito por si só. Mas ao afastar-se tanto dele, parece-me que Vieira não está a defender o Benfica da melhor forma. Rui Gomes da Silva, por vezes exagerado nas suas palavras e até convicções, desta vez, acertou.

O Benfica está obrigado a reagir, não só dentro de campo mas também fora dele. Sob pena do trabalho liderado por Luís Filipe Vieira ao longo dos últimos anos se deteriorar muito mais do que a erosão provocada desde logo pela saída de Jorge Jesus. Vieira, como Pinto da Costa e também já Bruno de Carvalho, são a prova viva de que os grandes portugueses precisam de quem esteja disponível para fazer barulho. É triste que assim seja, mas a história dos últimos 30 anos de futebol português não deixa margem para dúvidas.»
(André Monteiro, Linha Directa, in Record)


Seria suspeito se porventura tecesse comentários a esta excelente crónica de André Monteiro. Renuncio a correr esse risco, em tempos que entendo muito complicados para Alvalade e em que o factor união poderá ser decisivo para a concretização das nossas mais profundas aspirações.

Nesta condição limito-me a sugerir aos meus ilustres consócíos sportinguistas, bem como a todos aqueles que não o sendo, se acolhem debaixo da mesma bandeira, a leitura atenta do muito que de importante o jornalista transmite, pese embora o seu alvo não seja esse,  a todos nós sportinguistas.

Há muito que me obriguei a silenciar todas as críticas a que este meu temperamento impulsivo me levava, mesmo que pontualmente, a fazer ao presidente do Sporting Clube de Portugal. Exactamente a partir do dia em que compreendi que não haveria outro caminho a seguir, para afirmar o Sporting Clube de Portugal, que não fosse "o caminha das pedras" que corajosamente encetou e que, ironicamente, André Monteiro agora recomenda ao desgraçado do outro lado da rua.

Hoje, estou-me marimbando para pruridos estéreis de donzela virgem ofendida. Para a eventual exibição de narcisismos, arrogâncias, faltas de chá, de brazões na lapela e sentido de estado que ontem condenei. Olho para o pés do homem e vejo-os em sangue e vejo-o, corajosamente, a prosseguir o caminho porque, como hoje eu sei e reconheço, e muitos de nós que hoje lhe apontam o dedo um dia também reconhecerão, há muito que ele sabe, e honra lhe deverá ser concedida, que...

O caminho das pedras é o único que poderá conduzir o Sporting à glória!...

Leoninamente,
Até à próxima

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Daniel, vamos esperar sentados!...


À espera


«Marco Ferreira não fez acusações vagas, descabeladas, descontextualizadas, inverosímeis. Fez uma descrição pormenorizada de conversas com Vítor Pereira, referente a arbitragens específicas, tendo a cautela de responder várias vezes que não podia ter a certeza de algumas coisas que lhe eram perguntadas. As conversas por si descritas não correspondem à compra de árbitros. Correspondem a formas de pressão que, com o sistema português de escolha de árbitros e o poder dado a um só homem, serão, a existirem, de uma grande eficácia. Note-se que em nenhum momento Marco Ferreira acusa o Benfica de pedir a Vítor Pereira para pressionar os árbitros. Diz que Vítor Pereira o fará porque sabe que é o Benfica que o mantém no lugar. E que os telefonemas, ilegítimos a qualquer título, que fará aos árbitros, só acontecerão em jogos com o Benfica.

Lamento que esta entrevista, que vale a pena ler na íntegra, tenha sido dada a um jornal espanhol e não um português. E que tenha sido publicada nas vésperas do dérbi. Mas o assunto não perde interesse por isso. Interessam-me muito pouco as razões pelas quais Marco Ferreira decidiu fazer estas denúncias. Também não tenho um detector de mentiras e não sei se são verdadeiras. Têm verosimilhança suficiente para serem lidas com atenção. São claras, graves e suficientemente explicadas para exigirem uma acção pronta da justiça desportiva e comum. Vítor Pereira já reagiu e vai avançar com um processo-crime contra o árbitro. É natural. Falta saber quando avança um processo de averiguações à conduta de Vítor Pereira. Que terá evidentemente de acontecer.»
(Daniel Oliveira, Verde na bola, in Record)

Oh Daniel Oliveira, a coisa terá de demorar! Inevitávelmente! Pelo menos enquanto durarem as dores que muita gente terá nas virilhas, por mor de qualquer coisa que por lá ficou entalada!...

Teremos de ser calmos, pragmáticos e compreensivos, Daniel! São demasiados e complicados processos para a irreverente Cláudia Santos, que ainda nem sabe se a CII existe ainda, ou já terá sido sepultada. São demasiados e complicados processos para o Ti Herculano, face à sua provecta idade e cujo martelo parece estar desencavado. E isto para não falar no volume do ciclópico trabalho do Ti Manel da Serra, coitado! 

E não te esqueças, Daniel, estamos sem Governo e o poder do Secretário de Estado, que sempre foi ZERO, não era agora que iria mudar! E lembro-te também, que nestas ocasiões de vazio de poder, o Ministério Público costuma desligar o motor, que os combustíveis estão caros e ainda não há orçamento para 2016!...

De modo que, aconselho-te Daniel, faz como eu...

Vamos esperar sentados!...

Leoninamente,
Até à próxima

Ai se o ciúme fosse um trombone!!!...

