quarta-feira, 25 de maio de 2022

XXII campeonato brasileiro de karate JKA


 

Aconteceu, nos dias 21 e 22 de maio de 2022, o vigésimo segundo campeonato brasileiro de karate JKA, na cidade de Arujá, SP.

Nos dias 18, 19 e 20, houve curso técnico com os mestres Tatsuya Naka (JKA Japão) e Yoshizo Machida (JKA Brasil).




O curso foi fantástico, e sensei Naka mostrou velocidade e flexibilidade impressionantes! As mais de 500 pessoas presentes no curso ficaram encantadas com a qualidade do curso e com o carisma do famoso sensei Naka.

Tudo que ele apresenta nos vídeos e filmes é pouco perto do que ele demonstrou ao vivo.

Os fundamentos de kihon, kata e kumite foram abordados de forma a se complementarem e se encaixarem, provando que no karate JKA essa tríade jamais pode ser separada.


CAMPEONATO




Nas categorias de base, impressionou a qualidade técnica e quantidade de atletas. As chaves de todas as categorias estavam cheias, mostrando o crescimento exponencial da JKA no Brasil. Sensei Naka observou todas as disputas e se mostrou empolgado em diversos momentos. 

Destaque para a grande final do kumite masculino 17/18 anos, onde o atleta do Rio de Janeiro Aníbal Salazar fez um belíssimo ippon de ashi barai e gyako zuki, que o próprio sensei Naka marcou, da mesa de honra onde estava sentado.

Na categoria feminina, 17/18 anos, impressionou o nível das atletas. Lutas incríveis que não deixaram nada a desejar se comparadas às categorias adultas. O futuro da JKA parece estar garantido...


FEMININO

No kata individual, nenhuma surpresa: Manuela Spessatto (RS), sagrou-se campeã pela décima vez. Simplesmente isso: dez vezes campeã brasileira adulta de kata individual!

Mas escrever apenas isso seria injusto. É preciso destacar todo o esforço por trás de cada conquista, mas dessa última em especial. Não é nada fácil ser campeã quando todo mundo espera que você seja campeã. Não é fácil entrar carregando todo esse peso, como se fosse uma obrigação a vitória. Mas a atleta gaúcha consegue superar todos esses desafios, e manteve a coroa de melhor kata feminino do Brasil.

Letícia Aragão e Martinna Rey, ambas da Bahia, completaram o pódio. Cristiane Babinski (RS), ficou com o quarto lugar.

A disputa particular dessas três atletas na modalidade de kata já vem de longa data. A pressão sobre cada uma delas é imensa, porque sabem que ao menor descuido, a outra fará um kata melhor, mais perfeito. Essa rivalidade sadia faz com que as três cresçam cada vez mais.



No kata por equipes, também se manteve a hegemonia gaúcha. A equipe da JKA-RS foi campeã pela nona vez, sempre tendo Manuela como peça chave da equipe. Cristiane Babinski e Samantha Martello completaram o time de ouro.

Nessa categoria, não basta apenas ter sincronia de movimentos entre as três atletas. É fundamental também que as três estejam com as técnicas corretas e o tempo do kata não pode ser modificado para "facilitar" a execução em equipe. É , talvez, a modalidade mais difícil.

As baianas vieram com muita vontade e foco esse ano, e foi por pouco que ficaram com o vice.



No kumite individual, a campeã brasileira de 2021, Letícia Aragão, veio disposta a defender seu título. Lutava com garra e muita inteligência, e se classificou para a final depois de passar pela multicampeã Manuela Spessatto (RS), e de uma luta duríssima contra Lorena Lima (SP) na semi-final. Do outro lado da chave, Débora Trindade (SP), vencia suas lutas de forma convincente, passando pela atleta da Seleção Brasileira JKA e Tradicional, Martinna Rey (BA) nas quartas de final, e pela surpresa da categoria, Dyeine Ramos (SP), na semi. Dyeine venceu Samantha Martello (RS) e Luana (BA), que vinha de vitória sobre a campeã brasileira de kumite individual Tradicional de 2019, Sara Ladeira (SP).

Na grande final, Letícia usou de muita estratégia e de sua maior velocidade para dominar o koto e frustrar o plano de luta de Débora, conquistando o bicampeonato.

Muitas vezes, defender o título é mais difícil do que conquistá-lo pela primeira vez, porque há a pressão de se tentar repetir o desempenho do campeonato passado. Mas a baiana não demonstrou qualquer tipo de insegurança ou receio, pelo contrário: mostrou que seu único foco era a vitória em cada luta.

Letícia Aragão (E) x Lorena Lima


No kumite por equipes, a grande final foi entre São Paulo e Bahia, exatamente os estados que haviam dominado na categoria individual. E as lutas foram incríveis! No primeiro confronto, Sara Ladeira venceu: 1 x 0 São Paulo. Na segunda luta, empate eletrizante entre Martinna (BA) e Lorena (SP). A decisão ficaria para a última luta, que foi o reencontro das duas finalistas do individual. Mas dessa vez, foi Débora quem soube usar melhor a estratégia e frustrar os planos de Letícia. Ela segurou o empate e a vitória ficou com a JKA-SP.

