quarta-feira, 27 de abril de 2022

Museu da Gente ganha espaço em homenagem aos Povos Originários

Legenda da imagem: Atividades acontecerão no dia 29 de abril, sexta-feira, a partir das 14h - (Crédito da imagem: Museu da Gente Sergipana)

Publicado originalmente no site do Portal INFONET, em 27 de abril de 2022

Museu da Gente ganha espaço em homenagem aos Povos Originários

No mês alusivo ao Dia dos Povos Indígenas (19 de abril), o Instituto Banese, através do Museu da Gente Sergipana Gov. Marcelo Déda, realizará uma programação voltada para a conscientização acerca do valor e do respeito aos indígenas. As atividades acontecerão no dia 29 de abril, sexta-feira, a partir das 14h, com a participação de pesquisadores, integrantes de comunidades indígenas de Sergipe, estudantes, além do público em geral.

O reconhecimento, a preservação e a valorização das tradições dos povos originários, sua atuação e luta pela demarcação de terras e pela garantia de tantos outros direitos serão alguns dos temas discutidos na Roda de Conversa ‘O Lugar dos Povos Originários no Mundo Contemporâneo’, às 14h. O bate-papo contará com as presenças do Cacique Bá (líder do Povo Xokó), de Ivanilson Martins Xokó (professor e pesquisador do tema ‘Os Índios na História’), de Josete Fulkaxó (representante da comunidade), de Denizia Kawany Fulkaxó (Pedagoga, Mestre em Povos Africanos, Indígenas e Culturas Negras) e da Prof.ª Dra. Valéria Maria Santana Oliveira (autora do livro ‘Povo Xokó: Memória, Identidade e Educação’), com a mediação de Carine Pinto (Mestre em História, pesquisadora em Cultura, Representações e Historiografia).

A programação seguirá com a inauguração de um espaço referente aos povos indígenas que irá compor a instalação ‘Nossas Histórias’. A iniciativa de inclusão da temática no acervo do museu é uma justa homenagem aos nossos povos originários, enriquecendo o mergulho na história e na cultura sergipana.  Denominado de ‘Saberes dos Povos Originários de Sergipe’, o nicho será uma vitrine para peças artesanais de decoração, indumentárias, instrumentos musicais, dentre outros, que apresentarão aos visitantes os saberes tradicionais da herança das comunidades Xokó e Fulkaxó, que precisam ser conhecidos e preservados.

A programação, totalmente gratuita, será encerrada no átrio do museu, com apresentação da Dança do Toré. Ao longo do evento, serão comercializados artefatos feitos pela comunidade Fulkaxó e obras literárias, de autoria dos palestrantes, com a temática dos povos indígenas de Sergipe.

Inscrições

Para participar da Roda de Conversa é preciso se inscrever na plataforma de agendamento de visitas, no site www.museudagentesergipana.com.br. Basta localizar a data (29.04) e o nome do evento (Roda de Conversa ‘O Lugar dos Povos Originários no Mundo Contemporâneo’) e preencher com os dados solicitados. As vagas são limitadas para a Roda de Conversa.

Fonte: Ascom/Museu da Gente Sergipana

Texto e imagem reproduzidos do site: infonet.com.br

Cresce a produção do amendoim em perímetros irrigados em Sergipe




Fotos Ascom/Cohidro

Publicado originalmente no site do GOVERNO DE SERGIPE, em 26 de Abril de 2022

Cresce a produção do amendoim em perímetros irrigados em Sergipe

Tendência é de que neste ano a produção aumente ainda mais, já que a maioria das restrições sanitárias por conta da Covid-19 terminaram e os festejos juninos voltarão a todo vapor

Ainda em outubro do ano passado, animados com os resultados positivos do combate à pandemia do coronavírus, os plantadores de amendoim, que recebem água e assistência técnica agrícola nos perímetros irrigados do Governo de Sergipe, retomaram os plantios. Esses agricultores irrigantes apostavam em um 2022 promissor para o turismo e lazer, setores que em Sergipe absorvem boa parte da produção de amendoim cozido, escoando praticamente todas as safras dos produtores.

No Perímetro Irrigado Piauí, administrado pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) em Lagarto, nos meses de março e abril deste ano, mais de 20 produtores colheram o amendoim, aproveitando o bom preço do período de entressafra nas lavouras de sequeiro.

O ano de 2021 terminou com a colheita de 905 toneladas nos cinco perímetros de aptidão agrícola da Cohidro. Mas a tendência é de que neste ano a produção aumente ainda mais, já que a maioria das restrições sanitárias por conta da Covid-19 terminaram e os festejos juninos voltarão a todo vapor.

“Neste período ele [o amendoim] está favorável. As colheitas aqui estão dando sempre de boa qualidade ultimamente e o preço agora está de R$ 30 a medida [balde de 12 litros], saindo da roça e já abatido o custo com a mão de obra da colheita. Toda semana está acontecendo a colheita do produto”, destacou o gerente do perímetro Piauí, Gildo Almeida.

No perímetro de Lagarto, de janeiro a dezembro de 2021, foram colhidas 144 toneladas, montante que deve ser superado, fazendo referência a produção dos três primeiros meses de 2022 que somam 47,5 ton.

Renilson de Jesus é irrigante no perímetro Piauí e há mais de um mês vem fazendo a colheita do amendoim plantado. As colheitas das suas lavouras geram mão de obra para dez pessoas por vez, além do irrigante.

O agricultor explica que, para ele, o período bom para produzir é fora do inverno, quando na região Nordeste tem chuvas escassas e só colhe quem possuir irrigação. Há dez anos produzindo amendoim, Renilson colhe até quando a produção da agricultura de sequeiro começa a chegar ao mercado.

“Eu pretendo plantar de novo só no final do inverno. Esse período é bom de produzir, mas, o preço fica mais barato. A partir de agora muitas pessoas plantam fora de irrigação, aproveitando as chuvas do inverno. A escolha do amendoim, no caso do período irrigado aqui, é por dar mais um dinheirinho. Porque o pessoal só planta irrigando mesmo”, salienta Renilson.

Texto e imagem reproduzidos do site: se.gov.br

terça-feira, 26 de abril de 2022

Biografia autorizada de Jouberto Uchôa, reitor da Unit, será lançada em Aracaju

Publicado originalmente no site F5 NEWS, em 25 de abril de 2022 

Biografia autorizada de Jouberto Uchôa, reitor da Unit, será lançada em Aracaju

Obra de Milton Alves Júnior homenageia os 60 anos do Grupo Tiradentes  

O jornalista e escritor sergipano, egresso da Universidade Tiradentes, Milton Alves Júnior, lançará seu mais novo livro:  ‘Uchôa – Multiplicador de sorrisos’ neste dia 28. Com cerimônia aberta ao público, a biografia conta a trajetória do ex-vigilante visionário responsável em erguer um dos maiores conglomerados educacionais do país, o Grupo Tiradentes, que é também reitor da Unit em Sergipe: Jouberto Uchôa de Mendonça.

A obra literária apresenta detalhes dos 85 anos de vida do responsável pelo progresso do ensino superior em Sergipe. Já que, nos idos da década de 1970, professor Uchôa previu que o progresso no Estado se daria, principalmente, por meio de uma Educação de qualidade. Tamanha dedicação se desmembrou também em prol do fortalecimento da cultura sergipana, com as ações de responsabilidade social, ambiental, de inclusão social e de valorização do ser humano que Uchôa sempre priorizou na Unit. Tudo isso, junto ao elo familiar fundamental para construir seu legado, é contado em uma narrativa envolvente e cheia de minúcias pouco conhecidas por todos.

A biografia de Milton Alves Júnior tem prefácio assinado pelo ex-ministro do Supremo Tribunal Federal, o sergipano Carlos Augusto Ayres de Freitas Britto, além de ilustrações exclusivas produzidas por artistas regionais. “Aposto que não haverá um só leitor que, ao consumar a obra, não ficará ainda mais apaixonado pela trajetória de vida traçada pelo aracajuano que, ainda na infância, precisou ir morar com os avós no município alagoano de Girau do Ponciano. Professor Uchôa é um ser multiplicador de sorrisos! Foi, e é, através da sua ideologia, que milhares de famílias puderam desfrutar da conquista pelo ensino superior de qualidade”, destaca o autor. “Garanto que todos irão se apaixonar pela história de vida do biografado. É linda demais”, celebra.

Sem apresentar mais detalhes do conteúdo presente na obra, Milton Alves Júnior destaca que poucas pessoas tiveram a oportunidade de ler o livro. “Minha preocupação era produzir e concluir uma obra que estivesse integralmente de acordo com a cronologia dos fatos. São 354 páginas repletas de fotos e depoimentos conferidos e aprovados pelo biografado, porém, há detalhes especiais, criados com exclusividade por ilustres artistas sergipanos, os quais, de forma estratégica, não foram revelados aos professores Jouberto Uchôa e Amélia Cerqueira”, revela. 

