terça-feira, abril 30, 2019

A Grande Conquista de Abril em Almada


É provável que me esteja a repetir, no tema que escolhi para fechar Abril aqui no Largo.

Nada que que preocupe, porque o Parque da Paz de Almada (a grande - e agradável - área verde, mesmo rente à cidade...) foi uma das obras de que a antiga presidente do Município de Almada, Maria Emília de Sousa, mais se orgulhou durante os seus mandatos (e tem motivos para isso...).


Tive o privilégio de o ver nascer e crescer, usufruindo com grande satisfação da sua beleza natural ao longo dos anos. 

(Fotografias de Luís Eme - Almada)

segunda-feira, abril 29, 2019

Quando as Nuvens Querem ser Outra Coisa...


Agora que estamos com o Verão a piscar o olho a Maio, mas ainda não esquecemos, de todo, as nuvens, reparo muitas vezes (é, sou daqueles que ando muitas vezes pelas nuvens...), que elas tentam ser outra coisa, através das formas que conseguem transportar para dentro da nossa imaginação...

E há ainda outra coisa, a realidade nem sempre se deixar transportar para dentro das fotografias. 

Antes de "roubar" esta imagem ao céu, fiquei com a sensação de que estava na presença de alguém... Afinal, era mentira. São mesmo, apenas nuvens...

(Fotografia de Luís Eme - Beira Baixa)

domingo, abril 28, 2019

Os Domingos Também se Libertaram...


Há quem queira trazer novamente para a discussão pública, a abertura, ou não, das grandes superfícies comerciais aos domingos.

Embora eu pertença ao grupo de pessoas que fogem a sete pés dos centros comerciais aos fins de semana (o que me provoca alguns dissabores cá por casa...), sei que há quem os continue a olhar como "templos modernos" e não perca um almoço domingueiro de comida rápida, seguido de um passeio pelas montras, com entradas e saídas pelas lojas mais movimentadas (sim, a agitação, continua a ser o "segredo da coisa"...).

Por isso digo, que são gostos, que podem ser discutidos, mas não proibidos.

E vou mais longe, que cada um de nós faça do domingo, o que mais lhe apetece (sim, também podem ficar fechados em casa, sem tirarem o pijama...). Até podem ir à missa e ao futebol - essas coisas do século passado -, e matar saudades dos "templos antigos"...

(Fotografia de Luís Eme - Ginjal)

sexta-feira, abril 26, 2019

Dia 26 Continua Abril em Almada...


As escolas do Concelho nos últimos anos têm comemorado o 25 de Abril com arte e engenho, através de uma exposição artística colectiva, patente na Oficina de Cultura de Almada.


Eu passei por lá hoje, e como de costume, gostei do que vi...

(Fotografia de Luís Eme - Almada)

quinta-feira, abril 25, 2019

O Dia que Começa a Ser Apenas uma Boa Memória...


Tudo arrefece, até as comemorações dos dias bonitos e felizes, como foi o memorável 25 de Abril, magnificamente caracterizado pela nossa poeta maior, Sophia de Mello Breyner Andresen.

Claro que me faz confusão que este dia ainda não seja de todos (claro que não estou a falar da gente que fugiu para Espanha e para o Brasil...), que 45 anos depois ainda existam manobras divisionistas, quase sempre partidárias. Algo que se nota mais do que devia, um desses exemplos é Almada.

Apesar destas pequenas coisas continua a saber bem dizer, em conjunto, com gritos ou não, "25 de Abril Sempre!", ou desejar feliz dia da Liberdade, como desejei à minutos aos meus cunhados...

(Fotografia de Luís Eme - Almada)

quarta-feira, abril 24, 2019

O Dia que Ainda Não É...


O 24 de Abril na actualidade é sobretudo um dia de antecipações de festas por todo o País (entre nós joga-se muito na "antecipação", para ficarmos primeiro na fotografia que os outros...).

Mas há 45 anos a história era muito diferente...

Ao contrário do que por vezes se diz por aí, a preparação da Revolução foi um segredo muito bem guardado. Isso ficou a dever-se em grande parte ao facto de ter sido protagonizado por militares, que normalmente são disciplinados e têm um sentido de honra diferente do comum dos mortais. Por outro lado sabiam o que estava em risco, caso falhasse a tentativa de Golpe de Estado. Pelo que quanto menos pessoas soubessem e estivessem envolvidas melhor (especialmente para elas). 