Débora Trindade (E) x Letícia Aragão (árbitro central: sensei Naka)


MASCULINO

No kata individual, disputas eletrizantes nas primeiras rodadas, com o nível técnico dos atletas surpreendendo. Ninguém teve vida fácil para chegar às rodadas finais.

Rogério Higashizima (SP), segue quebrando recordes e acumulando títulos. Em 2022, sagrou-se heptacampeão brasileiro de kata individual, uma marca inigualável entre os homens. Apenas Manuela Spessatto detém mais títulos nessa categoria. Com um kata limpo, com kime e muito rápido, Rogério se firma cada vez mais como o atleta a ser batido na categoria.


 

Lucas Coimbra (BA), depois de um período sem competir, voltou com força total e mostrou que o treino duro e correto, o esforço e a dedicação, dão frutos. Ficou com a prata e ameaçou seriamente o título de Higashizima. Completaram o disputado pódio o bicampeão brasileiro de kata individual (2013 e 2015), Andrew Marques (SP), em terceiro lugar, e Leão Mazur (BA) em quarto. 

No kata por equipes, destaque para o time da Bahia, que derrotou a equipe favorita, de São Paulo, e levou o título para Salvador pela primeira vez!




No kumite, fortes emoções.

Fábio Simões (SP), lenda viva do karate brasileiro, pegou o microfone e anunciou a aposentadoria após mais de 30 anos como atleta profissional. Foram mais de 500 lutas em 3 organizações (Tradicional, JKA e WKF), onde conquistou inúmeros títulos, sendo os mais importantes: tricampeão brasileiro individual JKA; vice-campeão mundial e campeão panamericano individual Tradicional; 14 vezes campeão dos Jogos Regionais de São Paulo, pela WKF.

Nicomedes Simões, Sensei Machida e Fábio Simões


Uma era que se encerra...

Fabinho fez sua última luta contra seu aluno, Matheus Cirillo, que segue em grande fase.

Nas primeiras rodadas por equipes, destaque para a luta de Jayme Sandall (RJ) contra Vinícius Moreno (MT), reeditando a final do campeonato Panamericano de karate Tradicional de 2013. Era a quinta vez que esses atletas da Seleção Brasileira estavam se enfrentando.

Na primeira entrada da luta, Vinícius deu um gyako zuki que pegou na ponta do queixo, nocauteando Jayme, que ficou desacordado por alguns instantes. Recuperado, Jayme seguiu na disputa, quando muitos achavam que ele não conseguiria mais lutar. Renovado depois do nocaute, ele aplicou um mawashi geri jodan que levou Vinícius ao kcnockdown, e venceu a luta por ippon. Depois da disputa, confuso e com fortes dores, Jayme foi obrigado a abandonar o evento e não participou do kumite individual.

A forte equipe do Mato Grosso se classificou para a grande final, depois de passar pelo Rio de Janeiro por 3 x 2.

Do outro lado, a equipe favorita, de São Paulo, venceu a Bahia em uma semi-final de tirar o fôlego. A grande final seria apenas após as disputas individuais, da mesma forma que aconteceu no feminino.

No individual, Peterson Lozinski (SP) teve que vencer um inspirado Fernando Macedo (MG), para se classificar para a semi pela terceira vez seguida. Diego Andrade (BA) vinha vencendo suas lutas de forma contundente. Matheus Cirillo confirmava a excelente fase, se classificando para as semi-finais depois de uma luta emocionante contra Victor Braga (PA). Victor, na luta contra Andrew Marques (SP), teve seu nariz quebrado (Andrew foi desclassificado). Mesmo com a séria lesão, o atleta da academia Machida (PA), mostrou espírito de samurai, e entrou para lutar. Matheus Cirillo venceu sem machucar o adversário. Foi uma luta emocionanate!

Na última vaga da semi, Vinícius Moreno (MT), campeão brasileiro Tradicional em 2021, se classificou após vencer o atual campeão, Enzo Silva (PA). Ainda na primeira luta, Enzo luxou o cotovelo, e teve que abandonar a competição.

Nas semis, Peterson venceu Vinícius, enquanto Matheus Cirillo vencia Diego Andrade. A grande final seria uma reedição da final de 2019 - último brasileiro antes da pandemia.

A luta, arbitrada pelo sensei Alfredo Aires, foi digna de uma final. Os dois tentaram de tudo, se doaram, se machucaram e se superaram. No final, após levar um knockdown e se recuperar, Matheus Cirillo ficou com o bicampeonato (2019 e 2022).

