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segunda-feira, 16 de março de 2009
Wallace Stevens – Da poesia moderna
O poema da mente no ato de achar
O que bastará. Nem sempre teve
Que achar: a cena estava pronta; repetia o que
estava no roteiro.
........................................................Então o teatro mudou
Para outra coisa. Seu passado era um souvenir.
Tinha que estar vivo, aprender a fala do lugar.
Tinha que enfrentar os homens da época e encontrar
As mulheres da época. Tinha que pensar sobre a guerra
E tinha que achar o que bastará. Tinha
Que construir um novo palco. Tinha que estar nesse palco
E, como um ator insaciável, lenta e
Meditativamente falar palavras que no ouvido,
No delicadíssimo ouvido da mente, repitam
Exatamente aquilo que quer ouvir, ao som
Do qual uma audiência escuta,
Não à peça, mas a si própria, expressa
Numa emoção como a de duas pessoas, como a de duas
Emoções a se tornar uma. O ator é
Um metafísico no escuro, tangendo
Um instrumento, tangendo um instrumento de arame que faz
Sons passando por súbitas justezas, contendo
Inteiramente a mente, abaixo da qual não consegue descer,
Além da qual não tem vontade de subir.
.......................................................Tem que ser
O ato de achar uma satisfação, e pode
Ser a de um homem patinando, uma mulher dançando, uma mulher dançando, uma mulher se penteando. O poema do ato da mente.
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