19 de janeiro de 2012

O Anjo Caótico



Com estas mãos que escreveram o teu nome e não duvidaram

chamavas-te noite e eras minha

o teu rosto uma multidão de estrelas de passagem

luzes que do céu fizeram a miragem

caída em terra agreste

do celeste fogo só sobraram

os estragos grandes e vastos da falsa Primavera

e mesmo assim a árvore floriu difícil

deu um fruto só e lágrimas orvalharam a folhagem

de verde sangue o corpo penetraram fundo

o poema áspero a negro desenhado

do ido que não foi no já agora.

13 de janeiro de 2012

O Anjo Magnifico



Um poema

bate á porta e acorda o Poeta

o Poeta levanta-se

abre a porta

olha no escuro

observa

 fios de chuva

como braços gigantes

abruptamente esplendidos

descem vertiginosos

uma gota de água bate no chão

desfaz –se em inúmeras outras

milhões de pequenas luzes

reflectem o que do céu trouxeram

em harmonia perfeita

os teus pés

molhados com luzes do céu

não são daqui


11 de janeiro de 2012

Pena Sou



Pena sou

e de mim não tenho

porque te vi voar

pena de rubra ave

por cima das falésias

não te pôde acompanhar

pena sou

e de mim não tenho

corpo para abraçar o teu

espírito espírito do meu

corpo corpo do teu

pena sou

e de mim não tenho.