 Foto: Branislav Simoncik

"Jorge Jesus foi um dos 16 premiados na 3.ª edição dos GQ Men of the Year Awards atribuídos este mês. O treinador do Sporting disse na altura não estar 'habituado a palcos como estes [da moda]', mas na produção que a revista publicará na próxima semana até dá 'uns toques' nesta táctica também."
(in Record, hoje)

Ai se o ciúme fosse um trombone!!!...

Leoninamente,
Até à próxima

Os mitos também se abatem!...


Considerado pela revista GQ o homem do ano de 2015, Jorge Jesus deu à mesma uma entrevista corrosiva e contundente, em tudo o que possa dizer respeito à apregoada e "infalível" estrutura do Benfica. Destaco a parte mais importante do seu discurso:

“Rui Costa é o único elemento daquela estrutura toda que percebe de futebol, é o único elemento que tem algum conhecimento das coisas. É, na minha opinião, o elemento que dá àquelas pessoas que gravitam todas à volta da estrutura do futebol, e que não entendem nada daquilo, alguma sustentabilidade ao nível do conhecimento do jogo e do jogador. O eventual futuro que o Benfica possa ter no futebol, ou passa pelo Rui Costa ou não passa por ninguém.

Fim da linha. Tempo de epitáfios. Há gente providencial que se extingue ainda antes do decesso. Figuras que se fizeram emblemáticas, cultoras de uma superioridade que fez dos outros gentios vassalos. Um cocktail de jactante presunção mas que não passa de um ridículo combinado de truques de retórica. Um longo historial de maquinações, de intolerância destilada em doses generosas para os que ousavam dissidir. Um constante achincalhamento dos adversários, acusados do crime de lesa-majestade por lhes surgirem pela frente como opositores. Ainda assim, paladinos de verdades absolutas, vergados à humilhação da derrota, asistirão inopinadamente ao epitáfio de quem, involuntariamente ou de forma maquiavelicamente programada, ainda ontem lhes coroavam o estatuto sobre-humano. E na contrariedade da derrota, começarão a disparar em todas as direcções. Para aquietar consciências e levitando acima dos mortais rumo à terra das lápides...

Faltará apenas, Vitor Pereira telefonar a Fábio Veríssimo, no sentido de lhe lembrar, pela enésima vez, que a sua meteórica internacionalização tem um preço! Porém...

Os mitos também se abatem!...

Leoninamente,
Até à próxima

"Só desejo que Jorge Jesus ganhe também o seu lugar indiscutível na história do Sporting Clube de Portugal"!...


A conta que Deus fez


«Todos os sportinguistas estão muito contentes com a vitória na Luz, mas quem estará mais e compreensivelmente rejubilante é Jorge Jesus. Desde a sua saída para o Sporting que o Benfica vinha, num singular exercício de revisionismo, a reescrever a história; e onde Jesus era incensado, passou a ser hostilizado, numa prática negacionista só comparável com as autocracias da órbita soviética, quando até as fotografias eram retocadas, mesmo antes da época do 'Photoshop'.

Fico perplexo que ninguém no Benfica tenha a clarividência de perceber que este tipo de desforços, não só fica mal a quem os pratica, como ainda transmite para o exterior (o mundo não são só benfiquistas...) uma percepção que oscila entre o ridículo e o patético.

Pois foi aquele Jesus que afinal não era tão bom quanto já se tinha dito profusamente que era, esse mesmo, que deu uma lição magistral na Luz e que ganhou em toda a linha a esse novo treinador, esse sim, o tal que oficialmente vai repor o Benfica na sua dimensão europeia. É no que dá, quando se distorcem os factos.

Todas as instituições têm momentos mais exaltantes e outros menos luzidos e há que ter a seriedade intelectual de os assumir, por muito que custem a engolir; a história é o que é e não se pode mudar por decreto ou por acções em tribunal.

Jesus tem o direito a figurar na história do Benfica, e é apenas justo que lhe reconheçam o lugar que, por mérito, lhe pertence, assim como foi o Visconde de Alvalade quem fundou o Sporting; são factos contra os quais não há argumentos. Malcom Allison, campeão no Sporting, foi sumariamente despedido pouco tempo depois por indecente e má figura, mas, que se saiba, não foi por isso suprimido.

Não acho relevante saber-se de onde vem um atleta ou um treinador, nem para onde vai, quando acabar o contrato; interessa realmente é o que ele faz. Só desejo que Jesus ganhe também o seu lugar indiscutível na história do Sporting, porque estou seguro que, se o conseguir, ninguém lho vai negar ou apagar. Mesmo que volte para o Benfica.»
(Carlos Barbosa da Cruz, O canto do Morais, in Record)

Quando me surge uma crónica de CBdC coloco de imediato os dois pés atrás, ponho uma qualquer valsa de Strauss a tocar baixinho e tapo as narinas: exactamente o mesmo que faço quando os ventos me trazem fétidas novas da fábrica de celulose de Cacia! Porque se o tema, como geralmente acontece, for a vida interna do Sporting Clube de Portugal, o homem nem as pensa e vomita toda a bilis que lhe inunda a alma e o estômago!...

Quando acontece, como no caso presente, ser sua intenção tratar matérias exteriores ao Sporting Clube de Portugal, às vezes vale a pena ler o que escreve. É o caso desta crónica, que não me repugnaria subscrever... 

"Só desejo que Jorge Jesus ganhe também o seu lugar indiscutível na história do Sporting Clube de Portugal"!...

Leoninamente,
Até à próxima

Há uma distância do tamanho do mundo entre benfiquistas e benfas!...