Vinícius Moreno (E) x Peterson Lozinski

Diego Andrade

Matheus Cirillo





Na final por equipes, última modalidade a ser disputada, o fortíssimo time de São Paulo mostrou muita inteligência para superar os mato-grossenses e ficarem com o cobiçado título brasileiro.



Fica aqui registrado o profundo agradecimento de todos os atletas à JKA do Brasil, que a cada ano se supera, fazendo eventos cada vez melhores.

Até o panamericano!

OSS!


RESULTADOS

Feminino:

- KATA INDIVIDUAL: 1) Manuela Spessatto (RS) / 2) Letícia Aragão (BA) / 3) Martinna Rey (BA)

- KATA POR EQUIPES: 1) RS (Manuela Spessatto, Samantha Martello e Cristiane babinski) / 2) BA (Daniela Baldini, Martinna Rey e Letícia Aragão) / 3) PR (Keith Sato, Fernanda Carreiro e Vitória Dias)

- KUMITE INDIVIDUAL: 1) Letícia Aragão (BA) / 2) Débora Trindade (SP) / 3) Lorena Lima (SP) - 3) Dyeine Ramos (SP)

- KUMITE POR EQUIPES: 1) SP (Victoria Cruz, Sara Ladeira, Lorena Lima e Débora Trindade) / 2) BA (Letícia Aragão, Martinna Rey, Luana Neves e Laís Pereira) / 3) RS (Manuela Spessatto, Cristiane Babinski, Samantha Martello e Alana Lemos) - 3) PR (Fernanda Carreiro, Keith Sato e Vitória Dias)


Masculino:

- KATA INDIVIDUAL: 1) Rogério Higashizima (SP) / 2) Lucas Coimbra (BA) / 3) Andrew Marques (SP)

- KATA POR EQUIPES: 1) BA (Lucas Coimbra, Leão Mazur e Állan Araújo) / 2) SP (Rodrigo Arita, Andrew Marques e Rogério Higashizima) / 3) MT (Felipe Salvaterra, Nalberth Amarante e Marcos Amorim)

- KUMITE INDIVIDUAL: 1) Matheus Cirillo (SP) / 2) Peterson Lozinski (SP) / 3) Diego Andrade (BA) - 3) Vinícius Moreno (MT)

- KUMITE POR EQUIPES: 1) SP (Matheus Cirillo, Peterson Lozinski, Jaime Preira, Rodrigo Arita, Thiago Alves e César cabral) / 2) MT (Vinícius Moreno, Vitor Zanca, Felipe Salvaterra, Nalberth Amarante e Marcos Amorim) / 3) RJ (Jayme Sandall, Pedro Camacho, Aníbal Salazar, Lorenzo Salazar e Diogo Yoshida)) - 3) BA (Diego Andrade, Leão Mazur, Állan Araújo, Lucas Coimbra, Alexandro Mendes, Thiago Alves e Diogo Portugal)


quinta-feira, 24 de fevereiro de 2022

E se o karate fosse um só?

     Fiz um vídeo semana passada sobre a divisão mundial do karate. Fiz outro, que deve ir ao ar em algumas semana, sobre a divisão do karate no Brasil.

Confesso que me bateu uma tristeza imensa quando vi os resultados finais dos vídeos. Fiquei derrubado, imaginando o quanto essas divisões fizeram e fazem mal ao nosso karate.

Eu já disse e escrevi diversas vezes que as competições são fundamentais para a divulgação de qualquer arte marcial / luta. Seria inimaginável existir o boxe sem a lutas profissionais, sem a rivalidade Tyson x Holyfield, ou Mayweather x Pacquiao.

O mma jamais teria se desenvolvido sem a rivalidade entre jiu jitsu e luta livre no começo dos anos noventa. 

O tênis, sem os grandes embates entre Roger Federer e Rafael Nadal, ou entre Serena Williams e Maria Sharapova, seria infinitamente menor do que é hoje.

d mesma forma, o karate. Sem as competições, fatalmente seria uma luta muito pequena, restrita a grupos cada vez menores de praticantes, que jamais se enfrentariam entre si, e que não teriam oportunidade de testar seus conhecimentos.

Enfim, a competição é fundamental.

Mas elas foram o estopim para a divisões da nossa arte marcial.

Imagino o que seria, se em 1972, a equipe japonesa não decidisse abandonar o II Campeonato Mundial. O que seria do karate, se seguissem todos juntos, resolvendo suas discordâncias e diferenças sem se separarem.

Juntos, criariam competições onde haveria divisões de peso, com regras de multiponto, e também manteriam a categoria absoluto, sem divisão de peso e com a clássica regra de shobu ippon (dois wazari ou um ippon para vencer a luta). Imaginem quatos atleta haveria em um campeonato brasileiro, se tudo fosse uma coisa só? 500, 600, 700 atletas na chave de kumite individual... Teria que haver seletivas até que sobrassem os 32 melhores, que iriam então para a grande final. Final essa que teria uma cobertura da mídia muito maior do que temos hoje. O interesse do público seria muito maior.