Mesmo no dia 25 de Abril havia alguma desconfiança, pelo menos nos sectores mais politizados, pois não sabiam muito bem se o golpe era democrático ou da extrema direita (Kaúlza de Arriaga conseguia estar à direita do regime...). Foi por isso que houve quem se mantivesse na "clandestinidade" por mais alguns dias, e até meses...).

Ou seja, o dia 24 de Abril de 1974, para a maioria dos portugueses foi um dia igual aos outros. Tanto para quem ouvia as "conversas em família" como para quem conspirava contra a falsa "primavera marcelista".

A DGS continuou a perseguir e a querer prender "comunistas"... e os antifascistas continuaram a tentar antecipar os seus passos, fugindo sempre que podiam...

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)

terça-feira, abril 23, 2019

Fernando Ricardo José Pessoa Reis Saramago


Finalmente li, do princípio ao fim, "O Ano da Morte de Ricardo Reis" de José Saramago.

Ao chegar à última página, pergunto a mim próprio, porque razão interrompi duas vezes (praticamente no início...) a sua leitura...

Não é um livro com uma história empolgante, mas faz uma ligação extraordinária entre Fernando Pessoa, Lisboa e um dos seus heterónimos. E claro sobre o que se foi passando no mundo nesse ano de 1936 (como a Guerra Civil de Espanha e toda a sua envolvência, interna e externa) e também no nosso "burgo", com várias referências a acontecimentos e figuras, num tempo que corria de feição a Salazar. como foi o caso a Revolta dos Marinheiros em Setembro nas águas do Tejo (com várias referências a Almada...).

Gostei da Lídia, a criada do hotel, amante e mãe do futuro filho de Ricardo Reis, personagem pouco instruída, mas com nada de burra, como aconteceu com tantas pessoas que Saramago deve ter conhecido pela vida fora, não fosse ele de origens humildes (penso que surge no livro em sua homenagem...).

Percebo muito bem todos aqueles que acham "O Ano da Morte de Ricardo Reis", um dos grandes livros que leram. Especialmente os amantes de Fernando Pessoa, que está presente da primeira à última página (e não apenas quando faz as suas "aparições")...

Achei que a melhor maneira de festejar o Dia Mundial do Livro, foi fazer a referência a este livro especial, que tem dentro de si Lisboa, Fernando Pessoa, e sobretudo José Saramago, o nosso único Nobel da Literatura.

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)

segunda-feira, abril 22, 2019

Uma Páscoa Curta...


Desta vez os dias passados na Beira souberam mesmo a pouco...

Como de costume andamos por aqui e ali.

Coisa quase rara foi encontrar o ponto mais alto de Portugal Continental com Sol (e ainda com gelo...).

(Fotografia de Luís Eme - Serra da Estrela)

sábado, abril 20, 2019

"Que bem que se está no campo"...


Ainda não foi desta, que o "clube dos terceiros" (esse grupo enorme, que receberam a companhia dos "petrolinos modernos"...) conseguiram desviar-me da Beira-Baixa, lugar de descanso (mesmo por apenas três dias...) e de evasão...

E a Cidade cada vez é mais cansativa. O lugar comum "que bem que se está no campo", faz cada vez mais sentido...

(Fotografia de Luís Eme - Idanha-a-Velha)

sexta-feira, abril 19, 2019

«A Vida é uma chatice!»


A mulher que estava na caixa do supermercado, ao mesmo tempo que puxava do porta-moedas (ainda há pessoas antigas que usam estas pequenas carteiras...) disse, com um ar farto e cansado: «A vida é uma chatice!»

Ninguém lhe respondeu. Parece-me que as pessoas têm medo de gastar as palavras. É uma poupança incrível, por essas ruas fora...

Sai para a rua e as nuvens dançavam por cima de nós, a brincar ao "esconde esconde" com o Sol. Foi quando passou por mim um homem, cujo rosto nunca mais esqueci, provavelmente pela  memória da sua quase "filosofia de rua". 

Eu conto. O senhor foi apanhado a agarrar um guarda-chuva alheio à saída do café e quando lhe perguntaram, se não tinha vergonha de estar a roubar o chapéu, ele devolveu à procedência uma frase lapidar, ao mesmo tempo que voltava a colocar o guarda-chuva no mesmo sítio: «Não. Está a chover lá fora e o chapéu dava-me jeito. Feio, feio, é roubar descaradamente como o Salgado. Devia dizer-lhe para ele voltar a pôr o dinheiro que nos roubou no banco.» E saiu porta fora, sem esperar resposta.

