Benfica
Oblak - Sem erros nem reparos, mas também praticamente sem trabalho relevante, o que faz desta uma exibição positiva, mas igualmente sem grande relevância. Para já, porém, e mesmo com o erro cometido em Barcelos, a prestação de Oblak tem sido muito mais positiva do que a de Artur, sofrendo 1 golo em 4 ocasiões enquadradas com a baliza (25%), em cerca de 650 minutos, o que contrasta com os 22 golos em 29 ocasiões enquadradas com a baliza (76%), de Artur. Note-se, porém, que o péssimo registo de Artur não faz de Oblak um óptimo guarda-redes, e que só com mais tempo se poderá fazer uma análise verdadeiramente justa ao rendimento do jovem esloveno. Agora, parece-me factual que o Benfica tem contado com um contributo muito mais útil do seu guarda-redes, desde que a sua baliza trocou de dono.
Maxi - Sem dúvida, um dos principais destaques da partida, pela positiva. É verdade que Heldon lhe causou alguns problemas na segunda parte mas, no cômputo geral, foi Maxi quem dominou claramente os duelos no seu corredor. Em especial destaque, a sua agressividade e presença pressionante após a perda da bola, o que valeu várias recuperações valiosas, e, claro, o contributo ofensivo, estando presente na assistência para o primeiro golo e na jogada que antecede o segundo.
Siqueira - Beneficiou claramente da presença de um extremo menos agressivo no seu corredor, acabando por ser das unidades mais discretas da equipa, também porque não participou em qualquer lance de maior relevo, em termos ofensivos. Ainda assim, isso não quer dizer que tenha tido uma má prestação, muito pelo contrário. Apesar da discrição, travou e venceu vários duelos, sendo igualmente uma presença positiva na fase de construção.
Luisão - Muito em foco, numa série de intercepções vistosas e importantes em cruzamentos a partir do corredor esquerdo do Sporting. Este é o principal destaque de um jogo que foi, globalmente, positivo e praticamente sem reparos a fazer.
Garay - Em termos defensivos foi mais discreto do que Luisão, mas isso não quer dizer que tenha estado menos bem. Pelo contrário, Garay venceu até mais duelos do que o seu companheiro de sector, protagonizando mais uma exibição muito positiva neste plano. Com bola, aí sim, houve uma grande diferença de protagonismo em relação a Luisão, com a equipa a procurar muito mais a boa capacidade de passe do argentino. Garay respondeu à altura, com eficácia, segurança e ainda um grande passe que isolou Gaitan, na primeira parte.
Fejsa - A competência da sua exibição não pode constituir surpresa ou novidade, porque já havia dado o mesmo tipo de sinais em alguns jogos importantes. Tem uma grande capacidade de trabalho, o que ofereceu à equipa várias recuperações de bola importantes, com destaque para o momento de transição ataque-defesa, onde conseguiu 10 intercepções/desarmes. Com bola, assumiu o seu papel na primeira linha de construção, o que lhe oferece grande protagonismo e lhe valeu o estatuto de jogador com mais passes completados no jogo, com realce para a elevada % de acerto. O maior reparo, vai para uma perda de bola, na primeira parte, sendo que a segurança em posse será sempre a maior ameaça à qualidade do seu contributo.
Enzo Perez - A unidade chave do jogo, pelo golo que marcou, claro, mas também pelos problemas que causou à linha média do Sporting, que nunca lidou bem com a sua presença - ainda que isolada - à frente da primeira linha de construção. É, provavelmente, dos jogadores mais difíceis de substituir no modelo de Jesus, porque jogando tão isolado (pelo "baixar" de Fejsa), é necessário não só qualidade de passe, mas sobretudo uma notável capacidade de envolvência e transporte de bola. Ora, estas são, precisamente, as principais virtudes de Enzo, para além da entrega que tanto galvaniza os adeptos.
Gaitan - Novamente com um jogo muito competente e onde, até, nem foi especialmente bem sucedido em termos criativos. Para compensar, apareceu muito bem na área, marcando um golo e estando perto de fazer outro. Defensivamente, ofereceu a capacidade de trabalho/sentido táctico que lhe é habitual - um aspecto onde foi durante muito tempo subvalorizado, mas que vem conseguindo maior justiça no reconhecimento que lhe é dado externamente. Diria, mais vale tarde do que nunca!
Markovic - É verdade que defensivamente tem evoluído bastante, mas haverá ainda muito para evoluir em Markovic, para que este consiga potenciar verdadeiramente as suas características. Particularmente, continua a não perceber bem o que fazer com as suas acelerações interiores, perdendo algumas oportunidades de criar maior dano apenas e só pelo critério decisional. Tem tempo e talento, mas para já ainda não a unidade chave que um dia poderá ser. Em maior destaque na sua exibição, claro, o passe que isolou Rodrigo.
Rodrigo - Fez, desta vez, um jogo mais oscilante do que lhe vem sendo habitual, no seu envolvimento colectivo, em particular com maior inconstância ao nível da eficácia e decisão. Ainda assim, foi outra vez o jogador que mais ocasiões de golo conseguiu chamar a si. No inicio da época também foi assim, com muitas ocasiões e poucos golos, e por isso foi criticado e afastado do onze. Hoje, e à luz daquilo que foi a época do jogador, terei menos dificuldade em explicar que o facto de Rodrigo ter muitas ocasiões de golo é, em si mesmo, um bom indicador para o futuro.
