As palavras surgem como um flash na minha mente. Impressas como se um instantâneo, nascem a preto e branco… Mas quando as releio, ganham cor…!
Quem lê / Who's reading
"a escrita é a minha primeira morada de silêncio" |Al Berto
sexta-feira, 29 de junho de 2012
sexta-feira, 22 de junho de 2012
Paragem de autocarro / Bus stop
Fiz as malas e fui para a paragem de autocarro. Fiquei à espera até à hora da partida, mas continuo aqui, sem saber se o autocarro não passou, ou se fui eu quem o deixou passar, ou se passou adiantado.
Começou a chover, os meus pés aninham-se entre as malas já com marcas da chuva. Quando vier o sol, as marcas desaparecem, o frio também. E eu não sei a que horas passa o último autocarro, ou se foi o último do dia.
As malas estão feitas, mas com as gotas da chuva já não parecem as mesmas...
Retirado do baú, escrito em 03.03.2008
sábado, 16 de junho de 2012
Diamante em bruto / Diamond in the rough
Não ponderou sequer deixá-lo ali, protegeu-o entre os seus dedos fortes e seguiu.
O Amor começou a dar sinais de inquietude,
sentia-o a mover-se na sua mão fechada. Abriu-a e o Amor cresceu, tinha agora
que o transportar ao colo, melhor assim, mais perto do coração, aonde deve
estar.
O Amor acompanhava-o, estava lá quando
adormecia e quando acordava, sentia-o aconchegante nas noites de frio.
E mais espaço o Amor conquistou, hoje
transporta-o às costas. “Estás a ficar corcunda”, dizem-lhe. Mas ele não se
importa, tem um diamante em bruto, meio tosco sim, mas com um brilho
intrigante, reflecte uma luz que não sabe de onde vem…
Continua ali, como quando o segurou pela
primeira vez nas suas mãos, parecia frágil… Cresceu…
Imagem da web |
One day, by chance, he found Love. At
first, he didn’t quite realise what he was holding in the palm of it’s hand, it
was like a diamond in the rough, a bit rugged, but with an intriguing glow, it
reflected a light he didn’t know were it came from.
He didn’t
even consider leaving it there, protected it between his strong fingers and he
went on.
Love started
getting restless; he would feel it moving within its closed hand. He opened it
and Love grew, now he needed to carry it on it’s lap, better that way, closer
to the heart, where it must be.
Love accompanied
him, was there when he felled asleep and when he waked up, he would feel it in
cold nights, cosy.
And more
room Love conquered, today he carries it on it’s back. “You’re getting a
hunchback”, they tell him. But he doesn’t mind, he has a diamond in the rough,
a bit rugged, yes, but with an intriguing glow, it reflected a light he doesn’t
know it comes from…
It’s
still there, like when he hold it for the first time in his hands, looked frail…
Has grown up…
sexta-feira, 8 de junho de 2012
Sonhos loucos / Crazy dreams
Sabes que não existo, não sabes?
Sou um reflexo dos teus sonhos, loucos.
Pensas que me vês, que me tocas,
que a minha pele é real,
que é real o fogo debaixo dos teus dedos,
fogo apagado pelos meus lábios,
ávidos de mais fogo,
de água que o apague,
de combustível que o atice.
Ouves a minha voz,
o grito que se afoga em busca de respirar
que se afoga no mar que nos chama ao precipício,
sedutor…
Sou um reflexo dos teus sonhos,
loucos todos,
talvez até sãos, não sei.
Já não sei.
Louco, louca sou eu, por existir para ti…
Imagem da web |
You know I don’t exist, don’t you?
I’m a reflexion of your dreams, crazy
dreams.
You think you see me, think you touch me,
that my skin is real,
that the fire beneath your fingers is real,
the fire my lips put off,
avid for more fire,
from water to extinguish it,
fuel to stir it.
You ear my voice,
The cry that drowns in the search to breath
That drowns in the sea which calls to the
abyss,
alluring…
I’m a reflexion of your dreams,
All mad,
Maybe not, I don’t know.
I don’t know any more.
Mad, I’m the mad one, for existing to you…
sábado, 2 de junho de 2012
talvez / maybe
Tentei entender o teu olhar.
Tentei entender o reflexo dos teus olhos nos meus.
Mas há dias em que não sabemos ler.
Procurei-te nas linhas da mão, mas o Destino não
falou comigo.
Talvez o Tempo fale.
::::::::::
I’ve tried to
understand your eyes.
I’ve tried to
understand the reflexion of your eyes in mine.
But some days we
can’t read.
I’ve looked for you
in the lines of the hand, but Faith didn’t speak to me.
Maybe Time will.
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