Curiosamente, desta vez o "filósofo" trazia um chapéu de chuva na mão.

À medida que ele se afastava, fique a pensar que deve continuar a não ter medo de "gastar as palavras"...

(Fotografia de Luís Eme - Cacilhas)

quinta-feira, abril 18, 2019

O Tempo das Greves "Selvagens"...


Já percebemos, depois da greve dos enfermeiros aos blocos operatórios, e de agora, dos motoristas que transportam materiais perigosos, que vale quase tudo, para que sejam conseguidos os objectivos propostos pelos seus sindicatos.

Mas não deixa de ser estranho, que se opte por prejudicar,  fundamentalmente, quem não tem qualquer responsabilidade pela sua situação, ao ponto de conseguirem essa coisa extraordinária, de virar a maior parte das pessoas contra eles...

(Fotografia de Luís Eme - Cacilhas)

quarta-feira, abril 17, 2019

A Liberdade de Dizer Não...


Hoje fiz uma pequena reflexão pessoal sobre a utilização da palavra "não", num dos meus outros blogues (o "Casario"...). Reflexão que não foi feita por acaso, pois reparei que fiz muito mais uso dela nos dois últimos anos, que nos dez anteriores...

Expliquei por que razão é que isso aconteceu (algum cansaço pessoal misturado com o efeito da "repetição"...).

Mas o mais curioso de tudo isto, foi a principal conclusão a que cheguei.

Não tive qualquer dúvida de que o uso da palavra não, fez-me sentir muito mais livre...

(Fotografia de Luís Eme - Trafaria)

terça-feira, abril 16, 2019

Esta Coisa da Liberdade Tem que se lhe Diga...


Sempre coloquei o direito à greve no mesmo patamar  do direito ao trabalho. Nunca gostei dos chamados "piquetes de greve", que tentam proibir, de todas as formas possíveis (inclusive utilizando a violência...) os trabalhadores de exercerem este seu direito.

Sei que a liberdade é outra coisa, oposta à tentativa de obrigarmos os outros a fazerem o que nós queremos...

Outro coisa cada vez mais perigosa, é o "alarme noticioso" (horas e horas a transmitir a mesma notícia...) que, neste caso particular, faz com as pessoas pensem que vem aí o caos e corram para as filas das bombas de gasolina...

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)

segunda-feira, abril 15, 2019

Uma Perda Irreparável...


Pensamos muitas vezes que os países desenvolvidos, e vocacionados para o turismo de qualidade, estão imunes a incêndios, daqueles que se prolongam por várias horas e destroem tudo o que lhes surge pela frente (mais à nossa medida...).

Pensamos... Mas a realidade é sempre diferente, como Paris nos mostrou hoje, com a destruição lenta da Catedral de Notre Dame, o monumento mais visitado da Capital francesa.

(Fotografia de Luís Eme - Paris)

domingo, abril 14, 2019

É Só a Maré Baixa...


Eu sei que esta imagem até podia retratar um daqueles lugares onde o Tejo corre quase como um ribeiro (cada vez mais comum, pelo menos antes do "melhor rio da minha aldeia" dar um forte abraço ao Rio Zêzere, na vila de Constância...).

Mas não, é só a "maré baixa", numa baía, aqui bem perto...

(Fotografia de Luís Eme - Seixal)

sábado, abril 13, 2019

«Não. Não esqueceram. Só não gostam é de recordar»


Quase na continuação da conversa de que falei ontem, também falámos da "memória", da forma como seleccionamos as coisas que fazem parte do nosso passado.

Penso que se trata de uma selecção natural, muitas vezes feita de forma inconsciente.

Mas mesmo se for consciente, não deixa de ser normal. Todos nós sabemos que nos faz sempre melhor, recordar as coisa boas, que os episódios negros da nossa vida.

Quando lhe perguntei se os "tempos difíceis" estavam esquecidos, ele disse-me o óbvio: «Não. Não esqueceram. Só não gostam é de recordar.» Acrescentando ainda, que fazem muito bem.

(Fotografia de Luís Eme - Sobreda)

sexta-feira, abril 12, 2019

Cinquenta Anos são Pouco Tempo...


Uma das pessoas com quem gosto de conversar é um professor-poeta, que embora esteja reformado há já bastante tempo, sempre que nos encontramos, oferece-me lições de qualquer coisa, e sem perder o gosto de ouvir o outro, o que começa a rarear nestes tempos de "surdez colectiva"...

