Não há dois links sem três.
Revelada na colecção Novos Talentos da
Gailivro,
Inês Botelho tornou-se num dos mais promissores valores da literatura fantástica portuguesa.
E se a sua escrita vai para além de um mero cruzamento entre os formatos modelares da Fantasia comercial e da
angst juvenil, conhecer a Inês pessoalmente, como tive o prazer de fazer, é toda uma nova dimensão humana que se adiciona à obra literária: uma escritora humilde e empenhada, talentosa e de palavras ponderadas e carregadas de sentido (e sentimento).
Surge agora o seu
site pessoal, hoje em dia uma ferramenta essencial de divulgação, desenhado com bom gosto e recheado de informação sobre a sua exposição como autora.
Fórum Fantástico 2005 e 2006
Está disponível no site do
Fórum Fantástico uma galeria de fotografias do evento, gentilmente cedidas pelo pessoal da Biblioteca Municipal Orlando Ribeiro, assim como uma pequena crónica sobre o impacto mediático do FF2005.
Entretanto, correm rumores na comunidade de teóricos da conspiração que eu e a Safaa Dib, não contentes com a devastação provocada no ano passado, nos encontramos em reclusão na biblioteca chtulhuniana de um mosteiro tibetano a preparar a invocação do Fórum Fantástico 2006.
Ainda de acordo com estes rumores, a população civil de Lisboa começou já a empacotar os seus haveres para se ausentar da cidade entre 30 de Novembro e 3 de Dezembro deste ano.
O Estado-Maior das Forças Armadas, ainda em estado de choque com os acontecimentos do ano passado, estará a apelar aos cidadãos e cidadãs de fibra de todo o país para se apresentarem em Lisboa nestas mesmas datas, afim de tentar conter as prováveis repercussões de mais este cataclismo de proporções internacionais.
Será que acredito?
Alegrai-vos, gentes do Norte!
No âmbito do
Primeiro Congresso de Literatura do Alto-Minho, promovido pela
Câmara Municipal de Monção e a
Editora Livros de Areia, Monção será palco, dias 30 de Abril e 1 de Maio, de várias iniciativas relacionadas com a literatura fantástica e as novas formas de edição.
Domingo, 30/4/06
15:00 - Novas possibilidades de publicação.
21:30 - Ler Ficção Científica em Portugal (com João Seixas, Luís Filipe Silva e João Barreiros).
Segunda, 1/5/06
15:00 - Perspectivas editoriais em Portugal.
21:00 - Borges, 20 anos depois (com Rhys Hughes).
Sonhos realizados... com os pés no chão.
Desculpem a insistência, com o vir de novo com as tertúlias. Prometo que com este
post termino o meu raciocínio.
Anteriormente referi a TerMa como um exemplo acabado do que sonham os marialvas da literatura fantástica. Mas, como em tudo o resto, há aqui coisas a aprender com
nuestros hermanos no capítulo da eficiente organização.
Volto a citar a página oficial da
TerMa:
"[...] ya que, entonces, la mayor parte de los miembros de la TerMa eran socios de la AEFCF (Associacion Española de Fantasia y Ciencia Ficcion) y la junta de ésta contaba con no pocos integrantes de la misma".
Ou seja, além da existência de uma Associação nacional (forte!) dedicada a promover o género, muitos dos membros da Tertúlia estão também envolvidos nessa mesma Associação. A Tertúlia é assim um espaço complementar a uma estratégia mais abrangente, o materializar do sonho de quem sonha com os pés bem assentes no chão.
Se uma Tertúlia é um espaço privilegiado para a descontraída discussão de ideias, sem um esforço bem organizado capaz de manter a vitalidade no universo para além desse grupo limitado geográficamente, acaba por se tornar um beco sem saída, muitas vezes nada mais que um exercício umbiguista.
(e porque não dizer que essa limitação geográfica pode também ser auto-imposta, como se vê hoje em dia em tantos "locais" da internet)
Terá sido essa a razão do fracasso na Tertúlia que é chorada? A incapacidade de, mesmo com um evento internacional, sair do mesmo grupo?
Não sei, não estive lá. Deixo a discussão dessa hipótese para quem assistiu a tudo.
Mas vou tirando as minhas conclusões... e tentando não cometer os mesmos erros!
(imagem: retirada de Metropolis, filme realizado por Fritz Lang)
Ainda as Tertúlias...
Socorro-me ainda do
post anteriormente referido, da autoria do
Luís Filipe Silva, e da citação:
"Não precisamos de Associações nem de Cascais para continuar a sonhar",
para criar um paralelismo com:
"Todo eso es lo que algunos han dado en llamar El espíritu de la Tertulia, que permite que cada cual se exprese con libertad, y que ha llevado a la TerMa a negarse con tenacidad a formar parte de cualquier "superestructura" de aficionados dentro de nuestro país".