Sem eira nem Vieira

As críticas de Rui Gomes da Silva à estrutura do Benfica são, obviamente, críticas a Luís Filipe Vieira, ainda que o vice-presidente garanta que não. A derrota humilhante face ao Sporting, três secos no bucho na Luz, bem custaram a engolir aos benfiquistas - e serviram para quebrar a unanimidade no clube.

Acontece que a unanimidade sempre foi mais aparente do que real. Porque tirando o caso de Domingos Soares de Oliveira, o responsável pelas finanças do Benfica, Luís Filipe Vieira não passa cartão a ninguém. Não apenas por ser centralizador na sua gestão, mas por não contar de facto com os demais gestores. Um caso exemplar é o de José Eduardo Moniz, que tirando a inutilidade da passagem pela Ongoing, sempre foi um líder de projectos decisivo. No Benfica, só deve decidir o que vai comer ao almoço. Porque Vieira terá querido tê-lo parado ao seu lado apenas para não o ter agitado contra si.

É duvidoso que a estrutura do Benfica se tenha aburguesado, como diz Gomes da Silva. O que falta são os jogadores que teve. Basta olhar para o banco. E o responsável talvez seja o banco, mas outro, o que financiou o Benfica e agora quer o dinheiro de volta, por já não haver tanto milho para pardais. Condenado a vender jogadores para reduzir a dívida, o Benfica desfalcou-se.

No futebol, são os resultados desportivos que embalam os líderes. Mas a pressão financeira que vai permanecer e os resultados na Liga que tardam em aparecer vão tocar quem até aqui era intocável, Luís Filipe Vieira. Os desabafos de Gomes da Silva podem ter sido só o início.
(Pedro Santos Guerreiro, Abrir o jogo, in Record)


Tenho o maior respeito pelos benfiquistas lúcidos e civilizados, como Pedro Santos Guerreiro. Mal andaria o Sport Lisboa e Benfica se apenas fosse representado por uma legião de benfas rascas como aquela que diariamente passa e comenta, embora desde domingo em ensurdecedor silêncio, em Leoninamente - as excepções terão uma expressão quase ridícula! - e por outras legiões da mesma índole que por aí campeiam. Há comprovadamente, embora de forma significativa em número menor, ilustres figuras que se destacam da mediocridade que todos conhecemos. E essa débil correlação de forças que se verifica no nosso quotidiano, tinha forçosamente de se reflectir na famosa, incensada e propagandeada "estrutura"...

"A derrota humilhante face ao Sporting, três secos no bucho na Luz", palavras textuais de PSG, que a legião de benfas deveria eternamente agradecer ao Sporting Clube de Portugal, teve o condão de afirmar no meio da praça pública, que "o rei vai nu"!...

Afinal Luís Filipe Vieira, no meio de "tamanha estrutura", seria um homem só se não fosse Domingos Soares de Oliveira, que por ironia do destino, é sportinguista. Quem o afirma, sabe o que diz e não gagueja ao dizê-lo!...

E além de ser um homem só, LFV é uma ilha, cercada de benfas, bancos e escorpiões por todos os lados. Oxalá não tenha o triste fim do sapo e não sofra a picada de nenhum escorpião a meio da travessia do lago pantanoso em que se meteu! Porque... 

Há uma distância do tamanho do mundo entre benfiquistas e benfas!...

Leoninamente,
Até á próxima

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Será que o Sheffield Wednesday estará pelos ajustes?!...



Contou-se ainda o passarinho, que parecem existir graves divergências na "estrutura", sobre se a escolha do substituto "deste tamanhinho" deverá recair de novo sobre um benfas ou se deverão voltar a recorrer a leões, havendo até já um nome sobre a mesa, adiantado pelo... futuro presidente!...

Será que o  Sheffield Wednesday estará pelos ajustes?!...

Leoninamente,
Até breve

"Não sou gajo de raivas, mas quem mas faz, paga-mas"!...


Rui Vitória um líder fraco

«Em oito jornadas da Liga, das quais só jogou sete, o Benfica já perdeu três vezes, duas frente aos rivais directos. Dificilmente o arranque do campeonato poderia ser pior e logo numa época em que, assumida uma rutura, o Benfica tinha que começar bem. Mesmo assim eu, não por optimismo e menos por militância, acho que tudo está em aberto: porque é cedo, porque hoje o futebol está mais imprevisível e porque as equipas de Jorge Jesus e Julen Lopetegui - ou seja Sporting e Porto - têm um padrão de oscilação de comportamento que convém não desprezar.

Se esse é o quadro macro, e convém que no Benfica Luís Filipe Vieira o tenha claro, não é menos verdade que toda a pressão está agora sobre o clube, o presidente, a famosa estrutura, os jogadores e, ao que parece vagamente, sobre o treinador.

Vamos por partes. Se há algo que me espanta, já para não dizer choca, foi (e tem sido) a incapacidade de Rui Vitória em assumir a responsabilidade na hora das derrotas. O discurso não está todo errado. Com certeza, como ele diz, que o Benfica tem que se virar para o próximo jogo, que perder faz parte da vida dos campeões e outros lugares-comuns que são exatamente lugares-comuns porque retratam a realidade. Só que Rui Vitória foi incapaz de dizer "eu sou o treinador, eu sou o responsável". Ora, uma declaração com essa assertividade poderia aumentar a discussão sobre as suas competências e o seu perfil, mas mostrava um líder e teria evitado declarações sucessivas sobre os jogadores e a estrutura, essa entidade que sendo abstracta, ou mais ou menos abstracta, está, pelo menos na visão de Rui Gomes da Silva, "aburguesada", o que também permite múltiplas leituras. A confusão instalou-se.

