ARROIOS
Não há passeio, é uma ponte
de metal verde que nos leva
a casa. Rente ao edifício,
arrancaram as pedras
da calçada – uma a uma.
Escavaram a terra
que ficou, depois.
Os prédios (o número dezoito
e os outros pares) parecem
aguardar o transplante.
Mostram os canos
descobertos: raízes
que os ligam,
a trama subterrânea da cidade.
Em Lisboa, sobre o mar: Poesia 2001-2010 [de Curso intensivo de jardinagem], org. de Ana Isabel Queiroz, Luís Maia Varela e Maria Luísa Costa, Fabula Urbis, Lisboa, 2013.
Há 6 horas