Primeiro foi preciso que viessem os miúdos para resolver o que parecia estar condenado a tranformar-se num grande embrulho em Aveiro. Embrulho atado sobretudo pelas estrelas cadentes do Sporting que hoje Paulo Bento resolveu brindar com a titularidade.
Depois, vejam lá, Liedson resolveu mesmo! Lá marcou o golo da diferença.
A coisa parecia, portanto, resolvida.
Afinal os miúdos --muito bem secundados por uma defesa que hoje resolveu meter folga!-- resolveram complicar.
E o golo de Liedson afinal acabou por não resolver nada.
No entanto, continuo a pensar que esta equipa "resolveu" ser campeã...
PS- Uma nota para o Carlos Martins: vê lá se resolves usar os miolos de vez em quando pá!
sexta-feira, 27 de outubro de 2006
terça-feira, 24 de outubro de 2006
O roubo da carteira
Para que se ponham a pau à entrada do Estádio, vejam aqui como é que me roubaram a carteira antes do jogo com o Porto.
Na Liga só mudaram as moscas
Hermínio Loureiro deslocou-se à Comissão Parlamentar em que está a ser debatida a nova Lei de Bases do Desporto (já aprovada na generalidade) para pôr em causa o seu art.º 45. Diz esse artigo que se «proíbe sob qualquer forma, as comparticipações financeiras por parte do Estado, das regiões autónomas e das autarquias locais a clubes desportivos que participem em competições de natureza profissional».
Ele, pelos vistos, é a favor da continuação do status actual de regabofe e adulteração da concorrência desportiva por via do financiamento de alguns e não de outros. É só lembrarmo-nos, por exemplo, de como o então presidente da Câmara do Porto, Fernando Gomes, utilizou os dinheiros resultantes das contribuições dos habitantes para financiar o seu clube do coração, o FCP.
Pois, nesta cruzada, HL fez-se acompanhar pela APAF, Sindicato de Jogadores, uma outra associação de árbitros e, ainda, uma associação de dirigentes associativos da… Madeira. Note-se que o Governo Regional da Madeira gasta por ano mais de 5 milhões de euros do Orçamento de Estado só em subsídios aos 2 clubes de futebol da ilha (Marítimo e Nacional). Acresce a isto, o comportamento de tantas Câmaras Municipais que empenham receitas para subsidiar os clubes da terra, às vezes com fortes suspeitas de fraude, como no caso de Felgueiras.
Mas o que é que os árbitros e sindicato de jogadores têm a ver com isto? É que a cruzada de HL não fica por aqui. Ele também se opõe à tentativa governamental de ir progressivamente aproximando os árbitros e jogadores do regime comum, em matéria de impostos e Segurança Social. Mas o que é que os jogadores e árbitros são a mais que o contribuinte comum? O grande argumento é que se trata de uma profissão de desgaste rápido. Mas isto não tem nada a ver com privilégios em sede de IRS, nem da tão carecida Segurança Social. Eles terão de pagar como todos nós. Há tantos jogadores que ganham tão bem que facilmente a classe se pode organizar para poupar durante a fase activa para ter uma reforma mais cedo, quando a sua carreira chegar ao fim.
Por último, a tão falada profissionalização dos árbitros está a caminho de se fazer quando as galinhas tiverem dentes. Se calhar HL estava à espera que fosse o Estado a pagar os respectivos custos, mas o secretário de estado Laurentino Dias já veio dizer que acha boa a ideia da profissionalização, mas que o Governo não paga. Então quem é que vai pagar uma decisão que custa muito caro?
Deste conjunto de atitudes e opiniões ressaltam 2 conclusões:
- HL quer manter as coisas (privilégios, subsídios e consequente adulterar da concorrência) como estão; não quer mudar nada.
- HL está na Liga mais para fazer oposição ao Governo que para fazer reformas no futebol.
Isto é muito grave!
Ele, pelos vistos, é a favor da continuação do status actual de regabofe e adulteração da concorrência desportiva por via do financiamento de alguns e não de outros. É só lembrarmo-nos, por exemplo, de como o então presidente da Câmara do Porto, Fernando Gomes, utilizou os dinheiros resultantes das contribuições dos habitantes para financiar o seu clube do coração, o FCP.
Pois, nesta cruzada, HL fez-se acompanhar pela APAF, Sindicato de Jogadores, uma outra associação de árbitros e, ainda, uma associação de dirigentes associativos da… Madeira. Note-se que o Governo Regional da Madeira gasta por ano mais de 5 milhões de euros do Orçamento de Estado só em subsídios aos 2 clubes de futebol da ilha (Marítimo e Nacional). Acresce a isto, o comportamento de tantas Câmaras Municipais que empenham receitas para subsidiar os clubes da terra, às vezes com fortes suspeitas de fraude, como no caso de Felgueiras.
