Poderia obrigar-me a sair da bolha, a ir ao encontro do desconforto que sempre surge quando saímos, por nossa iniciativa, ou forçados por outrem, do nosso espaço familiar e onde dominamos as variáveis que nos envolvem. A vida é aventura, desafio, risco, ousadia, paixão, inebriamento; mas é também dor e luto, sofrimento e angústia, lágrimas secas ou encharcadoras das rugas do rosto, cavadas pelo tempo e pelas marcas desse tempo em nós.
Poderia... porém, o estado de cansaço anímico vergava-me agora o corpo que, insolente, respondia com mais e mais desconforto, alimentando a ansiedade voraz que condicionava agora a existência, o ser, o respirar, o agir, o reagir, o lutar, o fazer.
A vida das pessoas passa por fases, não é sempre previsível nem integralmente gerível. Há fatores do destino que, pura e simplesmente, fazem as coisas acontecerem. E avançamos assim, em direção a pontos intermédios de balanço, de reflexão, por vezes até de contemplação e orgulho, outros havendo que, em sentido contrário, nos causam embaraço e arrependimento.
Trabalhar sem alegria, sem prazer no que fazemos, sem medição do retorno do nosso investimento, tudo isso faz do trabalho um logro, um foco de emergência de dor psíquica com consequências físicas.É urgente sermos felizes, mais felizes, mais realizados, mais agradecidos pela vida que temos. Isso implica dispor de razões de celebração da felicidade, muito para além das esfera das relações pessoais, muito para lá do afeto e do amor que consagramos à pessoa que possa caminhar pela vida afora ao nosso lado.
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