Há mais de meio século, o Tibete foi anexado pela China, num atentado à sua autodeterminação denunciado internacionalmente, e o seu povo experimenta, desde então, o mais negro e triste período de toda a sua história.
Em 1950, o regime comunista da China ordenou a invasão da região, que foi anexada como província. A oposição tibetana foi derrotada numa revolta armada, em 1959. Em consequência, o 14° Dalai Lama Tenzin Gyatso, líder espiritual e político tibetano, retirou-se para o norte da Índia, onde instalou um governo no exílio.
O país tornou-se região autónoma da China em Setembro de 1965 contra a vontade popular. Entre 1987 e 1989, tropas comunistas reprimiram, com violência, qualquer manifestação contrária à sua presença. Há denúncias de violação dos direitos humanos pelos chineses, resultantes de uma política de genocídio cultural. Em agosto de 1993, iniciaram-se conversações entre representantes do Dalai Lama, prêmio Nobel da Paz em 1989, e os chineses, mas mostraram-se infrutíferas.
Embora este atentado contra um povo tenha sido denunciado internacionalmente, os Estados, que era suposto serem «pessoas» de bem, depressa esqueceram o sacrifício dos tibetanos, como esquecem os atropelos aos direitos humanos de um grande estado, em tamanho geográfico e demográfico. O Poder do mundo reside na força das economias, mas não tenhamos ilusões, é mutável e os grandes de ontem já não são os grandes de hoje. Os que denunciaram o atentado à autodeterminação do Tibete já não são poderosos e sentem conveniência em se bajularam aos invasores desse acto, na época, condenável.
Os poderosos do mundo substituíram na ONU Taiwan pela China, agora não concedem ao Dalai Lama o lugar que corresponde ao seu Prémio Nobel da Paz e à sua capacidade de pensador em defesa da Paz mundial. A Europa, agora presidida por Portugal, não hesita em o colocar muitos degraus abaixo do execrável Roberto Mugabe do Zimbabwe.
Rapidinhas de História #8
Há 6 horas