Ainda não escrevi nada sobre o que se passou há já alguns dias no palco do Teatro São Luiz, porque tudo aquilo poderia fazer parte de uma outra "peça de teatro", daquelas que fogem da realidade e se aproximam do absurdo.
(Este aparte sobre o que se passou é mais dirigido à Catarina, que vive do lado de lá do Atlântico: Uma actriz transsexual invadiu o palco do teatro no decorrer na peça "Tudo sobre a Minha Mãe", baseada no filme de Pedro Almodóvar, só em cuecas, expulsando o actor que estava em cena e fazia o papel de um "trans", acabando com a peça, ao mesmo tempo que fazia quase um comício reivindicando direitos das minorias sexuais, defendendo que aquele papel só podia ser desempenhado por um actor transsexual...).
Infelizmente chegámos a um tempo que as pessoas de algumas minorias só se preocupam é em ter "direitos" para elas próprias, estão-se a borrifar para a igualdade, para os outros, ou para a sociedade onde estão inseridos. Querem sim que lhes dêem empregos, casas, tudo de "mão beijada" (ao mesmo tempo que fecham os olhos aos direitos das maiorias, que têm de pedir empréstimos para comprar casa e ir a entrevistas de emprego para arranjar trabalho...).
Ou seja, estão a querer subverter a democracia e a própria racionalidade da sociedade em que todos vivemos.
E ainda por cima, neste caso particular, escolheram o pior sitio possível para se manifestarem, os palcos. Um dos poucos lugares onde os actores podem ser tudo e dar voz às minorias (como era, e é, o caso...). Durante uma ou duas horas os actores e as actrizes podem "vestir" a pele da mulher, do preto, do travesti, do homossexual ou do que quer que seja, com toda a liberdade criativa do mundo, focando os problemas que estas têm de enfrentar diariamente.
O problema mais grave desta e doutras questões próximas, é percebermos que são estes abusos do uso das palavras Liberdade e Igualdade, que fazem com que cresçam os movimentos fascistas, que circulam por aí "transvestidos" de partidos liberais e de direita...
(Fotografia de Luís Eme - Cacilhas)