pela cidade quando
entre as copas e
o teto mais distante
as lâmpadas
escondem o fim do dia.
Conheceu noites
dormindo na calçada
ao som do apito
dos barcos pelo rio
enquanto
protegidas pelo escuro
lâmpadas prenunciavam
outra aurora.
Viu na cidade
tantas outras noites
e tantos gritos
entre os muros frios
viu edifícios
insones e fechados
e caminhou na
sombra sem destino
olhando as
lâmpadas desfolharem o rio.
Esteve nos bares cheios
mesas vultos
copos vozes
galhos de hera à
espera
do silêncio que
os dissolve.
As armadilhas
tecidas pelo tempo
à meia-luz pintam
paineis imensos
lembranças falsas
de vidro
brasas do mesmo
cigarro
que vai se apagar
nas lâmpadas
quando chega o
outro dia.