O biografado reconhece tamanho prestígio. “Deus foi generoso demais comigo! É um grande privilégio ser homenageado em vida e ainda mais no mês em que celebramos os 60 anos de Grupo Tiradentes. Estou muito emocionado com esse momento. Espero que todos que tenham acesso à obra possam se inspirar de alguma forma”, declara o reitor da Unit, professor Jouberto Uchôa.

Lançamento da Biografia

O evento de lançamento da obra literária sergipana acontecerá no próximo dia 28, às 17h, no Foyer do prédio da Reitoria, campus Unit Farolândia. Aberto para toda a sociedade, o momento será também uma oportunidade de valorizar a cultura sergipana e, claro, de parabenizar o homenageado por sua história de vida e todos esforços dedicados em prol do Grupo Tiradentes que comemora 60 anos neste mês.

“A solenidade de lançamento também terá atrações incríveis não reveladas, mas tenho plena convicção que será emocionante para todos que estiverem participando deste dia repleta de homenagens”, completa o autor Milton Alves Júnior, reforçando que o momento é também em homenagem ao marco histórico do Grupo Tiradentes: há 60 anos em atividade em Sergipe.

Com valor simbólico de R$50, no dia do evento, o interessado poderá ter acesso a obra com direito a dedicatória do autor e do biografado. Após a solenidade, a obra estará disponível em livrarias Escariz (em Aracaju), com possibilidade de envio para outras localidades. Para isso, basta entrar em contato com o autor pelo número: 79 99180-1180 (ligação e whatsapp).

A publicação da obra contou com o apoio da Editora Diário Oficial do Estado de Sergipe (Edise).

Fonte: Ascom UNIT

Texto e imagem reproduzidos do site: f5news.com.br

Exposição Aracaju Frente & Verso apresenta fotografias de Lineu Lins

Crédito da foto: reprodução/UNIT  - (Clique na foto para ampliar)

Publicado originalmente no site F5 NEWS, em 26 de abril de 2022

Exposição Aracaju Frente & Verso apresenta fotografias de Lineu Lins

Registros feitos há mais de 60 anos mostram o cotidiano da antiga Aracaju  

Um ‘clique’ e voilà! Dizem que a fotografia tem o poder de capturar emoções que não são transmitidas de outra maneira. Por meio dela, a História também pode ser registrada para as gerações futuras. Como numa máquina do tempo, em 2022, os aracajuanos têm a oportunidade de conhecer como era a cidade há mais de 60 anos.

O que os olhos do fotógrafo Lineu Lins viram, a câmera fotográfica registrou: mais de 25 mil imagens do cotidiano da sociedade sergipana. Destas, oito fazem parte da exposição Aracaju Frente & Verso, no Shopping Jardins, que reúne 16 imagens da cidade. As outras oito são do fotógrafo Aluízio Accioly, feitas em 2022 como um contraponto aos antigos registros de Lineu.

A curadoria foi feita juntamente com a Universidade Tiradentes (Unit), que abriga o arquivo do fotógrafo Lineu Lins desde 2011. Para o diretor do Sistema Integrado de Bibliotecas da Unit, Marcos Wandir, a exposição reforça a identidade cultural sergipana. “Ela mostra à sociedade sergipana um comparativo das décadas anteriores com as atuais e as transformações que se sucederam através do tempo, enriquecendo o conteúdo cultural e arquitetônico da cidade de Aracaju”, disse.

A exibição acontece em frente ao Cinemark do Shopping Jardins com acesso gratuito, de segunda a sábado, das 10h às 22h, e aos domingos e feriados, das 14h às 20h.

Já a coleção completa das fotografias de Lineu Lins fica na Biblioteca Jacinto Uchôa e está aberta a todos que desejam conhecer a História de Aracaju. “Disponibilizamos aos alunos, professores, pesquisadores e interessados o acesso à produção fotográfica do talentoso Lineu Lins, que se destacou pelo olhar sempre atento às pessoas, seu cotidiano, seu espaço e seus afazeres, contribuindo assim para a consolidação e ampliação dos conhecimentos histórico, cultural, geográfico e político de Sergipe”, afirma Wandir.

Texto e imagem reproduzidos do site: f5news.com.br

domingo, 24 de abril de 2022

Fátima Escariz: “O sergipano está lendo muito, graças a Deus”

Legenda da foto: "Temos gratas surpresas com livros de escritores sergipanos maravilhosos", diz Fátima Escariz

Publicado originalmente no site SÓ SERGIPE, em 24 de abril de 2022

Fátima Escariz: “O sergipano está lendo muito, graças a Deus”

Por Antônio Carlos Garcia - Entrevista

Todos os dias, há 37 anos, ela se encontra com as obras de Gabriel Garcia Márquez, Miguel Cervantes, William Shakespeare, Monteiro Lobato, Graciliano Ramos, Déborah Pimentel – que lançou, esta semana, o  livro “João Alves Filho – A Saga de Um Político Nordestino” –, dentre outros.  Essa pessoa é a empresária Maria de Fátima Dória Campos Escariz, 61 anos, que, junto com o marido Paulo Escariz, fundou a Livraria Escariz, a mais importante de Sergipe e que já levou sua marca para o Shopping Barra, em Salvador. Através do e-commerce (www.escariz.com.br), a Escariz vende para todo o Brasil, atendendo, inclusive, a Amazon, Lojas Americanas e Magazine Luiza.

Atenta ao que se passa nas sete lojas e no e-commerce, que geram 140 empregos diretos, Fátima Escariz está sempre conversando com os seus funcionários – todos jovens – para cuidarem com carinho dos clientes. “O maior plano da gente é manter a excelência em atendimento, que é um desafio para a gente”, avisa a empresária ao acrescentar que a preocupação – de manter a excelência – é o principal foco. “O cliente é um parceiro da gente, que está em busca de um produto diferenciado, de um atendimento carinhoso, de um retorno para ele”.

Mas há outras preocupações que tomam conta do dia a dia de Fátima Escariz: “a compra de livros online é uma ameaça grande”, reconhece. “É uma ameaça porque pega um livro – que compra até de nós mesmos, pois somos um dos grandes fornecedores da Amazon –  e ‘queima preço’, diz. Ou seja, vende bem mais barato que a loja, que tem uma série de custos para manter aberto os estabelecimentos. “Temos custo com a loja física, energia, funcionário, aluguel de ponto comercial, custo com estoque”, destacou.

Recentemente, a Escariz abriu mais uma loja, que fica na avenida Hermes Fontes, onde funcionava o Shopping do Estudante. Com isso, vai aumentando as possibilidades para o cliente sergipano que, na sua análise, “está lendo muito, graças a Deus”. Entre as escolhas do público local estão romances e biografias.  Os jovens também estão lendo bastante. “Você vai à lista da Veja dos 20 livros mais vendidos, 10 a 15 são livros infantojuvenis” destaca. A empresária também ressalta a literatura sergipana, que é muito bem aceita. “Temos gratas surpresas com livros de escritores sergipanos maravilhosos”, observa.

A propósito, o mês de abril é dedicado aos livros e tem duas datas especiais. No dia 18, se comemora o  Dia Nacional do Livro Infantil, para homenagear o escritor brasileiro Monteiro Lobato, nascido em 1882, autor de clássicos como o Sítio do Picapau Amarelo e o Presidente Negro, único romance adulto de sua autoria. Já o 23, é o Dia Mundial do Livro, justamente porque nesta data, em 1616, portanto há 406 anos, morreram o inglês, William Shakespeare, o espanhol, Miguel Cervantes, e o peruano, Inca Garcilaso de La Vega.

O Dia Mundial do Livro e dos Direitos do Autor foi criado pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) para encorajar as pessoas, especialmente os jovens, a descobrirem os prazeres da leitura, e conhecerem a enorme contribuição dos escritores através dos séculos.

Uma tradição catalã, também ligada aos livros, já existia no dia 23 de abril, e parece ter influenciado a escolha da Unesco, pois no dia de São Jorge é costume dar uma rosa para quem comprar um livro. Trocar flores por livros já se tornou tradição em outros países.

Entre seus milhares de livros e sempre atenta no atendimento aos clientes, Fátima Escariz conversou com o Só Sergipe.

Boa leitura.

SÓ SERGIPE – O sergipano está lendo?

FÁTIMA ESCARIZ – Está lendo muito, graças a Deus. É uma surpresa muito grata para nós. Quando começamos, uma das coisas que nos levou a pensar em ter uma livraria era para todos terem acesso à leitura, e as pessoas diziam que o sergipano não liam. Eles não liam porque não tinham acesso. E demos oportunidade, colocamos as lojas com cadeiras, poltronas para que as pessoas tivessem acesso aos livros. O sergipano lê conteúdo.

SÓ SERGIPE – E o que o sergipano lê exatamente?