Normalmente falamos das pessoas, tentamos justificar comportamentos. E nunca é difícil encontrar explicações, mesmo que por vezes passem um pouco ao lado deste mundo, com tanta gente tonta (prefere chamar tontos aos loucos...).

Foi nesta viagem pelo tempo, que ele me fez um esboço do nosso país antes da Revolução de Abril. Falou-me das pessoas que nasciam, cresciam e viviam de uma forma completamente miserável. Das aldeias pobres, onde não havia electricidade, água canalizada, esgotos (a maior parte das casas nem sequer tinham casas de banho...), escolas ou centros de saúde. Dos "bairros de lata", sem condições mínimas de habitabilidade, que cresciam nos subúrbios das grandes cidades, principalmente em Lisboa.

E depois disse-me que cinquenta anos são muito pouco tempo para que pessoas, que viveram em condições tão difíceis, possam ter evoluído, ter cultivado o gosto pelas coisas que realmente interessam na vida. E ainda se torna pior se viverem num tempo em que o dinheiro está no começo e no fim de tudo...

Respondi-lhe que a minha geração e as seguintes já cresceram em liberdade, e por isso, devíamos ser diferentes.

Pois, mas nada é perfeito, disse-me ele. Acrescentando que continuam a nascer demasiadas coisas tortas à nossa volta. E como diz o povo, muito bem, o que nasce torto, tarde ou nunca se endireita...

(Fotografia de Luís Eme - Almada)

quinta-feira, abril 11, 2019

O Copo Meio Cheio e o Copo Meio Vazio...


A rua tem essa coisa boa de as vozes se espalharem por aqui e ali. Ou seja, são muitas vezes amigas de quem escreve (mesmo que seja apenas em blogues...), e está sem assunto. São elas que nos oferecem palavras e frases, que aparecem no ar e passam a ser de quem as quiser apanhar...

«O mundo é melhor do que aquilo que os nossos olhos vêem.» É uma frase daquelas... Até por parecer um pouco fantasiosa. 

Não consegui perceber se a senhora era religiosa, ou simplesmente optimista. 

Sei apenas que o copo meio cheio tem sempre mais umas gotas que o copo meio vazio...

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)

quarta-feira, abril 10, 2019

"Patranhas" para Todos os Gostos...


A palavra "patranhas" que utilizei ontem foi motivo de conversa com um dos raros amigos que me fala das coisas que vou escrevendo por aqui (antes recebera um telefonema de um outro amigo, que a propósito da "lixeira" que mostrei do Caramujo, me falou da excelente exposição que está no Palácio Anjos em Algés, de Mário Cruz, fotojornalista premiado internacionalmente, sobre Manila e o seu "rio-esgoto"...).

Mas vamos lá às "patranhas".

Pegando no tema da justiça atirou-se logo à propaganda enganosa que durante anos fizeram da Polícia Judiciária (até disse que devia andar por ali dedo do Moita Flores...), considerando-a a melhor policia do mundo. Ofereceu-me estas palavras: «logo ela que tem "espatifado" uma data de investigações, devido à má construção dos processos, sempre com uma ou outra "ilegalidade" lá no meio, daquelas que dão jeito aos advogados habilidosos que a malta conhece da televisão.»

E depois mudou-se para o Turismo, para as nossas cidades que são as "melhores do Mundo". Agora que até Braga já é um dos melhores destinos do Mundo, acrescentando: «toda essa publicidade é paga por nós. E o que não falta por aí é gente interessada nestas "mentirinhas". Então as televisões pelam-se por notícias destas, alimentam-se com o melhor e o pior de nós. Mas felizmente não somos tão bons nem tão maus como nos pintam.»

Estava tão irritado que acabou a conversa a falar do "cozinheiro português marciano" (mais uma história mal contada, com o aproveitamento do "chef", que como toda a gente que enche a barriga com o mediatismo, quer é ser o melhor de qualquer coisa, nem que seja de "Alguidares de Baixo").

Felizmente não me falou de política e futebol, onde as "patranhas" ganham, a tudo e a todos...

(Fotografia de Luís Eme - Repito mais uma vez este lugar, por que continuo a pensar que não é por um Turco ter dito que a esplanada-restaurante do "Ponto Final" do Ginjal, tem a "melhor mesa do mundo", que ela passa a ser a melhor do mundo... por muito jeito que isso dê aos proprietários...)

terça-feira, abril 09, 2019

As Leis e a nossa Justiça pouco Justa...


Não tenho qualquer dúvida que  a má aplicação da justiça é o problema mais grave do nosso país.

