terça-feira, setembro 05, 2006

Um interregno por manifesta falta de tempo...

Desde há uns tempos atrás que tenho vindo a escrever com menos regularidade aqui no INTIMISTA em relação ao que acontecia anteriormente. Agora que as aulas vão recomeçar e quando tenho pouco mais de dois meses para acabar a minha tese de mestrado, penso que o melhor será fazer uma pausa na escrita durante dois ou três meses. É que o tempo disponível para "cuidar" deste blogue, para responder aos comentários que aqui deixam e para escrever noutros blogues é manifestamente insuficiente...
Assim, irei fazer aqui um interregno, que espero ser breve, embora continue a escrever no meu outro blogue NA SALA DE AULA, relacionado com assuntos da educação. Espero também, de vez em quando, continuar a frequentar os blogues habituais, na certeza de que este é um projecto para dar seguimento.
A todos, um até já...

terça-feira, agosto 29, 2006

Portugal em bicos dos pés...

Sinceramente, não consigo perceber a vontade desenfreada que impera na esfera do poder político português no sentido de forçar a comunidade internacional a conceder um "lugarzinho" nas chamadas operações de manutenção(?) de paz às nossas forças militares. Depois do Kosovo, da Bósnia, de Timor e do Afeganistão, agora é a vez do Líbano...
Num período em que deveria imperar a contenção de despesas (é o próprio Governo quem o afirma) é, no mínimo, aburdo e contraditório ver a figura que Portugal faz ao quase implorar para que seja chamado a contribuir na força da ONU que irá intervir no Líbano. Alias, só nesta intervenção poderão ser gastos, à custa daqueles que pagam impostos, mais de 10 milhões de euros. Outro número a reter: só este ano Portugal irá despender quase 90 milhões de euros com 816 militares em missões no estrangeiro. Não será um exagero???
Não sou como os comunistas ou bloquistas que recusam qualquer intervenção de Portugal em missões de paz. Mas, nem tanto à terra e nem tanto ao mar... Há que ter bom senso e Portugal bem que poderia, desta vez, ficar de fora desta intervenção no Médio Oriente. Ainda por cima, a mesma reveste-se de contornos bem mais delicados...

sexta-feira, agosto 25, 2006

Ano (lectivo) novo, vida nova...

Escrevo no dia em que a nossa pequenota faz oito meses de vida fora do ventre da mãe. Todos os meses tenho aqui vindo recordar esse dia maravilhoso que foi o dia de Natal da nossa Diana.
Aproxima-se um novo ano lectivo, e com ele, aguardam-nos mudanças e novidades. Desde logo há o facto da nossa filhota ir para o infantário, visto que chegou ao fim o tempo de estar com a mãe. Esta nova experiência não vai ser fácil para nenhuma das duas, isto porque a mãe se habituou durante este tempo todo a uma rotina e estilo de vida que foi do seu agrado, tendo que agora confiar no profissionalismo de outras pessoas para tomarem conta da filhota, mas também não será fácil à Diana, de um momento para o outro, ter de se acostumar a novos horários, novos ambientes, novos espaços... Até eu, certamente, acharei estranho esta nova rotina de a "ir deixar e trazer" do infantário.
Esperemos que tudo corra pelo melhor. Acredito que apenas os primeiros dias serão difíceis de ultrapassar e logo estaremos todos habituados à nova rotina de um novo ano lectivo para todos. A Diana está a progredir da melhor maneira e já lhe apareceram dois dentinhos à frente. Continua cheia de genica e adora passear pela rua. Agora que vai conhecer novos amigos na sua "nova" casa, espera-se que evolua ainda mais depressa.
Entretanto, há que começar a preparar o novo ano lectivo. Já me desloquei à escola para aceitar a colocação para os próximos três anos lectivos e pedi para que não entre em nenhum dia às 8.20 H. para, assim, poder ir levar a Diana ao infantário. A ver vamos no que vai dar este pedido. Também já sei os anos de escolaridade a que vou leccionar: 7º, 8º e 11º anos, o que é do meu agrado. Agora só há que esperar por Setembro para começar mais um ano lectivo a todo o vapor...

quarta-feira, agosto 23, 2006

Que sistema é este???