FÁTIMA ESCARIZ – Nós temos uma venda muito boa de ficção, de romance, biografia (sai bastante), autoajuda. E com todo respeito aos livros de autoajuda, pois acredito que eles ajudam mesmo. As pessoas têm preconceito com os livros de autoajuda, mas eu já vi salvar muitas pessoas em situações complicadas, depois de uma boa leitura. Uma coisa que surpreende bastante é que o pessoal lê muito. A literatura sergipana é muito bem aceita. Temos gratas surpresas com livros de escritores sergipanos maravilhosos.

SÓ SERGIPE – Quais os livros mais vendidos atualmente em suas lojas?

FÁTIMA ESCARIZ – Agora, por exemplo, estamos vendendo muito o romance “Os sete maridos de Evelyn”, um livro meio polêmico, interessante que trata da forma de amar, seja lá como for ou com quem for; outro que está vendendo bastante é “Véspera”, um livro muito profundo, da escritora mineira Carla Madeira, que está fazendo muito sucesso, e eu estou tentando trazê-la aqui para Aracaju.

SÓ SERGIPE – Esses livros citados remetem ao público jovem. Os jovens têm lido?

FÁTIMA ESCARIZ – Sim, e isso tem me surpreendido. Temos muita literatura juvenil.

“Você vai na lista da Veja dos 20 livros mais vendidos, 10 a 15 são livros infantojuvenis.”

A pandemia nos maltratou muito e ainda está. Nós não vamos recuperar isso tão cedo. Temos um buraco aí que não sabemos como vai ser para vencê-lo. Está muito longe da venda de 2019, há muito receio, resistência. Tem gente que se acostumou a comprar mais pela internet. Mas os jovens voltaram a ler, justamente porque eles ficaram presos. Foram dois anos sem acesso ao habitat natural deles, os jovens deixaram de ser jovens, como nós fomos. E achei que eles voltaram a ler muito. Você vai na lista da Veja dos 20 livros mais vendidos, 10 a 15 são livros infantojuvenis.

SÓ SERGIPE – Como a senhora observa o crescimento dos livros digitais (e-books)? Hoje se baixa muito livro de graça pela internet?

FÁTIMA ESCARIZ – O livro digital realmente não ameaçou. No início, as pessoas falavam que o livro digital ia tirar o livro físico. Não tirou e nem vai tirar. É muito pequeno o percentual de venda do livro digital. Tem até uma matéria interessantíssima, acho que na Folha de São Paulo, sobre uma rede americana que está voltando com toda força depois da pandemia. E você não aguenta ficar mais 100% online.

“A compra online é uma ameaça grande. Como ele não tem esse custo que temos com a loja física – energia, funcionário, aluguel de ponto comercial, de estoque – é uma ameaça…”

O livro físico voltou a ser aquela coisa gostosa de você pegar, cheirar. Temos clientes que pegam o último livro de uma prateleira, que ninguém tocou, para ser o primeiro a manuseá-lo. Existe um carinho muito grande pelo livro físico. O livro físico não foi ameaçado.

SÓ SERGIPE – E a compra online?

FÁTIMA ESCARIZ – A compra online é uma ameaça grande. Como ele não tem esse custo que temos com loja física – energia, funcionário, aluguel de ponto comercial, de estoque – é uma ameaça; porque pega um livro – que compra até de nós mesmos, pois somos um dos grandes fornecedores da Amazon – e ‘queima preço’. É um processo bem mais difícil, porque nós temos todo um custo e a venda online não. Ela é realmente mais agressiva e mais complicada para concorrermos. Mas, estamos sendo recompensados pelo público sergipano, que respeita muito a livraria, sabe que somos daqui, nos apoiam. Temos muitos lançamentos de livros na Escariz por ser uma livraria da cidade. Enfim, temos uma gratidão gigante com o público sergipano.

SÓ SERGIPE – Tem um dado da Câmara Brasileira do Livro dizendo que, de 6 de dezembro de 2021 a 2 de janeiro de 2022, foram vendidos 5,4 milhões de livros, 5% a mais do que no mesmo período de 2020. Esse dado é nacional, mas trazendo para sua realidade, a senhoria diria que esse crescimento também aconteceu por aqui?

FÁTIMA ESCARIZ – Com certeza. Cresceu sim, pois há a necessidade de leitura.  Essa vontade de ler está muito latente no público. A pandemia judiou muito financeiramente, não teve classe profissional que não tivesse padecido. Até os médicos foram afetados, porque muita gente deixou de ir aos consultórios por causa da Covid-19. O que eles chamam de supérfluos não é supérfluo, pois sustentam várias famílias. Nós mesmos sustentamos 140 famílias, é muita coisa, muito jovem, muito sonho dependendo da gente. A pandemia levou todos ao sacrifício, mas fez as pessoas voltarem a ler.  Isso não tem como tirar. Talvez esse aumento seja muito pela oportunidade de sair da frente da tela, o que não é brincadeira não! Trabalhamos o tempo todo conectados, na tela do celular, do computador, é reunião, é tudo. Então chega o momento em que você pega um livro e vai ler.

“Como já disse, atendemos a Amazon, Magazine Luiza, Americanas.”

SÓ SERGIPE – Houve essa semana, o lançamento o E-Comex, por parte da Fecomércio, para capacitar e estimular os empresários sergipanos para o mercado internacional. Vocês já pensaram em internacionalizar a Livraria Escariz?

FÁTIMA ESCARIZ – Vendas para o exterior, não. Mas nós fazemos o nosso e-commerce que está funcionando bem, atende bastantes cidades do Brasil. Como já disse, atendemos a Amazon, Magazine Luiza, Americanas.

SÓ SERGIPE – Hoje as empresas não podem deixar de ter a plataforma digital.

FÁTIMA ESCARIZ – Sim. Nós já estávamos antes da pandemia, mas timidamente. Com a pandemia, tivemos que correr para botar para funcionar.

“A gente tem muita coisa mesmo. São várias editoras, vários públicos”, diz Fátima Escariz

SÓ SERGIPE – Qual o seu acervo hoje?

FÁTIMA ESCARIZ – Olha, é muita coisa. Só uma editora nos pediu para fazermos a devolução de 5 mil títulos, porque há títulos que não rodam mais. Mas a gente tem muita coisa mesmo. São várias editoras, vários públicos.

SÓ SERGIPE – A Livraria Escariz promove feiras de livros, não é?

FÁTIMA ESCARIZ – Agora mesmo estamos fazendo uma feira permanente na loja da Hermes Fontes. Qual foi a ideia? Como fazemos essas feiras dentro do shopping, a gente percebe uma boa aceitação do público. E resolvemos manter uma feira permanente na loja da Hermes Fontes, fora daquele período didático, que é muito típica em papelaria e material didático, como uniforme, tênis etc. Ela fica um período sem pique. Nós entramos com a feira de livros e tem sido muito gratificante, muita gente frequentando, indo buscar livros. Começou com feira de livro infantil e agora vamos fazer para adultos.

“…tenho uma relação muito boa tanto com Ângela, que era da PapelArte, quanto com Luciana, do Shopping do Estudante. Quando elas resolveram fechar, me procuraram para que não deixasse morrer o empreendimento delas

SÓ SERGIPE – A sua visão empresarial junto com a de Paulo Escariz, seu marido,  não deixou escapar o Shopping do Estudante.

FÁTIMA ESCARIZ – Na realidade, o Shopping do Estudante foi interessante. Sempre me dei muito bem com o pessoal do shopping. Nós não somos concorrentes, somos parceiros. É concorrente quando é agressivo, como era o caso da Livraria Saraiva, que queimava preço e não sabíamos o que estava acontecendo. Como é que compravam o livro do mesmo preço e depois queimava preço? Depois vimos tudo o que aconteceu com a Saraiva. Mas voltando ao Shopping do Estudante e à PapelArte… tenho uma relação muito boa tanto com Ângela, que era da PapelArte, quanto com Luciana, do Shopping do Estudante. Quando elas resolveram fechar, me procuraram para que não deixasse morrer o empreendimento delas. Nós compramos muito estoque de Ângela. E Luciana não queria que todo o trabalho que ela fez, durante 25 anos, acabasse. Ela me chamou e queria que o shopping ficasse com a gente. Então caiu assim no colo. Mas também queríamos dar uma cara de livraria, e não ficar só a parte de papelaria.

SÓ SERGIPE – Tem planos para o futuro no seu empreendimento?

FÁTIMA ESCARIZ – Olhe, os planos que temos é que consigamos continuar atendendo bem os clientes. Esse é o nosso maior desafio e nossa principal preocupação.   Temos um foco, um carinho muito grande ao cliente.  O cliente é um parceiro da gente, que está em busca de um produto diferenciado, de um atendimento carinhoso, de um retorno para ele. Numa conquista de um livro que ele não acha em canto nenhum e a gente manda buscar. O maior plano da gente é manter a excelência em atendimento, que é um desafio. Como trabalhamos muito com jovens e eles mudam muito – um dia está aqui, no outro quer mudar; um dia está num curso, no outro dia quer fazer outro – temos uma alta rotatividade de funcionários. Mas é porque fizemos a opção pelos jovens, porque eles são mais dinâmicos. E como quero manter a qualidade no atendimento, o trabalho é intenso e eterno. Toda hora tenho que lembrar sobre o atendimento, ensinar sempre.