Esta segunda citação foi retirada da página oficial da
TerMa - Tertúlia Madrileña de Literatura Fantástica.
A TerMa é um grupo espanhol de aficionados do género fantástico, tanto literário como dos outros meios, que se reune semanalmente (!) para passar um bom bocado. Para além disso, instituiu o
Prémio Pablo Rido, que premeia anualmente a melhor ficção curta espanhola com a estatueta que ilustra este artigo e com um prémio monetário de 666 euros.
Este prémio monetário tem ainda o facto intrigante de ser reunido através do arredondamento para cima da parte de cada um na conta dos jantares.
Espreitem a página e o recém-criado
blog da TerMa. Afinal de contas, a prova de que, bem aqui ao lado, o sonho do LFS se tornou realidade.
El Sueño de Jacob
Recentemente, fez o
Luís Filipe Silva, no seu blog
Tecnofantasia, um inusitado (e inexplicado, pelo menos não contextualizado!) exercício anacrónico.
Sob o título
A Festa de Baco, publica (em 2006!) um artigo seu assinado em 1999.
Pondo de lado as óbvias mudanças no panorama nacional da FC, onde se inclui naturalmente a sua vertente associativa, voltamos a assistir à "veneração" nostálgica de uma sombra negra que aparentemente continua a assombrar parte do fandom nacional, e que continua a criar espanto e perplexidade entre aqueles que, como eu, chegaram depois desses acontecimentos.
Já o tendo visto várias vezes em discurso vivo, leio-o também: afinal, o lado marialva da FC portuguesa. Esse lado sonhador, que esbarra sempre nas necessidades práticas da realização das coisas. Aquele lado prático que exige sempre muito trabalho para realizar...
Fechem a porta, apaguem a luz, deixem o pessoal continuar a sonhar!
(Imagem: "El Sueño de Jacob" por Jusepe de Ribera, Museu do Prado, Madrid)
O Futuro da Rádio
Fiquei a saber, através do blogue
Indústrias Culturais, de Rogério Santos, dos presentes valores da
audiência de rádio em Portugal: uma queda de 6,1% face ao ano anterior!
Pondo de parte o irritante pormenor de nunca ninguém me perguntar nada para estas sondagens, dei logo comigo a pensar que nunca ouvi tanta rádio como agora. Bem, como há dois meses para cá. Mas, se me viessem perguntar, o mais provável seria engrossar o número de não-ouvintes.
Ok, exagero. Quando conduzo, sou ouvinte da TSF, da MegaFM ou da BestRock. E por vezes no trabalho ouço as duas últimas e também a RFM (que me lembro de ouvir nascer, bolas!) - o que, para excepções, já começam a ser consideráveis!
(lá vai o tempo em que o "Lança-Chamas", nas tardes de sábado da Comercial, era para mim quase um acto religioso)
Mas que esses factos não estraguem o meu argumento inicial. Nos últimos dois meses, passei de ouvinte (muito) esporádico a ouvinte empenhado de rádio. Mas não das que referi atrás (que, se diga em abono da verdade, já me cansam com as suas
playlists repetitivas. A sorte delas é que eu não consigo viver sem banda-sonora aos ouvidos).
O nome do milagre multiplicador das audições é...
iPod.Sendo ou não feitos de raiz para divulgação radiofónica, os
podcasts são afinal programas de rádio. E para o neófito, este é já um campo de agradável exploração; seja com o
browser, seja directamente através de um cliente de
podcasts, como o
iTunes.
No meu caso, o foco acabou por ser a Ficção Científica. Nestes dois meses tenho assistido a incontáveis horas de programação (benditos arquivos), infelizmente quase totalmente em inglês. Já tirei algumas conclusões, mantendo ou eliminando as várias assinaturas que tenho feito (para quem não conhece as vantagens do
podcasting, refiro apenas esta: basta assinar, muitas vezes gratuitamente, um programa e depois os novos episódios passam a estar, ordeiramente, à distância de um botão de actualização.), e prometo que em breve começarei a dar aqui as minhas sugestões de programas.
A transmissão radiofónica tradicional está com problemas? Não me admira!
A rádio está a morrer? Olhe que não, Doutor, olhe que não...
"Ela" já anda por aí...
Testemunhos fidedignos revelaram que a revista
BANG! nº1 já está disponível nas livrarias (os assinantes já a receberam na semana anterior).
Já tem a sua?