Talvez, juntos, já teríamos nos tornado olímpicos lá na década de setenta, e o karate receberia a atenção e os recursos financeiros que faria com que crescesse ainda mais.

Os atletas de elite seriam todos profissionais, recebendo bastante dinheiro de patrocínios e de premiações.

Infelizmente isso tudo ficou só na minha imaginação...

A dura realidade é que tudo se dividiu, esfarelou, enfraqueceu até que os atletas não se enfrentassem mai. Até que a rivalidades que poderiam criar ídolos, simplesmente não aconteceram.

Ogata x Piamonti

Altamiro Cruz x Vladimir Zanca

Caio D´elia x Paulo Afonso

Douglas Brose x Diego Andrade

Ciça x Elaine Golubics

Rafael Aghayev x Gastón Gomez

Taniyama x George Kotaka

Valeria Kumizaki x Suellen Souza

Esses confrontos, que seriam verdadeira aulas de estratégia e pancada, ficaram apena na imaginação.

Uma tristeza...

OSS

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2022

Por que o karate se dividiu?

 


Que a nossa arte marcial é dividida, com várias federações e organizações mundiais independentes, todo mundo já sabe.
Mas por que, afinal, o karate é tão dividido? Por que não conseguimos uma união, como outras lutas conseguiram?
No vídeo dessa semana, tento resgatar a história da formação das primeiras organizações de karate, 
Deu muito trabalho fazer esse vídeo!
Mas acho que valeu muito a pena...
OSS!

https://youtu.be/WQQ1Q01rnnwhttps://youtu.be/WQQ1Q01rnnw

segunda-feira, 17 de janeiro de 2022

Ansiedade nas competições de karate

 


A ansiedade é um mal dos dias atuais.

Sempre existiu, claro, mas tem aumentado muito com a correria dos dias atuais. 

Os celulares, peças fundamentais na vida de qualquer um, contribuem para o aumento da ansiedade. 

Eu, particularmente, sempre muito ansioso, sofri para controlar esse sentimento que tanto me atrapalhou. 

Quando comecei a competir, minha ansiedade batia no teto! Eu me sentia pressionado, e mal dormia  a noite anterior a uma competição. 

No vídeo dessa semana eu falo como usei o karate, inclusive as competições de karate, para me ajudar a domar minha ansiedade.


https://youtu.be/Uqcg9_GAtcQ

sábado, 18 de dezembro de 2021

XXXII Campeonato Brasileiro de Karate-dô Tradicional 2021

Aconteceu, nos dias 11 e 12 de dezembro de 2021, na cidade de São José dos Pinhais, PR, o 32º Campeonato Brasileiro de Karate-dô Tradicional.

O evento foi organizado pela Federação Paranaense de Karate Tradicional, cujo presidente é um atleta da Seleção Brasileira, Jean Laure.


Jean é um dos principais atletas do Brasil, e integrante da Seleção Brasileira há muitos anos. Esse ano, ele abriu mão de competir - sua grande paixão -, para poder organizar e conduzir o campeonato brasileiro, Foi o sacrifício de alguém que se dedica e trabalha em prol do karate Tradicional!

* Infelizmente não consegui acompanhar as disputas de kata por equipes e enbu, que aconteceram no sábado. Por isso não as descreverei aqui...

FEMININO

O kata individual foi particularmente emocionante. Além das disputas de altíssimo nível, havia uma história particular: a maior campeã de kata de história da JKA do Brasil, a gaúcha Manuela Spessatto, tentava seu primeiro título da modalidade no Tradicional. Manuela foi 10 vezes campeã brasileira de kata individual na JKA, mas no Tradicional jamais conseguira o feito. Depois da aposentadoria de Adairce Castanhetti (MT), simplesmente 21 vezes campeã brasileira de kata individual no Tradicional (um recorde que provavelmente jamais será quebrado), o título do kata se alternou entre as baianas Martinna Rey e Letícia Aragão.

Em 2021, as atletas disputavam décimo a décimo o cobiçado título.

E, pela primeira vez, Manuela conseguiu ser campeã!

É mais um capítulo em uma história repleta de conquistas. A gaúcha ficou muito emocionada, e disse: "foram mais de dez anos tentando esse título!"

O vice ficou com Letícia, e o bronze com a mato-grossense Wildlayne Amarante.

No fukugo, 4 semi-finalistas da Seleção Brasileira. A grande final ficou entre as baianas Martinna Rey, tricampeã da modalidade, e Letícia Aragão, que tentava seu primeiro título na modalidade. Mostrando a mesma agressividade, velocidade e precisão do brasileiro JKA, mês passado, Letícia conseguiu conquistar o ouro inédito..

