30.7.08

Cookies de manteiga de amendoim e chocolate

Misturei receitas, usei o que tinha em casa e criei meus próprios cookies de manteiga de amendoim. A massa ficou bem pesada, fui derrubando colheradas sobre a forma sem alisar a superfície, mas os cookies cresceram e ficaram bonitos. Gostei muito da minha criação, nem duros, nem muito macios.
Cookies de manteiga de amendoim e chocolate
60 g de manteiga amolecida
2 ovos

1 x de açúcar mascavo

250g de manteiga de amendoim natural (sem açúcar ou aditivos, compro em lojas de produtos naturais)
2 1/2 x de farinha
1/4 x de creme de leite (usei light)
1/4 x de melado de cana

1 c chá de bicarbonato de sódio

1 c chá de fermento

1/2 c chá de sal

200g de chocolate meio-amargo picado


Misture os ingredientes líquidos, junte os secos e, por último, o chocolate. Derrube colheradas sobre formas cobertas com papel manteiga ou alumínio e asse até que fiquem ligeiramente douradas (observe a parte debaixo para não queimar).

27.7.08

The courtier and the heretic - Matthew Stewart


Fazia algum tempo que não tocava em um livro sobre filosofia e ler The courtier and the heretic (O cortesão e o herege), de Matthew Stewart, foi muito bom. Nele, o autor confronta dois filósofos do século XVII, Leibniz e Spinoza. Sua tese é a de que a filosofia de Leibniz seria uma reação à filosofia do último e que, no fundo, Leibniz seria mais spinozista do que gostaria de admitir.

Para quem não tem idéia nenhuma de história da filosofia, Spinoza é o “herege” do título. Ele foi excomungado pela comunidade judaica de Amsterdã e sua filosofia acusada de propagar o ateísmo, pois ela afirmava que Deus seria o mesmo que a natureza, ou seja, que não haveria um criador exterior à sua criação e que tudo ocorreria de forma necessária. Bem e mal seriam idéias que surgiriam devido à nossa limitação de seres finitos e, com algum esforço, tudo poderia ser explicado racionalmente. Para Spinoza, pensamento e matéria são a mesma coisa considerada de pontos de vista diferentes. Quando a matéria morre, o pensamento também perece, por isso, a morte seria o ponto final, não haveria paraíso e vida no além. Aquilo que Spinoza considera a felicidade é uma existência dedicada à realização intelectual.

Leibniz, o "cortesão", por sua vez, prega que Deus existe sim e que o mundo no qual vivemos é o melhor dos mundos possíveis porque o criador o escolheu entre um universo de outros mundos possíveis, portanto,  nada poderia ser diferente do que é. Aquilo que os seres humanos chamam de mal é algo relativo, pois, na soma final, sempre haveria mais bem do que mal em nosso mundo.

O livro é divertido, muito bem escrito e o autor deixa claro que não aprecia muito Leibniz que a todo momento retrata como alguém extremamente vaidoso e interessado apenas em obter benefícios vendendo suas idéias e planos mirabolantes para os nobres que não se cansa de bajular. Enquanto isso, Spinoza é o retrato da virtude, a verdadeira idéia de filósofo. Ele vivia em quartos alugados e polia lentes durante o dia para pagar suas tigelas de mingau e eventuais canecas de cerveja aguada.

Devo admitir que simpatizo muito com a filosofia de Spinoza, seus textos não primam pelo aspecto literário, mas suas idéias são extremamente sedutoras. Gosto dos filósofos que dizem que o importante é o aqui e o agora, que é preciso engolir a pílula ou jogá-la fora, não dourá-la.

Do final do livro:

“Leibniz foi um homem cujas fraquezas eram tão grandes quanto as suas enormes virtudes. No entanto, foi sua ganância, sua vaidade e, acima de tudo, sua carência insaciável e demasiadamente humana que tornou sua obra tão emblemática. Com a promessa de que a superfície cruel da experiência oculta a mais bela e agradável verdade, um mundo no qual tudo acontece por um motivo e tudo o que ocorre é para o bem geral, o fascinante cortesão de Hanover transformou-se no filósofo do homem comum. Se Spinoza foi o primeiro grande pensador da era moderna, então, talvez Leibniz devesse contar como o primeiro ser humano.

