AMPULHETA
E o tempo conheceu a sua estatuária.
O trilho visível e medido no ar
em que os segundos se derramam
– sem símbolo de pausa nem desvio de curso –
de um céu suportado por colunas.
As horas afluem inatas, articuladas,
sem instante inaugural nem fim à vista,
como se lenta florisse a flor da farinha
sem cheiro a meio desta globulária de vidro.
O tempo casou-se com o mundo nesta imagem.
Orbe, Editorial Caminho, Lisboa, 2005.
Há 7 horas