É ele que nos torna cada vez mais desiguais e afecta todos os sectores da nossa sociedade. Pois além das diferenças de vencimentos obscenas entre gestores e trabalhadores (o "D. Notícias" fala disso hoje...), há também o sentimento, cada vez mais generalizado, da existência de uma justiça para pobres e outra para ricos.

Embora não falte por aí gente, que nos tenta iludir que o problema não está nas leis, mas sim na sua interpretação, facilmente se percebe que não passa de mais uma das muitas "patranhas" que enchem o nosso dia-a-dia. 

Claro que o problema é das leis (quase sempre pouco objectivas...) e do nosso parlamento (cheio de advogados "avençados", cuja única pátria que conhecem é o dinheiro...). 

As "fugas" e os "desvios" diários à letra de lei não se podem resumir apenas à falta de bom senso dos juízes ou à habilidade dos "senhores de toga" pagos a peso de ouro...

(Fotografia de Luís Eme - Cova da Piedade)

segunda-feira, abril 08, 2019

As Lixeiras Urbanas...


Faz-me muita confusão esta nossa capacidade de criar lixeiras. Basta encontrar um lugar meio escondido, e é logo utilizado para deitar todo o género de porcarias que já não nos fazem volta.

Embora reconheça que algumas delas sejam criadas por romenos (como a da fotografia), mendigos profissionais, facilmente reconhecidos pela sua falta de higiene e por viverem de mão estendida à porta de superfícies comerciais.

A roupa que usam é quase sempre retirada dos recolectores de instituições, espalhados pelas cidades. Roupa que depois de usada, é deitada fora, a poucos metros de casas abandonadas, em ruínas, que vão transformando em habitações provisórias de curta duração...

Do que eu não tenho dúvidas, é que se as Câmaras  e as Juntas de Freguesia estivessem mais atentas, limpando estes espaços, assim que começam a ser utilizados da pior forma, eliminavam-se muitas destas lixeiras a céu aberto...

(Fotografia de Luís Eme - Cova da Piedade)

domingo, abril 07, 2019

O Cinema Português com Nomes Próprios


Não é piada, mas é no mínimo curioso que dois títulos de filmes de cinema estreados recentemente tenham nomes de pessoas. Um é o "Gabriel" e o outro é o "Diamantino".

Abordam ambos o fenómeno desportivo (o boxe e o futebol...), entre outras coisas. Sim, a "vidinha" está lá. De um lado com a cor de pele, do outro com a cor do dinheiro...

Como não vi nenhum dos filmes, é melhor ser parco nos meus comentários.

Sei que o último tem feito mais furor, porque ganhou um prémio em Cannes, e segundo as críticas, tenta explorar em jeito de comédia o "lado Cristiano Ronaldo" do futebol, cheio de tostões. Embora os realizadores (são dois...), digam que se tratou apenas uma feliz coincidência... (que calha sempre bom ao negócio).

(Fotografia de Luís Eme - Cacilhas)

sábado, abril 06, 2019

A Primeira Vez que uma Gaivota me Olhou nos Olhos (dentro de uma fotografia)...


Ao ver esta fotografia, tirada hoje de manhã à beira Tejo, disse a mim mesmo: «Foi a primeira vez que uma gaivota me olhou nos olhos.»

Quem gosta de fotografia sabe que as gaivotas são dos "bichos" que mais gostam de "estragar fotografias", por serem rápidas a voar e também a mudar de direcção.

Por isso este retrato é raro. Ela virou-se mesmo, para posar para a fotografia, apesar da sua posição de voo pouco ortodoxa.

(Fotografia de Luís Eme - Ginjal)

sexta-feira, abril 05, 2019

Não Necessariamente...


Há pequenas coisas que me fazem perceber que não pertenço ao reino dos "fundamentalistas", do que quer que seja.

Acho que isso tem a ver sobretudo com aquela parte, de se gostar de liberdade, da nossa e da dos outros.

Não falo quase nada sobre blogues e ainda menos sobre as "verdadeiras" redes sociais. Não que tenha alguma coisa contra, mas como não as frequento (sim, continuo sem facebook, twiter ou instagram, e sem lhes sentir falta), não emito opiniões sobre elas.

Mas de vez em quanto lá sou quase obrigado a falar... 

Falava-se de notícias falsas, mas um sujeito resolveu dar uma de "intelectual" e dizer que quem não sabe escrever não se devia meter nestas coisas dos blogues, para não cair no ridículo. Ao perguntar-me a opinião (por saber que tinha blogues...), disse-lhe que o que era ridículo, era ele achar que os blogues deviam ser só para "escritores". 