No kumite individual, Suellen Souza (PR), atual vice-campeã mundial da modalidade, mostrou um domínio impressionante. Calma, lutando com tática e estratégia, ela vencia suas disputas de forma incontestável.

Do outro lado da chave, a atual campeã brasileira JKA, Letícia Aragão (BA), vencia mostrando a mesma agressividade que demonstrou na JKA. Ela tentava unificar os títulos no mesmo ano, algo que seria inédito no feminino.

Suellen, que fora vice-campeã em 2019 (perdeu a final para Sara Ladeira, de São Paulo), montou uma estratégia perfeita, e venceu no detalhe, frustrando a baiana que tentava unificar os títulos. O ouro ficou com a atleta da casa, para alegria da torcida.

No kumite por equipes, o nível das atletas fazia com que cada luta parecesse uma final. 

E na grande final, a Bahia com uma equipe fortíssima, ficou com o ouro lutando contra as gaúchas. Manuela, Cristiane Babinski e Samantha Martelo não conseguiram segurar as baianas, que subiram ao lugar mais alto do pódio.


MASCULINO

No kata individual, o nível estava tão alto que atletas campeões ficavam pelo caminho, sem conseguirem se classificar para as semi-finais.

Felipe Salvaterra (MT), atleta da Seleção Brasileira e campeão de kata por equipes, conquistou o ouro. Seu kata Unsu na semi-final abriu o caminho para que ele se consagrasse como campeão de kata individual e por equipes de 2021.

O carioca Fernando Macedo ficou com a prata, com um Sochin fortíssimo. E o especialista em kumite, Peterson Lozinski, provou que é um atleta completo, ficando com o bronze.

No fukugo, disputas de kumite se alternavam com Kitei kata, com os atletas fazendo perfeitamente a transição entre as modalidades.

Depois de uma luta emocionante, quando empatou literalmente no último segundo, e depois venceu o desempate contra Frank Manera (RS), o mato-grossense Nalberth Aamarante se classificou para as semi-finais.

Do outro lado da chave, o veterano Jayme Sandall (RJ), passava pelas suas lutas de forma contundente. Nas semi-finais, Jayme venceu seu xará, Jaime Jr. (SP) com um Kitei muito firme, enquanto Nalberth vencia Fernando Macedo (RJ) por 3 x 2.

Na grande final, uma disputa de gerações. Nalberth chegava com uma velicidade impressionante e um gyako tsuki tchudan praticamente indefensável. Jayme trazia na bagagem a experiência de mais de 400 lutas oficiais. E, nessa luta, a experiência falou mais alto. Jayme conseguiu um jogai (Nalberth pisou fora da área de luta), e administrou a vantagem para ser bicampeão brasileiro de fukugo (havia conquistado o título em 2014, lutando contra Vladimir Zanca)

No kumite individual, as lutas eram tão fortes que a maioria teve que ser interrompida para a presença do médico. Felizmente, não houve nenhum acidente grave. Mas os golpes, com kime e potência, eram muito contundentes.

Victor Zanca (MT), fez juz ao sobrenome famoso, e, lutando diante do pai, não sentiu a pressão. Fez lutas fantásticas, e demonstrou, acima de tudo, postura de lutador Tradicional, buscando a vitória sempre com lealdade. Jaime Jr. (SP), atual campeão brasileiro e mundial de kumite individual, comprovou o favoritismo e venceu sua chave, se classificando também para as semi-finais.

Jayme Sandall (RJ), em seu último campeonato brasileiro de karate Tradicional, fazendo sua despedida, se classificou para as semi depois de vencer o perigosíssimo Frank Manera (RS), bronze em 2019 e que vencera Matheus Cirillo (SP) na rodada anterior.

A última vaga das semi ficaram com o veterano de Seleção Brasileira e bicampeão mundial por equipes, Vinícius Moreno (MT). Na final da sua chave, ele venceu uma verdadeira batalha contra Peterson Lozinski (SP)

Nas semi-finais, Jaime Jr. venceu Victor Zanca e tentaria o bicampeonato da modalidade. Na outra semi, Jayme Sandall foi derrotado por Vinícius Moreno, em uma reedição da final do campeonato panamericano de 2013, quando Vinícius também venceu. Essa foi a despedida de Jayme Sandall das competições de karate Tradicional.

Faço aqui um relato pessoal:

Uma história que começou em 1995, no campeonato estadual de karate Tradicional, terminou em 2021 no campeonato brasileiro. Um ciclo se encerrou. Curiosamente, sua primeira luta foi uma derrota, e sua última luta também. Início e fim com derrota, em uma carreira recheada de vitórias e derrotas, dramas e sucessos, mas acima de tudo repleta de histórias e experiências.

Me senti dividido nesse campeonato. Ansioso, animado, doido para lutar. Mas também com uma ponta de tristeza e melancolia, por saber que era a última luta de campeonato brasileiro de karate Tradicional.

