Estamos sempre no perigo de sobrecarregar um poema com excesso de pensamento e assim impedir que o poético nos toque. Um perigo ainda maior - hoje dificilmente assumido - é o de pensar de menos, de resistir ao pensamento de que a experiência em sentido próprio da linguagem só pode ser uma experiência de pensamento, de que a grandeza poética de toda poesia vibra num pensamento. (...) Como há séculos nos alimentamos do preconceito de que o pensamento é coisa da ratio, ou seja, do cálculo em sentido amplo, falar sobre a vizinhança entre de pensamento e poesia parece sempre muito suspeito.
O pensamento não é nenhum meio para o conhecimento. O pensamento abre sulcos no agro do ser.