Lima - Em sentido contrário de Rodrigo, Lima vem dando alguns sinais a meu ver preocupantes. Num jogo com este volume de ocasiões, não pode deixar de se notar que Lima não tenha sido protagonista em nenhum desse lances de maior potencial ofensivo. E, isto sim, parece-me justificar alguma apreensão. Como nota positiva, o seu envolvimento do lado direito do ataque, em especial na primeira parte.
Sporting
Rui Patrício - Não foi um herói, nem fez sequer uma exibição excepcional, mas foi provavelmente o melhor da sua equipa, nomeadamente com 2 intervenções decisivas. Como nota negativa, a precipitação da primeira parte, com um pontapé que bateu em Lima e que podia ter custado mais caro.
Cedric - Começou o jogo com um erro, mas esse foi o seu pior momento no jogo. Chamará a si algumas criticas no lance do primeiro golo, mas foi a velocidade do lance que o impossibilitou de se reposicionar a tempo. Aliás, Cedric conseguiu até algumas intercepções interiores de grande valor. Foi, de resto, dos jogadores mais accionados da equipa, quer defensivamente, quer ofensivamente, estando melhor a defender do que a atacar. Neste último ponto, nota para o número elevado de passes errados ao longo do seu corredor, sendo que sentiu, claramente, a ausência das habituais diagonais de André Martins.
Piris - Muitas dificuldades no jogo. Defensivamente, cometeu alguns erros importantes e teve também algum azar (como foi o caso do lance do primeiro golo). Ofensivamente, não conseguiu dar profundidade ao corredor, nem tão pouco ligar o jogo pelo seu flanco. Problemas que eram previsíveis no inicio do jogo. Depois de alguns jogos bem conseguidos, repete uma exibição com muitas dificuldades, tal como acontecera em Arouca.
Maurício - Não há muito a apontar-lhe, tendo sido novamente das unidades mais regulares da equipa. Aliás, em termos defensivos foi até bastante dominador nos duelos que travou - foi o jogador com mais acções defensivas no jogo. Em posse, foi igualmente a unidade de maior acerto percentual, contrastando com os restantes elementos da fase de construção. Principal reparo para uma perda de risco - rara nele - na segunda parte.
Rojo - Vinha conseguindo jogos muito bons, mas desta vez não repetiu a nota positiva. Em particular, sentiu muitas dificuldades sempre que teve de sair da sua zona. Com bola, também não esteve muito regular, acabando por perder a bola no lance do segundo golo.
Dier - As virtudes e os defeitos da sua exibição decorrem daquilo que vem mostrando desde o inicio da época - com excepção para alguns aspectos posicionais, compreensíveis pela inadaptação à posição. Ou seja, boa presença em situações de maior contacto físico, com destaque para o jogo aéreo. Por outro lado, dificuldades perante acções a exigir mais agilidade (como o caso do segundo golo) e critério questionável com bola. Este último ponto é, a meu ver, o mais grave em Dier, porque o problema repete-se praticamente em todos jogos em que actua, perdendo bolas em zonas de elevado risco e com uma frequência superior a qualquer outro jogador da equipa.
Adrien - Voltou a oferecer muito pouco em termos de presença em posse à equipa, desta vez num jogo em que claramente era preciso alguém que o fizesse. É verdade que a equipa pede-lhe que não se envolva tanto na fase de construção, em particular para que esteja mais disponível para um segundo momento ofensivo. Mas também é um facto que, para uma equipa como o Sporting, o contributo de Adrien é pouco mais do que medíocre em termos de envolvimento em posse - e não apenas por este jogo. Em destaque, as dificuldades no momento de transição defesa-ataque, onde perdeu 8 das 10 bolas que teve ao seu dispor, uma das quais acabaria por resultar no primeiro golo. Em termos defensivos, o outro lado da sua temporada, não há nada a apontar-lhe.
André Martins - A meu ver não tem características para jogar na ala, embora o possa fazer pontualmente, claro. Lutou e conseguiu até várias acções bem sucedidas, mas isso acabou por valer muito pouco à equipa, em particular porque se perdeu profundidade no seu corredor, e porque poderá também ter feito alguma falta em termos de acção pressionante na primeira linha.
Heldon - Objectivamente, as suas acções conseguiram muito pouca eficácia, completando apenas um dos vários cruzamentos que tirou e finalizando ele próprio uma outra jogada. Ainda assim, foi o jogador que mais agitação conseguiu provocar, sempre através de iniciativas individuais, o que vem trazer alguma água na boca aos adeptos. É bem possível, como já escrevi, que seja um bom reforço a este nível. Em termos defensivos, foi muito pouco intenso perante Maxi e provavelmente Jardim terá de trabalhar com ele a este nível.
Montero - O maior destaque positivo da sua exibição, são os 4 cortes em situações de bola parada defensiva, e isso diz praticamente tudo relativamente ao que não conseguiu fazer nos restantes capítulos do jogo. Pessoalmente, parece-me que tem pouca intensidade para jogar noutra posição que não seja como principal avançado.
Slimani - Completamente gorada a aposta que nele foi feita. Porque a equipa não chegou à zona de finalização, e porque ele próprio não conseguiu ser tão eficaz como se esperava nas primeiras bolas aéreas.
Capel - Se faltou um extremo de raiz ao Sporting, durante muito tempo no corredor direito, Capel teve oportunidade de provar, durante 30 minutos, que talvez esse não tenha sido um aspecto assim tão decisivo. Isto, apesar da entrega que sempre leva com ele.
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