Ao não chamar a si a pressão - e sabendo que tem o apoio de Vieira -, Rui Vitória voltou a falhar no aspecto em que, na minha perspetiva se tem revelado mais frágil: a gestão da comunicação num clube da dimensão do Benfica.

Nas questões de natureza táctica, Jorge Jesus meteu-o no bolso no jogo de domingo, mas é justo lembrar que apesar da irregularidade, o Benfica de Vitória tem méritos, criou soluções onde havia problemas e já fez exibições de grande qualidade. Tem caminho para fazer. Por tudo isso toda a serenidade é, nesta fase, boa conselheira.

Por maioria de razão, compreendo bem o tempo do jornalismo e da opinião, ao qual se somou a democracia instantânea das redes sociais, mas quem gere uma grande empresa ou instituição, não podendo, nem devendo, ignorar os sinais da rua e os sinais dos media, não pode agir em função deles. Tem é que agir com responsabilidade. É o que se pede neste caso ao líder do futebol do Benfica.

Jesus e o "tamanhinho"

Para quem tinha acabado de conseguir uma vitória que fica na história em pleno estádio do Benfica, o treinador do Sporting apresentou uma calma olímpica. Ele saboreou o momento e, na sua eterna cara de rapaz do bairro popular - daqueles que roubava fruta nas velhas merecerias e fugia - via-se bem a satisfação. Não era para menos. Como se escreveu repetidamente nestes dias, Jorge Jesus ganhou o jogo em toda a linha e consolidou, desta vez com bom futebol, a componente mais cínica ou resultadista, como agora se diz, que já vinha a tomar forma nos seus dois últimos anos no Benfica.

Apesar de uma ou outra tirada para ler nas entrelinhas - como a de reduzir Rui Vitória "a este tamanhinho" - Jesus foi notável na gestão da pressão depois de uma semana em que o Benfica o acusou de tudo e mais alguma coisa. Ele respondeu no campo. Com brilho! Colocou o Sporting numa situação de privilégio, o Benfica numa situação de embaraço e, se bem o conhecemos, está já a definir como vai agora ganhar o jogo para a Taça de Portugal...»


Deveras interessante para o sportinguista que me orgulho de ser, esta crónica de Nuno Santos! Em primeiro lugar, porque pela primeira vez desde  que me lembro de o ler, terá chamado os afectos pelos nomes, ao contrário de muitos que por aí vão chamando nomes aos afectos, sempre vestidos com aquele camuflado que dizem ter sido inventado pelos americanos lá no longínquo e inóspito Vietnam e, portanto, cinicamente dissimulados, como se todos fôssemos parvos!...

Em segundo lugar porque parece também não estar disposto a ser comido por parvo na estratégia menos "abstracta" do que muitos poderão julgar, de assalto ao poder por parte da venenosa "cobra cascavel" que dá pelo nome de Rui Gomes da Silva e que terá provocado apenas mágoa ao atacado "grande líder" dos benfas. Estão declarados o caos e a guerra nos campos de Carnide e se o "kadafi dos pneus", ingénuamente, se descuidar lá se vai o guarda-chuva! O que se pode vir a revelar muito perigoso. Na Carregueira está um exemplo!...

Depois, porque acaba por constatar o óbvio, pese embora toda a "narrativa" concebida e materializada pela "central de propaganda goebbelsiana do arcanjo gabriel": Rui Vitória é um líder fraco, embora bom rapaz, mas de bons rapazes está o inferno cheio!...

Finalmente, afina pelo diapasão que tenho usado em consumo muito privado, para caracterizar o que adivinho já baile na mente de Jorge Jesus, sobre a próxima eliminatória da Taça de Portugal em Alvalade:

"Não sou gajo de raivas, mas quem mas faz, paga-mas"!...

Leoninamente,
Até à próxima

Que nanja eu!...




O sorteio hoje realizado na LPFP para a fase de grupos da Taça da Liga/CTT da presente temporada, ditou a constituição dos seguintes grupos:

Grupo A: Porto, Marítimo, Feirense, Famalicão

Grupo B: Benfica, Nacional, Moreirense, Oriental

Grupo C: Sporting, Paços Ferreira, Arouca, Portimonense

Grupo D: Braga, Belenenses, Rio Ave, Leixões

O calendário fixado para o Grupo C será o seguinte:

1.ª jornada (29 e 30 Dezembro):

Sporting - Paços de Ferreira
Portimonense - Arouca

2.ª jornada (19, 20 e 21 Janeiro):

Portimonense - Sporting
Arouca - Paços de Ferreira

3.ª jornada (26, 27 e 28 Janeiro):

Arouca - Sporting
Paços de Ferreira - Portimonense

O sorteio ditou ainda o emparelhamento para as meias-finais que hão-de ditar as equipas que estarão presentes na final:

MEIAS FINAIS (9, 10 ou 11 Fevereiro)

Vencedor do Grupo B - Vencedor do Grupo D
Vencedor do Grupo A - Vencedor do Grupo C

FINAL (16 Abril)


Ainda que a prudência aconselhe que os prognósticos só devam ser feitos depois dos jogos, tudo aponta para que ao Sporting esteja reservado o "privilégio" de disputar a meia final nas Antas, alguns dias depois de disputar com o Rio Ave em Alvalade a 21ª jornada da I Liga.

E já que estamos em maré de prognósticos, há quem aponte como muito provável que a final da Taça da Liga 2015/16, seja uma reedição da final de Taça de Portugal em 2015!

Que nanja eu!...

