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segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

LISBOA E A GREVE DOS LIXEIROS




Lisboa está a ser vítima de uma greve do sistema de recolha do lixo com a duração de duas semanas. A Câmara não tomou medidas eficazes, apenas colocando alguns contentores de entulho de obras que são insuficientes. A Direcção Geral de Saúde recomenda que se guarde o lixo em casa, isto é, defende a solução de personalizar os inconvenientes do lixo, fraccionando-os por habitação, o que parece realmente irónico.

Mas, felizmente, os autarcas de algumas freguesias evidenciaram mais capacidade de decisão e de realização e estão a fazer face ao problema.

Por lei, a greve é um direito dos trabalhadores. A Câmara tem o dever perante os habitantes de proceder à recolha do lixo que os grevistas não recolhem. Mas não o fez. Há juntas de freguesia que, denotando possuir maior sentido de responsabilidade do que a Câmara, vão proceder à recolha.

Além da irresponsabilidade da Câmara perante os seus munícipes, há a incapacidade de diálogo com os sindicatos dos trabalhadores. Seria de prever que estes reagissem a uma determinação que os lesa, pelo que devia ter havido uma conversa séria entre os autarcas e o sindicato a fim de encontrar uma solução conveniente sem irritar os de baixo. Será que a autarquia escolheu os seus colaboradores de entre os mais capazes para o melhor relacionamento com a população e os trabalhadores? Ou o critério assentou no interesse de dar emprego aos jotinhas, independentemente do seu «valor»?

Haja sentido de Estado (o factor mais importante do Estado, é a Nação, os cidadãos, depois vem o território e só no fim a organização política e administrativa) e sentido de responsabilidade perante os interesses colectivos dos cidadãos de quem os autarcas são mandatários para zelar pela qualidade de vida.

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terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Freguesias, democracia ou autocracia ???

Ao longo das últimas décadas, tem havido um «crescimento» de fantasia, talvez de vaidade, de imitação e de ostentação, acima das possibilidades e das conveniências reais e passaram-se vilas a cidades, aldeias a vilas, forjaram-se freguesias e criaram-se novos concelhos como era desejado, por exemplo, em Canas de Senhorim. Recordo que em 1975 fui pressionado por conterrâneos para usar a influência de que na altura dispunha para ali criar uma freguesia. Não fui na cantiga e dissuadi os meus amigos a não insistirem nisso.

Hoje esclareceu-se a consciência de que, com as facilidades de transporte e de comunicação, bem como a rarefacção da população, há muitas freguesias que fariam bem em se fundir com as vizinhas e criar uma maior com mais peso na vida da região.

Mas os governantes, com a sua habitual inabilidade, falta de sentido das realidades e abuso da autocracia, acordaram um dia com uma ideia caprichosa e, como é seu timbre de autoritarismo teimoso, avançaram de régua e esquadro para o mapa de Portugal a retalhar o País a seu prazer onírico, sem sugerir e incentivar o estudo local de cada caso e deixar que os interessados regionais julgassem democraticamente das vantagens e aderissem à ideia da forma mais adequada para cada situação, jogando com a geografia, a orografia, a demografia, a dinâmica da micro-economia e, em suma, sem ferir os interesses das populações. O fenómeno desejado não foi preparado com a racionalidade mais aconselhável e saiu aborto, tal como aconteceu com o acordo ortográfico que quiseram impor ao idioma de Portugal, Brasil e PALOP. Há que ter presente que as mudanças exigem cortes nos hábitos e rotinas e, por isso, enfrentam sempre com resistências, sendo necessária uma cuidada explicação das vantagens para a conquista da adesão das populações, principalmente, das pessoas mais afectadas. Isto faz parte da democracia de que muito se fala mas pouco se pratica.

Nessa ordem de ideias, não surpreende que presidentes das 10 juntas de Matosinhos exijam demissão de Miguel Relvas. Aliás, eles estão a seguir os conselhos do Primeiro-ministro, pois evitam ser «piegas» e estão a ser «mais exigentes», «menos complacentes». Rejeitam o servilismo e a submissão a um ministro com cujas ideias caprichosas não concordam. O seu comportamento, embora aparentemente rebelde, sugere a pergunta, em vez de impor a sua ideia, não seria mais democrático e mais eficiente, na procura da melhor solução, proceder a um diálogo construtivo e procurar chegar a um consenso mais ajustado às realidades das populações?

A irreverência dos 10 de Matosinhos está sintonizada com os conselhos do Primeiro-ministro, a não ser que ele venha afirmar, como outros políticos têm feito, que não era isso que queria dizer.

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