Não a última luta da carreira, ainda não. Pretendo tentar ser convocado para o Campeonato Panamericano da JKA e encerrar de vez minha carreira lutando pela Seleção Brasileira.

Foi uma jornada cheia de altos e baixos. Na verdade, jamais imaginei que chegaria tão longe, apesar de ter sonhado com isso. Sonhei com cada vitória, cada título que conquistei. Mas quando os sonhos começaram a virar realidade, fiquei sem acreditar. No fundo, dei muita sorte. Treinei muito sim, acho que mais do que a média. Mas mesmo assim tem que haver o fator sorte. Em especial, sorte para não me lesionar, sorte para conseguir superar uma cirurgia complicada no ombro, que quase encerrou precocemente minha carreira. Sorte de ter a oportunidade de lutar por tanto tempo.


Seguindo no campeonato...

Na grande final, Vinícius Moreno derrotou Jaime, evitando que ele conquistasse o bi. E, apesar de ser um super atleta, bicampeão panamericano individual e bicampeão mundial por equipes, Vinícius jamais havia vencido o campeonato brasileiro de kumite individual. E era seu sonho, seu maior objetivo. Esse ano, ele finalmente conseguiu, com todos os méritos, e se consagrou campeão brasileiro de kumite individual!

No kumite por equipes, Mato Grosso e São Paulo estavam na grande final. Infelizmente, na segunda luta da disputa, Matheus Cirillo acertou um kizami que pegou no pescoço de Victor Zanca, e isso acarretou na desclassificação da equipe de paulista. Mato Grosso campeã brasileira, depois de passar pelo Paraná e pelo Rio de Janeiro, e de vencer São Paulo na final.

Parabéns a todos, da organização aos árbitros, passando pelos atletas e pelo público presente. Foi uma verdadeira festa de confraternização do karate Tradicional.

** CASO ALGUÉM QUEIRA COPIAR ESSA MATÉRIA, FAVOR PEDIR PERMISSÃO PELO EMAIL sandalljayme@gmail.com

OSS!


RESULTADOS

Feminino

- Kata individual: 1) Manuela Spessatto (RS) / 2) Letícia Aragão (BA) / 3) Wildlayne Amarante (MT) / 4) Carolina Zampa (RJ)

- Fukugo: 1) Letícia Aragão (BA) / 2) Martinna Rey (BA) / 3) Sara Ladeira (SP) - 3) Suellen Souza (PR)

- Kumite: 1) Suellen Souza (PR) / 2) Letícia Aragão (BA) / 3) Carolina Zampa (RJ) - 3) Cristiane Babinski (RS)

- Kumite por equipes: 1) BA / 2) RS / 3) MT - 3) SP

- Kata por equipes: 1) BA / 2) MT / 3) RS


Masculino

- Kata individual: 1) Felipe Salvaterra (MT) / 2) Fernando Macedo (RJ) / 3) Peterson Lozinski (SP) / 4) Augusto spessatto (RS)

- Fukugo: 1) Jayme Sandall (RJ) / 2) Nalberth Amarante (MT) / 3) Fernando Macedo (RJ) - 3) Jaime Jr. (SP)

- Kumite: 1) Vinícius Moreno (MT) / 2) Jaime Jr. (SP) / 3) Jayme Sandall (RJ) - 3) Victor Zanca (MT)

- Kumite por equipes: 1) MT / 2) SP / 3) RJ - 3) BA

quarta-feira, 24 de novembro de 2021

XXI Campeonato Brasileiro de Karate-dô JKA 2021

Aconteceu, nos dias 20 e 21 de novembro de 2021, o vigésimo primeiro campeonato brasileiro de karate-dô JKA. Foi o primeiro campeonato nacional após a pandemia que assolou o mundo. 

 O simples acontecimento do evento foi uma imensa vitória da JKA do Brasil e da JKA de Goiás, que, na figura do sr. Mário Kanashiro, conseguiu realizar um evento fantástico, apesar das incertezas e cancelamentos desse ano de 2021. 

 Originalmente, o sensei Naka viria do Japão para ministrar o curso, mas devido ao Covid-19, cancelou sua vinda. Mesmo assim, o evento foi um sucesso! 
 Na abertura do evento, contando com presenças ilustres, entre as quais a do Governador do Estado de Goiás, o sr, Ronaldo Caiado, a JKA do Brasil surpreendeu aos atletas mais antigos e vitoriosos com uma homenagem inesquecível.
Após uma pesquisa onde se avaliaram todos os resultados de campeonatos brasileiros e internacionais desde o início da JKA do Brasil (1999) até 2019, foram definidos os melhores atletas de todos os tempos, nas categorias de kata e kumite. 
 O sistema de pontos para a formação desse ranking histórico foi o mesmo utilizado para o ranking nacional oficial. 
 Segue abaixo a lista com os 5 maiores atletas de todos os tempos, da JKA do Brasil:

  Kata individual feminino: 
 