SÓ SERGIPE – Os funcionários ajudam o cliente que quer comprar um livro? Dão sugestões de leitura?

FÁTIMA ESCARIZ – Sim, ajudam muito.  Optamos por alunos de letras, história, filosofia e que amem ler! É uma das nossas maiores buscas, pessoas que amem livros e leiam!

SÓ SERGIPE – A dona da livraria é uma leitora contumaz?

FÁTIMA ESCARIZ – Adoro ler. Eu venho de uma família que minha mãe era professora de francês, uma tia que morava em Brasília lia bastante e era muito influente. Como eu perdi meu pai muito cedo, a preocupação da minha tia, numa casa cheia de mulheres, é que a gente não fosse  dona de casa, de fazer bolo, essas coisas. Então, todas as vezes que vinha de Brasília trazia uma coleção de livros, a exemplo de toda a obra de Aghata Chirstie. Ela ajudou a mim e a minha irmã mais próxima em idade a sermos leitoras. Venho de uma família que gostava de ler. Além da família de Paulo, pois a mãe dele teve a vida ligada à cultura, ela era regente de coral. O berço cultural está nos dois.

SÓ SERGIPE – Hoje a Escariz tem quantas lojas?

FÁTIMA ESCARIZ – São sete lojas. Uma no Shopping Barra, em Salvador, que está muito direitinha, pois a Bahia tem uma raiz cultural muito forte e o pessoal lê bastante; temos aqui em Aracaju nos dois shoppings – RioMar e Jardins -; essa daqui da Jorge Amado; a da avenida Hermes Fontes, que é nova; na Unit prestando um serviço à comunidade estudantil; e a do GBarbosa. E temos os dois Franz (cafeteria).

Texto e iagem reproduzidos do site: sosergipe.com.br

sexta-feira, 22 de abril de 2022

AMO dá novo passo na luta contra o câncer com nova Casa de Apoio Anna Garcez

Legenda da foto: Conceição Balbino com a equipe da alta gestão da AMO e representantes da Kaza Construtora

Legenda da foto: Projeção gráfica da fachada do que será a Nova Casa de Apoio Anna Garcez da AMO

Legenda da foto: Voluntários depositam desejos para a realização da obra social que irá beneficiar muito mais pacientes com câncer

Legenda da foto: Conceição e membros da Diretoria Executiva no canteiro de obras do futuro Hospital de Amor de Lagarto, uma filial do Hospital de Câncer de Barretos em Sergipe

Publicação compartilhada do site JLPOLÍTICA, de 20 de abril de 2022

AMO dá novo passo na luta contra o câncer com nova Casa de Apoio Anna Garcez

Por Tanuza Oliveira* (Coluna Política & Mulher)

Já foi dito aqui neste Portal, na Entrevista Domingueira do dia 3 deste mês, que o nome da Associação dos Amigos da Oncologia - AMO - do Estado de Sergipe, de apenas 25 anos, “é tão notável quanto o peso, a força e as complexidades dessa doença milenar que ela enfrenta e combate - o câncer”.

E hoje a AMO e a sua diretora-presidente Conceição Balbino, uma assistente social de 56 anos que se juntou a religiosos, médicos, enfermeiros e mais profissionais da área dela em novembro de 1996 para fundar essa entidade que encara o câncer e seus problemas de frente, voltam à pauta.

Agora, numa nova entrevista concedida por Conceição Balbino à Coluna Política & Mulher e por um motivo mais doo que nobre: o de anunciar o início da construção da Nova Casa de Apoio Anna Garcez.

“Ela começará a ser construída exatamente nesta sexta-feira, 22 de abril, e está orçada em R$ 2,121 milhões”, diz Conceição Balbino. Nesta entrevista você saberá as dimensões da Nova Casa de Apoio, quando ela estará pronta, quem foi Anna Garcez na história da AMO e como o voluntariado se corporifica nessa hora para fazer jus ao custo de tudo. Boa leitura.

Política & Mulher - Onde será feita a nova Casa de Apoio Anna Garcez, qual o prazo de construção dela e está orçada em quanto?

CB - A nova Casa de Apoio Anna Garcez será construída na mesma rua da nossa sede institucional, mas em número diferente. A rua e o bairro são os mesmos, só o número mudará. Logo em breve, a nova Casa de Apoio deixará de ser anexo à nossa sede própria e passará a ser localizada na Permínio de Souza, 81, Cirurgia, ainda mais próximo do hospital do mesmo nome.

Política & Mulher - Mas esse endereço tem um elo anterior com a AMO?

CB - Sim. Voltaremos, na verdade, para onde foi a nossa primeira Casa de Apoio. Casa essa cedida por comodato, durante muitos anos, pela família Garcez, do Cartório Aminthas Garcez, do 5º Ofício de Aracaju Notarial e Registral de Aracaju.

Conceição e membros da Diretoria Executiva no canteiro de obras do futuro Hospital de Amor de Lagarto, uma filial do Hospital de Câncer de Barretos em Sergipe

Política & Mulher - A programação de início da obra da nova Casa de Apoio Anna Garcez está prevista para este mês de abril. Será possível?

CB - Sim, ela começará a ser construída exatamente nesta sexta-feira, 22 de abril, e está orçada em R$ 2,121milhões. O orçamento inicial de R$ 1,5 milhão sofreu um reajuste de 41,4% em razão da elevação crítica nos preços do aço, da madeira e do concreto nesses dois últimos anos de pandemia.

Política & Mulher - E há os recursos suficientes?

CB - Temos em conta R$ 1.322.118,55 arrecadados ao longo dos últimos oito anos através de campanhas solidárias de captação como o sorteio de um apartamento, leilão de obras de artes, venda de produtos personalizados. Esse projeto da nova Casa de Apoio tem muitas mãos. Antes mesmo de iniciar a construção, já contamos com o apoio de muitas pessoas e empresas, bem como da imprensa local, de agências de publicidade e de produtoras de vídeos, arquitetos e engenheiros civis. Por tudo isso, para dar a maior resposta que nós queríamos dar aos nossos apoiadores e à sociedade, assinamos no mês passado, em 21 de março, um contrato de empreitada com a empresa Kaza Construções e Serviços Ltda para iniciar as obras com o prazo máximo de execução de 24 meses. Para concluí-la, teremos que arregaçar as mangas e correr atrás dos R$ 798.881,45 restantes.

Política & Mulher - Já buscaram recursos públicos?

CB - Temos a previsão de receber este ano uma emenda parlamentar do senador por Sergipe Alessandro Vieira no valor de R$ 364.611,67. Submetemos um projeto no inovador Edital de Emendas Participativas 2021, concorremos com 423 projetos - de diferentes setores da sociedade, como universidades públicas federais, órgãos públicos estaduais e organizações sociais. Obtivemos aprovação na primeira fase e, na segunda fase, de votação popular, alcançamos a maior votação em Aracaju e entre todos os municípios sergipanos. Logo após o repasse das emendas para o Governo de Sergipe, previsto para este mês de abril, a Secretaria de Inclusão Social formalizará uma parceria e elaborará um convênio com a nossa Associação para repassar aquele valor total e, com isso, poderemos utilizar esse recurso público em nossa obra de construção da nova Casa de Apoio. Sendo assim, correremos atrás dos R$ 434.269,78 restantes, seja por meio de campanhas solidárias, seja por meio de captação de mais recursos públicos. Sem sombra de dúvidas, teremos muito trabalho pela frente.

Projeção gráfica da fachada do que será a Nova Casa de Apoio Anna Garcez da AMO

Política & Mulher - Será difícil obter isso?

CB - Não será uma tarefa fácil, mas também nunca foi fácil. Temos certeza de que o povo de Sergipe irá colaborar com esse novo projeto mais uma vez, como tem contribuído há 25 anos. Além disso, vale destacar aqui que esse contrato foi elaborado e analisado voluntariamente pelo Escritório de Advocacia Eduardo Ribeiro no nome do advogado Emanuel Messias Barboza Moura Júnior, o que nos trouxe muita segurança jurídica. Ao longo dessa caminhada, conquistamos grandes parceiros. Sendo assim, a Construtora Kaza foi, então, a empresa selecionada por nossa Diretoria Executiva três meses após recebimento de propostas, estudos e avaliações. Quatro construtoras concorreram com a apresentação de propostas.

Política & Mulher - Mas por que foi a Construtora Kaza a vencedora?

CB - Porque a Kaza - incorporadora genuinamente sergipana - foi a que apresentou melhor proposta de execução e melhor preço, além de já possuir um portfólio interessante de reformas e construções com empresas grandes aqui em nosso Estado. Estamos muito ansiosos para ver essa obra concretizada. Em abril de 2024 ou, até mesmo antes, a sociedade sergipana poderá contar com uma nova infraestrutura de apoio a pacientes com câncer.