Torceu ligeiramente o nariz mas continuou a zurzir contra os "analfabetos" da blogosfera e também do facebook.

Expliquei-lhe que nem sequer era preciso saber escrever para se ter um blogue. Há quem só publique fotografias, há também quem só transcreva textos e poemas dos outros. Tudo com gosto e qualidade.

Já em relação ao facebook, não contou com o meu contraditório.

(Fotografia de Luís Eme - Cacilhas)

quinta-feira, abril 04, 2019

«Que se lixe o turismo, venha a chuva!»


Ontem começaste a falar de um cheiro que se sentia nas redondezas. Andámos mais uns metros pela rua e o cheiro manteve-se. Não é nada de muito anormal, se nos lembrarmos dos cãozinhos que espalham o seu chichi pelos passeios ou das pessoas que deitam o lixo para o chão, mesmo que os contentores estejam vazios...

No regresso a casa consegui convencer-te a fazermos o caminho mais longo.

Acabámos por passar pelo Ginjal e reparámos que as esplanadas estavam vazias, numa fuga ao vento desagradável e às nuvens que se limitavam a ameaçar chuva.

Foi quando desabafaste: «Que se lixe o turismo, venha a chuva!» Até lembraste um samba que falava de chuva durante dez dias sem parar. Podia ser chato para nós, mas era bom para os rios e os campos (e ruas, claro...).

Hoje o panorama é um pouco diferente. Aqui perto de casa, já se sente o cheiro a terra molhada... Embora a água caia com alguma timidez...

(Fotografia de Luís Eme - Ginjal)

quarta-feira, abril 03, 2019

O Amor aos Livros é Outra Coisa...


Li há poucos minutos que a "Bertand" vai fazer algo que já foi feito há uns anitos pela cooperativa  "Bairro dos Livros", do Porto. Pelo conteúdo da notícia acredito que já tenha alimentado um programa de "raios e coriscos" (também já existiu na televisão, isto de se ser original está pelas "horas da morte"...) nas redes sociais. 

Claro que o "Bairro dos Livros" tem todo o direito de tornar pública a sua indignação, até por já ter proposto esta iniciativa à editora, que foi rejeitada...

Trata-se de uma coisa que eles chamam Speed Dating, que são nada mais nada menos que encontros rápidos dos leitores com os escritores.

O curioso é que até falam do "amor aos livros". Mas eu vou mais pelo "amor ao negócio dos livros".  Sim, os escritores funcionam sobretudo como "chamariz" para se venderem mais livros, até por existir a possibilidade de estes serem autografados. Só não acredito é que os cinco minutos cheguem...

(Fotografia de Luís Eme - Corroios)

terça-feira, abril 02, 2019

Uma Notícia de Jornal Amarelecida Levou-nos de Viagem pelas Nossas Memórias...


Quem diria, que um artigo de jornal quase antigo, nos iria levar de viagem, dentro da nossa infância...

Falaste da feira popular, do "comboio-fantasma", da "casa dos espelhos", que nos transfigurava. Em relação ao comboio, quando "viajei" nele, já devia ser quase adolescente, pois não senti medo nem me assustei com as "aparições" (ligeiramente manhosas...) de esqueletos e de outros adereços.

Falaste-me de uma mulher cheia de pelos. Eu nunca vi nenhuma "mulher-barbuda" ou um "homem-elefante", nas feiras que percorri de mão dada com os meus pais ou em correrias, com o meu irmão.

As únicas excentricidades humanas que me lembro de ver foram o homem mais alto do mundo, que estava acompanhado por uma trupe de anões (um deles diziam ser o mais pequeno do mundo). Ao contrário dos "pequenotes", demasiado "eléctricos", o gigante mexia-se com dificuldade, como se estivesse preso com arames. Era negro, de Moçambique (não me apeteceu ir à procura do seu nome na "nova enciclopédia"...) tinha uns sapatos que pareciam dois caiaques, achatados, e uns braços caídos, que quase lhe chegavam aos joelhos. Recordo-me que não era nada assustador. Até tinha cara de boa pessoa...

(Fotografia de Luís Eme - Corroios)

segunda-feira, abril 01, 2019

Um Dia que se Banalizou...


Graças às mentiras diárias, espalhadas por todos os meios de comunicação (especialmente pelas redes sociais...), o dia um de Abril perdeu a importância, e graça, que tinha...

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)