Legenda da foto: Tom Robson ou Tonho Baixinho: seja lá com qual destes nomes, ele é!
Artigo publicado originalmente no site JLPILÍTICA, em 12 de Janeiro de 2024
Um gigante chamado Tonho Baixinho
Por Mário Sérgio
Tom Robson ou Tonho Baixinho? O certo é que Antônio Robson Barreto Pereira escreveu sua história na música brasileira com tinta ouro. Sua escalação nessa área passa por todos os momentos imagináveis que um cantor e compositor do seu quilate possa alcança nessa trajetória.
Tonho participou de quase todos os programas de calouros da radiofonia sergipana. Olhe lá se não foram de todos. Sua presença na antiga Rádio Difusora, atual Aperipê, era constante. Assim como era também nas rádios Liberdade, Atalaia, Cultura, Jornal, além de se tornar figura marcante nos diversos festivais aqui realizados.
Ali, a carreira de Tonho já se mostrava real, verdadeira. Agora era partir para aquele grande momento em que os artistas disputavam: os Conjuntos de Bailes.
Se até Djavan também passou por conjuntos de bailes, não seria diferente para aquele jovem sonhador sergipano concretizar esse sonho e a partir daí conseguir viver da música. E pela música.
E pelos conjuntos de bailes lá se vai Tonho em busca desses sonhos. The Top Cats, Os Nômades, The Top’s, Vikings. Lembro dos Vikings abrilhantando uma baile em Estância, no aniversário do Conjunto Os Cometas.
Aquela foi uma noite para ser lembrada pelo povo estanciano, afinal de contas um dos maiores conjuntos do Nordeste estava ali, participando de uma festa que fervia no sul do Estado.
Mas, afinal, qual a linha da música desenvolvida por Tonho Baixinho? Rotulá-lo como MPB, Reggae, Samba, Forró é limitar o talento desse grande músico brasileiro. Aliás, músico, ator, produtor, instrumentista. Um artista por completo.
Tonho estudou teatro no Rio de Janeiro com um dos maiores gênios da dramaturgia brasileira, o Augusto Boal. Aliás, Augusto teve indicação ao Prêmio Nobel da Paz por seu trabalho com o Teatro dos Oprimidos.
Por falar em Augusto, a música “Meus Caros Amigos”, composição de Chico Buarque em parceria com Francis Hime, foi dedicado a ele, quando estava em exílio na cidade de Lisboa, Portugal.
Ainda no teatro, Tonho trabalhou com a grande atriz Jurema Penna, da Bahia, que teve importante papel no teatro baiano e brasileiro, de forma independente e audaciosa, principalmente num período em que a televisão se sobressaia ao teatro. Jurema Penna trabalhou na TV Globo durante anos e participou da primeira versão da novela Irmãos Coragem, em 1970.
Mas a música sempre esteve ligado diretamente à carreira de Tonho. Junto com o amigo de todas as horas Irmão, construiu o primeiro show autoral da dupla, que após o evento seguiram para o Rio de Janeiro alçar voos maiores e mais altos.
No Sudeste do país, não faltaram espaços para apresentar suas músicas. Circo Voador, abertura de shows dos grandes nomes da música brasileira, a exemplo de Gilberto Gil, apresentação com Jane Duboc na TV Educativa, trilhas sonoras de filmes com o genial Paulo Moura, Leci Brandão, Jamelão e tantos outros.
Os discos de Tonho Baixinho são parcerias com nomes relevantes da música brasileira, bem como sucessos que não podem faltar nas discotecas das rádios sergipanas. Não é bem o que vemos, mas é o que defendemos, por tratar-se de um artista sergipano, de expressão nacional.
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* O articulista Mário Sérgio, é radialista, jornalista e pesquisador da MPB.
Texto e imagem reproduzidos do site: jlpolitica com br