Depois de umas férias intercaladas passadas entre as regiões de Fátima, Covilhã e Minho, eis que se aproxima o dia de novamente voltar ao trabalho. Finalmente chegou o ano dos professores poderem saber com um pouco mais de antecedência qual a escola para onde irão trabalhar, desta vez por um período de três anos, o que será positivo para os alunos, mas nefasto para muitas famílias de professores. Pessoalmente, não me posso queixar da minha colocação, visto ter ficado na escola que coloquei como primeira opção...
Embora ainda em período de férias há que começar a organizar um novo ano lectivo. Leio os jornais, como habitualmente faço e o que vejo? "Endividamento das famílias cresce, mal-parado desce" e "Empréstimos sobem num ano 14 mil milhões". Pois é, a dependência das famílias portuguesas face aos bancos não pára de crescer, sobretudo no caso dos casais mais jovens. Há que comprar casa e carro e os empréstimos parecem a solução...
A propósito, se há coisa que considero um absurdo é o sistema de subida de escalão assente no avanço da idade. Digo isto por uma razão muito simples... Onde está a justiça deste sistema cego? Respondam-me à seguinte questão: quando é que o dinheiro faz mais falta a uma família? No início da sua vida profissional, quando tem de comprar casa e carro e ter as despesas com a saúde e educação dos filhos (escola, livros, etc.) ou quando já se está a caminho da idade da reforma, com a casa e o carro pagos e os filhos já despachados? A resposta é mais que óbvia. Por isso, nunca concordei com este sistema que, por exemplo no caso dos professores, permite salários de 2000 Euros limpos a um docente com 50 anos de idade, enquanto que um professor em início de carreira e a constituir família recebe um ordenado de pouco mais de 1000 Euros. A minha proposta seria a de todos receberem por igual: a igual serviço, o mesmo salário, havendo depois a hipótese de existirem complementos financeiros para os que melhor desempenhassem a sua função...
Enfim, mais uma das muitas contradições dos tempos modernos!

quarta-feira, agosto 16, 2006

Três anos depois...

Faz hoje três anos que eu e a Salete casámos. O tempo passa e, com o nascimento da nossa Diana em Dezembro último, já somos três cá em casa. Esperamos não ficar por aqui e podermos dar à nossa pequenota um irmão (ou irmã)...
Fazendo um pequeno balanço de como decorreram estes anos depois do nosso casamento, não tenho dúvidas de que valeram a pena. Apesar dos normais "desaguisados" que qualquer casal tem, a verdade é que temos sido felizes, ainda mais depois da Diana nos ter vindo fazer companhia.
Casamento sem filhos não faz mesmo sentido. É nestes momentos que penso no sofrimento daqueles que desejando ter filhos não conseguem alcançar tal objectivo. E, ironia das ironias, cada vez sabemos de mais histórias de pais que o não mereciam ser... Enfim, são as tais contrariedades da vida.
Nestes três últimos anos temos assistido à união e desunião de casais nossos amigos. Como se costuma dizer "a vida de casado não é fácil". Mas, quando duas pessoas se conhecem bem, se amam e se entregam uma à outra, todos os problemas se tornam em desafios que urge serem ultrapassados.
Espero daqui a três anos poder escrever neste blogue um novo artigo recordando o nosso dia de casamento, se possível com a família ainda mais alargada, pois não queremos que a Dianinha seja filha única.
Obrigado Salete e Diana por me fazerem (ainda) mais feliz a cada dia que passa...

domingo, agosto 13, 2006

Que Portugal queremos ter?

Comemora-se hoje o "Dia Internacional da Juventude", num tempo em que debater o ser-se jovem equivale a termos que nos debruçar sobre uma série de problemáticas. Desde logo, convém termos bem presente que em Portugal, assim como em toda a Europa, os jovens são cada vez menos, dependem mais dos pais até mais tarde, casam menos, divorciam-se mais e têm menos filhos, chegando estes em idades muito mais tardias. Esta situação comporta sérias dúvidas sobre a renovação de gerações e a própria capacidade de um povo para ser dinâmico, audaz e minimamente sustentável.
Dou apenas um exemplo: vejamos o que se passa no Japão. Obcecados nas últimas décadas com o crescimento e o desenvolvimento económico do seu país, a maioria dos japoneses investiu muito da sua vida na procura de um nível de vida elevado. Assim, o trabalho sobrepôs-se à família, tendo-se chegado a uma situação em que, em média, cada mulher japonesa em idade fértil tem apenas 1,25 filhos (índice de fecundidade). Ora, com a esperança média de vida mais elevada do planeta (82 anos), os japoneses andam agora a desesperar, tentando responder à questão de quem vai sustentar as crescentes legiões de pensionistas!!!
Por cá, continuamos a ter um Governo que pouco parece preocupar-se com as famílias numerosas, não assumindo uma verdadeira política natalista. Outros países com problemas semelhantes ao de Portugal, já abriram os olhos e investem em medidas que promovam a natalidade. Dou apenas o exemplo da Alemanha, onde a partir de 2007, aqueles que decidirem ficar em casa, para criar os filhos, receberão dois terços do salário até um máximo de 1800 Euros. Em vez de terem rendimentos mínimos garantidos, que apenas promovem a precariedade e a miséria, os alemães investem na sustentabilidade, salvaguardando o direito à família daqueles que com o seu trabalho e devidos impostos contribuem para as finanças do país.
Se a situação não se inverter rapidamente correremos o sério risco de termos um país de "velhos" (muitos deles sem as mínimas condições de vida, visto as reformas serem reduzidas), dependente da imigração para que haja crianças e onde os jovens "cérebros" nacionais tendem a emigrar à procura de melhores condições de vida.

