Por que a distância me persegue?
Fosse quem fosse, o que fosse
fosse!
Mas ela? Me persegue!
Já não falo de proximidade há um tempo.
Já não minto nem boquejo nem arquejo nem bocejo há um tempo.
Já nem sinto o que nem sinto há um tempo
e já tem tempo!
Por que, desumana, me persegue?
Não te afaste o tempo, nem que fosse?
Nem estava em lampejos de amores?
Nem nas ruas morticeiras de mulheres...?
Vai distância desumana. E me deixa
deitar os cabelos
e descobrir a paz daquele peito
de pelos cocegueiros de um amado!
Se vá distância, que já tenho o que preciso!
Já tenho a saudade do menino
atenção e olhar cabreiro do menino
desejo e despeito do menino
e tudo mais que do amor é alimento!
Em paz se vá, feiticeira!
teus artifícios já fizeram seu efeito.
Agora deixa que me deito do meu jeito.
Vá e fique:
assim próximo
eu deleito!
Kiro Menezes