Política & Mulher - Que capacidade de atendimento terá a nova casa?

CB - A nova Casa de Apoio terá 851 metros quadrados de área construída, dois pisos, sete dormitórios, 44 leitos, home day com 30 acomodações, um consultório, uma cozinha, um refeitório, um espaço para oração, seis jardins, quatro sanitários com acessibilidade, dois banheiros, dois vestiários e nove áreas de circulação. Tudo isso para alcançar a capacidade inicial de atendimento de 74 pessoas por dia. Mais para frente, talvez, consigamos até ampliar um pouco essa capacidade, a depender da demanda e da nossa possibilidade de adaptação. Hoje, a Casa de Apoio está anexa à sede institucional e tem capacidade para 40 pessoas. Recentemente mesmo, a Casa estava lotada numa segunda-feira, sem possibilidade alguma de receber mais pacientes. Alguns desses pacientes tiveram que postergar suas vindas para a Aracaju e só vir num dia seguinte, já com uma acomodação garantida para se hospedar. Em razão disso, a nossa urgência em construir a nova Casa de Apoio e poder ampliar e melhorar a assistência, seja oferecendo mais apoio e conforto, seja qualificando ainda mais os serviços assistenciais oferecidos.

Política & Mulher - Com essa nova Casa de Apoio Anna Garcez, a AMO estará indo para o seu segundo imóvel. É impossível se pensar em algo ainda maior, como uma clínica privada ou um hospital da AMO para atendimento do público no futuro?

CB - Se me perguntarem se estamos satisfeitos com o que temos, sempre responderei que somos muito agradecidos, mas há ainda muito por fazer. Portanto, tudo é possível. Irmã Dulce, hoje Santa Dulce dos Pobres, de quem sou devota, conseguiu transformar um galinheiro em um grande hospital na Cidade Baixa de Salvador. Esse hospital é hoje uma referência, inclusive para o tratamento do câncer. A entidade filantrópica tem vários braços, que vão além de sua unidade de saúde, como creche e fábrica de pães para ajudar na manutenção das suas obras socais. Então, isso significa dizer que nunca sabemos para o que somos chamados, e se nos forem apresentados, por que não sermos desafiados? Ao longo desses 25 anos, nos profissionalizamos muito no cuidado ao paciente com câncer, então não seria impossível ampliarmos essa assistência que é hoje social para a saúde ou algo maior. Nascemos como assistência.Somos assistência. Mas no futuro nada nos impede de sermos mais e de irmos além.

Política & Mulher - Mas quem foi mesmo Anna Garcez?

CB - De fato, muitas pessoas nos perguntam quem é ou quem foi Anna Garcez, que nomeia a nossa Casa de Apoio. Anna Garcez foi voluntária da AMO e uma dos 29 sócio-fundadores. O esposo de Anna, seu Sílvio Garcez, foi o primeiro presidente da nossa Associação. Eles atuavam como voluntários no Hospital de Cirurgia e ajudaram a fundar a Associação lá em 21 de novembro de 1996.

Voluntários depositam desejos para a realização da obra social que irá beneficiar muito mais pacientes com câncer

Política & Mulher - A própria Anna Garcez vivenciou um câncer?

CB - Sim. Meses após a fundação da instituição, ela foi diagnosticada com câncer de mama agressivo e, em menos de um ano, faleceu vítima de metástase hepática e pulmonar. Foi uma morte muito marcante para todos nós. Como a família Garcez cedeu a primeira Casa de Apoio para acolher os pacientes com câncer em situação de vulnerabilidade social, nós - fundadores e voluntários - decidimos por unanimidade nomear a Casa de Apoio por Anna Garcez em uma justa homenagem à nossa amiga fundadora. Tem dado muito certo até hoje. De lá de cima, ela deve se voluntariar.

Política & Mulher - Quais são as pretensões da AMO com esta ida ao município de Lagarto?

CB - As nossas pretensões são única e exclusivamente as de oferecer apoio e acolhimento ao paciente em tratamento contra o câncer e em situação de vulnerabilidade social e econômica. Essas pretensões estão sintonizadas com a nossa missão institucional e serão as mesmas já praticadas aqui em Aracaju há 25 anos.Para explicar e contextualizar melhor, a nossa ida futura para Lagarto não parte de um desejo pessoal, muito menos de um capricho meu ou da gestão. A futura instalação surgirá mais uma vez da necessidade: o Hospital de Amor de Lagarto - filial do Hospital de Câncer de Barretos - que está sendo construído lá. Lagarto terá, muito em breve, o maior complexo hospitalar do Nordeste do Brasil em prevenção, tratamento, estudo e pesquisa do câncer.

Política & Mulher - O Hospital de Amor tem um histórico exemplar?

CB - Sim. O hospital é uma das maiores referências nacionais em oncologia, é filantrópico também e tem 60 anos de existência.A população de Sergipe e do Nordeste terá tratamento gratuito, pelo SUS, de quimioterapia, radioterapia, intervenção cirúrgica, medicina nuclear, emergência, serviços ambulatoriais, pesquisa e prevenção no mais elevado padrão de qualidade e humanização de atendimento. O hospital terá capacidade inicial de realizar dois mil atendimentos por dia.Simplesmente por tudo isso, por toda essa grandiosidade e realização, a nossa Associação estará muito em breve em Lagarto, antes de outubro deste ano, mês previsto para a inauguração da primeira etapa do Hospital de Amor para iniciar os novos tratamentos de quimioterapia e de radioterapia no interior de Sergipe. Vale mencionar aqui que a nossa ida futura para Lagarto parte principalmente de um convite particular vindo do próprio Hospital de Amor. O articulador José Carvalho de Menezes, assessor geral e grande entusiasta do Hospital em Lagarto, conheceu a nossa instituição e ficou maravilhado com o serviço aqui prestado. De pronto, convidou a Diretoria Executiva da instituição para conhecer o novo hospital ainda em construção. Aceitamos o convite e fomos até Lagarto no mês passado.

Política & Mulher - A senhora gostou do que viu por lá?

CB - Ficamos encantados com o que será construído e feito por lá. Muitas vidas serão salvas e muitas almas serão curadas. Não temos, por isso, a menor dúvida de que Lagarto será transformada no centro do tratamento do câncer no Nordeste do Brasil. E, em contentamento por tudo que estava nos sendo apresentado, fomos surpreendidos com o pedido de apoio para nos somar a esse projeto do Hospital de Amor.O pedido foi de compromisso, para abrirmos ainda mais o nosso coração - que está desenhado em nossa marca - e nos foi lançado o desafio de criação de novo endereço de apoio aos pacientes oncológicos usuários do SUS que farão tratamento no futuro hospital.Nesse sentido, nós não temos muito o que pensar. Temos que aceitar este novo desafio e ir para Lagarto e apoiar o Hospital de Amor. Essa é a nossa vontade, mas para isso precisaremos contar com o apoio da sociedade sergipana. Afinal de contas, ir para Lagarto significará acolher mais pacientes e acolher mais pacientes implicará em aumento de custos e aumento de custos requer aumento de receitas, de doações. Faremos tudo isso com muita prudência e organização, como sempre fizemos para não prejudicar a saúde financeira da instituição. Jamais daremos um passo maior do que a perna. Além disso, para podermos abrir esse novo endereço, nova Assembleia Geral deverá ser realizada convocando todos os voluntários para aprovar essa decisão e mais uma inserção no Estatuto Social da AMO deverá atualizada.

Política & Mulher - A entidade poderá se abrir a outros municípios de grande porte em Sergipe?

CB - Não há nada impossível de acontecer. No entanto, não acredito em outra situação semelhante. As unidades de tratamento do câncer estão concentradas na capital Aracaju. Temos o Hospital de Cirurgia - que é o primeiro serviço de oncologia de Sergipe -, o Hospital de Urgência de Sergipe e o Hospital Universitário da Universidade Federal de Sergipe. Esses são os três serviços que oferecem tratamento do câncer de forma gratuita para a população e estão todos concentrados em Aracaju. Só vamos para Lagarto apenas para manter uma nova unidade de Casa de Apoio porque lá será oferecido tratamentos para o câncer da mais alta qualidade, para pacientes dependentes do SUS. Não vislumbro outra possibilidade de criação de novo serviço público no interior. Por isso, somente Lagarto será um braço da AMO no interior do Estado.

Política & Mulher - O terceiro setor em Sergipe tem se ressignificado ou está parado e cômodo?

CB - Nunca esteve parado. Até porque o número de instituições filantrópicas tem crescido bastante em nosso Estado. Vejo muita profissionalização em outras organizações, inclusive de áreas semelhantes e diferentes. Hoje, muitas delas pensam e repensam suas estratégias, têm governança, investem em recursos humanos, buscam incessantemente novas formas de captação de recursos financeiros, investem em comunicação e marketing.

Política & Mulher - A senhora o vê revigorado?