Leoninamente,
Até à próxima

Jorge Jesus: com uma aura divina no Sporting!...

Jorge Jesus é cérebro e muito mais


«À semelhança do que sucede com todas as figuras marcantes, Jorge Jesus tem sido avaliado com a superficialidade desdenhosa de quem não perde uma ocasião para desvalorizar o seu êxito. Por estilo, mas também por resultados, é um mobilizador das mais misteriosas e profundas emoções colectivas das entidades que representa. O povo ama-o como profeta ganhador, defensor de sentimentos e tradição; como general do exército que representa é um polo de amor e ódio, próprio das personagens a quem ninguém fica indiferente. Ele é o egocêntrico, o provocador, o indomável, o extravagante, o caprichoso, o narcisista… Mas é, acima de tudo, o melhor treinador da última década em Portugal, em pleno processo de consolidação desse estatuto. JJ está a apetrechar-se com as melhores estatísticas (ninguém venceu tanto), as melhores opiniões (estimulou o futebol mais empolgante dos últimos anos) e os sentimentos mais fortes (ídolo e vilão no Benfica, tem agora uma aura divina no Sporting).

JJ é cérebro e muito mais. É um treinador da cabeça aos pés, que idealiza o treino e operacionaliza conceitos de trabalho no jogo; relaciona-se para dentro como um mestre e comunica para fora como homem do povo; domina cada passo da construção e crescimento da equipa e ainda analisa adversários com minúcia e domina todos os factores relevantes na função que desempenha. É um autodidata que absorveu informação durante anos como futebolista e adaptou-a a princípios personalizados, defendidos por uma equipa da sua inteira confiança e com a qual estabeleceu cumplicidade absoluta. Era jogador e já pensava como treinador; limitava-se a testar competências e já superava o conhecimento dos consagrados. Dizia-se que só tinha temperamento, discurso e saber para gente e clubes do meio da tabela para baixo, mas já todos sussurravam que tinha dimensão para as grandes potências. Na luta por prestígio e reconhecimento universais não sente atracção pelo estrangeiro.

Disse um dia Manuel Alegre, sem pensar em futebol, que a grande aventura também pode ser ficar. JJ só trocará um grande português por colosso europeu que dificilmente lhe abrirá as portas, convicto de que vai deixar marcas indeléveis na história do campeonato nacional. Depois de seis anos ao serviço do Benfica, nos quais travou a hegemonia do FC Porto, elevou para 11 (dez na Luz e a Intertoto no Sp. Braga) os títulos conseguidos, tendo sido campeão nacional por três vezes, já atingiu um patamar de excelência ao qual só Otto, Riera, Guttmann, Hagan, Pedroto, Eriksson, Artur Jorge, Toni, Jesualdo e Mourinho têm acesso. Se as coisas lhe correrem bem no Sporting, isto é, se aumentar para quatro as vitórias na Liga, deixará quase todos para trás - só Otto Glória, o brasileiro que foi campeão em cinco ocasiões e tem 11 títulos, ficará à sua frente.

Os efeitos da saída para Alvalade estão à vista. Sim, deve ter sido complicado viver seis anos a seu lado, com a obrigação de lhe satisfazer todas as exigências; de lhe aturar presunções e manias; de o ver intrometer-se em todas as actividades de cada departamento; de ver a paciência esgotar-se não só pelo estilo de actuação mas também por atitude, reivindicação e intransigência. Mas pior ainda é lidar com o seu fantasma conquistador e ser confrontado com o rasto vitorioso que dimensionou uma estrutura de apoio moderna, sofisticada e de cunho científico - muitos sugeriram até que a máquina do Seixal, de tão perfeita e avançada, explicava o êxito com independência do líder máximo. JJ saiu do Benfica há menos de quatro meses e já venceu por duas vezes o gigante que ajudou a construir. Se o fizer numa terceira ocasião, na Taça de Portugal, a 21 de novembro, as consequências são imprevisíveis: na Luz, em Alvalade, na Liga e até no futebol português.»
(Rui Dias, De pé para pé, in Record)


"Jorge Jesus: ídolo e vilão no Benfica, tem agora uma aura divina no Sporting!...

Saiu do Benfica há menos de quatro meses e já venceu por duas vezes o gigante que ajudou a construir. Se o fizer numa terceira ocasião, na Taça de Portugal a 21 de Novembro, as consequências são imprevisíveis: na Luz, em Alvalade, na Liga e até no futebol português."


Acho que já terei repetido para mim próprio, umas boas dezenas de vezes, estas palavras de Rui Dias. Acho que continuarei a repeti-las em cada dia, até chegar 21 de Novembro. Acho que sou capaz de adivinhar as consequências em Alvalade, porque noutros locais pouco se me dá, se Jorge Jesus o fizer numa terceira ocasião, na Taça de Portugal a 21 de Novembro!...

Leoninamente,
Até à próxima

terça-feira, 27 de outubro de 2015

Oh Sporting, não seria melhor teres ganho só por 1-0?!...



Oh Sporting, não seria melhor teres ganho só por 1-0, de penalti, roubado e no último minuto de jogo?!...

Leoninamente,
Até à próxima

Terão de ser os leões a fazerem o que tem de ser feito!...



Tinha que ser um e o senhor Vitor, amigo do peito de um outro Ferreira, entendeu por bem nomear este Jorge, que nos chega de Braga.

