"A vida é um sopro."
Uma pessoa morre e pronto. Nós não somos imortais, fazemos o nosso dia a dia, o nosso trabalho e um dia chegamos a um ponto que parar não faz sentido. O sentido está no viver constante do que nos apaixona. A ele era a curva sinuosa da natureza, da mulher, da sua forma de pensar o espaço.
Começou a fazer o que tinha que fazer, da tipografia à arquitectura está quase com trinta anos, e parece-me que isto de se ser aquilo que se é suposto ser, relaciona-se com o que Saramago diz numa entrevista, "não tenhas pressa e não percas tempo".
A contradição aparente revela que não há urgência no que devemos ser, há esse descobrir que demora em cada um o seu tempo, que não deve ser perdido a especular o que se poderá fazer, mas a fazermos o que tem que ser feito dia após dia. Niemeyer não teve pressa influenciou-se no modernismo e começou a construir a sua obra num amadurecimento sem tempo. "O meu trabalho não tem importância, nem a arquitectura tem importância para mim. Para mim o importante é a vida."
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