Mas o que é que os árbitros e sindicato de jogadores têm a ver com isto? É que a cruzada de HL não fica por aqui. Ele também se opõe à tentativa governamental de ir progressivamente aproximando os árbitros e jogadores do regime comum, em matéria de impostos e Segurança Social. Mas o que é que os jogadores e árbitros são a mais que o contribuinte comum? O grande argumento é que se trata de uma profissão de desgaste rápido. Mas isto não tem nada a ver com privilégios em sede de IRS, nem da tão carecida Segurança Social. Eles terão de pagar como todos nós. Há tantos jogadores que ganham tão bem que facilmente a classe se pode organizar para poupar durante a fase activa para ter uma reforma mais cedo, quando a sua carreira chegar ao fim.
Por último, a tão falada profissionalização dos árbitros está a caminho de se fazer quando as galinhas tiverem dentes. Se calhar HL estava à espera que fosse o Estado a pagar os respectivos custos, mas o secretário de estado Laurentino Dias já veio dizer que acha boa a ideia da profissionalização, mas que o Governo não paga. Então quem é que vai pagar uma decisão que custa muito caro?
Deste conjunto de atitudes e opiniões ressaltam 2 conclusões:
- HL quer manter as coisas (privilégios, subsídios e consequente adulterar da concorrência) como estão; não quer mudar nada.
- HL está na Liga mais para fazer oposição ao Governo que para fazer reformas no futebol.
Isto é muito grave!
segunda-feira, 23 de outubro de 2006
A nova mística do Sporting
Vi há pouco tempo num blog (confesso que não me lembro qual e disso peço desde já desculpa) alguém perguntar onde estavam os reforços do Sporting. A pergunta, retórica, pretendia chamar a atenção para o facto indesmentível de que é sobre os ombros dos jovens oriundos da Academia que assenta o sucesso das equipas de Paulo Bento.
Não sei de facto o que é mais notável neste momento, se os resultados que têm sido objectivamente obtidos, se o manifesto talento, se o esforço visível para corrigir os erros que vão ocorrendo devido à compreensível imaturidade e à óbvia falta de experência. Ou seja: mesmo perdendo ou empatando, como foi o caso ontem com o Porto, vemos esta equipa bater-se até ao último instante, com uma dedicação e uma sabedoria que há muito tinham abandonado os relvados por onde o Sporting vai passando.
Os miúdos do Sporting não inventam bodes expiatórios (à imagem do treinador), nem ignoram o talento e o poder que têm. Mas, colocam todos esses factores em perspectiva.
O símbolo ou epítome de tudo isto é, claro, o João Moutinho, mas não é só ele que merece os louros. Talento, determinação, humildade e vontade de fazer bem constituem a parte nuclear do ferramental dos jovens formados pelo Sporting. Não vejo hoje vedetas pré-formatadas, mas sim formiguinhas determinadas.
Se calhar, será isto que está na origem das palmas no final do SCP-Bayern, mesmo com o resultado adverso.
Como não tenho a memória curta (a minha RAM futebolística tem vários terabites!), lembro-me de equipas do Sporting em que parecia (parecia!) que havia "determinação" apenas quando se tratava de deixar o Sporting mal visto, e em que o "esforço" feito era, justamente, no sentido de fazer mal!
Com estes jovens algo da "mística" Sportinguista foi finalmente recuperado e os padrões globais da equipa foram claramente elevados (há figuras do plantel vindas de outros tempos que quase não reconheço; os miúdos não serão alheios a estas reviravoltas, certamente...). Esta nova mística deveria ser motivo de reflexão para muita gente. Está assim provado (e todos, sublinho, TODOS, jogadores, dirigentes, técnicos e adeptos o podem testemunhar) que futebol sem mística não funciona. E que mística não se compra.
Resta-nos tirar o chapéu e curvarmo-nos perante esta generosa garra e esta determinação em fazer bem.
Não sei de facto o que é mais notável neste momento, se os resultados que têm sido objectivamente obtidos, se o manifesto talento, se o esforço visível para corrigir os erros que vão ocorrendo devido à compreensível imaturidade e à óbvia falta de experência. Ou seja: mesmo perdendo ou empatando, como foi o caso ontem com o Porto, vemos esta equipa bater-se até ao último instante, com uma dedicação e uma sabedoria que há muito tinham abandonado os relvados por onde o Sporting vai passando.
Os miúdos do Sporting não inventam bodes expiatórios (à imagem do treinador), nem ignoram o talento e o poder que têm. Mas, colocam todos esses factores em perspectiva.
O símbolo ou epítome de tudo isto é, claro, o João Moutinho, mas não é só ele que merece os louros. Talento, determinação, humildade e vontade de fazer bem constituem a parte nuclear do ferramental dos jovens formados pelo Sporting. Não vejo hoje vedetas pré-formatadas, mas sim formiguinhas determinadas.
Se calhar, será isto que está na origem das palmas no final do SCP-Bayern, mesmo com o resultado adverso.
Como não tenho a memória curta (a minha RAM futebolística tem vários terabites!), lembro-me de equipas do Sporting em que parecia (parecia!) que havia "determinação" apenas quando se tratava de deixar o Sporting mal visto, e em que o "esforço" feito era, justamente, no sentido de fazer mal!