CB - Diria que o Terceiro Setor em Sergipe está cada vez mais forte e lutando por sua sobrevivência, sendo muito bem administrado por pessoas qualificadas e comprometidas com o social, com propósito muito bem definido, recorrendo a toda potencialidade e inventividade, sempre se atualizando e usando as novas tecnologias de comunicação e informação.

Política & Mulher - Haveria, então, um novo perfil?

CB - Sim.Se há um perfil que vem se consolidando nas duas últimas décadas esse é o do trabalhador do Terceiro Setor, que é qualificado e que acredita na oferta de oportunidade dessa atividade para colaborar para a sociedade. Não é um trabalhador que vem pela caridade, pelo voluntarismo. Ele vem pelo mercado. Pela profissionalização. Isso tem mudado nas duas últimas décadas. Vejo isso em nossa Associação, nas organizações sociais aqui no Estado e até mesmo fora daqui, em outros Estados, com as nossas filiadas.

* É jornalista desde 2010, com atuação em veículos impressos e assessorias de comunicação.

Texto e imagens reproduzidos do site: jlpolitica.com.br

Pessoas trans têm dignidade reconhecida com retificação de nome e gênero

Legenda da foto: Laura dos Santos, Layra Renata e Vitória Oliveira - (Crédito da foto: Sergio Silva)

Publicado originalmente no siteda Agência Aracaju de Notícias, em 20 abril de 2022

Pessoas trans têm dignidade reconhecida com retificação de nome e gênero

“Agora, não terei mais vergonha de ser chamada por um nome que não é meu”. A frase foi dita por Layra Renata, de 20 anos. Ela é uma das mais de 300 pessoas trans ou travestis que retificaram seus nomes, em Aracaju, e, hoje, aguardam a chegada dos novos documentos, com o nome fazendo jus à foto em destaque.

No ano de 2018, o Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu que pessoas trans ou travestis podem alterar seu nome e sexo no registro civil sem que se submetam à redesignação. Na decisão, foi invocado o princípio à dignidade humana e reforçado que todo cidadão e toda cidadã tem direito de escolher a forma como quer ser chamado ou chamada. Hoje, mesmo com os desafios ainda existentes, pessoas trans ou travestis podem definir por qual nome marcarão sua trajetória na sociedade e no mundo.

Em Aracaju, a Prefeitura, através da Secretaria Municipal da Assistência Social, assegura todo o suporte a esse público, que pode contar com a Assessoria LGBTQIA+ em todo o processo de retificação de nome e gênero. E foi com esse apoio que Layra percorreu os caminhos para ter o tão sonhado documento reafirmando quem ela, de fato, é e sempre foi.

“Eu tinha 15 anos quando abri meu guarda-roupa e não me via naquelas roupas. Esperei um ano e, aos 16, contei à minha mãe, convicta de quem eu sou. Expliquei a ela todo o processo que eu iria passar para eu poder me transformar, por fora, no que eu já era por dentro. Minha mãe foi essencial pra eu ser quem eu sou. Foi ela quem me ajudou no processo de transição, quem me ajudou a chegar à Assessoria para retificar meu nome, foi ela quem me incentivou. Quando íamos a consultórios médicos, minha mãe era quem explicava que eu sou Layra. Graças a ela, tive coragem para dizer para todo mundo quem realmente eu sou”, conta Layra.

Para Layra, é importante poder contar com o poder público nesse processo, mas, ter apoio dentro de casa é essencial.  “Porque, quando se tem isso em casa, a gente não liga para o que tem fora, a gente sabe pra onde voltar”.

Há dois meses, a jovem desistiu de um emprego porque não se viu no crachá.

“Eu ia trabalhar com o público. Recebi a farda e o crachá. Neste crachá, estava a minha foto com a minha aparência feminina, mas o meu nome masculino. Quando eu vi, disse ‘não vai rolar’. Eu não aceitei isso. Desisti do emprego por algo maior, a minha identidade”, conta Layra.

Na escola onde estuda, o desafio ainda é grande. “Uma das professoras não quer colocar o meu nome feminino na chamada e eu já pedi várias vezes. É o meu direito e dever da escola aceitar o meu nome social. Agora, terei meus documentos. Nós, meninas trans, somos pessoas comuns. Não é o fato de sermos trans que somos pessoas diferentes. Temos sangue correndo pelas veias, sentimos dor, temos sentimentos. Temos que ser respeitadas por quem somos. Sou Layra e é assim que quero ser chamada”, frisa.

Basta

“Eu era espancada todos os dias, em casa, por meu pai. Na minha família, muitos falam que me aceitam, mas, no dia a dia, eu vejo que não. Até hoje meu pai não me aceita e só me chama pelo nome de batismo. Muitas vezes já gritou dizendo que não sou mulher, que isso é coisa de ‘marica’. Quando se tem o preconceito de fora e ainda não é aceita pela família, fica ainda mais difícil seguir em frente, mas estou seguindo. Ou eu ficava lá ou saia para enfrentar o mundo. Decidi enfrentar o mundo. Saí de casa aos 15 anos. Sou a minha própria fortaleza. Eu caio, eu levanto, e crio as minhas forças para levantar. Sou eu mesma quem me abraço e sigo”, revela Laura Antoniele Macêdo dos Santos, hoje, com 23 anos, casada e independente.

Ela conta que, desde criança já tinha interesse pelo universo feminino e, com o passar do tempo, foi entendendo quem era e até chegou a não se aceitar, por um momento.

“Olhava no espelho, via que não queria ser aquilo, mas o medo ainda falava mais alto, o medo de como eu seria vista pela sociedade. Um dia, deu o clique e eu sabia que eu não queria mais ser o que eu não era. Nos meus 15 anos, optei por não viver mais escondida”, conta Laura ao fazer um apanhado do passado. “Já cheguei a ser chamada num posto de saúde e, na época, não era retificada, mas já era uma mulher. Pedi para ser chamada por Laura e tinha a recomendação no meu prontuário e, ainda assim, a atendente do posto me chamou pelo nome de batismo por três vezes. Aquilo foi um grande constrangimento. Não queria mais passar por aquilo”, relembra.

Para Laura, a retificação de nome e gênero ajudou a compreender o seu lugar no mundo, “pois o temos. É uma satisfação muito grande ter o nome retificado e ser reconhecida pelo que você é”.

Sonho

“Um dia, antes de retificar meu nome, sonhei que meu pai me chamava por Vitória e achei que aquilo fosse um sinal, algo que me dizia pra não desistir. É uma conquista, tira um peso. Agora eu posso chegar e dizer que Vitória é o meu nome. Alguns professores ainda me chamam pelo nome de batismo, agora, eu vou ter o meu nome no documento. É muito bom saber que existem serviços que nos acolhem e, principalmente, que tem gente da família que acolhem. Meu nome remete a essa conquista, no entanto, ser reconhecida pelo nome é o básico”, afirma Vitória Santos Oliveira, de 23 anos.

Estudante de Ciências Sociais pela Universidade Federal de Sergipe (UFS),Vitória chegou a trancar o curso por conta do processo de transição e também por sentir os efeitos da pandemia. Hoje, ela se enxerga no mundo.

“Em 2019, me percebi diferente do que via no espelho e foi graças à convivência com outras amigas trans que passei a me questionar. Sempre fui muito feminina e, muitas vezes, me olhava no espelho e não me sentia bem, não gostava do que via. Um dia, chegaram pra mim: ‘e se você for trans?’, e eu ‘será?’. Comecei a pesquisar, procurar referências e comecei a me identificar. Sabia que eu não era sis, eu não gostava do que via, não me sentia confortável. Quando a gente é mais nova, a gente não entende. Com o tempo, vamos compreendendo como a gente se identifica no mundo”, relata Vitória.

No processo, ela lembra que ainda hoje não é fácil impor sua existência, até mesmo dentro de casa, mas a retificação do nome foi um divisor de águas.

“Busquei como fazer a transição, os tratamentos, enfim, e, em seguida, me dei conta de que precisava falar com a minha família. A gente passa por esse processo de conversar com a família duas vezes, pelo menos: quando a gente acha que é uma coisa e quando percebe que não é isso, e sim, uma menina. Meu pai, até hoje, não aceita, não me reconhece como Vitória. Minha mãe é mais tranquila, mãe é mãe, ela me pariu, me ama do mesmo jeito. Tenho uma irmã mais velha e sobrinhos que me chamam de Vitória e isso é muito bom porque existem outras Vitórias que não sabem o que é isso. Ter meu nome nos meus documentos me abre os horizontes e me fortalece para o que ainda quero buscar”, desabafa.

Assessoria

Parte da Diretoria dos Direitos Humanos (DDH) da Secretaria Municipal da Assistência Social, a Assessoria LGBTQIA+ já auxiliou a retificação de nome e gênero de mais de 300 pessoas trans ou travestis.