sábado, agosto 05, 2006

Israel vs Hezbollah

Com quase um mês de ataques e contra-ataques infligidos entre um exército de um país democrático e uma milícia terrorista que anseia pela destruição de um Estado soberano, quem mais tem sofrido é, como acontece sempre neste tipo de situações, a população civil que não consegue escapar às bombas... Mas, há que distinguir duas situações bem diferentes: a de uma população que, na sua generalidade, se mostra ignorante, iletrada e, talvez por isso, defensora de um movimento terrorista e uma outra população que se rege pelo princípio da democracia e da estratégia do ataque em legítima defesa. Digo isto porque a comunicação social (e a televisão em particular) permite que possamos diferenciar aqueles que dão "guarida" a guerrilheiros terroristas que combatem sob o escudo de uma população civil subjugada e sem liberdade de opinião dos que, refugiando-se em esconderijos subterrâneos esperam pelo dia de voltarem a ver a luz do sol na sua terra...
Como seria a nossa reacção se estivéssemos cercados por um conjunto de Estados assentes em democracias "fantoches" e patrocinadores de grupos terroristas cujo único sentido de existência fosse a procura da aniquilação do nosso Estado soberano? O que faríamos se soubéssemos que a cada esquina de uma qualquer rua poderia estar um terrorista para colocar uma bomba no autocarro por que esperávamos? Qual a nossa resposta ao sabermos que dois soldados foram raptados para serem mortos de forma violenta? Será que há um número mínimo de raptos ou mortos para que um Estado soberano e democrático se possa defender?
Lembro que Israel apenas exigiu que os dois soldados raptados pelo grupo terrorista Hezbollah fossem entregues e que fosse aplicada a resolução 1559 das Nações Unidas, que visa o desmantelamento do Hezbollah. A resposta foi a que se sabe, pelo que teve que ser Israel a iniciar agora à força o cumprimento dessa resolução, com vista à destruição da força militar deste grupo terrorista, sem que o Líbano se pareça preocupar com a população civil...
Bem sei que a posição mais fácil é a de criticar Israel e exigir um cessar-fogo imediato. Para quê? Para que o Hezbollah se possa de novo reforçar militarmente junto dos seus aliados Irão e Síria? A verdade é que, enquanto a ONU, enquanto organização internacional que junta as democracias de todo o mundo, não conseguir forçar países como o Irão, a Síria, a Palestina, a Coreia do Norte e alguns outros países a seguirem o caminho sério da democracia e da paz, continuaremos a ter, ciclicamente, estas situações de ataques e contra-ataques entre Estados democráticos e grupos terroristas patrocinados por alguns regimes autoritários e ditatoriais, que deixam a sua população viver na decadência e na miséria. Até lá, Israel continuará a ter que se defender...

terça-feira, agosto 01, 2006

Férias de descanso...

Finalmente, estou de férias!!! Depois de mais um árduo e cansativo ano lectivo (o oitavo desde que saí da Faculdade), eis que me encontro finalmente em gozo de um merecido e ansiado período de férias. Este foi, deveras, um ano cheio de trabalho, com oito turmas e cerca de duzentos alunos, sendo de acrescentar o facto de todos os dias da semana ter de fazer 140 Kms de automóvel em viagens casa-escola-casa. Por outro lado, este ano resolvi inovar na minha forma de leccionar, tendo apostado na realização de vários conjuntos de diapositivos em PowerPoint da matéria de Geografia para posterior projecção na sala de aula aos alunos, pelo que, para além do trabalho normal da escola feito em casa (realização e correcção de fichas e testes, textos de apoio, planificação das aulas, etc.) gastei ainda dezenas de horas na preparação da matéria em PowerPoint. Foi ainda um ano em que tive que me dedicar à minha tese de mestrado e a todo um conjunto de tarefas de investigação que um trabalho deste tipo exige. No final do ano lectivo tive ainda a vigilância de dez exames nacionais e todo o trabalho inerente a dois pedidos de revisão de nota. Enfim, estou de rastos... E, ser professor ao mesmo tempo em que se passa a ser pai não é nada fácil! Mas, quem corre por gosto não se cansa e esta foi, sem dúvida, uma das escolas onde mais gostei de trabalhar, tanto ao nível de alunos e funcionários, como de colegas e direcção da escola...
Agora há que aproveitar o mês de Agosto para descansar o mais possível e ganhar forças para enfrentar mais um ano lectivo que se avizinha. Por isso, espero, durante estas férias, poder desfrutar do maior tempo possível com as minhas duas princesas para que o exemplo desta foto se repita por muitos e belos lugares deste país...
A todos os visitantes deste blogue desejo umas boas férias de descanso.

sábado, julho 22, 2006

Uma "senhorita" a caminho dos sete meses...