Com estes jovens algo da "mística" Sportinguista foi finalmente recuperado e os padrões globais da equipa foram claramente elevados (há figuras do plantel vindas de outros tempos que quase não reconheço; os miúdos não serão alheios a estas reviravoltas, certamente...). Esta nova mística deveria ser motivo de reflexão para muita gente. Está assim provado (e todos, sublinho, TODOS, jogadores, dirigentes, técnicos e adeptos o podem testemunhar) que futebol sem mística não funciona. E que mística não se compra.
Resta-nos tirar o chapéu e curvarmo-nos perante esta generosa garra e esta determinação em fazer bem.
quinta-feira, 19 de outubro de 2006
PAULO BENTO !
Gostava de realçar o discurso do Paulo Bento. Ontem e quase sempre (só não digo sempre, pois não me lembro se alguma vez estive em desacordo).
É um discurso à Sporting!
Porque enfrenta as situações de forma clara e inequívoca, não fala no “vocês sabem de quem eu estou a falar” porque ele diz logo o que quer dizer. E não deixa dúvidas a ninguém sobre as posições que toma. Não me refiro aquelas que são do seu livre arbítrio enquanto treinador, porque ele só tem que explicar as opções que faz aos patrões, e, mesmo assim, em momentos de avaliação dos resultados (eu, por exemplo, gostava mesmo de saber o que se passa com o Abel, mas perante a postura profissional do Paulo Bento não me resta senão confiar que há razões para isso).
Foi assim quando da saída do Sá Pinto. De tal forma que por muito que a imprensa desportiva tentasse criar um caso este nasceu morto. Ainda retenho na memória (pelo que podem não ter sido estas as palavras exactas) “Eu disse-lhe que não contava com ele, se ele mesmo assim quis informar que pretendia continuar não posso fazer nada.”
Foi assim, ontem. Falhámos, trabalhámos para um resultado melhor, mas falhámos e os falhanços pagam-se caro (não estou de acordo que seja na Liga dos Campeões, pois acho que é em todo o lado, mas isso não interessa nada para aqui).
Não foi, nem o árbitro (aliás como se pode andar a dizer mal dele?), nem a relva, nem que os jogadores são jovens, nem que não isto ou aquilo. Foi que entrámos mal no jogo, eles aproveitaram e, vai daí, saiu uma derrota porque não fomos capazes de ser eficazes contra 10.
Querem melhor que isto? Não se aproveitou da ovação dos adeptos, não branqueou que as coisas ficaram mais difíceis.
Só para comparar, os coisos tiveram o mesmo discurso após o jogo com o Sporting da Escócia. A diferença está que eles têm um ponto e nós 4! E essa diferença torna o discurso do Paulo Bento em algo a que devemos dar atenção pois para ele as coisas são primeiro aquilo que ele gostaria que fossem e depois aquilo que são, coincidam ou não (como diria o Esteves, versejei.)
É um discurso à Sporting!
Porque enfrenta as situações de forma clara e inequívoca, não fala no “vocês sabem de quem eu estou a falar” porque ele diz logo o que quer dizer. E não deixa dúvidas a ninguém sobre as posições que toma. Não me refiro aquelas que são do seu livre arbítrio enquanto treinador, porque ele só tem que explicar as opções que faz aos patrões, e, mesmo assim, em momentos de avaliação dos resultados (eu, por exemplo, gostava mesmo de saber o que se passa com o Abel, mas perante a postura profissional do Paulo Bento não me resta senão confiar que há razões para isso).
Foi assim quando da saída do Sá Pinto. De tal forma que por muito que a imprensa desportiva tentasse criar um caso este nasceu morto. Ainda retenho na memória (pelo que podem não ter sido estas as palavras exactas) “Eu disse-lhe que não contava com ele, se ele mesmo assim quis informar que pretendia continuar não posso fazer nada.”
Foi assim, ontem. Falhámos, trabalhámos para um resultado melhor, mas falhámos e os falhanços pagam-se caro (não estou de acordo que seja na Liga dos Campeões, pois acho que é em todo o lado, mas isso não interessa nada para aqui).
Não foi, nem o árbitro (aliás como se pode andar a dizer mal dele?), nem a relva, nem que os jogadores são jovens, nem que não isto ou aquilo. Foi que entrámos mal no jogo, eles aproveitaram e, vai daí, saiu uma derrota porque não fomos capazes de ser eficazes contra 10.
Querem melhor que isto? Não se aproveitou da ovação dos adeptos, não branqueou que as coisas ficaram mais difíceis.
Só para comparar, os coisos tiveram o mesmo discurso após o jogo com o Sporting da Escócia. A diferença está que eles têm um ponto e nós 4! E essa diferença torna o discurso do Paulo Bento em algo a que devemos dar atenção pois para ele as coisas são primeiro aquilo que ele gostaria que fossem e depois aquilo que são, coincidam ou não (como diria o Esteves, versejei.)
terça-feira, 17 de outubro de 2006
Amanhã e Sempre - Sporting!
Antes do jogo com o Inter, digo-o frontalmente, esperava conseguir um empatezinho…. Aconteceu aquela beleza que se viu e, naturalmente as expectativas subiram. De repente passámos de um “talvez à uefa” para um apuramento quase garantido. Confesso que me preocupa este deambular de expectativas!