Spinoza, por outro lado, foi marcado desde o início como uma ave rara. Devido à sua estranha auto-suficiência, à sua virtude sobre-humana e ao seu desprezo pela multidão, não poderia ser diferente. No entanto, a mensagem de sua filosofia não é a de que nós conhecemos tudo o que há para conhecer, mas que não há nada que não possa ser conhecido. O ensinamento de Spinoza é o de que não há um mistério impenetrável no mundo, nenhum ‘além’ acessível apenas por alguma revelação ou epifania, nenhuma força oculta capaz de nos julgar ou afirmar, nenhuma verdade secreta sobre tudo. Há apenas um acúmulo lento e contínuo de muitas pequenas verdades e a mais importante dentre elas é que não precisamos esperar nada para sermos felizes neste mundo. Sua filosofia é uma filosofia para filósofos, que são tão raros hoje como no passado.”

26.7.08

Pão "italiano" integral

Quando vi o número de elogios a esta receita, tive que prepará-la pois adoro pão italiano, especialmente quando ele é "cascudo" e crocante, e a receita prometia isso. Bem, ele não ficou cascudo como imaginei, mas estava ligeiramente crocante assim que foi retirado do forno.

A massa é boa para trabalhar e rendeu dois belos e fofos pães integrais. Não sei se o fato de ter colocado uma forma com água na grade debaixo do forno ao invés de borrifar água uma ou duas vezes em seu interior quando comecei a assá-los fez alguma diferença no resultado final.


Amassei na máquina, mas há instruções para quem quiser fazer artesalmente.


Pão "italiano" integral

 
1 1/4 x de água morna
2 c sopa de áçucar mascavo
1/8 c chá de gengibre em pó (só uma pitada, nem senti o gosto. Pode ser substituído por outras ervas como orégano)
1 1/2 c chá de sal
1 1/2 x de farinha para pães
1 1/2 x de farinha integral
5 g de fermento biológico instantâneo seco
2 c sopa de farinha ou fubá para polvilhar a forma

Para fazer na máquina:

Coloque todos os ingredientes, exceto a farinha/fubá usado para polvilhar a forma, na máquina na ordem recomendada pelo fabricante e selecione a opção de "sova".

No método convencional:

Dissolva o fermento, açúcar e gengibre na água morna.
Deixe descansar por cerca de 5 min, até que o fermento forme uma espuma.
Adicione o sal e a farinha para pão. Misture bem. Adicione a farinha integral e mexa até obter uma massa firme. Coloque-a sobre uma superfície enfarinhada e sove por 10 min ou até que a massa fique macia e elástica.
Unte uma tigela, coloque a massa aí dentro, vire-a para que seja envolvida pelo óleo. Cubra e deixe crescer até dobrar de volume, cerca de 1 h.

Modelagem
Unte e enfarinhe uma assadeira com a farinha/fubá. Reserve.
Dê um soco na massa para retirar o ar. Divida-a em duas porções e, sobre uma superfície ligeiramente enfarinhada, modele dois pães, abrindo primeiro como um retângulo e enrolando para formar duas baguetes (como podem ver, fiz duas bolas).
Coloque os pães com as dobras voltadas para baixo sobre a assadeira.
Deixe crescer novamente até dobrar de volume, cerca de 45 min. Faça corte ao longo da superfície dos pães com uma faca. Pincele com água e polvilhe com farinha integral.
Asse em forno preaquecido à 200C por 15-20min, ou até que os pães dourem e fiquem crocantes. Retire do forno e deixe esfriar completamente.

Nota da autora da receita: usar uma garrafa borrifadora com água para borrifar os pães e as paredes do forno uma ou duas vezes em intervalos de 5 min quando começar a assar.

 

21.7.08

Rochas de coco

Receita facílima e muito gostosa do site Marmiton.