Aproxima-se o dia em que a Diana comemora sete meses de vida fora do ventre da sua mãe. O desenvolvimento da nossa pequena tem sido cheio de novidades e experiências que insistimos em não deixar passar ao lado, pelo que tanto eu, como a Salete (sobretudo ela) temo-nos preocupado em registar na forma escrita ou através de fotos e vídeos o processo de crescimento da nossa filha. O blogue da Salete é disso testemunho...
Nos últimos dias temos aproveitado para sair mais amiúde, sobretudo a partir do final da tarde quando está menos calor e temo-nos apercebido de como há pessoas que, efectivamente, não têm qualquer sensibilidade para serem pais. Ainda hoje fomos saborear um gelado no Fórum (o shopping aqui de Viseu) e ficámos incomodados pela forma como alguns pais tratam os seus filhos. Eu explico: vimos uma série de pais que pura e simplesmente deixaram os seus filhos (e não estou a falar de bebés) gritar de forma absurda à mesa da esplanada durante mais de quinze minutos, atraindo a atenção de toda a gente em redor e incomodando as pessoas que queriam desfrutar do seu tempo de lazer... Aliás, nos últimos tempos a experiência de ser pai tem-me levado a aperceber da forma como alguns pais se demitem da sua missão de educar convenientemente os seus filhos. E, todos sabemos que, como diz o povo, "é de pequenino que se torce o pepino". Por isso é que, como professor, já nem fico admirado com os modos e gestos que muitos dos alunos trazem de casa para a escola...
Eu e a Salete temos tido a preocupação basilar de não falharmos na nossa missão de pais. Claro que todos erramos e também nós já tivémos as nossas falhas, mas só quem admite o erro é que aprende com ele... A Diana tem sido uma bebé adorável: sorridente, afável e admirável na forma como comunica com quem está com ela. Aqueles olhos falam...
Agora há que aproveitar estas semanas até ao final de Agosto, pois em Setembro a nossa Diana irá para o infantário e passaremos menos tempo com ela... Está uma autêntica senhora!!!

terça-feira, julho 18, 2006

Tipicamente português...

Ao chegar a casa estoirado depois de um dia cansativo e deveras agitado, apenas tive tempo de dar uma beijoca na Dianinha que já dormia profundamente e conversar um pouco com a Salete, dado que hoje teria que me levantar às 7 horas para ir trabalhar para a escola.
Poucos minutos depois de nos termos deitado (deviam ser 1.30H da manhã) ouvimos um estrondo enorme vindo da rua e logo nos pareceu que tinha ocorrido um acidente rodoviário. Levantámo-nos e fomos à varanda: um automóvel tinha-se enfaixado na traseira de um camião TIR de forma abrupta! Não mais de cinco minutos depois apareceram logo a polícia, bombeiros e ambulâncias e a confusão instalou-se. Eu fui deitar-me novamente, enquanto que a Salete ainda ficou um pouco mais na varanda a assistir à situação. Foi então que ela me disse que estavam a dirigir-se para junto do acidente dezenas de pessoas em calções e camisas de dormir dos prédios à volta, como se estivessem a dar dinheiro para os primeiros que chegassem ao local. Ela deitou-se e com o barulho enorme que vinha da rua ficámos um pouco a conversar sobre a situação a que tinhamos assistido, analisando a forma como a curiosidade e a ânsia de assistir à desgraça alheia parecem ser características bem típicas do povo português!!! Infelizmente...

quarta-feira, julho 12, 2006

No fim do mundo...

Num país onde impera a ditadura, a fome e a miséria, aqueles que estão no poder ousam "brincar" aos mísseis e às ameaças de guerra total. A Coreia do Norte é, sem dúvida, um dos lugares do mundo que melhor exemplifica até que ponto é que a acção humana pode ser tão odiosa e castradora de qualquer tipo de liberdade e dignidade concedida aos indivíduos.
Que planeta é este que permite que um país, onde a maioria da população sobrevive à custa do arroz que as organizações não-governamentais e as dádivas externas proporcionam, tenha a ousadia de afrontar alguns dos países mais desenvolvidos e democráticos do mundo com a demonstração de lançamento de mísseis que dariam para combater a fome de milhares de crianças de um povo analfabeto, ignorante e sem qualidade de vida?
Para que serve, afinal, a ONU? Para multiplicar as dádivas e os perdões de dívidas a países que brincam às guerras, aos conflitos e aos desvios de dinheiros? Urge fazer ver aos senhores da guerra das "Coreias do Norte" desde mundo que há quem não tenha medo de lhes fazer frente, por forma a libertar milhões de seres humanos destes monstros! É por estas e por outras que compreendo, em termos gerais, a postura proteccionista dos EUA no mundo...

sábado, julho 08, 2006

Finalmente, de volta ao país real...

Depois de um mês em que quase todos os portugueses estiveram completamente anestesiados com o percurso da nossa selecção no campeonato do mundo de futebol eis que o país "volta a a cair na real", como dizem os nossos irmãos brasileiros. Durante um mês, televisões, rádios e jornais quase que resumiram a actualidade nacional à vida de cerca de vinte homens que foram representar Portugal a um campeonato do mundo: as horas do acordar e do deitar, a ementa das refeições, os autógrafos, as declarações, as entradas e saídas do autocarro, os treinos, as corridinhas, enfim, tudo serviu para que os portugueses não se pudessem queixar de que não sabiam o que se passava na Alemanha com a selecção, desde a notícia mais óbvia até à mais miséria insignificância informativa! Mas, o português típico não se queixa: come tudo o que lhe dão...
Pois bem, agora que o Mundial 2006 acabou para Portugal, há que voltar a ter os pés bem assentes na terra e ver como está o nosso país: na saúde, as filas de espera continuam enormes e as grávidas das regiões do Interior desesperam com o que lhes poderá acontecer na hora de darem à luz; na educação, o insucesso escolar continua a ser uma evidência e os professores lamentam-se da falta de respeito que o Ministério demonstra ter por esta classe profissional; na justiça, a lentidão e as trapalhadas processuais não desaparecem; na economia, o encerramento de fábricas, o desemprego e a falta de investimento externo parecem estar para ficar... Resta-nos a galinha dos ovos de ouro dos últimos trinta anos, o turismo, para além do qual parecem não existir alternativas credíveis. Entretanto, os interesses e as amizades continuam a ser realidades mais que óbvias e até aqueles que deveriam dar o exemplo dão azo a que o povo continue a pensar que os políticos são, afinal, todos iguais...
Triste país este que apenas tem razões para sorrir quando lhe dão futebol ou música...

