segunda-feira, março 31, 2014

Um Céu Demasiado Cinzento


O céu tem andado demasiado cinzento, a meter alguma água, como se quisesse abrir a porta ao mês das águas mil...

Também é o último dia que "posto" uma fotografia minha.

Estou com saudades de voltar às "pinturas", que muitas vezes são a minha principal fonte de inspiração. Ou seja, olho-as e escrevo ao correr da pena...

Esta imagem foi tirada no velho cais do Olho de Boi, rente à antiga Companhia Portuguesa de Pesca, abandonada há mais de trinta anos.

sábado, março 29, 2014

Os "Livros" que Não Chegam ao Fim...


Já comecei muitos "livros", mas um ou dois capítulos depois, eles vão perdendo espaço e as personagens acabam por se ir embora. 

O que é mais estúpido é a minha posição quase inerte. Ou seja, deixo-as partir sem lhes dizer nada, sem fazer qualquer tentativa de as "fechar dentro daquilo que queria ser um livro". Nem lhes digo que podem voltar, quando lhes apetecer...

Isto de ser "libertário" tem que se lhe diga, até na literatura.

Acho que descobri o meu melhor começo dos últimos anos, com a inocência de quem ainda não sabe o que é uma metáfora.

Gostava que as personagens que vou convocar não desistissem, teimassem e gritassem comigo, para eu não lhes virar costas, ao mínimo contratempo...

quinta-feira, março 27, 2014

Medo do Silêncio


Estamos de tal forma "adaptados" aos sons urbanos, que não achamos o silêncio, silêncio, normal.

Nunca como hoje houve tanta gente a viver sozinha. Raramente é uma opção feliz, mesmo que seja voluntária. Talvez seja por isso que assim que muitos destes solitários chegam a casa, uma das primeiras coisas que fazem é ligar a televisão ou o rádio, para "terem gente" em casa.

Não sei se é fobia, ou outra coisa qualquer, mas há mesmo quem tenha medo do silêncio...

Eu cresci num tempo em que existiam "quartos escuros" (falo disso nas minhas "Viagens pelo Oeste"...), "papões", etc. Ou seja, era mais fácil ter medo de muitas coisas. O regime também gostava de impor o "medo", assim como o "respeitinho", que era uma coisa muito bonita nesse tempo...

Lembrei-me destas coisas todas ontem à noite antes de me deitar. Quando desliguei a televisão, gostei tanto de sentir o silêncio em casa...

Sei que eu não sou exemplo para ninguém, pois gosto do silêncio e até da solidão (é quando estou só que penso mais nas coisas, que me surgem mais ideias a pedir para serem passadas para um papel qualquer...).

Mas compreendo as pessoas que têm medo do silêncio. As pessoas que muitas vezes quase que são forçadas a viverem sós e precisam das vozes da telefonia ou da televisão para lhes fazerem companhia.

quarta-feira, março 26, 2014

Gostar é Sempre Diferente


Embora cada vez tenha menos certezas, penso que o gostar é sempre diferente. Ou seja, não gostamos das pessoas pelas mesmas coisas, gostamos de pormenores, coisas que nos encantam, que nos fazem sorrir ou pensar...

Ao ler uma frase de um livro, pensei numa coisa completamente diferente (acontece-me tanto, é também por isso que gosto de ler...). Depois comparei alguns dos meus amigos e percebi o óbvio, eram realmente diferentes, pelo menos nas pequenas coisas. Aliás, difícil deve ser gostar de "fotocópia".

E é isso que nos faz viver, é isso que nos faz pensar, é isso que nos faz acreditar que é possível mudar o mundo.

Claro que neste meu pequeno círculo de amigos, não há poderes, não há mentiras, não há joguinhos, daqueles que atiram com as pessoas para o desemprego ou para fora das suas casas...

Parece que agora me perdi um bocado. Mas ainda bem que gostar é sempre diferente...

segunda-feira, março 24, 2014

O Longe o Perto (e a Preguiça...)


Na sociedade de hoje está tudo mais próximo. As distâncias quase que se perderam no tempo, felizmente.

E nem vou falar das viagens pelo mundo fora...

Muito menos das viagens quase eternas para o interior, em estradas estreitas e cheias de curvas. Era quase um dia de viagem até à aldeia da Beira, onde viviam os meus avós paternos...