Lembro-me de aqui há duas ou três épocas, também em Alvalade e contra o Paços de Ferreira, este paroquiano passar os 90 minutos a esfregar os olhos sem ter visto quatro grandes penalidades descaradas dentro da área dos homens do móveis e ter feito mais seis tropelias que levaram o Sporting a fazer uma exposição ao Conselho de Arbitragem, que deu a mesma coisa que vai dar a denúncia do Marco no AS.

Mas depois do que vi na Luz, não há "palhaço" que nos faça rir, por mais cambalhotas que dê. Tenho até a leve suspeita que o Vitor vai telefonar na véspera ao Jorge, não ao Jesus é claro, mas ao Ferreira, a desejar-lhe muitas felicidades para o jogo. As batatas estarão, por agora, muito quentes para eles as andarem a passar de mão em mão. É preciso que o pó acalme e não abrir novas frentes de batalha...

Ora então vamos lá ver o que faz o Jorginho de Braga em Alvalade, na certeza que terão de ser os leões a não ir em conversas e a fazerem o que tem de ser feito!...

Leoninamente,
Até à próxima

João Mário ficaria toda a carreira em Alvalade. Custasse o que custasse!...



Nunca permitiu que lhe borrassem o tom do singular ébano da sua pele com os gatafunhos estúpidos e exibicionistas de um qualquer tatuador barato de vão de escada.

Parece odiar associar extravagâncias e modernices pueris à sua imagem e fora dos relvados sempre pudemos apreciar a sua simplicidade, sobriedade e bom gosto, desde a indumentária aos cuidados mais básicos: nunca o vimos com barba de quatro dias, nem os penteados excêntricos de "moicano" alguma vez lhe desvirtuaram a personalidade.

Como jovem futebolista de um grande e histórico clube português, também se deixou contagiar pela "nouvelle vague" das chuteiras, mas a discrição continua com ele e sabe como poucos interpretar os ideais e valores do Clube que representa, num respeito exemplar por quase quatro milhões de adeptos.

Nunca o vimos em bicos de pés em entrevistas polémicas ou actuações menos próprias nas redes sociais. Sempre em pés de lã, como que pedindo desculpa pelo incómodo que poderá causar a alguém, por ser quem é, como é, aqui e agora. E quantas razões teria para ser vaidoso, egocêntrico, narcisista...

Respira futebol por quantos poros a Natureza lhe concedeu. Vive intensamente cada jogo e exibe aquele sorriso de menino feliz, sempre que a sua exigente inteligência crítica lhe segreda que acabou de fazer um lance de génio. Mas quantas vezes já o vimos desapontado consigo próprio, quando os astros não o ajudaram a fazer melhor?!...

João Mário Naval da Costa Eduardo, um grande jogador de futebol, que o Sporting Clube de Portugal tem o privilégio de ter nas suas lileiras desde que, com apenas 10 anos, ingressou na mundialmente famosa Academia Sporting.

Com o talento que todos os sportinguistas, e não só, lhe reconhecem, protagonizou uma exemplar carreira na formação leonina, até que o destino o fez cruzar com Jorge Jesus. E quando um jogador de futebol é colocado perante tamanho desafio... tudo pode acontecer!...

Maria Ribeiro, de uma forma só ao alcance da sensibilidade feminina, oferece-nos hoje na Tasca do Cherba, um "petisco imperdível", que recomendo vivamente, sobre o jogador do momento do Sporting Clube de Portugal, que será o melhor remate para esta homenagem que hoje presto a João Mário!...

Não sei, ninguém saberá qual o futuro de João Mário como futebolista. É bem provável que as inexoráveis leis do mercado nos preguem uma partida! Mas, por mim...

João Mário ficaria toda a carreira em Alvalade. Custasse o que custasse!...

Leoninamente,
Até á próxima

A grandeza e o culto das vitórias não rastejam misturados com o pó do caminho!...


Segundo aquilo que aqui é reportado, ao intervalo do último derbi, "quando a equipa recolheu aos balneários, JJ fez questão de frisar que os leões só deviam focar-se no trabalho que estavam a fazer, sem preocupações com a eventual reacção do Benfica, mas com níveis de concentração elevados, como se o jogo ainda estivesse 0-0. No final, a estratégia de JJ resultou na perfeição, os leões souberam controlar a vantagem de 3-0 e conquistaram um triunfo que escapava desde 2006."

Enraizar um cultura de vitória será exactamente o propósito primeiro de Jorge Jesus no Sporting Clube de Portugal. Uma cultura que partindo da Academia varra todo o universo leonino: concentração máxima e rejeição liminar de todo o tipo de euforias circunstanciais, encarando cada vitória com a maior naturalidade e muito, muito pragmatismo.

"Desde que abraçou o projecto desportivo leonino que JJ tem vincado a importância de os leões criarem um ADN de triunfos, que vá ao encontro da história do clube." Naturalmente que a génese desse "estado de alma" teria de começar por ser plantada... no recato do balneário. Mas há-de extravasar necessária e obrigatoriamente para as bancadas de Alvalade e de qualquer outro estádio onde os leões se apresentem e entrar abrupta e definitivamente na mente de todos os sportinguistas.

No dia em que uma vitória como aquela que pudemos saborear em casa do arquirrival, deixe de representar, não o orgasmo redentor de vicissitudes passadas e passar a constituir não mais do que mero preliminar de uma constante relação de vitórias, estará definitivamente reinstalado na formidável nação leonina o ADN que já foi nosso.