terça-feira, julho 04, 2006

Uma proposta que carece de fundamento...

Segundo o Jornal de Negócios, as despesas de educação poderão vir a deixar de ser deduzidas no IRS, caso o Governo acolha a proposta de uma série de especialistas a quem encomendou um diagnóstico e sugestões para simplificar as leis fiscais. Não sei que especialistas são estes, mas parece-me que esta proposta tem como objectivo principal fazer diminuir as despesas do Estado e não tanto simplificar a máquina fiscal.
Todos sabemos que as duas áreas sociais mais importantes e conducentes à elevação da qualidade de vida de uma população e, deste modo, ao desenvolvimento de um país, são a educação e a saúde. Ora, tendo em conta a reduzida qualificação da mão-de-obra portuguesa e a necessidade de apostar na formação ao longo da vida é, no mínimo, estranho que se possa avançar com uma proposta deste género que, a ser posta em prática, poderia levar à poupança de muitos milhões de Euros ao Estado, mas também a uma (ainda maior) perda de competitividade da nossa mão-de-obra com os nossos congéneres europeus.
Em minha opinião, das duas, uma: ou o Estado resolve avançar, efectivamente, para uma educação "tendencialmente" gratuita, sendo que assim até se poderá compreender o teor desta proposta, ou terá mesmo que alargar o limite de benefícios fiscais em matéria de Educação (actualmente fixado nos 2500 Euros) e fixar tal limite em correspondência com os rendimentos auferidos pelos titulares.
Falo com conhecimento de causa na matéria. Sendo professor, considero importante a formação contínua, pelo que me encontro a frequentar um curso de mestrado na Universidade de Coimbra, cujo custo total, só em propinas, é de 2500 Euros. Caso esta proposta venha a ser aprovada, as propinas dos cursos de pós-licenciatura não poderão continuar a ser as mesmas. Por outro lado, tenho uma filha que para frequentar o infantário me obriga a despender 200 Euros mensais. Ora, onde está a cobertura nacional a 100% da educação pré-escolar???
Penso que esta proposta cega não é mais do que um contributo para que a educação seja, mais uma vez, o elo mais fraco das prioridades nacionais... Assim, aqui deixo o meu mais veemente protesto perante mais uma ideia economicista e que em nada contribui para o desenvolvimento socio-económico do pais.

domingo, junho 25, 2006

E já passaram 6 meses!

Muitas vezes, o tempo passa sem nos darmos conta do muito pelo que já passámos (desde alegrias e euforias até angústias e desilusões) a partir do momento em que um dado acontecimento marcou de forma intensa e definitiva a nossa vida.
Neste último meio ano, a Diana preencheu todas as minhas prioridades e foi decisiva no rol de emoções e sentimentos que nortearam este período temporal. Desde o seu nascimento que muito daquilo que era importante na minha vida passou para o conjunto de aspectos que passei a considerar como acessórios para a minha realização pessoal: as idas ao cinema, a frequência nocturna e de fim-de-semana de bares, as idas a concertos rock no Coliseu de Lisboa e aos festivais de música de Verão, a prática do ciclismo ou do snoocker, a escrita diária na blogosfera e até o rigor e disciplina com que me encontrava a desenvolver a minha tese de mestrado... Enfim, desde o dia 25 de Dezembro de 2005 que a minha vida passou a ter um novo sentido.
Ser pai foi, até hoje, o acontecimento que mais felicidade me deu e continua a dar: saber que, de segunda a sexta-feira, ao chegar a casa vindo do trabalho, tenho a pequena Diana, com aquele sorriso cheio de alegria e inocência, à espera do meu colo e das minhas brincadeiras, torna-me na pessoa mais feliz do mundo. Todos os pequenos problemas materiais, que às vezes parecem enormes, tornam-se pequenos nadas ao saber que a minha filhota está bem e é feliz...
Costuma-se dizer que um homem só é homem quando plantar uma árvore, escrever um livro e se tornar pai. Não é bem assim... Depende da forma de como se exerce o papel de pai! Claro que são três situações incomparáveis, mas não há dúvida que ter a consciência que se é um bom pai torna qualquer um num verdadeiro homem. Como professor, sei bem das angústias de muitos filhos que dizem ter tido a falta de apoio dos seus pais ou daqueles que, por nunca terem tido o Amor dos seus progenitores se transformaram em indivíduos problemáticos, desvairados e sem objectivos de vida...
Ser um bom pai é das maiores responsabilidades que um homem pode ter. Não é algo que se concretize por se ter dinheiro no bolso para satisfazer os desejos dos filhos ou para pagar a alguém que cuide deles. É um compromisso que requer muito empenho, dedicação e vontade expressa. E é isso que falta a muitos pais e filhos... Espero, sinceramente, estar sempre à altura do meu maior desejo pessoal: "fazer" da Diana uma jovem que possa, quando crescida, orgulhar-se da educação que teve...

