Com o título de «O medo da luta volta a atacar», na última página do Jornal de Notícias de hoje, é apontado o dedo à decisão de o ministro da Educação inglês, Alan Johnson, acabar com o hábito de os alunos porem a mão no ar quando sabem a resposta a uma pergunta do professor. Perante a rapidez de raciocínio dos mais dotados, o comum dos cábulas tinha inveja do seu saber, do facto de se colocarem em posição claramente acima de si. E agora, com a política do género "proíba-se a mão no ar!", pretende-se não dividir a aula entre os talentosos e os tímidos. É mais uma medida de nivelar por baixo. Para não ofender os menos sabedores, cortam-se as pernas, perdão, as mãos, aos mais aptos e capazes de sucesso. É a exagerada vontade de criar a igualdade, a massificação, o anonimato, a mediocridade generalizada, sem capacidade de evolução, de fuga para a frente.
Mas na vida cresce-se e aprende-se a aceitar que há outros melhores que devem servir de exemplo e de emulação aos menos capazes.
Não produz bons efeitos no desenvolvimento da sociedade, qualquer tentativa de nivelar por baixo, deixando de premiar o mérito. Nem no desporto se dão iguais taças para todos os concorrentes, havendo nítida diferença entre os primeiros e os outros.
Aproxima-se o 10 de Junho, provavelmente, com distribuição de prémios a indivíduos seleccionados por critérios de valor de acções levadas a cabo em benefício de Portugal. É certo que esses critérios são muitas vezes discutíveis e o futuro tem indicado que muitos agraciados não eram exemplos a apontar ao comum dos cidadãos. Mas, mesmo assim, há a intenção de premiar o mérito, os que na escola da vida levantam o braço.
Mas ainda estamos à espera de ver premiar as empresas que empregam mais pessoas, que exportam mais, que pagam mais impostos, que investem mais na investigação, que mais ajudam o mecenato, que registam mais patentes, etc. Portugal avança à custa daquelas que nestes critérios se distinguem.
O mérito merece ser premiado para benefício de toda a colectividade, que a ele muito deve.
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