1º lugar - Manuela Spessatto (RS) 
 2º lugar - Hannah Aires (RS) 
 3º lugar - Aline Dota (SP) 
 4º lugar - Cristiane Babinski (RS) 
 5º lugar - Martinna Rey (BA) 

  Kumite individual feminino: 

 1º lugar - Manuela Spessatto (RS) 
 2º lugar - Sônia Coutinho (PA) 
 3º lugar - Hannah Aires (RS) 
 4º lugar - Juliana Vitral (MG) 
 5º lugar - Marina Brito (PA) 

  Kata individual masculino: 

 1º lugar - Andrew Marques (SP) 
 2º lugar - Rousimar Neves (MG) 
 3º lugar - Rogério Higashizima (SP) 
 4º lugar - Rodrigo Arita (SP) 
 5º lugar - Marcel Raimo (SP) 

  Kumite individual masculino: 

 1º lugar - Jayme Sandall (RJ) 
 2º lugar - Rafael Moreira (RS) 
 3º lugar - Fábio Simões (SP) 
 4º lugar - Chinzô Machida (PA)
 5º lugar - Wagner Pereira (SP) 

Foi o reconhecimento pelos anos de esforço e dedicação desses atletas que passaram mais de uma década competindo pela entidade.




 Na competição, os atletas se mostravam um pouco ansiosos, o que é normal, levando em conta que foram quase dois anos sem competir!

 FEMININO 

No kata por equipes feminino, a hegemonia se manteve, com a equipe do Rio Grande do Sul ficando com o ouro pela oitava vez. 
No kata individual, a gaúcha Manuela Spessatto segue escrevendo uma história que dificilmente será superada: foi campeã pela décima vez! 
Com o passar dos anos, seu Gojushiho Sho se torna cada vez mais maduro e refinado. 

 No kumite por equipes, São Paulo conquistou o título em uma final emocionante contra as gaúchas. Lorena, Sara e Débora fizeram a estratégia perfeita, e com muita inteligência ficaram com o ouro.
A Bahia ficou com o bronze. 
No kumite individual, semi-finais de tirar o fôlego! De um lado da chave, as baianas Letícia Aragâo e Martinna Rey se enfrentaram sabendo que qualquer erro custaria a vitória. Elas já se enfrentaram várias vezes, e se conhecem muito bem. 
No final do confronto, vitória de Letícia, que aguardou o resultado da outra semi, entre a paulista Sara Ladeira e a mineira Carolina Zampa. 
 Sara estava tentando um feito que apenas Sônia Coutinho (PA) e Martinna Rey (BA) haviam conseguido até hoje: ser campeã brasileira de kumite individual tanto na JKA quanto no Tradicional. Atual campeã brasileira no Tradicional (2019), Sara enfrentou uma adversária focada, que estava decidida a vencer. 
 Carolina Zampa deu tudo de si, e a luta pendia hora para uma, hora para outra. Empataram no tempo normal, e tiveram que fazer mais uma luta (Sai shiai). No final, Sara venceu, em uma das melhores lutas de toda a competição. 
 Na grande final, emoção pura! Cada uma fez um wazari. Luta empatada. Pouco antes do fim do tempo, elas cruzaram gyako zuki simultâneos. Dois bandeiras marcaram ponto de Letícia, e os outros dois marcaram ponto de sara. Tensão. Depois de reunir os bandeiras, o árbitro central, sensei Alfredo Aires, decidiu que o golpe de Letícia tinha entrado um pouco antes (haiai). Vitória da baiana! 

 MASCULINO 

 No kata por equipes, São Paulo, dona do maior número de títulos nacionais nessa categoria, voltou ao topo do pódio depois de 2 anos. Andrew Marques, Rogério Higashizima e Rodrigo Arita mostraram sintonia e técnica naquela que é uma das categorias mais bonitas de se assistir. 
 No kata individual, Rogério Higashizima aumentou sua coleção de títulos e se distanciou como o maior vencedor dessa categoria de todos os tempos. 
Foi seu sexto título de kata individual. 
 No kumite por equipes, semi-finais duríssimas, com muitos golpes contundentes. Em um lado, o Rio de Janeiro, equipe campeã brasileira de 2019 era derrotado pela forte equipe de São Paulo, enquanto no outro lado, os paraenses eliminavam os baianos em uma disputa acirrada. 
Na grande final, vitória da renovada equipe de São Paulo, que voltou a ser campeã dessa categoria após 4 anos. 