Quase todos ouvimos os nossos avós (e até os nossos pais...) contarem o tempo que demoravam a percorrer distâncias curtas, num tempo em que os carros eram uma raridade.

Nesse tempo a maior parte das pessoas andavam a pé. Quem trabalhava em lugares mais distantes, logo que lhes era possível, adquiria pelo menos uma bicicleta ou uma motorizada.

Toda esta conversa, porque por vezes a falta de vontade de aparecer aqui e ali, surge com desculpas que se agarram à distância, quando o que acontece é não nos apetecer sair do quentinho de casa...

Como eu percebi a Rita: «Quando queremos ir mesmo a um lugar, todas as distâncias se encurtam.»

domingo, março 23, 2014

Gostar de Liberdade não é Isto


Provavelmente o problema é meu, mas desde que me conheço, que não gosto de ver pássaros presos em gaiolas.

Apetece-me sempre abrir as portas de par em par e convidá-los para um voo, para experimentarem bater as asas em liberdade.

Há sempre quem argumente que algumas destas aves só conseguem sobreviver em cativeiro. Mesmo assim não sou sensível...

Sinto que se elas têm asas é para voar...

A minha sogra pensa exactamente o contrário. E como não lhe chega uma, tem três gaiolas...

sábado, março 22, 2014

As Árvores e a Poesia


Ontem não escrevi nada por aqui sobre as árvores e sobre a poesia, de propósito.

Não me apeteceu deixar um poema, muito menos meter-me com a natureza, com as plantas, tão maltratadas por muitos de nós, apesar de serem essenciais à vida...

Tinha pensado em escrever sobre a minha relação com elas, por terem entrado em tempos diferentes na minha vida, por razões absolutamente naturais. 

Por ser descendente de agricultores, desde muito cedo me habituei a conviver com a natureza. Excluindo os quinze dias passados na praia, eu e o meu irmão passávamos os mais de dois meses das férias grandes em Salir de Matos, na casa dos meus avós.

À distância de mais de quarenta anos, sinto que o tempo não era barreira para nada, ou seja, tínhamos tempo para tudo...

Além das mil e uma brincadeiras com amigos, visitávamos as fazendas do avó (a Ambrósia, o Arneiro, a Várzea, o Vale da Moira...), onde eu e o meu irmão éramos mais "pisadores" que ajudantes...

O avô era um mestre das coisas da natureza, estava sempre pronto a ensinar-nos e a explicar-nos o ciclo da vida das plantas. E também gostava de nos contar histórias (uma boa parte eram lendas populares que vinham de gerações). Ainda o consigo ver, ele sentado na cadeira da cozinha e nós sentados nas escadas de pedra que davam para a "casa de fora", muito atentos e em silêncio.

Da poesia não encontro um rasto... Camões deve ter sido o primeiro poeta que me foi oferecido, já na escola primária (o Bocage era espalhado de boca em boca, nas anedotas em que era sempre mais esperto que os espanhóis, franceses ou ingleses, mas nesses tempos não fazia ideia que fosse poeta...).

Na secundária conheci mais poetas. Gostava sobretudo da Sophia...

Pessoa descubro-o já no fim da adolescência. Era impossível não ficar deslumbrado com tanto talento "circense". Sim, ele era palhaço, domava leões, fazia malabarismo e também muito ilusionismo. E fazia tudo bem...

Os seja, a natureza foi-me imposta pelas raízes familiares. A poesia não, foi (e continua a ser) descoberta por mim.

Nesta imagem apareço eu e o meu irmão, disfarçados de agricultores, nos finais dos anos 1960, na Ambrósia...

quinta-feira, março 20, 2014

As Cores e os Cheiros da Primavera


Quando começa a aquecer as mulheres vestem-se de Primavera, com roupa mais leves e coloridas.

O Carlos disse-nos no meio do café que há mulheres que esperam ansiosamente pelas temperaturas mais agradáveis, para se vestirem de forma a serem mimadas por nós, homens, nem que seja apenas com o olhar.

Respondemos-lhe com um sorriso. 

