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quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

IDOLATRIA MODERNA OU AUSÊNCIA DE SENSO


O poema de Zélia Chamusca intitulado Como se cria um ídolo recebeu um comentário que por merecer reflexão se transcreve:

Com a proliferação de ídolos, embora efémeros, estamos a regredir para a mais antiga fase da humanidade em que eram criados ídolos e deuses para satisfazer ignorantes e apaziguar espíritos sem informação sobre as realidades circundantes, tendo-se desenvolvido o politeísmo que consistia na adoração de um Deus para cada problema que o homem não percebia, o sol, o mar a lua, o vento a trovoada, etc . Mas o mundo foi evoluindo e a ciência foi dando respostas a muitas dúvidas e, então, surgiu o monoteísmo.

Porém, hoje parece estarmos em regressão e adoram-se muitos ídolos efémeros, desde o dinheiro ao objecto tecnológico com mais capacidades que os anteriores, ao dinheiro, às pessoas que se destacam em actividades populares, mesmo que sem significado cultural e sem contributo para o desenvolvimento mental e científico, como o futebol e os espectáculos alienantes.

O Papa Francisco tem-se referido muitas vezes a esse retrocesso cultural e civilizacional, que denominou culto dos ídolos efémeros que impedem o relacionamento construtivo com os familiares, colegas e vizinhos, e por vezes criam separações e conflitos clubísticos e obscurantismo aproveitado por grupos e indivíduos que, depois, se servem da deficiente formação e informação das massas populares que são arrastadas atrás de palavras como, por exemplo, liberdade democracia.

Imagem de arquivo

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quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Tibete anexado pela China em 1950

Há mais de meio século, o Tibete foi anexado pela China, num atentado à sua autodeterminação denunciado internacionalmente, e o seu povo experimenta, desde então, o mais negro e triste período de toda a sua história.

Em 1950, o regime comunista da China ordenou a invasão da região, que foi anexada como província. A oposição tibetana foi derrotada numa revolta armada, em 1959. Em consequência, o 14° Dalai Lama Tenzin Gyatso, líder espiritual e político tibetano, retirou-se para o norte da Índia, onde instalou um governo no exílio.

O país tornou-se região autónoma da China em Setembro de 1965 contra a vontade popular. Entre 1987 e 1989, tropas comunistas reprimiram, com violência, qualquer manifestação contrária à sua presença. Há denúncias de violação dos direitos humanos pelos chineses, resultantes de uma política de genocídio cultural. Em agosto de 1993, iniciaram-se conversações entre representantes do Dalai Lama, prêmio Nobel da Paz em 1989, e os chineses, mas mostraram-se infrutíferas.

Embora este atentado contra um povo tenha sido denunciado internacionalmente, os Estados, que era suposto serem «pessoas» de bem, depressa esqueceram o sacrifício dos tibetanos, como esquecem os atropelos aos direitos humanos de um grande estado, em tamanho geográfico e demográfico. O Poder do mundo reside na força das economias, mas não tenhamos ilusões, é mutável e os grandes de ontem já não são os grandes de hoje. Os que denunciaram o atentado à autodeterminação do Tibete já não são poderosos e sentem conveniência em se bajularam aos invasores desse acto, na época, condenável.

Os poderosos do mundo substituíram na ONU Taiwan pela China, agora não concedem ao Dalai Lama o lugar que corresponde ao seu Prémio Nobel da Paz e à sua capacidade de pensador em defesa da Paz mundial. A Europa, agora presidida por Portugal, não hesita em o colocar muitos degraus abaixo do execrável Roberto Mugabe do Zimbabwe.

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