terça-feira, junho 20, 2006

Reformas, natalidade e envelhecimento: uma tríplice aguda...

A proposta do Governo para reformar o sistema de Segurança Social já avançou, apesar da "overdose" de futebol estar a distrair muitos portugueses deste tema de carácter decisivo para o futuro do nosso país...
Por um lado, penso que esta reforma deveria ir muito mais além no que aos cargos públicos, nomeadamente políticos diz respeito, acabando com muitos dos benefícios que continuam vigentes na lei para presidentes de autarquias, deputados, gestores públicos e outros. Há que ter a coragem política de acabar com benesses e mordomias para esta classe mais que privilegiada.
Por outro lado, considero de muito pouco alcance e, praticamente, inócuas as medidas previstas para combater o envelhecimento da população portuguesa, pois não é com aumentos "caritativos" do abono de família que se conseguirá aumentar o índice de fecundidade em Portugal.
Bem sei que me seria muito mais fácil vir aqui dizer que os direitos, a que alguns chamam de "adquiridos", não podem ser alterados ou que as regras do "jogo" não podem ser modificadas ou até que nada poderia justificar estas medidas, visto que me iriam prejudicar, mas neste, como noutros assuntos, há que ter o bom-senso de defender o bem-comum e deixar de lado "umbiguismos" egoístas. É que é Portugal e o futuro dos portugueses que estão em causa, pelo que todos devemos contribuir para que a sustentabilidade da nossa Segurança Social seja uma realidade, ao mesmo tempo que devemos combater o envelhecimento populacional, reforçando aquela que é a instituição-base de toda a civilização: a família...
Só com medidas concretas ao nível, por exemplo, do alargamento a sério da licença de maternidade e do aumento do número de infantários públicos é que poderemos esperar que a natalidade aumente no nosso país...
Mas, o país continua distraído com o futebol, não é??? O Governo agradece...

sexta-feira, junho 16, 2006

Deixemo-nos de ilusões...

Com a pré-anunciada deslocalização da fábrica da Opel da Azambuja para Espanha prevêem-se dias muito difíceis para milhares de famílias da região do Ribatejo. Apesar de tardiamente, o nosso Primeiro-Ministro bem tentou intervir directamente no assunto junto do Presidente da General Motors. No entanto, parece inevitável que a angústia e o desespero irão afectar milhares de trabalhadores que, directa ou de forma indirecta, laboram para a Opel da Azambuja, o que configura uma situação gravíssima, quer em termos de diminuição do emprego, como do agravamento do défice comercial ou da redução do investimento externo em Portugal.
Depois de, durante uma série de semanas consecutivas, José Sócrates, ter vindo a servir-se de diversos números publicados pelo INE para proclamar o início da recuperação económica do país, as mais recentes notícias vêm confirmar que ainda estamos muito longe de ultrapassar a crise que, mais do que de falta de ânimo, afecta os portugueses: o desemprego continua a aumentar, a balança comercial continua desequilibrada, o preço do petróleo não descola de valores elevados, os juros bancários não cessam de aumentar...
Enfim, por muita música e futebol que se possam "impingir" ao povo português convém não esquecer que a crise está para ficar e que não chegam reforços positivos do Primeiro-Ministro para contornar a realidade dura e crua que vivemos... Fica provado que dependemos, cada vez mais, dos nossos congéneres europeus e que só apostando na qualificação dos portugueses poderemos chegar longe. Mais uma vez se vê que a política de Educação é fulcral para o país...
De uma vez por todas, deixemo-nos de ilusões...

sexta-feira, junho 09, 2006

Ser patriótico é muito diferente de ser um fanático da bola...