Só o Vitor é que foi mais longe e em tom provocatório disse que sim. Acrescentando que devem receber mimos de todo o género, e a sorte delas é praticamente não existirem obras no nosso país, nem "pedreiros-poetas" à espreita, quase sempre inspirados no inigualável Manuel Maria du Bocage.

Desta vez respondemos com uma gargalhada.

quarta-feira, março 19, 2014

Uma Terra Esquecida


Trafaria é um daqueles lugares, que só consegue sorrir, quando se abraça às suas fotografias do princípio do século, quando era a praia da moda.

Os muitos palacetes abandonados são um bom exemplo deste falhanço, deste quase desterro.

Agora que deixou de ser sede de freguesia, as coisas ainda devem ter piorado um pouco mais.

Se eu em Cacilhas, sinto-me quase um "sem dono", com o melhor e o pior que se pode encontrar nestas duas palavras, imagino as gentes da Trafaria, que apenas viram chegar uns "pózinhos" da Revolução de Abril.

E alguma gente como achava insuficiente a forma como virara as costas a uma das mais bonitas "varandas do Tejo", ainda lhe quis "roubar" os cacilheiros, a ligação natural deste povo à Capital...

Quando passo pela Trafaria, ainda me dói mais ser português...

terça-feira, março 18, 2014

O Futebol Não Tem Direito a Ética?


Quando ouço ou leio gente como Miguel Sousa Tavares, Rui Gomes da Silva ou Eduardo Barroso, fico  perplexo. A sua "clubite aguda" faz com que ambos digam e escrevam coisas completamente absurdas. 

Mas o pior, é perceber que o mais importante para eles é que o seu clube ganhe, mesmo que seja com um fora de jogo que passou despercebido ou com uma grande penalidade inventada por um avançado com jeito para o "teatro dos trambolhões". 

Incomoda-me esta falta de ética, que é seguida por outras tantas figuras públicas com responsabilidades na nossa sociedade. 

São eles, ao lado da gente anónima, que transformam os estádios um "circos", onde tudo é possível, até chamar os piores nomes aos árbitros e adversários (e até aos próprios jogadores do clube...), muitas vezes de forma injusta.

Mas o pior de tudo é perceber que toda esta gente que "endoidece" com o futebol, não quer que ele se torne mais transparente, com menos casos. Querem sim, ser eles os  únicos beneficiados do tal "sistema".

É também por todas estas coisas que eu nos últimos quinze anos apenas entrei uma vez num estádio para assistir a um jogo de futebol...

segunda-feira, março 17, 2014

A Capacidade de Admirar o Outro


Se não tivermos um ego do tamanho de uma girafa, admiramos as pessoas que são boas a fazer coisas que gostamos e não conseguimos fazer bem. Eu pelo menos admiro.

Por exemplo, admiro bastante das pessoas que desenham ou pintam com arte, assim como as que cantam ou tocam instrumentos musicais com encanto.

O senhor asiático da fotografia gosta de pintar Lisboa. Tenho-me cruzado com ele em vários lugares, desde o Príncipe Real a Alfama. Quando perguntei se lhe podia tirar um retrato, ele sorriu e acenou que sim.

domingo, março 16, 2014

«Esse não sou eu.»


A canção que popularizou António Mourão, em que ele pede o impossível, que o tempo volte para trás e lhe dê tudo o que ele perdeu, é isso mesmo, uma letra de canção.

A realidade é outra coisa. O tempo muda quase tudo, e mal de nós se ficarmos presos ao passado...

O rapaz que estava na fotografia era eu, mas não era quem estavam à espera. Nem eles eram quem eu recordava. 

Fiquei com a sensação de que sabia mais coisas sobre o tempo que eles, como se tivesse vivido mais. Mas não, o tempo que nos separara era igual. Deveria sim ter lido mais livros e assistido a mais filmes que eles.

Mas não falei disso. Eles não iam acreditar no que os livros nos podem ensinar e fazer. Nem deviam gostar dos filmes que nos fazem pensar.

Ainda teimaram que sim, era eu, quando lhes disse: «esse não sou eu.»

Desta vez a fotografia não é minha. É da Gena de Souza.

sábado, março 15, 2014

A Honra Será um Valor Primário?


As conversas e as leituras fazem-me pensar muitas vezes em coisas do arco da velha, muitas vezes aparentemente distantes dos temas abordados.

