XXV
[para
o Afonso]
todos
os oceanos de gelo
todos
os desertos sem nome
todas
as serras feridas
todos
os vales em abismo
todas
as ruas que cruzo
e
todas as outras que nunca percorrerei
todas
as faces que toco
e
todas as outras que me fogem ao olhar
todos
os sonhos alimentados
todos
os medos bem guardados
as
chaves esquecidas no fundo de mim
todo
o azul do Olimpo
todo
o vermelho do ventre
todo
o negro que se estende
toda
a cegueira alva em sussurro
olho
a vida
é
tão grande a aldeia
vasto
se torna o mundo
na
promessa de infinito
e
todo o universo lá fora
e
o meu bem cá dentro