Pois é, começou hoje o Campeonato do Mundo de futebol, pelo que espera-nos um mês de completa "overdose" propagandista de futebol, a que alguns chamam de informação pertinente! Seja na televisão, na rádio ou nos jornais, há um mês que não se fala noutra coisa, pelo que a tendência nos próximos trinta dias será para piorar... Não há pachorra!!!
Ora, se há dois anos atrás ainda tive a "coragem" de colocar a bandeira nacional na varanda do meu apartamento, tal como o fizeram a maioria dos meus vizinhos, este ano vou fazer "greve" a esse gesto, a que alguns chamam de patriótico, não por vergonha ou arrependimento, mas sim como forma de protesto pela forma como a generalidade da sociedade portuguesa (desde o povo até políticos e toda a esfera privada da economia) se deixou levar pela onda pseudo-patriótica de quase viver para a selecção e "endeusar" uma vintena de rapazes que dão uns toques na bola e que, cada vez que se deitam ao final da noite ou já de madrugada, se devem fartar de rir da forma como a comunicação social e os adeptos querem saber tudo acerca da sua vida: eles são autógrafos, fotografias, conhecimento das leituras, das vestes, dos gostos musicais, enfim, de quase tudo da vida destes individuos...
Apesar de gostar de futebol e de desejar que a selecção portuguesa possa sair da Alemanha de cabeça erguida recuso-me a entrar no jogo do "endeusamento" barato da nossa equipa, sobretudo quando muitas das questões decisivas para o futuro do nosso país são como que esquecidas e postas de lado: as mudanças no sector da educação, o encerramento das maternidades, a manutenção de níveis de desemprego preocupantes, o preço do petróleo, as taxas de juro, os incêndios de Verão, etc.
Enfim, não há dúvida que chegámos à silly-season: quando tempos políticos que decidem adiar o trabalho parlamentar para que os senhores deputados possam assistir ao jogo da selecção com o México está tudo dito. Nesse dia estarei, com muito orgulho, a dar uma aula de Geografia à minha turma do 10º G... Sim, porque não acredito que os meus alunos faltem à aula para ver um jogo de futebol!!!
E viva o 10 de Junho: dia de Portugal!!!

domingo, junho 04, 2006

Pior a emenda que o soneto...

Pois é, à falta de bom senso manifestada pela Ministra da Educação na forma como se dirigiu, recentemente, ao nível de profissionalismo (ou falta dele) dos professores, eis que a FENPROF responde da pior maneira possível, através da decisão de convocar uma greve para o próximo dia 14 de Junho, véspera de feriado nacional e, coincidência ou não, no dia seguinte ao feriado municipal de Lisboa. Esta falta de inteligência por parte da FENPROF apenas levará a que a opinião pública em geral fique com a ideia de que o que os professores querem mesmo é um fim-de-semana bem prolongado...
É claro que não vou fazer greve, até porque não sou apologista deste tipo de estratégia como forma de resolução de conflitos entre a tutela e a classe docente, preferindo o reforço da credibilidade e do diálogo como forma de aproximação de vontades díspares. Mas, sobretudo, condeno o acto de convocar uma greve para este dia porque a mesma dá a imagem da total falta de credibilidade que povoa no sindicalismo docente. Se por um lado, a proliferação de sindicatos e associações de professores destrói e mina a união desta classe, não nos podemos esquecer que é esse tipo de actuação que interessa a muitos daqueles que pensam que a maioria dos professores estão nesta profissão apenas por interesses materiais e não pelo gosto de ensinar e contactar com jovens estudantes...
Mais uma vez sou levado a defender a criação de um Ordem dos Professores, como forma de credibilizar a classe docente e elevar o nível de exigência da mesma junto da opinião pública e da tutela, através, por exemplo, da criação de um código deontológico de professores que a não ser cumprido deveria levar à "expulsão" de alguns que estão a mais nesta profissão, mas que levam à descredibilização errada de uma maioria que se dedica de corpo e alma à causa mais nobre de ensinar e formar...

terça-feira, maio 30, 2006

Há momentos em que não nos podemos calar!!!

Será que alguém já reparou que, em todo o actual Governo, existe apenas um Ministério cujo titular aparece frequentemente a atacar de forma violenta toda uma classe profissional, como se esta englobasse um conjunto de trabalhadores desprezíveis, incompetentes e irresponsáveis? É que não vejo o Ministro da Saúde a dizer mal dos médicos ou o Ministro da Justiça a dizer que os juízes não sabem exercer a sua profissão, nem tão pouco o Ministro da Administração Interna a atacar os polícias...
Refiro-me à Ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, que sistematicamente aparece em público dirigindo-se à globalidade dos professores (e não apenas a uma parte!) de forma depreciativa. Eis algumas das últimas tiradas:
Primeira acusação: "Os professores não se encontram ao serviço dos resultados e das aprendizagens";
Segunda acusação: "A cultura profissional dos professores é marcada pela actualização dos conhecimentos científicos, e não por uma cultura em que os principais desafios sejam os resultados";
Terceira acusação: "Os professores trabalham individualmente e não com espírito de equipa";
Quarta acusação: "As reuniões nas escolas são cumpridas apenas porque os normativos legais assim o mandam";
Quinta acusação: "Enquanto que para os médicos o desafio máximo é o caso pior e mais difícil do hospital, nas escolas a cultura profissional dos professores não os orienta para os casos mais difíceis".
Estas cinco acusações da Ministra da Educação merecem da minha parte uma resposta firme, já que me sinto visado de forma injusta pelos ataques proferidos por uma Ministra da Educação que, provavelmente, nunca esteve numa escola secundária durante um único dia a leccionar a quatro turmas diferentes, de três níveis, num total de 100 alunos...
Resposta à primeira acusação: Qual o professor que não pretende que os seus alunos tenham bons resultados, assentes na aquisição de competências que lhes permitam obter sucesso nos exames nacionais? Até porque um docente sente-se sempre orgulhoso quando dá poucos níveis negativos!
Resposta à segunda acusação: A actualização dos conhecimentos científicos não implica que não se obtenham bons resultados por parte dos alunos, pelo que muitas das falhas neste âmbito deverão ser imputados aos currículos e programas aprovados pelo Ministério da Educação.
Resposta à terceira acusação: Se fosse verdade que os professores trabalham de forma individual não haveria tantas reuniões nas nossas escolas, tais como conselhos de turma, reuniões de departamento, reuniões de directores de turma, reuniões de conselho pedagógico, entre outras. Porventura, parte dos problemas da escola está no excesso de burocracia inerente às referidas reuniões...
Resposta à quarta acusação: É verdade que muitas das reuniões são marcadas por via dos normativos legais. Por exemplo, as reuniões de departamento que se realizam após os conselhos pedagógicos bem que podiam ser evitadas. Mas, no que se refere aos conselhos de turma, esses sim importantes para o desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem das turmas, são muitas vezes marcadas sem haver lei que a isso obrigue, pelo que tudo depende das características próprias de cada turma.
Resposta à quinta acusação: Dizer que os médicos preferem os piores casos e que os professores fogem dos piores alunos é, no mínimo, injusto, visto que nem todos os médicos optam por ter os pacientes com as doenças mais graves, nem todos os docentes receiam ter os alunos com maiores dificuldades. Aliás, como em todas as profissões, há médicos competentes e outros incompetentes, tal como há professores esforçados e outros que não se esforçam...