A partir de uma notícia grotesca e sangrenta, sobre a "defesa da honra", em vez de pensar no desajuste e na confusão que se faz com esta palavra, pensei que o conceito de honra (mesmo que errado), está muito mais enraizado nos meios mais humildes, onde a "civilização" nem sempre quer entrar. 

Mas não me fiquei por aqui, também pensei que a honra era um valor cada vez mais desajustado e com menos valor na sociedade actual.

Segundo o dicionário, honra, pode ser: honestidade, virgindade, distinção, graça, dignidade,boa fama, demonstração de respeito, integridade de carácter, etc.

Pois é, tudo valores desajustados nestes tempos falsamente liberais, em que parece valer tudo...

Embora ache que se leve a "defesa da honra" ao exagero em algumas aldeias do nosso país, não tenho dúvidas que o que mais falta nos mais altos representantes deste país, é dignidade, integridade de carácter.

quinta-feira, março 13, 2014

Isso Não nos Irão Roubar! Nunca!


Já o poeta (Carlos de Oliveira)  dizia que, "não há machado que corte a raiz ao pensamento". Como ele estava certo.

Ainda não há forma de nos roubarem a liberdade de pensarmos o que quisermos.

Quanto muito, poderão tentar "teleguiar-nos" o pensamento, através das várias formas de comunicação, muitas vezes quase anestesiantes, como acontece com a televisão, que tenho a sensação que embrutece mais do que cultiva.

Foi também por isso que tirei esta foto.  

quarta-feira, março 12, 2014

Os Domingos Beatos


Há muito tempo que não passava ao domingo perto de uma igreja. Para me deixar ainda mais surpreso, não passei ao lado de uma capela qualquer, já que se tratava de uma paróquia de uma zona elitista, como se podia comprovar pelas roupas bonitas, deles e delas, além dos sorrisos quase cristalinos.

Antes de passar pelo monte de gente que ainda se agrupava em frente da igreja a confraternizar, cruzara-me com um dos secretários de estado desta espécie de governo acompanhado da família e também com um banqueiro conhecido, e claro, a família (mãe, tia e tudo...).

Continuei a marcha sem paragens, cada vez mais certo que aquele não era de certeza o meu culto. Apesar de baptizado era cada vez menos católico. 

Estava cada vez mais longe de me rever naquela gente, capaz de passar a semana toda a lixar (para não dizer outra palavra...) o próximo, para depois, ao domingo, tomar banho de imersão com sais, vestir uma fatiota vistosa e aparecer na igreja com ar compungido, preparados para tirar a outra sujidade, menos visível com as orações que sabem de baixo para cima e de cima para baixo. E sem se esquecerem de deixar uma nota razoável a quando do peditório, para no fim  da missa saírem dali felizes, "perdoados" de todos pecados...

E nem vou falar dos padres, que querem que sejamos muito "humildes e bonzinhos"...

segunda-feira, março 10, 2014

Encontro com as Ideias Depois das Esquinas


Há dias em que parece que não acontece nada nas ruas, nem sequer escrevo uma frase num papel (que pode ser tudo, estrato do multibanco ou qualquer recibo de compra...), quanto mais ideias.

Há outros em que encho os papeis de palavras.

Algumas são soltas por aqui na blogosfera, outras nem por isso. Finjo que são boas e guardo-as para o próximo livro, um dos tais que acabará por não sair, invariavelmente...

Foi assim no sábado e no domingo, gastei todos os papeis que tinha nos bolsos e na carteira.

domingo, março 09, 2014

«Eu não mordo.»


Quando ela se atravessou à minha frente e disse: «eu não mordo», fiquei quase sem palavras.

Podia ter-lhe dito que no meu mundo, as mulheres não vinham atrás dos homens e que tinha sido por isso que fugi quando ela me perseguiu. Mas quase que não tive tempo.

Ou seja, ela antecipou-se quando me estendeu a mão e se apresentou. 

Não consegui deixar de sorrir. Fiquei a perceber a razão da perseguição.

Ela conhecia-me e eu não. Ou seja, estava em desvantagem. Estamos sempre neste género de situação.

sábado, março 08, 2014

Quando te Olho nos Olhos



quando te olho nos olhos,
sinto uma ternura diferente, única.

