Em Myanmar (ex-Birmânia), depois do ciclone que fez imensas destruições e vitimou milhares de seres humanos, continuam a morrer diariamente centenas de pessoas principalmente crianças, porque a junta militar não permite o acesso de auxílio internacional. Uma tragédia indescritível, um povo inteiro à mercê de generais sem rosto, mandantes que não hesitam em atirar sobre monges pacíficos e de manter prisioneira Daw Aung San Suu Kyi, a eleita para governar o País nas eleições de Maio de 1990, por 75% dos votos.
O chefe da junta só passados muitos dias visitou os locais afectados pela tempestade, mas entretanto tinha mandado distribuir material de socorro recebido do estrangeiro, depois de colocar na embalagem a etiqueta da junta.
Pelo contrário, a China de que muita gente não gosta, mas que, após a era de Mao, tem orientado a sua acção em benefício das populações, de forma progressiva e persistente, deu agora, todo o apoio às pessoas lesadas pelo grande sismo, abriu o acesso a todo o apoio que veio do estrangeiro, deu liberdade de circulação a jornalistas de todo o mundo e, curiosamente, recebeu auxílio de Taiwan, apesar do diferendo existente.
Perante esta atitude ditatorial desumana e aberrante da junta de Myanmar, pergunta-se qual é o papel da ONU? O que entendem por direito de ingerência em defesa dos direitos humanos? Que significado dão aos objectivos constantes na Carta das Nações Unidas, de entre os quais, cito os seguintes: Manter a paz mundial; Proteger os Direitos Humanos; Promover o desenvolvimento económico e social das nações; Reforçar os laços entre todos os estados soberanos.
De que esperam os países mais representativos, como os Estados Unidos, a Grã-Bretanha, Moscovo e a China para chamarem á ordem essa junta que mancha o bom nome que devem ter os representantes dos Estados normais. Aqueles que intervieram no Afeganistão, nos Balcãs, no Iraque, de que estão à espera para normalizarem a vida dos birmaneses? Qual é o papel do Conselho de Segurança?
Para avivar a memória, transcreve-se o seguinte apontamento retirado da Wikipedia:
A Organização das Nações Unidas (ONU) foi fundada oficialmente a 24 de Outubro de 1945 em São Francisco, Califórnia, por 51 países, logo após o fim da Segunda Guerra Mundial. A primeira Assembleia Geral celebrou-se a 10 de Janeiro de 1946 (em Westminster Central Hall, localizada em Londres). A sua sede actual é na cidade de Nova Iorque.
A precursora das Nações Unidas foi a Sociedade de Nações (também conhecida como "Liga das Nações"), organização concebida em circunstâncias similares durante a Primeira Guerra Mundial e estabelecida em 1919, em conformidade com o Tratado de Versalhes, "para promover a cooperação internacional e conseguir a paz e a segurança". Em 2006 a ONU tem representação de 192 Estados-Membros - cada um dos países soberanos internacionalmente reconhecidos, excepto a Santa Sé, que tem qualidade de observadora, e países sem reconhecimento pleno (como Taiwan, que é território reclamado pela China, mas de reconhecimento soberano por outros países).
Um dos feitos mais destacáveis da ONU é a proclamação da Declaração Universal dos Direitos Humanos, em 1948.
segunda-feira, 19 de maio de 2008
Myanmar, China e a ONU
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A. João Soares
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sábado, 22 de setembro de 2007
Suu Kyi, exemplo de perseverança, contra a ditadura
Oposicionista birmanesa Suu Kyi saiu hoje de casa
A oposicionista birmanesa Aung San Suu Kyi, sob reclusão domiciliária há mais de quatro anos, saiu hoje da sua casa em Rangum para cumprimentar monges budistas que se manifestavam contra a Junta Militar, indicaram testemunhas.
Geralmente, forças de segurança bloqueiam a avenida onde se situa a residência de Suu Kyi, mas hoje excepcionalmente um milhar de manifestantes pôde passar diante da sua casa.
Aung San Suu Kyi, 62 anos, saiu de dentro da casa com lágrimas nos olhos em companhia de duas outras mulheres e foi cumprimentar os monges, alguns dos quais começaram a chorar, ainda segundo relatos de testemunhas.
Apesar de chover, os monges permaneceram diante da residência da oposicionista durante cerca de quinze minutos, dizendo uma oração:«sejamos totalmente livres de qualquer perigo, de qualquer dor, da pobreza e que a paz esteja nos nossos corações e nos nossos espíritos».
Cerca de 20 polícias tinham momentos antes retirado as barreiras que bloqueiam a avenida e não interromperam a procissão religiosa, segundo as mesmas fontes. Mal os monges partiram, as forças de segurança voltaram a encerrar a artéria.
Suu Kyi saíra da sua residência pela última vez em Novembro de 2006, altura em que a Junta Militar a autorizou a encontrar-se durante uma hora com um enviado especial das Nações Unidas, Ibrahim Gambari.
Aung San Suu Kyi, prémio Nobel da paz em 1991, está reclusa em casa há mais de quatro anos e foi privada de liberdade durante a maior parte dos últimos 18 anos.
A Liga Nacional para a Democracia (LND), partido que co-fundou em 1988, venceu por larga maioria nas eleições legislativas de 1990, mas os resultados foram rejeitados pelos generais no poder.
Desde o início da semana, jovens monges budistas aderiram a um movimento de protesto desencadeado em 19 de Agosto contra a Junta após o aumento em 50 por cento dos preços dos combustíveis e dos transportes públicos.
Hoje, cerca de um milhar de monges desfilaram pelas ruas de Mandalay, no centro da Birmânia, enquanto 2.000 outros o fizeram em Rangum, a maior cidade do país.
A marcha em Mandalay, que conta com numerosos locais de culto budistas e centros de educação religiosa, terminou sem incidentes, o mesmo acontecendo com a de Rangum.
Diário Digital / Lusa
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A. João Soares
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