domingo, 30 de dezembro de 2012

2012

 
 
 
 
Pinturas de 2012
 
 
 
 
 
Não vou falar nada sobre as desgraças do costume; nem sobre as inquietações que os mesmos sofrem; nem sobre fantasias, nem milagreiros. Outros na sua sapiência sabem bem dizer de sua justiça. Eu sou apenas um pintor.

 
 
 

 Foi 2012. Foi a pintura que fiz. Agora, outros julgarão, ou não, o trabalho realizado ( mostrado semanalmente no blog), que corresponde a este meu modo de estar na vida e de o descrever, segundo os meus parâmetros estéticos e éticos.
 
Feliz 2013.
 
 
E vos deixo com as palavras de Mário Vargas Llosa, em entrevista à revista Sábado, para que cada um faça a análise que julgar mais assertiva:
 
“Há uma burla no campo das artes plásticas. Já não sabemos o que é bom e o que é mau, o que é feio ou bonito. Mesmo essas categorias são já inaceitáveis. Desapareceu o cânone estético. Muitos artistas autênticos são completamente ultrapassados e abolidos porque não têm essas capacidades histriónicas de vender, promover, que é o que se premeia, e não o talento artístico.”


domingo, 23 de dezembro de 2012

Feliz Natal

 
 
 








 
 
Quando o Natal chega, mesmo tudo ficando igual, há um outro olhar sobre a condição humana. Há um desejo de reconciliação. Connosco. Com o mundo. No imaginário ou pela força da tradição. É o que eu sinto. E muitos como eu. Sei que a fantasia é a fantasia. Que a mentira é sempre mentira, mas este mundo será sempre da incerteza. Da dúvida. E do sonho também.
 
Boas Festas para os que me acompanham, aqui, neste descritivo modo de olhar a arte e a vida.
 
E vos deixo com as palavras de Philip Chesterfield:
 
“A maioria das artes exige longo estudo e aplicação, porém, a mais bela de todas, a simpatia, apenas exige vontade.”


domingo, 16 de dezembro de 2012

Desconhecidos

 
 
 
 
 
 
 
 
Desde que descobri na net um canal de música passei a ouvir, enquanto pinto, ópera, porque me dá paz, serenidade, companhia, ambiência e me transporta para imaginários cenários. Já escutava música clássica na nossa rádio de referência. Ouvia e ia aprendendo a conhecer autores, intérpretes e muitas das histórias envolventes. Depois, neste eterno mudar que é composta a vida das pessoas e das empresas, tudo ficou diferente. Programas que seguia deixaram de existir e, muitas das vozes que me eram familiares desapareceram. Deixei de sintonizar a única estação com a qual me identificava. Agora, com esta descoberta, ganhei o que queria – música operática-, mas perdi muito. Perdi porque ninguém anuncia quem canta o quê, nem porquê, nem como, nem os muitos episódios de uns e de outros. A arte não nasce das pedras, ela é resultante de trabalho e dedicação de pessoas com uma história de vida. Não referir o universo da criação é transformar a autoria do belo num mar de esquecidos. De desconhecidos. Triste sina em que apenas se conta uma parte da história. Da nossa história. Das nossas vidas.
 
 Recordo hoje as palavras de Alphonse Karr:
“O esquecimento é a morte de tudo quanto vive no coração.”
 
 
 
E termino com Rollando Vilazón cantando “Una Furtiva Lágrima” ária de Donizetti, que é um hino ao amor e não ao esquecimento, porque os amores nunca se esquecem.


 
 


domingo, 9 de dezembro de 2012

Deixem-me

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
"Repouso", 2012
 
Pintura sobre tela, 60x100 cm
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 



Deixem-me continuar.

Deixem-me neste tempo e neste modo.

Deixem-me descobrir a quadratura do círculo.

Deixem-me viver nas ondas dos desejos e das miragens.

Deixem-me vencer os dias como se fossem anos.

Deixem-me olhar com olhos de ver.

 Deixem-me com os meus pensamentos feitos realidade.

Deixem-me.


 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 


domingo, 2 de dezembro de 2012

As conversas são como as cerejas

 
 
 
 
 
 
“Novas Conversas”, 2012
 
Pintura sobre tela (em construção).
 
 
 
As conversas são como as cerejas: umas arrastam as outras. De um episódio se passa ao seguinte e a mais outro, que se complementam ou, até, se opõem. Com sentido crítico assertivo e, também, como acontece muito, com ligeireza, se fala de tudo sabendo ou não do assunto. É uma necessidade dizer coisas com verdade ou mentira. A presença de alguém quase que obriga a um diálogo que é, muitas vezes, apenas um modo de estar em que o silêncio é o inimigo que não se deseja. Não falar quando se está com alguém é dizer tanto, sem dizer nada. Uma palavra, um sorriso, um olhar, um gesto completam curtas ou longas narrativas. E porque a comunhão com alguém que não tem nada a acrescentar é desmotivante, as conversas deixam de ser apelativas e acabam, quando se esgota a vontade de ouvir o outro ou de dizer seja o que for. E nos afastamos. De vez. Ou nos arrastamos. Muitas vezes.
 
 
 
E vos deixo com as palavras de Guy Maupassant:
 
“A conversa é o jogo de raquete das palavras e das ideias.”