Amanhã jogamos contra o Bayern num ambiente de euforia justificada. Espero que todos os adeptos presentes estejam com o Sporting seja qual for o resultado e exibição.
Se sempre me chateiam os assobios à equipa amanhã seria o cúmulo da ingratidão tal ocorrência…..
Amanhã jogamos contra o Bayern num ambiente de euforia justificada. Espero que todos os adeptos presentes estejam com o Sporting seja qual for o resultado e exibição.
Se sempre me chateiam os assobios à equipa amanhã seria o cúmulo da ingratidão tal ocorrência…..
quinta-feira, 12 de outubro de 2006
Nova Liga, velha Liga
Num post recente exprimi a minha apreensão pelas palavras dos novos dirigentes desta "nova" Liga na sua tomada de posse, que me pareciam prenunciar a vitória, ou a derrota anunciada de um deles dentro de pouco tempo. Mas, o que a "nova" Liga parece desde já indiciar, certamente também, é a tentativa de criar uma nova era de promiscuidade entre o poder político e o mundo do futebol. Mais requintada e mais subtil, mas igualmente triste e sinistra.
Oxalá me engane, dizia eu nesse post, e repito-o agora...
Hermínio Loureiro, deputado do PSD e ex-secretário de Estado da Juventude e Desporto de um governo PSD, recorde-se, trocou o estatuto de vice-presidente da bancada parlamentar social-democrata pelo de presidente de uma liga de desporto profissional, embora mantenha o lugar de deputado. No mesmo momento, o líder do seu partido anuncia a apresentação de propostas de lei de combate à corrupção desportiva, enquanto uma nota do Ministério da Justiça sublinha a concordância entre o PSD e o Governo quanto à necessidade de promover uma revisão da legislação sobre comportamento anti-desportivo.
O recente pacto sobre a justiça entre o PS e o PSD deixou, como é sabido, de lado a questão da corrupção, mas a corrupção desportiva parece merecer consenso...
Temos, de um lado, um líder da bancada parlamentar de um partido da oposição "sacrificado" no altar do futebol; vemos, do outro, uma clara e inequívoca comunhão de esforços entre as duas forças políticas dominantes no país em matéria de futebol; tudo aponta para que os despojos deste sacrifício venham ser partilhados por essas forças políticas, que estão na origem desta iniciativa; por outro lado ainda, verifica-se com mágoa que a iniciativa da regulação do futebol está entregue a políticos, com os diversos agentes do futebol a ver passar o comboio, revelando indiferença, quiça conluio, ou pelo menos, uma total e condenável falta de poder de iniciativa.
O que se pode concluir de tudo isto? Em primeiro lugar, que num país que glorifica por todo o lado o desporto rei, é à iniciativa política que se poderá vir a ficar a dever a regulação que o desporto rei não conseguiu produzir por si. Em segundo, que um país onde se denunciou com gritos de indignação as ligações perigosas entre o mundo da política e do futebol, está agora na iminência de ver uma submissão total, oficial e firmada em papel timbrado do Estado do futebol à política. Em terceiro e último, que forças políticas que cantam constantemente ossanas à iniciativa privada tentam "estatizar" totalmente (leia-se "partidarizar") a "indústria" do futebol doméstico, produzindo uma verdadeira "lei de condicionamento industrial" travestido de operação de limpeza.
A "nova" Liga é a velha Liga com mais sagacidade. A menos que a "velha" Liga ainda não tenha dito a última palavra. E tudo fique na mesma.
Em todo o caso, o futebol está feito ao bife!
Oxalá me engane...
Oxalá me engane, dizia eu nesse post, e repito-o agora...
Hermínio Loureiro, deputado do PSD e ex-secretário de Estado da Juventude e Desporto de um governo PSD, recorde-se, trocou o estatuto de vice-presidente da bancada parlamentar social-democrata pelo de presidente de uma liga de desporto profissional, embora mantenha o lugar de deputado. No mesmo momento, o líder do seu partido anuncia a apresentação de propostas de lei de combate à corrupção desportiva, enquanto uma nota do Ministério da Justiça sublinha a concordância entre o PSD e o Governo quanto à necessidade de promover uma revisão da legislação sobre comportamento anti-desportivo.
O recente pacto sobre a justiça entre o PS e o PSD deixou, como é sabido, de lado a questão da corrupção, mas a corrupção desportiva parece merecer consenso...
Temos, de um lado, um líder da bancada parlamentar de um partido da oposição "sacrificado" no altar do futebol; vemos, do outro, uma clara e inequívoca comunhão de esforços entre as duas forças políticas dominantes no país em matéria de futebol; tudo aponta para que os despojos deste sacrifício venham ser partilhados por essas forças políticas, que estão na origem desta iniciativa; por outro lado ainda, verifica-se com mágoa que a iniciativa da regulação do futebol está entregue a políticos, com os diversos agentes do futebol a ver passar o comboio, revelando indiferença, quiça conluio, ou pelo menos, uma total e condenável falta de poder de iniciativa.
