O meu humor natalício anda pelas ruas da amargura. Este ano não me apetece. As simple as that. Deito lojas e presentes pelos olhos, já não posso ouvir falar do menu para o Natal, estou-me realmente nas tintas para que ‘toalha é que vou usar’ e não, não fiz ainda árvore de Natal. Shocking!!! Nem sequer tenho uma árvore de Natal, que a do ano passado desintegrou-se e não foi substituída, por imperativos da minha troika: falta de tempo, falta de guito e a real preguiça. Tenho lá um ficus enorme, sou capaz de lhe por umas bolas. Isto se encontrar a caixa das decorações. Como não me apetece ir procurar, o mais certo é por bolas de algodão e de papel de alumínio. Ou faço como os iluminados que montaram umas “árvores de natal” cheias de lixo à entrada do parque Eduardo VII*, o que me resolvia a falta dos contentores de recicláveis que encomendei há dois meses e não há meio de chegar.
Estou, portanto, com a rabuja do Natal. Isso pode comprometer seriamente os meus planos para o presépio vivo que queria fazer este ano. Nikki fará uma vaca perfeita, ando em conversações com Nero Augusto para ser o burro, e hesito entre Gato Gil ou Boris para fazer de menino Jesus…Eu serei Maria, e hubby, a troco de muita bajulação, acederá a ser José. Temos de entrar, não por tiques de vedetismo, ou sede de protagonismo, mas para segurar a bicheza toda até que alguém (que ainda vou ter de recrutar também) nos consiga fotografar.
* Eu sei que estamos em crise, mas daí até dar (mais) razão à Moody’s e rodearmo-nos de lixo na principal Praça de Lisboa, só para reforçar o estatuto de PIG, não fosse alguém ter entrado no avião errado e depois não saber onde está. ‘Oh, árvores de lixo, hurray! estamos em Lisboa!’, por amor da santa! Mas cabe na cabeça de alguém? A iniciativa, embora louvável noutro contexto, como decoração de Natal resulta numa coisa horrível e deprimente. Safira dixit! Ai que pena não ser eu a mandar nisto tudo…