é tão bom perceber
que pouco mudou,
com o tempo.

o amor, a amizade, a paixão, o desejo,
continuam vivos e quase que se confundem…

os cabelos mais ralos e com fios brancos,
o corpo mais descaído e pesado,
não mudaram o brilho dos teus olhos
nem a ternura que partilhamos
dia sim, dia sim…


sexta-feira, março 07, 2014

Março Azul e Quente


Como nos diz a sabedoria popular, «Março, marcegão, pela manhã rosto de cão e à tarde bom Verão». Hoje foi quase assim...

Aqueceu de repente, ao ponto de até dar para matar saudades da praia.

O problema é que muitas praias quase que foram engolidas pela fúria do mar e agora têm quase tantas pedras como areia... 

Mas o azul além de mais bonito, enche-nos a alma.

E quem tem o Tejo mesmo à janela, junta o útil ao agradável.

quinta-feira, março 06, 2014

Não, Obrigado!


Sei que para toda essa gente que se governa e guarda, generosamente umas "migalhas" para praticar a "caridadezinha", a solução é orar. Já o Salazar dizia, que enquanto o povo andasse entretido a conversar com Deus, não o incomodava...

Ou seja, pedir ao tal Deus, com mais de mil rostos e credos, para nos proteger e nos dar força para aguentar a "canga" (já dizia o banqueiro, que este povo, aguenta, aguenta!).

Não sou ateu ou agnóstico, gosto da figura de Jesus e gosto de acreditar na existência de um Deus justo (embora seja cada vez mais difícil...), que olha para todos da mesma maneira. Mas depois olho à minha volta e penso: «onde será que Ele está? Se está, porque fecha os olhos a tanta injustiça, tanta exploração, tanta violência?»

Claro que não recebo qualquer resposta ou sinal... mas de uma coisa estou certo, não vou ao "templo" orar...

terça-feira, março 04, 2014

Espreitar para Dentro e Para Fora de Nós


Quem tem por hábito espreitar para dentro de si, conhece-se melhor e pode ter um conhecimento mais profundo do seu passado.

Pode... mas sem certezas. O exercício da memória muitas vezes está mais perto do coração que da razão. É por isso que a nossa memória é selectiva, tem vários "sacos" para guardar as recordações.

Mas pelo menos penso que quem exercita a memória, está mais próximo da sua realidade, do seu mundo. 

Mas é bom também não nos esquecermos de espreitar para fora de nós...

segunda-feira, março 03, 2014

As Cores dos Dias


O mercado parece ultrapassado, quase decadente mesmo, quando os nossos olhos o comparam, inadvertidamente, com as modernas superfícies comerciais.

A senhora pendura todos os dias aquelas roupas, onde só se aproveita a cor (pelo menos para a fotografia...), na esperança de as vender a alguma avó que passe por ali e esteja ligeiramente distante das modas.

Provavelmente é uma mulher teimosa, como a maioria. E também deve ter esperança na cor dos dias e nas palavras dos políticos, esses mesmos, que se fartam de anunciar o fim da crise...

domingo, março 02, 2014

Travessia para um Intervalo


Vou dar descanso aos quadros e durante todo este mês de Março só vou colorir as minhas palavras com fotografias também da minha autoria.

Provavelmente as palavras não vão gostar muito, talvez torçam o nariz, mas como eu é que sou o dono do "pedaço"...

Hoje devia colocar um mascarado por aqui, mas este domingo gordito está tão chocho. E ficou o Tejo, um Cacilheiro e o Ginjal

Sem fugir do Carnaval, é caso para dizer: pobres garotas que desfilam nas nossas quase "escolas de samba", de Norte a Sul, com mais léu que roupa, neste domingo sem Sol.

sábado, março 01, 2014

Chuva Pouco Científica


Os cientistas devem ficar ligeiramente incomodados com as "voltas" que o tempo lhes vai dando, sempre que pode.

Temos mais um ano com muita água, apesar de vários especialistas terem prognosticado há uns três anos, que vinham aí vários anos de seca...

Esta fotografia tem três dias e mostra uma barca da Lagoa de Óbidos, quase transformada num aquário sem peixes (eles preferem as águas em movimento da lagoa), refém deste Inverno com mais água e vento...