 

Rochas de coco
 
100 g de coco ralado (usei o seco vendido nos supermercados)
100g de açúcar (usei demerara)
10 g de farinha
1 ovo
1 c sopa de creme de leite (coloquei porque muitas pessoas recomendavam que se colocasse um pouco para que o doce ficasse mais úmido, isso também facilita a modelagem das "rochas")

Preaqueça o forno à 180C. Misture todos os ingredientes. Forme bolinhas de 2 cm de diâmetro, depois "pince" cada uma delas com as pontas dos dedos para formar uma pirâmide.

Coloque os doces sobre uma forma forrada com papel alumínio enfarinhado (não enfarinhei) com algum espaço entre eles e asse por cerca de 10min (verifique, eles assam rápido e a parte debaixo pode queimar). Retire do forno e deixe esfriar.

18.7.08

Torta de frutas da tia Daisy

Receita do antigo site da Valentina da época em que o Trembom ainda não era do blogspot. Eu a preparei umas duas vezes antes de começar o Kafka e esses dias deu vontade de fazer um repeteco, pois ela é muito gostosa. A massa parece pouca, mas cresce bem.
As frutas podem ser variadas à vontade, usei maçãs desta vez, o original leva pêras.


Torta de frutas da tia Daisy

½ xícara de manteiga sem sal em temperatura ambiente, amolecida
1 xicara de açúcar
2 ovos grandes, temperatura ambiente
1 xícara de farinha de trigo peneirada
1 colher de chá de fermento em pó
1 colher de chá de essência de baunilha
1 ½ xícaras de pêras cortadas em fatias médias (ou outra de sua preferência, eu sempre coloco uma quantidade maior de fruta)
1 colher de sopa de açúcar misturado com canela para polvilhar

Preaqueça o forno em temperatura de 180oC.

Unte e polvilhe uma forma redonda de 22 cm e forre com papel manteiga.
Numa tigela coloque a manteiga e o açúcar e bata em velocidade baixa até que fique bem cremoso - aproximadamente 3 minutos. Coloque os ovos um por um batendo bem após cada adição. Acrescente a farinha de trigo, o fermento e a baunilha ate que fique tudo bem misturado - mas não bata demais, e só pra misturar bem. Coloque a massa na forma preparada. Cubra com as frutas picadas. Polvilhe com o açúcar de canela. Asse por aproximadamente 50 minutos. Quando passar o teste do palito retire do forno.
Sirva morna com acompanhamento de sorvete ou chantilly se quiser.

17.7.08

Dubrovski - Alexander Pushkin

Uma leitora boliviana de meu outro blog presenteou-me com vários mimos, entre eles, livros e textos. Aura foi um deles, Dubrovski foi outro. Novamente, outra primeira vez: primeira vez que leio Pushkin.
Dubrovski é um texto curto, inacabado e publicado postumamente. O título é o nome do protagonista de uma triste história. Vladimir Dubrovski é um jovem militar que de repente vê as terras de seu pai serem confiscadas de forma arbitrária por Kirila Petrovitch Troekurov, um grande proprietário que manda e desmanda na região.
Vítima de Troekurov, Dubrovski se transforma em uma espécie de bandido "justo", roubando quem sabe ser desonesto e poupando as pessoas honestas. Seu desejo é vingar-se de Troekurov, mas ele acaba apaixonando-se por Masha, a filha deste último, e seus planos vão por água abaixo.

Fiquei imaginando se a história não terminaria de melhor forma se Pushkin a tivesse terminado. (E como gostaria que ele a tivesse terminado!)

16.7.08

Pizza de arroz integral

Usei esta receita para acabar com o resto de arroz integral cozido que estava na geladeira. Não tenho forma própria para pizza, então coloquei a massa em uma forma de louça, apesar de ter usado metade da receita, ela rendeu bastante. A consistência é a de uma daquelas massas de torta de liquidificador e acho que poderia ter colocado os ingredientes do recheio sem deixar a massa assar antes como costumo fazer com a torta, pois para uma pizza, ela ficou muito alta.