O que se pode concluir de tudo isto? Em primeiro lugar, que num país que glorifica por todo o lado o desporto rei, é à iniciativa política que se poderá vir a ficar a dever a regulação que o desporto rei não conseguiu produzir por si. Em segundo, que um país onde se denunciou com gritos de indignação as ligações perigosas entre o mundo da política e do futebol, está agora na iminência de ver uma submissão total, oficial e firmada em papel timbrado do Estado do futebol à política. Em terceiro e último, que forças políticas que cantam constantemente ossanas à iniciativa privada tentam "estatizar" totalmente (leia-se "partidarizar") a "indústria" do futebol doméstico, produzindo uma verdadeira "lei de condicionamento industrial" travestido de operação de limpeza.
A "nova" Liga é a velha Liga com mais sagacidade. A menos que a "velha" Liga ainda não tenha dito a última palavra. E tudo fique na mesma.
Em todo o caso, o futebol está feito ao bife!
Oxalá me engane...
Venenos 4
É uma associação primária, é verdade, mas sempre pensei em salsichas quando ouvia falar no nome do árbitro Isidoro. O homem não era para mim um árbitro, era um enchido. Nunca conseguia por isso vê-lo como um árbitro legítimo, com cursos, insígnias da FIFA, calçado Adidas e todas aquelas coisas que dão legitimidade e conferem autoridade a um árbitro. Havia aquele nome. E havia, por isso, qualquer coisa que, à partida, não colava, conferindo-lhe uma aura de salsicheiro e retirando-lhe qualquer resquício de credibilidade. Mesmo que a sua reputação fosse imaculada, como a virgindade da minha tia Maurícia, um árbitro chamado Isidoro não podia suscitar qualquer respeito.
Aqui há pouco tempo ficámos a saber que o senhor Pinto da Costa terá falado ao senhor Pinto de Sousa no nome de Isidoro. Desta conversa de Pintos resultou uma tarefa para o árbitro Isidoro: ele iria apitar a final da Taça de Portugal de 2003. Nesse mesmo ano Isidoro, o cantor, gravou o seu primeiro CD intitulado "Memórias". No ano seguinte gravou "Laços de Amor", celebrando certamente memórias de um outro C.D.. Agora o ex-artista do apito brinda-nos com um novo trabalho chamado, apropriadamente, "Sesta na Bancada". Para adormecer, portanto. Isidoro vira cantor de protesto e reclama justiça para os árbitros, gritando com ar alucinado "Tem de mudar! Tem de mudar! No juiz tens de confiar!"
Como árbitro, a credibilidade de Isidoro caminhava pelas ruas da amargura. Como cantor de protesto a credibilidade deste artista reduz-se dramaticamente a uma mera salsicha de cocktail.
Aqui há pouco tempo ficámos a saber que o senhor Pinto da Costa terá falado ao senhor Pinto de Sousa no nome de Isidoro. Desta conversa de Pintos resultou uma tarefa para o árbitro Isidoro: ele iria apitar a final da Taça de Portugal de 2003. Nesse mesmo ano Isidoro, o cantor, gravou o seu primeiro CD intitulado "Memórias". No ano seguinte gravou "Laços de Amor", celebrando certamente memórias de um outro C.D.. Agora o ex-artista do apito brinda-nos com um novo trabalho chamado, apropriadamente, "Sesta na Bancada". Para adormecer, portanto. Isidoro vira cantor de protesto e reclama justiça para os árbitros, gritando com ar alucinado "Tem de mudar! Tem de mudar! No juiz tens de confiar!"
Como árbitro, a credibilidade de Isidoro caminhava pelas ruas da amargura. Como cantor de protesto a credibilidade deste artista reduz-se dramaticamente a uma mera salsicha de cocktail.
terça-feira, 10 de outubro de 2006
João Moutinho
Depois da excelente vitória da selecção de sub-21 contra a Rússia, fácil é embandeirar em arco sobre tão grande proeza.
Sempre estive convencido da nossa superioridade, mesmo após a derrota por números expressivos no primeiro jogo.
Mas o que quero realçar são as enormes demonstrações de vontade, suor, empenho, sacrifício e, porque não, classe que os jogadores portugueses demonstraram. Estou convencido de que foram estes predicados postos em campo pelos jogadores, todos eles, que ganharam a eliminatória.
Toda a orquestra está de parabéns. Mas tem de ser realçado o maestro. E o maestro foi, nos dois jogos, João Moutinho.
Ele não só foi o melhor nos dois jogos contra a Rússia, como foi simultaneamente maestro, solista e carregador de piano.
No primeiro jogo, em que perdemos, remou contra a maré, foi o melhor português, foi um gigante. Por razões tácticas, um ou os dois avançados descaíam para as alas e ele foi encarregado de penetrar na área pelo meio. Foi assim que fez o (magnífico) passe para o golo de Portugal, mandou uma bola à trave e ganhou bolas no jogo aéreo (ele que é um pequenitates).
Esteve, nos dois jogos, muito bem, não só táctica, física e tecnicamente, como também do ponto de vista da disponibilidade e entrega ao jogo.