Para o assessor técnico de assuntos LGBTQIA+, Marcelo Lima, a procura pelo acompanhamento representa a efetividade do serviço, mas vai além. “Não é um processo simples. Retificação de nome e gênero mexe com toda a vida da pessoa, mexe com o como a pessoa se vê e como ela se construiu. A sociedade foi formada fazendo um resumo de gênero em vagina ou pênis, e não é. Gênero é como você se construiu ao longo de sua vida. Ainda hoje, há dificuldade de entendimento na questão de retificação de nome e gênero, com muita burocracia, mas o que move é garantir a dignidade humana”.

De acordo com ele, cada pessoa é acompanhada lado a lado “porque existem muitos processos para dar conta e, por isso, sempre estamos ao lado. Nosso setor cumpre um papel fundamental na inclusão social, acesso à cidadania e garantia de direitos às políticas públicas, pois o serviço também é procurado por pessoas de outros municípios”, acrescenta.

O assessor técnico frisa que ainda há um longo caminho a ser percorrido, sobretudo com relação à quebra de preconceitos que envolve a luta contra a transfobia, no entanto, a possibilidade da mudança de nome e gênero é um ponto a se comemorar.

“Essas pessoas voltam pro espaço social com o seu nome, aquele com o qual se identificam e se colocam no mundo. Eleva a autoestima, eleva a vontade de buscar seus direitos e cobrar o cumprimento deles. E, na verdade, não é só o nome. Envolve, por exemplo, a segurança da pessoa. As mulheres trans podem ser protegidas pela Lei Maria da Penha porque, oficialmente, são mulheres. Envolve a empregabilidade, envolve dignidade, entre outros fatores essenciais para a vida”, completa Marcelo.

Onde encontrar?

Para ter acesso a informações, dar início ao processo de retificação de nome e gênero e acessar outras políticas públicas basta comparecer na Assessoria LGBTQIA+, situada no prédio da Estação Cidadania, na rua Pacatuba, 64, Centro, das 8h às 13h, ou pelo telefone (79) 99123-1555.

Denúncia

Ao sofrer transfobia, atitudes discriminatórias contra pessoas transgênero, as denúncias podem ser feitas para a Delegacia de Atendimento a Crimes Homofóbicos, Racismo e Intolerância Religiosa (Dachri), vinculada ao Departamento de Atendimento a Grupos Vulneráveis (DAGV), pelo número (79) 3205-9400, ou na Assessoria LGBTQIA+, também pelo (79) 99123-1555.

Texto e imagem reproduzidos do site: aracaju.se.gov.br

quarta-feira, 20 de abril de 2022

Unit contribui com história de 60 anos do Grupo Tiradentes

Legenda da foto: O campus Unit fica no bairro Farolândia - (Crédito da foto: divulgação)

Publicado originalmente no site do Portal INFONET, em 19 de abril de 2022

Unit contribui com história de 60 anos do Grupo Tiradentes

Abril é o mês marcado pelo aniversário de um dos maiores grupos educacionais do Nordeste. No dia 21, o Grupo Tiradentes completa 60 anos de atuação em prol de uma educação superior de qualidade. Essa história teve início em Sergipe, onde fica o campus da Universidade Tiradentes (Unit), uma de suas instituições. Por lá, já foram formados mais de 90 mil profissionais em diversas áreas, que atuam e alcançaram sucesso no Brasil e no exterior.

Tudo começou em 1962, com a criação do Colégio Tiradentes. Dez anos depois, em 1972, nasceu a faculdade que na década de 1990 ousou e tornou-se univerdade. “Naquela época, um estado pequeno quanto o nosso ter uma universidade privada era algo impensável. Foi uma luta de cerca de quatro anos, que começou em 1990, mas só se tornou realidade em 1994. A partir daí, ‘arregaçamos’ as mangas para de fato implantar a universidade e cumprir com o que nos comprometemos em fazer. É uma história alegre, dá muita satisfação em olhar para trás e ver o que a Unit pode fazer pelo estado de Sergipe enquanto formação no ensino superior”, conta o reitor da Unit, Jouberto Uchôa de Mendonça.

De acordo com o vice-reitor, Jouberto Uchôa Júnior, o que possibilitou essa história de sucesso foi a respeitabilidade e compromisso com a Educação alcançado ainda com o colégio e que garantiu o próximo passo: implantar os primeiros cursos superiores privados de Sergipe. Inicialmente, foram três: Ciências Contábeis, Administração e Economia. Mas as conquistas não pararam por aí. Em 1980, aconteceu a implantação do curso de Direito e em 2002, Medicina, além de tantas outras graduações ainda novas no Estado ou com quantitativo de vagas reduzido às instituições federais.

“A nossa história tem sido de muito pioneirismo. Não é só a decisão de ofertar um curso novo: é implantar laboratórios, aparelhar biblioteca e trazer de fora corpo docente. Foi assim com os cursos de Fisioterapia, Arquitetura e Urbanismo, Publicidade e Propaganda, Jornalismo… que foram cursos desafiadores para as primeiras turmas e para a faculdade, na época. Mas entendemos que era importante esses cursos serem ofertados para a qualificação para os próprios desafios e oportunidades que o Estado estava começando a ter”, diz Uchôa Júnior.

Parte de toda essa história foi acompanhada de perto pela colaboradora Albertina Souza Xavier. Quando chegou à Unit em 1975, ela era professora do ensino fundamental menor do Colégio Tiradentes. Atualmente, ela é coordenadora administrativa do Centro de Educação e Saúde (Ninota Garcia) e completará 47 anos na instituição.

“Após alguns anos no colégio, fui promovida a coordenadora pedagógica da educação infantil, ensino fundamental e médio até o encerramento das atividades do colégio. Mas fui convidada de imediato para assumir a coordenação administrativa do Centro de Educação e Saúde, como também, diretora do Núcleo de Educação, permanecendo até hoje. Sinto orgulho de fazer parte desta Instituição e ver o crescimento cada vez maior”, conta Albertina.

Para a pró-reitora de graduação da Unit, Arleide Barreto, não é sem motivo que a universidade continua ampliando suas fronteiras. “A contribuição da universidade não é só formar para o trabalho e para a profissão, mas formar para a vida. E nesses 60 anos vieram de colégio, de faculdade, depois universidade e foram adquirindo e criando outras instituições. A universidade vem se expandindo e se destacando. Dando assim a sua contribuição para uma sociedade melhor. Onde as pessoas tenham acesso ao conhecimento, senso crítico e a oportunidades”, disse

No entanto, segundo ela, toda essa história resume-se a uma figura: professor Uchôa. “Durante todo esse período de mudanças, o que tem valor é o reconhecimento da sociedade no professor Uchôa e na própria família. Pelo trabalho dele, pela preocupação dele com a educação e pelas transformações sociais. Então, o ponto que eu considero mais relevante é o próprio reconhecimento social da importância que ele tem nessa trajetória toda, porque é ele que opera a mudança. Ele é um homem que está além do tempo”, afirma Arleide.

Fonte: Unit

Texto e imagem reproduzidos do site: infonet.com.br

terça-feira, 19 de abril de 2022

Cecé do Cordel lançará livro no 1º Encontro com o Leitor na Escola do Legislativo

Publicação compartilhada do site da ALESE, de 18 de abril de 2022

Cecé do Cordel lançará livro no 1º Encontro com o Leitor na Escola do Legislativo

Por Aldaci de Souza/Alese

O Dia Nacional do Livro Infantil, comemorado hoje, 18, marca o nascimento do escritor  brasileiro Monteiro Lobato, considerado o pai da literatura voltada para crianças. A data é celebrada por editoras, escolas, bibliotecas e órgãos públicos. Na Biblioteca da Escola do Legislativo (ELESE), será realizado o 1º Encontro com o Leitor, marcado para o próximo dia 28 de abril, com a participação da produtora cultural, autora e jornalista Cecé do Cordel Infantil.

“Esse 1º Encontro com o Leitor será a partir das 14h do próximo dia 28 de abril aqui na Biblioteca Deputado Marcelo Déda, com o lançamento do livro da autora Cecé do Cordel Infantil, quando acontecerá uma roda de leitura. Além do lançamento do livro, ela vai contar a trajetória de quando iniciou e desde quando teve esse ‘start’ de fazer cordéis para crianças e as temáticas usadas”, informa o bibliotecário Celson íris da Silva, responsável pela biblioteca da Elese.

De acordo com ele, a biblioteca está com o planejamento de fazer pelo menos duas rodas de encontro com autores ao mês. “Nós vamos iniciar agora com a Cecé do Cordel, mas já temos outros autores planejados. Então todos estão convidados para a quinta-feira, 28 de abril de 2022 às 14 horas aqui na Escola do Legislativo”, reitera.

Maria Célia Vieira Santos, conhecida como Cecé do Cordel Infantil é produtora cultural há 45 anos, graduada em jornalismo e escritora de literatura popular de cordel infantil há três anos. 

Dia do Livro Infantil

O Dia Nacional do Livro Infantil foi instituído por meio da Lei Nº 10.402 de 08 de janeiro de 2002, sancionada pelo então presidente da República Fernando Henrique Cardoso. A data, além de estimular a leitura por crianças e adolescentes homenageia o escritor Monteiro Lobato, considerado o ‘pai da literatura infantil brasileira’.  

