Apesar de toda esta "ventania" que sopra em sentido contrário, continuo a acreditar que é possível vivermos num mundo mais justo e igualitário, mesmo que isso esteja distante de socialismos ou comunismos.
Aliás nos países nórdicos, a doutrina marxista nem sequer é necessária para proteger as classes mais desfavorecidas, a sociedade está organizada de forma a ter como grande preocupação, o bem estar dos seus habitantes.
As pessoas pagam impostos sem sequer os questionarem, porque sabem que estes são canalizados para a educação, saúde, cultura, transportes, habitação, etc.
O Estado nestes países é uma pessoa de bem e os governantes pessoas bem formadas. De certeza que não são oriundos das pequenas "máfias" em que se transformaram os partidos portugueses de poder, que praticamente deste os anos setenta distribuem lugares do poder a troco de favores e não de competência, com os resultados que se conhecem.
Não digo que não existam corruptos e corrupção nestes países. Existirão de certeza, mas também existe uma justiça mais célere e cega, que não é permissiva em relação aos poderosos, como a portuguesa.
Se a nossa justiça funcionasse de uma forma justa e séria, todos os casos de corrupção que têm lesado o Estado, desde as histórias dos submarinos, ao BPN, passando pela Expo 98, Estádios do Euro 2004, e pelas PPP's, acabariam por devolver a esse mesmo Estado muitos milhões.
E lá se ia a "cassete" deste regime, de que temos andado a viver todos estes anos acima das nossas possibilidades. Poderá haver alguma verdade neste ponto, mas não é suficiente para justificar todas as medidas de austeridade, que parecem continuar a passar ao lado de quem exerce o poder, que até já nem sequer fala em "gorduras" (e continuam a ser tantas, nos institutos, observatórios e ministérios públicos, povoados de incompetentes com cartão partidário e pagos a peso de ouro...).
O óleo é de Cláudio Souza Pinto.