 No individual, os atletas provaram que apesar do longo tempo de jejum sem lutas, estavam treinados e preparados. Houve diversos ippon, com direito a alguns knockdowns... Nesses momentos dá imenso prazer em lutar pelas regras da JKA, que permite esse tipo de contato, e faz com que as vitórias sejam mais claras e menos controversas. 
 Entre os oito melhores, Enzo Silva (PA), disputando pela primeira vez a categoria adulto, enfrentou o hexacampeão Jayme Sandall (RJ), em uma das lutas mais duras e disputadas da competição. Empataram em 1x1 no tempo regulamentar de 2 minutos. 
No desempate, Enzo conseguiu um wazari, e Sandall não conseguiu empatar. 
 Diego Andrade (BA), extremamente rápido, venceu João Lima (PA), que vinha de uma luta duríssima contra o veterano Rafael Moreira (RS), onde sofreu um knockdown. Mas João se recuperou e enfrentou Diego de igual para igual, demonstrando imenso espírito de luta. 
 O atual campeão, Matheus Cirillo, venceu sua chave, enquanto Peterson Lozinski (SP), vice-campeão em 2019, fazia um combate duríssimo contra Nathan Malavazzi (RJ). Mesmo machucado, com um corte profundo no supercílio direito, Peterson conseguiu conquistar a vitória e se classificou para a semi. 
Nas semi-finais, lutas muito técnicas e estudadas. Diego perdeu de virada para Matheus Cirillo, após sair ganhando com um poderoso mawashi geri. Enzo venceu Peterson com um contra-ataque de mawashi geri (gonosen), técnica extremamente difícil de ser executada. 
 Na grande final, Enzo mostrou que apesar da pouca idade - tem apenas 22 anos! -, não sentiu pressão alguma ao enfrentar o campeão de 2019. Venceu por 4 x 1, e dominou o combate. 

Na classificação geral por Estados, pela primeira vez o Rio de Janeiro ficou em primeiro lugar, seguido por São Paulo e com o Pará fechando o pódio 

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 RESULTADOS

FEMININO

- KATA POR EQUIPES: 1) RS (Manuela Spessatto, Cristiane Babinski e Samantha Martelo) / 2) BA (Martinna, Luana e Letícia) / 3) SP (Sara, Débora e Lorena)

KATA INDIVIDUAL: 1) Manuela Spessatto (RS) / 2) Letícia Aragão (BA) / 3) Cristiane Babinski (RS)

KUMITE POR EQUIPES1) SP (Sara, Lorena, Débora e Neide) / 2) RS (Manuela Spessatto, Cristiane Babinski e Samantha Martelo) / 3) BA (Martinna, Letícia, Luana e Laís)

KUMITE INDIVIDUAL1) Letícia Aragão (BA) / 2) Sara Ladeira (SP) / 3) Carolina Zampa (MG) - 3) Martinna Rey (BA)



MASCULINO

KATA POR EQUIPES1) SP (Rodrigo Arita, Rogério Higashizima e Andrew Marques) / 2) MG 

KATA INDIVIDUAL1) Rogério Higashizima (SP) / 2) Andrew Marques (SP)/ 3) Marcelo Kanashiro (GO)

KUMITE POR EQUIPES1) SP (Peterson, Rafael, Raul, Matheus, Rodrigo) / 2) PA (Enzo, Edson, João, André e Luís) / 3) BA (Diego, Tonhão, Fabrício, Leão, Tiago) - 3) RJ (Jayme, Igor, Pedro, Aníbal, Nathan, Lorenzo e Diogo)

KUMITE INDIVIDUAL1) Enzo Silva (PA) 2) Matheus Cirillo (SP) / 3) Peterson Lozinski (SP) - 3) Diego Andrade (BA)

segunda-feira, 1 de novembro de 2021

Bushido - o caminho do guerreiro

Com uma rápida pesquisa você pode encontrar a definição de BUSHIDO. Começa com a tradução: "caminho do guerreiro". Facilmente você encontrará uma série de qualidades que um samurai do Japão feudal deveria ter. Era um código de ética, não escrito, que regia a sociedade dos guerreiros mediavais no Japão antigo. Mas o que, de fato é o Bushido? Longe de mim querer ter a definição, a palavra final sobre o assunto. No vídeo dessa semana, apenas exponho minha opinião de como esse código de conduta não escrito se aplica nas artes marciais tradicionais japonesas, em especial o karate-do. Na verdade conto como pratico o Bushido na minha vida, através dos treinos de karate. Para mim, arte marcial sem Bushido é algo incompleto. Porque sem visar a evolução diária, o trabalho duro para tentar se tornar uma pessoa melhor, qual o sentido? Não é fácil tentar seguir o caminho. Nada é fácil, na verdade, quando se fala de karate-do. Quem quer facilidade, dificilmente vai procurar o karate, vais se apaixonar por essa arte ao complexa, e vai treinar anos a fio em busca da evolução técnica e física. Se o Bushido fosse um código fácil de ser seguido, não teria tanto valor, não seria reservado à exclusiva casta dos samurais. Era difícil, e segue muito difícil até hoje. Mas é a busca por viver dentro desse código, devidamente adaptado às realidades dos tempos atuais, que promove a evolução como um todo. OSS! https://www.youtube.com/watch?v=0ofgZnm9mgU