Ele sabe o sítio exacto do campo em que é preciso estar, sabe o perfeito tempo de fazer o passe curto, o passe longo, a finta, a corrida, a progressão, a ajuda defensiva, a marcação dos cantos e dos livres, o nervo e a serenidade.
Isto é tanto mais de realçar quanto muitas vezes se desculpam exibições menos conseguidas dos jogadores com a chamada falta de motivação; porque é final de época, porque o jogo era a feijões, porque há indefinição quanto à renovação do contrato, sei lá que mais... Ora quem mais que Moutinho se podia queixar de falta de motivação, quando teria mais que legítimas expectativas de ser convocado para os A e foi jogar nos sub-21?
Moutinho provou, mais uma vez, a sua enorme maturidade, grande categoria técnica e superlativa qualidade humana.
A bola gosta de jogadores como Moutinho. Eu também!
segunda-feira, 9 de outubro de 2006
Loureiro, o outro
Também eu estou, de um modo geral, de acordo com as críticas que aqui têm sido expendidas acerca da qualidade actual do jornal Record. Nomeadamente no que respeita ao seu inqualificável director.
Quero, em todo o caso, registar uma excepção. Esta diz respeito não ao jornal em si, mas a uma revista que sai semanalmente com o mesmo: a "Dez". Nesta João Marcelino tem dado à estampa opiniões frontais e esclarecidas sobre os vergonhosos dirigentes do nosso futebol, particularmente o corrupto/corruptor-mor Valentim Loureiro.
Vale a pena lerem esta opinião acerca do novo Loureiro, que coincide, em substância, com a minha. Além das partes que sublinhei, reparem nas recomendações que o autor faz ao novo Loureiro (queiramos ou não, é com ele que teremos de conviver a partir de agora), nomeadamente uma coisa que ele "deve fazer desde o primeiro minuto": "recusar-se a prestar tributo a quem pensa continuar a reinar através dele".
Quero, em todo o caso, registar uma excepção. Esta diz respeito não ao jornal em si, mas a uma revista que sai semanalmente com o mesmo: a "Dez". Nesta João Marcelino tem dado à estampa opiniões frontais e esclarecidas sobre os vergonhosos dirigentes do nosso futebol, particularmente o corrupto/corruptor-mor Valentim Loureiro.
Vale a pena lerem esta opinião acerca do novo Loureiro, que coincide, em substância, com a minha. Além das partes que sublinhei, reparem nas recomendações que o autor faz ao novo Loureiro (queiramos ou não, é com ele que teremos de conviver a partir de agora), nomeadamente uma coisa que ele "deve fazer desde o primeiro minuto": "recusar-se a prestar tributo a quem pensa continuar a reinar através dele".
Se Hermínio Loureiro não seguir estas recomendações, apenas as moscas terão mudado...
sexta-feira, 6 de outubro de 2006
FC Barcelona
A notícia já tem um mês, mas só agora tomei dela conhecimento. Creio que merece um destaque muito especial aqui nas páginas do KL.
O Barça firmou uma aliança com a UNICEF. Como resultado desta aliança o FC Barcelona irá prestar apoio financeiro (no valor de 1 milhão e quinhentos mil euros), através da sua fundação, a projectos por todo o mundo, em especial, àqueles que ajudem a proteger crianças em locais onde surjam crises humanitárias, ou onde o fenómeno da SIDA esteja a aumentar.
Se bem que tenha patrocinadores, nas camisolas do Barça nunca se viu, como é sabido, nenhuma referência a esses patrocínios. Numa altura em que os clubes de futebol se esgatanham para arranjar patrocínios pintados no mais alto pilar dos seus santuários, que lhes permitem alimentar todos os devaneios, desportivos e para-desportivos; em que toda a gente que se envolve neste universo perverso se coloca em bicos de pés para parecer maior do que é na realidade; numa altura em que se vê tanta gente a sugar o tutano do futebol, não dando nada (NADA! ZERO!) em troca; numa altura em que os únicos "valores" que contam são os nominais, mobiliários ou imobiliários; numa altura em que a palavra escândalo aparece rabiscada por todo o edifício do futebol, nesta altura precisa é bom ver que há afinal outros caminhos possíveis. O Barça paga para ostentar a sigla UNICEF nas suas camisolas!
Não creio que haja jantares de borla, nem dirigentes cândidos, puros e inocentes, sobretudo no universo do desporto, e em particular o do futebol, mas, ao mostrar a sigla UNICEF nas suas camisolas, o Barça dá um contributo corajoso e eloquente para mostrar que existe alternativa a esta pandemia de bandalheira e a este inexorável caminho em direcção ao caneiro que hoje parecem ser as únicas vias que o desporto em geral e o futebol em particular percorrerem.
Sempre nutri uma simpatia muito especial pelo FC Barcelona, devo confessar. Se não fosse do Sporting seria quiça do Barça. A sigla UNICEF presente nas camisolas do Barça mostra que, mesmo nos moldes actuais de enorme pressão financeira, é possível não ter de vender a alma ao diabo para apoiar o nosso ideal desportivo.