E que a ninguém no formidável universo sportinguista passe pela cabeça não condensar e verter nessa nova e constante relação com as vitórias, a magnanimidade própria dos vencedores. Isso corresponderia a uma contraditória e incompatível postura, que acabaria por ser a própria negação do tal ADN que perseguimos. Saber ganhar será sempre tão importante como saber perder. O melhor exemplo do caminho que jamais deveremos percorrer, chega-nos agora do próprio adversário que, inapelavelmente, atirámos ao chão, nos esfarrapados argumentos invocados para o cataclismo que os abateu.

Invocar imponderáveis fatalismos dos jogos de fortuna e azar e condimentá-los, incorrigivelmente, com as vicissitudes resultantes de eventuais e indecifráveis desígnios da arbitragem, será o mais flagrante e descoroçoante atestado de pequenez e menoridade.

A grandeza e o culto das vitórias não rastejam misturados com o pó do caminho!...

Leoninamente,
Até à próxima

Vá lá, safaram-se!...



Vá lá, safaram-se!...

Leoninamente,
Até à próxima

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Jorge Jesus é hoje e será por muitos e bons anos, o treinador do Sporting Clube de Portugal!...


Ontem e hoje

«Hoje discute-se Eliseu, Sílvio, André Almeida, Samaris, Jimenez, o papel de Jonas e de Gaitan, a aflição de Luisão, Jardel, e Júlio César. A ausência de Pizzi, e até Fejsa. Ontem discutia-se João Pereira, Naldo, Jefferson, Paulo Oliveira. A falta de critério defensivo e ofensivo de Adrien. A falta de profundidade de João Mário para jogar como Ala. Slimani e Teo sem qualidade técnica e tomada de decisão para pertencer a uma equipa top. E é verdade, o Sporting actuou com tais actores, e hoje o Sporting crê que é muito melhor individualmente que o Benfica, assim como na Luz se pensa que os seus jogadores não servem. O que mudou? Talvez um treinador que valorize, potencie, esconda debilidades, mostre mais e melhores possibilidades para atacar e defender. Se ganha sempre? Não. Mas certamente ganha muito mais vezes do aquelas que perde ou empata...»
(Blessing, in Lateral Esquerdo)

Mais um abençoado balde de água na "fogueira inquisitorial" em que a "central de propaganda goebbelsiana do arcanjo gabriel" pretende imolar Jorge Jesus. Desta vez vem de Blessing Lumueno, "um apaixonado pelo futebol e pela supremacia do cérebro e das capacidades cognitivas sobre as característias físicas". Vem de quem sabe de futebol e eu gosto de me curvar perante quem sabe da poda e me pode guiar nesta descoberta sobre os segredos mais profundos do futebol.

Há mais de uma década que me tornei fervoroso adepto do futebol de Jorge Jesus. Quem me lê sabe que nunca o escondi. E só eu sei quanto ciúme cultivei ao longo dos seis anos em que conseguiu retirar o clube do outro lado da rua, da indigência e fazer dele o orgulho dos adeptos benfiquistas.

Quando rebentou a "bomba atómica da 2ª Circular" exultei de alegria e acreditei que, finalmente, o Sporting Clube de Portugal poderia avançar decididamente para a recuperação do prestígio e glória de outrora, num processo muito difícil e que demoraria bem mais que um simples estalar de dedos.

Com Jorge Jesus quase a completar quatro meses de laborioso, intenso, dedicado e leonino trabalho, Lumueno achou que era a hora de questionar aqueles que gostam de futebol, sobre o que mudou em cada um dos últimos dois clubes que marcaram e estão a marcar a carreira do melhor treinador português da actualidade. 

O derbi do final da tarde de ontem, terá começado a dar a resposta à questão que Lumueno coloca. Os adeptos sportinguistas começam a acreditar que individualmente o Sporting é melhor que o Benfica, enquanto os adeptos benfiquistas, em desespero, vêm escapar por entre os dedos a classe e o talento que ainda ontem tinham por adquiridos e constituíam motivo do seu mais do que justo orgulho.

Quando se assiste a dois trintões em final de carreira, como são Teo Gutiérrez e Bryan Ruiz, que poderíamos imaginar a percorrer umas centenas de metros em cada jogo na área adversária, abrimos a boca de espanto porque a crítica os aponta como suspeitos de terem cometido duas grandes penalidades dentro da área do Sporting, em missões defensivas e solidárias. E não deixaram, cada um deles, de eternizarem as suas actuações da forma mais vibrante que o futebol oferece: com dois golos que iniciaram e consumaram o "knock-out" dos benfas.

O que é que faz correr estes homens?! O que os tornou tão verdadeiramente interessados no jogo e solidários com a equipa a que pertencem e que apenas tiveram oportunidade de conhecer há umas dúzias de dias?! A resposta apenas pode ser uma: o futebol! Eles amam o futebol e Jorge Jesus teve o condão de lhes mostrar o futebol por um prisma que nunca ninguém os tinha ensinado a apreciar!...

Que ninguém se admire, como muito bem assinala Blessing Lumueno, que João Mário já tenha profundidade na ala. Que Adrien tenha hoje critério defensivo e ofensivo. Que Slimani e Teo tenham agora qualidade técnica e capacidade de decisão. E que João Pereira, Naldo, Jefferson e Paulo Olivira estejam a tornar-se uma muralha praticamente inexpugnável.

E que ninguém se admire do que aí vem com os "nossos meninos", Mané, Gelson, Matheus, Paulista e muitos outros com quem, afanosamente, o Presidente vai renovando...

Obviamente que aquilo que se vai passando do outro lado da rua, com quem ainda ontem eram considerados os melhores do mundo, será problema da "auto-incensada estrutura" e o lado para onde melhor dormirão todos os sportinguistas...

