quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Saudade


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O amor deixa saudades ao fenecer
Mas continua a existir, mesmo que passado
É algo que subsiste para além do tempo
Quando ele é grande faz parte do verbo ser
A chama poderá extinguir-se, mas não fica apagado
Permanecerá em letargia a todo o momento

Sendo amor verdadeiro será sempre sublime
Não haverá machado que lhe corte o sentido
Mas se tal acontecer sem razão aparente
Em vez de sangue cairão lágrimas de quem o oprime
Para o esquecimento ele não aceita ser remetido
Não o podem cercear da nossa mente

Ainda era criança quando acolhi teu amor
Fomos crescendo em idade e ardor
Lembro as nossas fugas para o monte
Procurando a solidão sem temor
Onde os desejos crepitavam de calor
Fogo intenso que ardeu lentamente

Outrora vivemos como um único ser
De mãos dadas entrelaçamos sentimentos
Com os corações unidos selamos a paixão
Foi uma vida de carinhos, de intenso viver
Naqueles verdes anos procuramos alentos
Foram eternos momentos que jamais voltarão

Longe vão os anos em que por ti chorei
Perdi-lhes a conta e com ela o desejo
Não quero tornar a sofrer desse jeito
Alguém me privou daquilo que tanto amei
Mas meu coração ainda alberga um ensejo
De voltar a amar com todo o respeito

Oh saudade que tanto me atormentas
Vai-te embora antes que eu enlouqueça
E perca a razão do meu existir
Deixa-me passar o cabo das tormentas
Lutar para impedir que a dor permaneça
E ter a esperança em novo porvir

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Onde está o Menino?



Onde está o Deus Menino?
Aquele que nasceu há dois mil anos
O Salvador que veio para nos redimir
Será Ele assim tão pequenino?
Porque está embrulhado em panos?
Assim o quis na humildade do porvir

Seus pais viajaram muitos dias
De Nazaré até uma cidade desconhecida
Para lá fazer o recenseamento
Na cidade não havia estadias
Nem gente amiga ou conhecida
Para lhes dar alojamento

Os Reis quiseram adorá-lo
Encetaram viagem caminho além
Desconhecendo onde havia nascido
Em modesta cabana foram encontrá-lo
Numa cidade chamada Belém
Onde uma estrela os havia conduzido

Após terem conhecido o Messias
Com seus presentes o contemplaram
De joelhos se prostraram e O adoraram
Lembrando o que diziam as profecias
Ficaram gratos pela mercê e partiram
Para os seus reinos que amavam

Maria filha de Davi foi escolhida pelos Céus
Para dar à luz um filho primogénito
Do seu ventre nasceu o Redentor
Fruto do amor de um só Deus
Só de tentar compreender causa frémito
Apenas possível por ser um infinito amor

Menino Deus que te ofertaste à humanidade
Acolhes os simples e puros de coração
Mas abominas a falta de amor e verdade
Concede um pouco da Tua bondade
Àqueles que choram por falta de pão
E que dos homens só recebem maldade