Imprensa desportiva: uma boa ideia
Aqui há dias um dos membros do "Biqueirada" (não é fixação...) chamou a atenção, num daqueles raros momentos sérios que o programa tem, para o facto de lhe parecer que o jornal Bola se estava a transformar no orgão oficial de um determinado clube (de cujo nome, como sabem, nunca me consigo lembrar, mas cuja sede fica ali para os lados do C. C. Colombo...). Os momentos sérios do "Biqueirada", justamente porque são raros e surgem num contexto contrastante, adquirem um peso significativo. Permito-me, aliás, chamar a atenção dos "biqueirantes" para o facto de o efeito destes momentos sérios ser demolidor!! Quando quiserem de facto arrumar com alguém, falem a sério! Não abusem dos momentos sérios, porém e atirem só para matar!
Mas, falava de jornais...
Infelizmente, não é só a Bola que merece ir para o quadro de excedentários. Nenhum outro orgão de informação desportiva escapa à crítica. Ainda hoje tivémos mais um exemplo com o Record e o seu "dossiê" sobre as finanças do Sporting. Uma manchete bombástica, uma foto de FSF na primeira página empunhando um suposto mapa de tesouro e facilmente se concluiria que estaríamos perante revelações escaldantes de grandes e espetaculares novidades. Afinal, lido o artigo ficámos todos na mesma. Mas, ninguém aparece na primeira página de um jornal, mesmo uma folha de paróquia como é o Record, sem um qualquer propósito e este "dossiê", caído nesta altura, assim, do céu aos trambolhões, há-de ter água no bico...
Muitos outros exemplos permitem demonstrar o total descrédito da imprensa dita desportiva portuguesa. Ainda há dias se falou aqui no KL de vários outros, também do Record. Para além das "encomendas", a forma como passaram ao lado de problemas de enorme importância como o processo "Apito Dourado", por exemplo, a arrogância com que o fazem, a forma como tratam o fenómeno desportivo em geral, a falta de isenção, de capacidade de análise, a falta de atenção escandalosa que demonstram em relação aos outros desportos que não o futebol, a sua enorme e generalizada falta de qualidade, enfim, chegam para fazer da imprensa desportiva algo que nos remete mais para o universo dos jornais de promoções dos supermercados que nos enchem as caixas do correio do que para o universo da Comunicação Social.
Interrrogado uma ocasião sobre o que achava da "civilização ocidental", Gandhi respondeu: "acho que seria uma boa ideia!"
Estou como ele... Imprensa desportiva portuguesa?! Acho que era uma boa ideia.
Mas, falava de jornais...
Infelizmente, não é só a Bola que merece ir para o quadro de excedentários. Nenhum outro orgão de informação desportiva escapa à crítica. Ainda hoje tivémos mais um exemplo com o Record e o seu "dossiê" sobre as finanças do Sporting. Uma manchete bombástica, uma foto de FSF na primeira página empunhando um suposto mapa de tesouro e facilmente se concluiria que estaríamos perante revelações escaldantes de grandes e espetaculares novidades. Afinal, lido o artigo ficámos todos na mesma. Mas, ninguém aparece na primeira página de um jornal, mesmo uma folha de paróquia como é o Record, sem um qualquer propósito e este "dossiê", caído nesta altura, assim, do céu aos trambolhões, há-de ter água no bico...
Muitos outros exemplos permitem demonstrar o total descrédito da imprensa dita desportiva portuguesa. Ainda há dias se falou aqui no KL de vários outros, também do Record. Para além das "encomendas", a forma como passaram ao lado de problemas de enorme importância como o processo "Apito Dourado", por exemplo, a arrogância com que o fazem, a forma como tratam o fenómeno desportivo em geral, a falta de isenção, de capacidade de análise, a falta de atenção escandalosa que demonstram em relação aos outros desportos que não o futebol, a sua enorme e generalizada falta de qualidade, enfim, chegam para fazer da imprensa desportiva algo que nos remete mais para o universo dos jornais de promoções dos supermercados que nos enchem as caixas do correio do que para o universo da Comunicação Social.
Interrrogado uma ocasião sobre o que achava da "civilização ocidental", Gandhi respondeu: "acho que seria uma boa ideia!"
Estou como ele... Imprensa desportiva portuguesa?! Acho que era uma boa ideia.
terça-feira, 3 de outubro de 2006
Liga e sequelas...
Toda esta saga da Liga me faz lembrar as produções de Hollywood que vão espremendo a teta até já não dar mais. Ontem tivemos o "Liga 3" com os artistas do costume. Não me parece candidato a Oscar...
Oxalá me engane, mas as palavras de Hermínio Indiana e Rocky Valentim na diferida tomada de posse não pressagiam nada de bom...
Oxalá me engane, mas as palavras de Hermínio Indiana e Rocky Valentim na diferida tomada de posse não pressagiam nada de bom...
segunda-feira, 2 de outubro de 2006
Que seja para continuar
Liedson molhou a sopa, finalmente! Que seja o primeiro de uma longa série e que sirva para coroar uma performance que considero bastante boa, a que só têm mesmo faltado, de facto, os golos...