Enfim, muito mais haveria para dizer, mas, na condição de professor de Geografia, não concebo que uma Ministra da Educação aproveite cada tempo de antena que lhe concedem para denegrir a imagem dos professores, como se cada um dos mais de 140 000 docentes fosse um funcionário que apenas pensa em receber o seu ordenado, não se preocupando com o sucesso escolar dos seus alunos, nem com a devida formação de futuros adultos...

quinta-feira, maio 25, 2006

Olha que dois!!!

Pois é! Já lá vão cinco meses desde que a Dianinha viu pela primeira vez a luz do Sol e encheu (ainda mais!) de alegria o nosso recatado lar. O tempo voa e a pequena Diana cresce a bom ritmo, reconfortando, a toda a hora, pai e mãe com muitos sorrisos...
Há quem diga que a vida de casado implica muitas mudanças em relação ao tempo de namoro. A minha experiência não é essa, pois mudanças a sério (de 180º) ocorreram, sim, quando a família cresceu e me tornei pai. Aí é que muitos dos hábitos até então adquiridos mudaram por completo, visto que tudo tem girado em torno do novo rebento que chegou à família...
Nestes cinco meses, posso afirmar que a experiência de pai tem sido bastante gratificante e muito menos complicada do que alguns amigos meus previram que pudesse ser. Claro que tudo depende da forma como o casal (marido e esposa) se entendem e organizam as variadas e novas tarefas que surgem. Por exemplo, no que respeita às noites mal dormidas (uma questão que aflige muitos casais durante muito tempo) posso dizer que apenas no primeiro mês vi o meu "relógio biológico" alterar-se, dado em que a Diana acordava, pelo menos, uma vez de madrugada para mamar, o que me obrigava a levantar da cama, visto que não conseguia dormir sabendo que a pequena Diana estava acordada (isto porque durante o dia não estava com ela, pelo que queria aproveitar o máximo de tempo para estar com ela). Lembro-me que, em alguns dos dias em que tinha de acordar às 6.30H para ir trabalhar para a escola fui "obrigado" a dormir no outro quarto, sob pena de me arriscar a ter um acidente no caminho para Lamego. Mas, essas ocasiões não passaram de excepções e rapidamente, logo a partir do segundo mês, a Diana passou a dormir durante toda a noite.
Agora, a filhota já tem os seus ritmos de alimentação e sono bem definidos: acorda às 7H. para mamar, depois dorme até ao meio-dia, volta a acordar para brincar um pouco e almoçar de seguida, para depois adormecer e acordar mais tarde para a brincadeira. Mama à hora de lanche, esperando de seguida pela chegada do pai para as brincadeiras do costume. Finalmente, vai para a cozinha fazer-nos companhia ao jantar, para depois tomar uma banhoca e mamar por volta das 23H. Depois adormece e só volta a acordar às 7H. para um novo dia.
Adora passear e estar na esplanada do café com os pais, não sendo de fazer "espectáculo" de choro como acontece com muitos bebés. Enfim, tudo tem corrido pelo melhor. A mãe tem sido exemplar e o pai tem-se esforçado por não falhar em nada, não podendo apenas estar mais tempo com a filhota porque a vida de professor obriga a muitas horas passadas fora de casa.
A mãe tem um blogue onde apenas escreve sobre a Diana, para além de ter um diário onde descreve de forma pormenorizada a evolução da nossa pequenota. Dedico este pequeno texto à minha filhota, esperando que ela o possa ler daqui a uns anitos. Beijocas...