Gostei da idéia, muito prática. A cobertura/recheio pode variar bastante e desta vez não coloquei o atum pois já iria servi-la como acompanhamento de um outro prato com carne.



Pizza de arroz integral 

 
-3 ovos inteiros
-1 copo e meio de leite
-2 xícaras (chá) de arroz cozido (usei arroz integral)
-1 xícara (chá) de farinha de trigo
-100g de margarina (usei um pouco de óleo de canola)
-100g de queijo parmesão ralado
-1 colher (sopa) de fermento em pó
-1 pitada de sal

 
Recheio:
-2 latas de molho de tomate (usei menos, apenas o suficiente para cobrir a superfície da massa)
-2 latas de atum
-600g de mussarela ralada (grossa)
-1 tomate picado em rodelas
-1 cebola grande picada em rodelas
-1 pimentão grande picado em rodelas
-azeitonas pretas para decorar
-orégano
-azeite

Bata no liquidificador todos os ingredientes da massa.


A massa rende duas formas de pizza no tamanho médio. Unte as formas com margarina e polvilhe com farinha de trigo.


Divida a massa nas duas formas e leve ao forno pré-aquecido por 15 minutos e retire num ponto de "pré-assada". Retire as formas do forno e reserve.


Misture o molho de tomate pronto com o atum e espalhe sobre a massa.


Coloque a mussarela (metade para cada disco) e em seguida o tomate, a cebola, o pimentão e as azeitonas. Salpique orégano a gosto e regue com azeite. Leve de volta ao forno para terminar de assar.


 

9.7.08

Bolo de leite quente

O. cismou que queria um "bolo com sabor de bolo", ou seja, sem farinha integral, sem nozes, passas, frutas, iogurte, baunilha, raspas de limão ou laranja, etc. Realmente fazia tempo que não preparava um bolo assim e tive que procurar algo para matar as "lombrigas" dele. Lembrei do "bolo de leite quente" que a mãe de uma amiga fazia quando era criança e fui procurar uma receita. Achei esta aqui e fiz. O bolo ficou ótimo, simples e fofo, "com gosto de bolo". É uma ótima base para rechear e cobrir. A única alteração foi diminuir um pouco a quantidade de açúcar.



Bolo de leite quente

4 ovos
2 xícaras (chá) de farinha de trigo
2 xícaras (chá) de açúcar (usei 1 1/2 x)
1 xícara (chá) de leite
1 colher (sopa) de manteiga
1 colher (sopa) de fermento em pó

Bata as claras em neve, acrescente as gemas e o açúcar. Bata bem.
Acrescente os demais ingredientes e por fim o leite quente com a manteiga.
Coloque em uma forma untada e enfarinhada.
Asse em forno médio, pré - aquecido, por 30 a 40 minutos.


5.7.08

American Stories - Nagai Kafu

Nagai Kafu é um escritor japonês do começo do século XX e os principais temas de suas obras são a vida e o cotidiano dos bairros de gueixas, das casas de chás, das prostitutas e de seus freqüentadores, figuras do “mundo flutuante” japonês. Eu o conhecia pela tradução inglesa de dois contos longos, During the rains e Flowers in the shade. Um é centrado no dia-a-dia de uma gueixa e o outro é sobre o relacionamento de um casal pobre, a mulher se prostitui e sustenta o marido. Não há muitos acontecimentos nas histórias de Nagai Kafu, mas a forma como ele as narra é muito poética.

Durante sua juventude, o escritor passou alguns anos nos Estados Unidos e
American Stories é baseada nessa sua estadia. A maioria das histórias/relatos trata da vida de imigrantes que chegaram ao país com a expectativa de enriquecer e que são discriminados, sentem-se sós e alienados. Outros textos deixam transparecer a admiração do autor pela liberdade de costumes e modernidade dos americanos quando comparados com os japoneses.