A distinção que aqui lhe faço justifica-se pelo que tem feito em prol da equipa desde o início da temporada. O golo de hoje dar-lhe-á decerto o ânimo que necessita para que o seu trabalho descole definitivamente.
domingo, 1 de outubro de 2006
Veja na televisão que ir o estádio dá muito trabalho e nós já vendemos as gamebox
O Sporting SAD, apresentou as suas contas. Para além dos resultados económicos, a Administração, através de Pedro Afra, afirmou: “Estamos a conseguir elevar a condição comercial do Sporting a um patamar europeu.”
Concretamente, o director-geral comercial da SAD, fez o ponto de situação da SAD relativamente aos lugares anuais no Estádio de Alvalade. A campanha “Garra Centenária” resultou, até ao momento, na venda de 33.500 gameboxes, mais do que as 29 mil da última temporada e “mais do que os 32 mil bilhetes de época do Inter de Milão”; dos cerca de 160 camarotes do estádio, 81 por cento estão negociados; e nos lugares de empresa, a ocupação ronda os 100 por cento.
Para além da imprensa da especialidade continuar a confundir o clube com a SAD, não sei se por ignorância, se por não se tratar de desporto ou para defender propositadamente os interesses dos accionistas sem clube, facto que, por si só, nos deve merecer a maior das atenções mas cuja análise não pretendo agora abordar, espanta-me a falta de respeito que o senhor director-geral tem pelos paradigmas que são inerentes à sua própria actividade. Refiro-me ao facto de o Sporting jogar amanhã às 19 e 15 num total desrespeito pelos 33.500 compradores de gameboxes cuja actividade profissional não vai permitir assistir ao jogo todo. Jogo que já pagaram por inteiro.
Não vou, por enquanto, considerar que a Administração deveria devolver a parte do custo da gamebox referente a este jogo, mas lembro que tem vindo a ganhar força a ideia que a Brisa deve fazer um desconto sempre que a auto-estrada está em obras!
Quero, no entanto, chamar a atenção para que os “clientes” cansam-se de ser maltratados e se é verdade que no negócio futebol os resultados ajudam a desculpar muita coisa, também é verdade que a falta deles potencia o seu afastamento.
Aliás a lógica do futebol, mesmo deste futebol globalizado, continua a depender de haver espectadores nos estádios, porque eles é que compram o merchandising, consomem as cervejas e as bifanas, fazem subir o valor dos espaços comerciais envolventes. Não será por acaso que nos outros países, onde o futebol também é televisionado em ppv a ditadura das televisões não conseguiu acabar com o prazer de um jogo a meio da tarde. A Sportv terá sempre campeonatos para transmitir pelo que se está a marimbar para os clubes. Terá a administração da SAD consciência de que nenhum negócio é eterno se não for cuidado de modo a ser revitalizado antes do início do declínio?
Concretamente, o director-geral comercial da SAD, fez o ponto de situação da SAD relativamente aos lugares anuais no Estádio de Alvalade. A campanha “Garra Centenária” resultou, até ao momento, na venda de 33.500 gameboxes, mais do que as 29 mil da última temporada e “mais do que os 32 mil bilhetes de época do Inter de Milão”; dos cerca de 160 camarotes do estádio, 81 por cento estão negociados; e nos lugares de empresa, a ocupação ronda os 100 por cento.
Para além da imprensa da especialidade continuar a confundir o clube com a SAD, não sei se por ignorância, se por não se tratar de desporto ou para defender propositadamente os interesses dos accionistas sem clube, facto que, por si só, nos deve merecer a maior das atenções mas cuja análise não pretendo agora abordar, espanta-me a falta de respeito que o senhor director-geral tem pelos paradigmas que são inerentes à sua própria actividade. Refiro-me ao facto de o Sporting jogar amanhã às 19 e 15 num total desrespeito pelos 33.500 compradores de gameboxes cuja actividade profissional não vai permitir assistir ao jogo todo. Jogo que já pagaram por inteiro.
Não vou, por enquanto, considerar que a Administração deveria devolver a parte do custo da gamebox referente a este jogo, mas lembro que tem vindo a ganhar força a ideia que a Brisa deve fazer um desconto sempre que a auto-estrada está em obras!
Quero, no entanto, chamar a atenção para que os “clientes” cansam-se de ser maltratados e se é verdade que no negócio futebol os resultados ajudam a desculpar muita coisa, também é verdade que a falta deles potencia o seu afastamento.
Aliás a lógica do futebol, mesmo deste futebol globalizado, continua a depender de haver espectadores nos estádios, porque eles é que compram o merchandising, consomem as cervejas e as bifanas, fazem subir o valor dos espaços comerciais envolventes. Não será por acaso que nos outros países, onde o futebol também é televisionado em ppv a ditadura das televisões não conseguiu acabar com o prazer de um jogo a meio da tarde. A Sportv terá sempre campeonatos para transmitir pelo que se está a marimbar para os clubes. Terá a administração da SAD consciência de que nenhum negócio é eterno se não for cuidado de modo a ser revitalizado antes do início do declínio?
Mais um novo membro
Saudações especiais para Brown Lion, a mais recente aquisição da refulgente equipa do King Lizards!
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