Jorge Jesus é hoje e será por muitos e bons anos, o treinador do Sporting Clube de Portugal!...

Leoninamente,
Até á próxima

Obrigado engenheiro, este post é em sua honra!...





Parecia uma brincadeira
Entrámos bem à maneira
E ganha o melhor, vão ver...
Começa então o azar,
O leão a rematar
E o 0-1 p'ra valer!

Olho p'ró homem do apito
Apetece dar um  grito
E logo entra o segundo...
Começo a definhar
Fico sem voz p'ra falar
Isto é o fim do mundo!

Sem tempo p'ra respirar
Até mudei de lugar
Sentei-me noutra cadeira
Mal me acabei de sentar
Começo então a rezar
Estava na "mala" a terceira.

E fui então passear
Vim p'rá rua apanhar ar
O ar puro é o melhor!
Só melhorei quando então
Vejo empate no dragão
Antes assim que pior.

Parabéns à leãozada
Pelo resultado que fica, 
Pois à cabeça da manada
Tem quem veio do Benfica!...
(J.M.Cachim, 26/10/2015)

Tenho o privilégio de ter como amigos muitos benfiquistas. Um deles gosta de brincar com as palavras e já por aqui deixei a expressão da sua arte nesse campo, sempre de braço dado com outra arte ainda maior, a nobreza de um profundo e pouco comum "fair play", no complexo e quase indecifrável universo desportivo que lhe ditou o coração. 

Hoje, mesmo em dia de curtir mágoas, o Zé Manel foi igual a si próprio e não ficou escondido em casa, resguardando-se da tempestade que ontem assolou a Luz: respondeu à chamada e lá estava, entre bicas, água das pedras e o sacramental "bolinho de bacalhau", a "parabenizar a leãozada"...

Provoquei-o: então engenheiro, estou à espera do papel com os versos sobre o jogo de ontem, para colocar lá no Leoninamente!...

Sorriu e disse-me, eh pá, espera aí meia dúzia de minutos! E assim foi. Retirou-se para uma mesa mais afastada e, rapidamente, deixou escorrer para um pedacito de papel mal amanhado, uns gatafunhos que mais tarde tive de levar à farmácia para me "traduzirem" e que é, simplesmente, o resultado de uma forma de estar que todos nós deveríamos copiar, para que o mundo que ajudamos a construir fosse melhor... 

Obrigado engenheiro, este post é em sua honra!...

Leoninamente,
Até à próxima

Para já, vão coleccionando derrotas!...


Questão de confiança

«Apesar de aparentemente ainda não se ter apercebido disso, Rui Vitória terá muitas explicações a dar na próxima semana. Mas que sejam os benfiquistas a estraçalhar o treinador do Benfica. A humilhação foi tal que nem o guião já escrito antes do jogo (uma arbitragem que sentiu a pressão do ambiente causado por Bruno de Carvalho) pôde ser usada com o mínimo de credibilidade. Quem o tenha tentado não terá visto um jogo em que o Benfica, ao fim da primeira parte, não só não tinha criado uma única oportunidade de golo como parecia um grupo de idosos perdidos na Feira Popular. O que não impediu Rui Vitória, em negação, de resumir o jogo a três momentos "felizes" do Sporting. Não aprendeu com a arrogância que exibiu antes do jogo. Os 11 jogadores, como Rui Vitória chamou à equipa do Sporting, chegaram e sobraram para a coisa confusa que ele levou para campo.

É verdade que o Sporting sentiu o efeito de algumas mudanças na sua própria equipa, como o regresso de William Carvalho ou a alteração de posição de João Mário, para um lugar que outros diriam pertencer a Carrillo. Mas o mais importante foi a atitude. Não há nenhum jogador que não queira ganhar um dérbi. Mas para Jorge Jesus este jogo tinha, como se viu na conferência de imprensa, outra importância. E a sua autoconfiança, ainda mais perante uma equipa que ele próprio construiu, fez com que os jogadores fossem à Luz com um espírito diferente – inversamente proporcional à insegurança com que os jogadores do Benfica enfrentaram o seu antigo treinador. À segurança sportinguista também não é estranho o facto de a equipa ser quase três anos mais velha do que a do ano passado. O que lhe permite lidar com a pressão de uma forma totalmente diferente. A autoconfiança do treinador e a maturidade da equipa contaram em todo o jogo e até no curto momento em que o Benfica existiu (mais na bancada do que no relvado, para dizer a verdade).

O resultado deste novo espírito sportinguista, de que Jesus é um dos responsáveis, fez com que o Sporting, que desde 2006 não vencia na Luz – Rui Patrício nunca o tinha experimentado –, esmagasse. Bem avisava Ricardo Araújo Pereira que Luís Filipe Vieira se arrependeria de acreditar que era a sua estrutura que lhe dava vitórias. Neste jogo, juntou-se a fome (a miserável prestação benfiquista) com a vontade de comer (a mudança a que estamos a assistir no Sporting). Ainda é cedo, mas acho que não exagero nem me precipito se disser que tudo aponta para que este campeonato se vai afunilar no FC Porto e no Sporting.»
(Daniel Oliveira, Verde na Bola, in Record)

Sim, a confiança está objectiva e consistentemente em processo de instalação em Alvalade! E felizes de todos nós, sportinguistas, enquanto ela apenas viver em nós. Quanto mais tempo a sobranceira pesporrência habitar o espírito dos nossos adversários e rivais, melhor: mais vezes terão de meter a viola no saco!...

Para já, vão coleccionando derrotas!...

Leoninamente,
Até à próxima