Não gostei tanto deste livro quanto de
During the rains, mas é interessante para ter uma idéia da configuração da sociedade americana na época e também para vê-la através dos olhos de um estrangeiro, e Nagai Kafu é um bom observador. Ele também gosta de citar poemas e autores franceses, vide um trecho de Fallen Leaves:

“Sonhos, embriaguez, ilusões, isso é nossa vida. Desejamos sempre ter amor e sonhamos com o sucesso, mas realmente não queremos que se realizem. Apenas perseguimos as ilusões que aparecem como se pudessem ser realizadas e desejamos embriagar-nos com essa antecipação e expectativa. Baudelaire diz que estar embriagado, essa é a única questão. Se você deseja evitar sentir o horrível peso do tempo que comprime seus ombros e o curva ao chão, você não deve hesitar em ficar bêbado. Seja com álcool, poesia, moralidade, ou o que quer que seja, isso não importa. Se às vezes você despertar de sua embriaguez nos degraus de um palácio, sobre a grama de um vale, ou em um quarto arruinado, pergunte ao vento, às ondas, às estrelas, aos pássaros, ou aos relógios, qualquer coisa que voe, mova-se, gire, cante, fale, que horas são. O vento, as ondas, as estrelas, os pássaros, os relógios responderão: é tempo de ficar embriagado, não importa se com álcool, poesia, moralidade, ou o que quer que seja; se você não quiser ser um mísero escravo do tempo, deve manter-se sempre embriagado...”

Ou este outro trecho de
Two days in Chicago, ao notar como os americanos estão sempre com um jornal nas mãos:

"... que povo amante de jornais! Eles dirão que o povo de uma nação avançada deve procurar saber tanto quanto possa sobre o que acontece no mundo, e o mais rápido possível... Ah, mas eles não percebem que não há nada extraordinário ou estranho nos assuntos do mundo, a mesma confusão sendo repetida continuamente? Na diplomacia, o conflito de interesses entre A e B; nas guerras, o forte vence; os bancos quebram, há fraudes durante as eleições, descarrilamentos de trem, roubos, assassinatos, tais acontecimentos diários da existência são sempre os mesmos e monótonos ao extremo.
O escritor francês Maupassant já não teve que agüentar a intolerável dor desta terrivelmente tediosa vida e escreveu em seu diário: Abençoados aqueles que ignoram que as mesmas abomináveis coisas são incessantemente repetidas. Abençoados aqueles que andam hoje e amanhã nas mesmas carruagens, conduzidas pelos mesmos animais e têm a energia, sob o mesmo céu, diante do mesmo horizonte, de fazer o mesmo trabalho da mesma forma, rodeados pelos mesmos móveis. Abençoados aqueles que não se dão conta, com grande ódio, de que nada mudará ou acontecerá neste esgotado e cansado mundo..."

1.7.08

Aura - Carlos Fuentes

Um livro que cabe na palma da mão, praticamente um conto.

Primeiro texto de Carlos Fuentes que leio. Gostei muito da história, comecei a lê-la sentada em uma cantina da universidade, passei para um banco de praça e terminei-a em casa no mesmo dia. A narrativa é envolvente e ia virando uma página atrás da outra.

Felipe monteiro é um professor de história de vinte e poucos anos que lê um anúncio mais ou menos assim no jornal: “Procura-se jovem historiador, organizado, cuidadoso, que saiba francês para executar funções de secretário.”


O pagamento é ótimo e ainda há cama e comida.


Quando ele lê o anúncio pela primeira vez, não se candidata, pois acha que alguém já foi contratado, mas na segunda vez em que vê o anúncio no mesmo jornal, dirige-se ao endereço indicado, uma casa antiga e decadente, onde é recebido por uma velha que, pelas suas contas, deve ter mais de cem anos. Sua tarefa consiste em ler e corrigir os diários de seu falecido esposo. Ele é conduzido ao seu quarto pela sobrinha da velha, Aura, uma jovem de olhos verdes pela qual logo se apaixona. Daí em diante, coisas estranhas começam a acontecer naquele lugar onde a noção de tempo e realidade perde-se em cômodos eternamente escuros e opressivos.