José Bento Renato Monteiro Lobato nasceu em 18 de abril de 1948, na cidade de Taubaté (SP). Fez faculdade de Direito, foi promotor, fazendeiro, editor e empresário, tendo feito muito sucesso com as obras para crianças a exemplo da série de livros Sítio do Picapau Amarelo contando com os títulos: O saci (1921), Fábulas (1922), As aventuras de Hans Staden (1927), Reinações de Narizinho (1931), Viagem ao céu (1932), Caçadas de Pedrinho (1933), História do mundo para as crianças (1933), Emília no País da Gramática (1934), Aritmética da Emília (1935), Geografia de Dona Benta (1935), História das invenções (1935), Dom Quixote das crianças (1936), Memórias de Emília (1936), Serões de Dona Benta (1937), O poço do Visconde (1937), Histórias de tia Nastácia (1937), O Picapau Amarelo (1939), O Minotauro (1939), A reforma da natureza (1941),A chave do tamanho (1942) e Os doze trabalhos de Hércules (1944).

Os personagens principais dos livros são: Emília, Narizinho, Pedrinho, Visconde, Tia Nastácia e Dona Benta. Narizinho e Pedrinho são netos de Dona Benta. Emília é uma boneca de pano que não para de falar. Visconde é um sábio boneco feito de sabugo de milho. E tia Nastácia é a cozinheira de Dona Benta, responsável por guloseimas como os tradicionais bolinhos de chuva. Além de aventuras e muita imaginação, o autor destaca elementos folclóricos, históricos, mitológicos e até científicos.

Foto: Divulgação Elese

Texto e imagem reproduzidos do site: al.se.leg.br

domingo, 17 de abril de 2022

Morreu neste domingo o homem mais velho de Sergipe

Legenda da foto: "Seu Di" trabalhou em engenhos de cana-de-açúcar e fazendas de gado

Publicado originalmente do site DESTAQUE NOTÍCIAS, em 17 de abril de 2022

Morreu neste domingo o homem mais velho de Sergipe

Morreu de causa natural, neste domingo (17), o sergipano Manoel do Espírito Santo, popularmente conhecido por “Seu Di”. Nascido em Divina Pastora, mas residente em Santa Rosa de Lima, na região do Cotinguiba, “Seu Di” tinha 121 anos completados no dia 3 de julho de 2021. Ele faleceu por volta das 9 horas, em sua própria residência, onde o corpo está sendo velado. O sepultamento vai ocorrer às 8h desta segunda-feira (18), no cemitério de Santa Rosa.

Segundo Charles do Espírito Santo, neto de “Seu Di”, o avô ficou bem debilitado nos últimos 15 dias, tendo morrido neste domingo. A filha do sergipano mais velho do estado, Miraldir Santos, 57 anos, conta que o pai teve uma vida de muito trabalho em engenhos de cana-de-açúcar e fazendas de gado. “Papai foi carreiro, vaqueiro e gostava muito de andar à cavalo”, recorda. Casado e com uma família numerosa, “Seu Di” levava uma vida tranquila ao lado dos filhos, netos, bisnetos e tataraneto.

Texto e imagem reproduzidos do site: destaquenoticias.com.br

quarta-feira, 13 de abril de 2022

Abandono Palácio Inácio Barbosa e inércia dos poderes e da sociedade

Publicado originalmente no BLOG CLÁUDIO NUNES/INFONET, em 13 de abril de 2022

Abandono Palácio Inácio Barbosa e inércia dos poderes e da sociedade

Por Cláudio Nunes (blog Infonet)

Blog Cláudio Nunes: a serviço da verdade e da justiça

 “O jornalismo é o exercício diário da inteligência e a prática cotidiana do caráter.” Cláudio Abramo.

O reino de Sergipe del Rey é uma verdadeira piada pronta. Não é culpa apenas de boa parte da classe política, mas também da sociedade organizada e dos ditos “intelectuais” que só defendem a cultura e a preservação histórica da boca para fora.

Falam em sergipanidade, mas não se reúnem para defender os interesses culturais e históricos.

Um bom exemplo é a lamentável  situação do Palácio Inácio Barbosa, antigo prédio-sede da Prefeitura de Aracaju, bem no coração da cidade. Abandonado desde 2003, o prédio está em ruínas e certamente será preciso gastar muito dinheiro para recuperá-lo. O prédio foi construído e inaugurado na década de 1920.

Uma vergonha para o poder público e uma lástima para a sociedade aracajuana. A classe política e a sociedade organizada, através de suas entidades, não têm coragem de encampar uma campanha em defesa do coletivo, do patrimônio pátrio cultural, histórico e até mesmo social.

Abandono de um bem público e, principalmente, histórico deveria ser considerado improbidade administrativa. Será preciso uma ação judicial para recuperar e transformar o Palácio Inácio Barbosa em mais um ponto turístico de Aracaju como um museu?

Há alguns anos o prédio foi cedido à Universidade Tiradentes para que utilizasse como espaço cultural, mas a ideia não saiu do papel até hoje. Vergonhoso!

Este jornalista não é sergipano, mas tem vergonha de ver a omissão e a inércia dos verdadeiros sergipanos que “curtem” a sergipanidade apenas nas fartas mesas dos restaurantes e quando tem holofotes, principalmente os eleitorais.

Texto e imagem reproduzidos do site: infonet.com.br

segunda-feira, 11 de abril de 2022

Reforço na Segurança Pública - Formatura de 353 novos policiais militares













Fotos de Arthuro Paganini

Publicado originalmente do site GOVERNO DE SERGIPE, em 7 de Abril de 2022

Governador celebra reforço na Segurança Pública com formatura de 353 novos policiais militares

Solenidade de formatura aconteceu nesta quinta-feira, 07, em Aracaju. No total, já são 1.015 profissionais inseridos na corporação a partir do concurso público realizado em 2019

O governador Belivaldo Chagas participou, na noite desta quinta-feira (07), da solenidade de formatura de 353 novos policiais militares de Sergipe, que encerraram o Curso de Formação de Novos Soldados (CSFD) da turma de 2021.1. O evento aconteceu no Centro de Ensino e Instrução (CEI), em Aracaju (SE), e também contou com a presença da vice-governadora, Eliane Aquino.

Como parte das celebrações pelo aniversário de quatro anos de gestão, também completados neste 7 de abril, Belivaldo comemorou o reforço na Segurança Pública do Estado de Sergipe, que acontece com a chegada deste novo efetivo aos municípios sergipanos.

Os novos policiais militares formados são oriundos do concurso público realizado pelo Governo do Estado, em 2019, que, no total, inseriu 1.015 novos PM's à corporação, entre oficiais e soldados.Junto aos concursos das polícias Civil, Penal e Corpo de Bombeiros, representam um reforço na segurança do estado de 1.663 novos profissionais.

"É com muita alegria que estamos hoje celebrando não só esta formatura, mas o fato de poder reforçar a Segurança Pública de nosso estado. Entrei no governo com o compromisso de equilibrar as finanças para poder proporcionar momentos como esse, onde sentimos que estamos prestando um serviço à sociedade, tanto proporcionando novos postos de trabalho, por meio dos concursos públicos realizados, como, sobretudo, melhorando a segurança dos nossos municípios", destacou o governador.

O comandante-geral da Polícia Militar, coronel Marcony Cabral, também falou, em discurso, sobre a importância dos novos policiais militares que chegam à instituição para reforçar a segurança de Sergipe. "Quero parabenizar a todos que estão aqui, junto com suas famílias, celebrando este importante momento, que é a conclusão do Curso de Formação. Sejam bem-vindos e vamos, juntos, trabalhar para promover cada vez mais segurança ao nosso estado", ressaltou.

Curso de Formação

O CFSD 2021.1 foi composto por 33 elementos curriculares, totalizando 1.200 horas/aula, sendo ministradas, dentre outras, aulas Relações Humanas e Interpessoais, Técnica Policial Militar, Defesa Pessoal e Tiro Policial. Além das matérias ministradas os formandos participaram de Estágio supervisionado, vivenciando a prática da atividade policial sob a supervisão de profissional experiente.

Durante a gestão do governador Belivaldo Chagas foram realizadas duas convocações para o Curso de Formação de Oficiais da Polícia Militar do Sergipe (CFO) e três convocações para o CFSD. Com isso, o Governo de Sergipe possibilita que 1.015 novos policiais militares estejam à disposição da sociedade sergipana. Desses, 58 são oficiais e 957 soldados.

Foram 28 oficiais formados em 2021 e 30 que estão em formação. Já, das três convocações para Curso de Formação de Soldados, foram 293 militares formados na turma 2019; 353 alunos que se formaram nesta turma de 2021 e 311 alunos inscritos na turma 2022, iniciada em 04/04/2022.

Texto e imagens reproduzidos do site: se.gov.br