Depois
de dois anos longe dos tablados de Belo Horizonte, “Vincent” está de volta. O
solo do ator e diretor Jefferson da Fonseca, produzido pela Querida Companhia
de Arte, foi levado ao palco pela primeira vez em 1995. Daquele ano em diante,
foram duas décadas ininterruptas de salas convencionais e espaços alternativos,
em paisagens diversas pelo Brasil. “Vincent”, que, agora, ganha o subtítulo “Um
solo de amor”, se reapresenta renovado no Teatro Marília (Avenida Professor Alfredo Balena, 586), no Bairro Santa Efigênia, de 17 a 26 de novembro, sexta e sábado, às 21h, domingos, às 19h.
Novas
cores e nuances, caracterização, e releitura dos textos de Van Gogh, Antonin
Artaud e Shakespeare, são o que pode ser destacado na nova versão de “Vincent”.
“São mais de 20 anos desde as primeiras leituras das quase mil cartas de Van
Gogh. É natural que, em novo tempo, tomados de muitas outras motivações, a
gente reveja o que criamos. A mudança mais significativa é o menor peso
dramático na concepção. Hoje, entendemos um pouco melhor a poesia, a provocação
e as cores de Vincent. O tanto que tudo isso nos afeta. A melancolia, antes aos
montes, de doer, continua, em outros lugares, porém, em outra proporção”, diz
Jefferson.
“Vincent
– Um solo de amor” é um espetáculo centrado na força da palavra e do ator.
Inspirado em algumas das muitas cartas do pintor holandês, o texto traz à cena
um ser humano rude, apaixonado e solitário, que fala de Deus, amor e liberdade.
Num período dos mais conturbados de toda a sua vida - abatido pela miséria,
mergulhado na literatura e na filosofia e de relações cortadas com a família -,
Vincent buscava a reconciliação com seu protetor e mais leal amigo: o irmão
Theo.
Em 20 anos de carreira
(1995-2015), “Vincent” foi destaque em festivais nacionais de São Paulo (Franca
e Piracicaba) e Paraná (Curitiba). E, por meio da Planeta Produções, em
parceria com a Fundação Belgo-Mineira, a montagem percorreu o interior do
Espírito Santo e Minas Gerais. Também foi atração para grupos de psiquiatria em
Santa Catarina, Rio de Janeiro e São Paulo. O espetáculo foi criado por
Jefferson da Fonseca, com a supervisão geral do crítico, professor e diretor
teatral Marcello Castilho Avellar (1961-2011).
Ao longo de mais de 20 anos,
“Vincent” esteve em bares, galpões e teatros de formatos diversos. Em todos
esses espaços, buscou investigar o que seria a forma ideal para que a relação
palco-plateia pudesse ali se realizar plenamente, o que acabou permitindo a
seus criadores o acúmulo de soluções cênicas que se destacam na obra. Soma-se a
isso a importância do debate presente no próprio texto, que trata da arte, de
Deus, de amor, do artista e da liberdade.
Fotos: Ana Cândida Cardoso
Fotos: Ana Cândida Cardoso
Em dezembro tem "Vincent - Um solo de amor" no Espaço Cênico Yoshifumi Yagi - Teatro Raul Belém Machado
Sobre Jefferson da Fonseca, ator e diretor de “Vincent – Um solo de amor”
Jefferson da Fonseca, mineiro de Belo Horizonte, nascido em 1971, é ator, diretor, jornalista e professor. Diretor da Casa do Ator - Studio de Treinamento e Arte; professor de interpretação da Rede Pitágoras (2000-2007); professor de interpretação e improvisação da Puc Minas (2000-2014). Em 1998 e 2014, com trabalhos em Cuba, Argentina, Alemanha, França, Espanha e Luxemburgo, Jefferson foi curador do Festival Internacional de Teatro de Belo Horizonte (Fit-BH). Entre dezembro de 2015 e agosto de 2017, foi diretor das artes da Fundação Municipal de Cultura de Belo Horizonte. Diretor do Fit-BH, em 2016. Desde 1992, é profissional de teatro, TV e cinema. É autor das crônicas semanais de “Vida Bandida” e “Bandeira Dois”, publicadas pelo Grupo Diários Associados, onde é colaborador desde 1991. Foi repórter de cultura e cidades. “Natasha”, “Nós outros”, “Um outro alguém”, “Bonsai” e “Alma nua” são algumas das histórias de Jefferson roteirizadas para o cinema. Para o teatro, entre outras peças, o ator e dramaturgo escreveu “Era uma vez Mary Lane”, “Chovia, mas os ladrões não usavam guarda-chuvas”, “O comedor de batatas”, “Alice ao avesso”, além de “Vincent – Um solo de amor” – adaptação de cartas do pintor Vincent Van Gogh. Como ator, premiado em drama e comédia, Jefferson atuou nos espetáculos “A intrusa”, “O processo”, “O mágico de Óz”, “Peter Pan”, “Ricardo 3”, “Vincent”, “Palmeira seca”, “Lua de cetim”, “Essa velha é uma parada”, “Fulaninha e dona coisa”, “Os sem vergonhas”, “Um inimigo do povo” e “Antígona: outra vez tenho vontade bater em alguém”, com a Cia Pitouch (França), entre outros. Na TV, pela Rede Globo, esteve no elenco da minissérie JK, nas novelas “Sete Vidas”. “Novo mundo”, “Os dias eram assim” e em quadros especiais para o Fantástico, de 2012 a 2016. No cinema, destacam-se as obras “Amor perfeito”, de Geraldo Magalhães, “Pequenas histórias”, de Helvécio Ratton, “Galinha ao molho pardo”, de Feliciano Coelho, “Alma nua”, “O homem das multidões”, de Cao Guimarães e Marcelo Gomes, os inéditos “Alma nua”, “Descompasso” e “Escuta-me”, da Casa do Ator, e o premiado “Foro Íntimo”, de Ricardo Mehedff.
FICHA TÉCNICA
Textos:
VINCENT VAN GOGH
WILLIAM SHAKESPEARE
ANTONIN ARTAUD
Roteiro e Direção:
JEFFERSON DA FONSECA
MARCELLO CASTILHO AVELLAR
Arte, Figurino e Fotografia:
ANA CÂNDIDA CARDOSO
Iluminação:
CÁSSIO PINHEIRO
Produção:
QUERIDA COMPANHIA DE TEATRO
PAULA SÁ E TERESA BORGES
Contatos:
Paula Sá (31) 99637-1416
Teresa Borges (31) 99972-5818