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Não sei se quem me conhece já percebeu que apesar da minha aparência quieta e pacata, eu adoro um desafio daqueles de prender a respiração.
Entretanto, nem sempre um desafio consiste em escalar o monte Everest ou mergulhar no triângulo das Bermudas. É algo muito relativo.
Um desafio pode consistir em ser aceito numa roda de cientistas ou num grupo punk de New York, ser convidado numa festa de magnatas ou percorrer uma favela carioca.
Um desafio pode ser tomar uma decisão difícil, resolver um problema escabroso, fazer florescer uma planta melindrosa, lidar com uma grande soma de dinheiro ou com dinheiro nenhum.
Um desafio é colocar um pé no desconhecido. É sair e fazer algo que nunca fez. É pisar onde nunca pisou. É lidar com o que não se tem referências. É sair da zona de conforto, onde os resultados são todos bem conhecidos.
Um desafio deve acabar bem, senão pode ser uma roubada. É ir e - sobretudo - voltar. É entrar e sair. É começar e terminar. É alcançar um objetivo que parecia impossível. É ser bem sucedido.
Um desafio, muitas vezes, consiste em fazer algo que você não quer, mas você é a única pessoa que pode fazê-lo. É socorrer alguém à beira da morte, é decidir o caminho a seguir, é prever o imprevisto.
Nem sempre cabe a nós escolher os nossos desafios, mas com certeza cada um terá os seus.
Após ler a reportagem no jornal "O Globo" sobre uma estudante que teve de se retirar da universidade escoltada pela polícia por estar usando uma minissaia, penso que preciso rever meus conceitos. Será que a juventude mudou e eu não reparei? Parece que estamos 40 anos antes e não depois do Festival de Woodstock. Naquele tempo era normal ser diferente, mas nunca foi fácil. Os hippies que o digam.
Francamente, acho que a única maneira daquela situação se reverter seria se todas as alunas da universidade combinassem de usar um vestido rosa ou vermelho bem curto no dia que a estudante agredida verbalmente retornasse às aulas.
Há muito tempo atrás, tive uma amiga que gostava de criar roupas diferentes para ela própria e por um triz não passou pela mesma situação que esta universitária paulista passou este mês.
Uma vez, minha amiga criou uma roupa para uma festa num clube. Era uma blusa preta de mangas compridas colada no corpo, uma calça preta bem justa (até aí tudo certo), mas sobre aquilo tudo, ela achou que ficaria bonito uma saia rodada estampada com flores enormes, na altura do joelho. A saia era armada com arame. Para completar, usou sapatos vermelhos de salto e bico finos e fez um penteado onde seus cabelos, todos puxados para cima, formavam um coque bem no alto da cabeça, onde ela colocou um véuzinho preto.
A garotada presente no clube no dia da festa não entendeu que minha amiga queria ser estilista. Assim que chegamos ao salão do baile, começaram as piadinhas. Uns chamavam os outros "para ver". Quando começaram a vaiar, eu a convenci de que devíamos sair dali imediatamente. Pegamos um táxi e fomos embora. Ela chorava de raiva. Minha amiga tinha o corpo todo coberto pelas calças e mangas compridas, mas ainda assim aquela "coisa" que move as massas esteve perto de começar. Só porque ela era diferente. Aos 25 anos ela foi para a Europa e não mais voltou. Hoje em dia tem um atelier bem sucedido em Paris.
Desde muito sabemos que nossa sociedade não aceita bem quem é diferente do resto, seja qual for a diferença. Experimente, por exemplo, usar um chapéu (sem estar num casamento, corrida de cavalos ou na praia) e verifique que todos vão ficar te olhando. Se você é homem, tente usar um sobretudo num dia frio e irá causar o mesmo efeito. Por que? Porque as pessoas não estão acostumadas com chapéu nem com sobretudo. Vão atrair olhares como se fossem extraterrestres.
Mas às vezes pessoas ditas "normais" também atraem olhares por escolhas mal feitas num dia de pouca percepção. Nem sempre devemos acreditar na vendedora que nos diz sorridente que estamos ótimos enquanto experimentamos uma roupa na loja!
O segredo para não chamar muita atenção é fácil: basta não tentar copiar os modelitos da atriz Reese Witherspoon no filme "Legalmente Loura", não pensar em Michael Jackson quando for comprar uma luva nem na Lady Gaga quando for fazer maquiagem nem na Britney Spears quando decidir cortar os cabelos bem curtos e muito menos na Madonna na hora de comprar botas ou sutiã.
Há também uma matemática envolvida nessa questão. Se quer mesmo continuar passando despercebida na multidão, faça o seguinte: se o número do seu sutiã for maior que 40, então fique longe das blusas tomara-que-caia. Se o seu quadril mede mais que 120 centímetros, então é melhor esquecer as minissaias. Se a sua cintura é mais larga que o quadril, então nunca use calças de cintura baixa e top. E se você pesa mais que 50 quilos, esqueça completamente os shorts muito curtos.
Quanto aos cabelos, só use o louro se for natural. Jogue fora os tubos de laquê, jamais use franjinha reta com óculos quadrado de aro preto e, por favor, não lembre da Nina Hagen quando quiser tentar uma cor diferente!
Bijuterias, somente as delicadas e pequeninas. Lembre que o fato de você ter 10 dedos nas mãos não implica necessariamente em usar 10 anéis. Pra não chamar atenção, esqueça que existem tatuagens, piercings, punks, góticos e principalmente emos.
Mas, se apesar de todas estas precauções, continuarem te olhando na rua, não se desespere: diga para si mesma que ninguém neste mundo é "normal". Normal é aquilo que tentamos ser.
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