(Para a Ana e a Margarida)
Escrevemos também para sermos injustos, porque nos esquecemos da capa de "justiceiro" em qualquer parte e também porque acabamos por ignorar as belas excepções.
Quando falei dos funcionários públicos, tinha a "mira" apontada para meia-dúzia de trastes, que juntam três coisas que detesto (a incompetência, a bufaria e a graxice) ao seu ritmo de trabalho, que pede meças às tartarugas.
E sim, sei que os chefes é que têm a culpa, Isabel, porque além de não saberem mandar, também raramente arregaçam as mangas e dão o exemplo. Muitos preferem ficar fechados no seu gabinete a "inventar mundos" e a preparar "reuniões surrealistas" (sei o que são, já participei em uma ou duas...), com chefes ainda mais altos, onde é possível comunicar com as nuvens e discutir o sexo dos anjos e também de algumas secretárias, ao mesmo tempo que fingem que fazem o mundo avançar...
Mas eu queria falar das excepções. E não posso deixar de falar das "duas miúdas do museu" que com o seu exemplo conseguem desmontar todo o anedotário que persegue os funcionários públicos. Elas fazem milagres, com simpatia, inteligência, capacidade de trabalho, e uma coisa, que eu acho que se chama, tacto feminino.
(Óleo de Emilie Claus)